Destroy My Life

The Hangover - Part 2


Como tudo na minha vida, aquele final de semana estava bom de mais para ser verdade. Eu ainda tinha que resolver meus problemas com a família de Juliet indo para aquela festa estúpida. Tomei um banho - sozinha, porque minha mãe estaria de volta a qualquer minuto e eu não precisava de outro momento constrangedor.

Escolhi um vestido branco colado e os saltos mais altos que eu encontrei no meu closet. Passei uma maquiagem básica e fui esperar por Edward enquanto comia alguma coisa.

Eu estava terminando de preparar meu sanduíche quando senti braços grandes e fortes me abraçarem pela cintura. Virei de costas e Edward colou seu corpo no meu.

- Oi... - eu disse baixo e sorri.

- Está linda... - ele disse e beijou minha mandíbula. - E bem gostosa, pra ser honesto.

Eu ri e coloquei meus braços em volta do pescoço dele.

- Isso não é jeito de se falar com uma garota, Eddie - eu disse sorrindo.

Ele mordeu meu lóbulo e logo em seguida sussurrou:

- Nunca fui muito bom com as palavras.

Ouvi minha mãe pigarrear na porta da cozinha e Edward se afastou subitamente. Virei-me de costas naturalmente e terminei meu sanduíche.

- Bella, podem pegar o meu carro para irem para festa - Renée disse. - Deixem o de Edward para voltarem pra Forks.

- Obrigada mãe - eu disse e beijei sua bochecha. Mordi meu lanche e fui me sentar no sofá.

- Não voltem muito tarde, por favor e me liguem se Juliet tentar te bater de novo. - ela disse naturalmente protetora.

- Da última vez ela perdeu um dente, lembra? - eu disse de boca cheia, quase sorrindo.

- É, e dois dias depois estava namorando o irmão dela.

- Bela história. - Edward comentou irônico, mas de bom humor.

- Tenho quase certeza de que pode acontecer de novo essa noite - Virei-me para Renée. - Não estou muito segura com esse convite "amigável".

- Se não voltar para casa hoje, eu vou atrás deles e, bom... Você sabe. - ela deu uma piscadela.

- Vai ameaçar Ellie de novo? - eu ri. - Acho que ela nunca mais vai olhar direto nos seus olhos, mãe.

- Isso está me assustando um pouco... - Edward brincou. - Vou escovar os dentes.

Assim que ele saiu, mamãe veio se sentar ao meu lado.

- Gosta mesmo desse garoto, querida? - ela peguntou baixo, passando o braço sobre os meus ombros.

Engoli em seco. Nunca tive que pensar em sentimentos positivos sobre Edward porque eles nunca existiram. Quero dizer, os últimos anos foram nutridos pelo ódio mortal que eu sentia por ele, então não tinha como eu pensar sobre isso. E nos últimos dias tudo que eu estava fazendo era por vingança, certo? Deixá-lo louco e essas coisas...

Então, como eu poderia responder honestamente sendo que eu mesma não sabia a resposta?

- Hm, mãe eu... - disse sem jeito. - É um pouco cedo para isso, eu acho.

- Não estou preocupada com o seu coração, porque sei que consegue cuidar muito bem de si mesma. - Ela disse séria. - Estou preocupada com o que pode resultar disso. Esse garoto parece gostar mesmo de você e se pretende brincar com o coração dele, saiba que pode ser uma coisa perigosa.

Assenti e terminei de comer. Quando Edward voltou, eu fui escovar meus dentes e passar batom. Tentei não pensar muito porque eu sabia que isso só atrapalharia meus planos de vingança ainda não concluídos.

No carro, apenas falei quando estávamos perto do supermercado. Pedi que ele parasse para que eu pudesse comprar uma bebida, porque o único jeito de aguentar aquela família de loucos é estando bêbada. As ruas que levavam a casa deles eram tão familiares que me deram náuseas - era como se as lembranças se erguessem sobre mim como sombras.

Quando ouvi o murmurio vindo do final da rua, algo ardeu na boca do meu estômago e eu sorri. Era a minha hora favorita da festa: o começo, quando tudo é possível e podemos acreditar que será a melhor noite de nossas vidas, mesmo sabendo que na maioria das vezes nunca acontece nada.

- Aí vamos nós... - eu disse sorrindo e saí do carro.

Edward me seguiu e assim que abri a porta, deixei que ele passasse o braço pela minha cintura. Suspirei e olhei todo o local, esperando que Juliet aparecesse. Ela estava ao lado do DJ e assim que ela me viu, uma música familiar começou a tocar. Era a minha música favorita... Quando eu tinha 9 anos.

Aquela vadia ia mesmo fazer daquela festa um filme de terror, não ia? Para me vingar, agarrei Edward pelo pescoço e beijei com voracidade, para que ela visse o quanto eu amo  o meu namorado. Depois que fiz isso, olhei para ela e sorri.

Ela me olhou furiosa e saiu de vista. Arrastei Edward para dentro da festa e alguns rostos familiares sorriram para mim, tentando esconder a surpresa de me ver na casa dos Sanders.

- O que quer fazer? - eu perguntei no ouvido dele.

- Eu não sei, geralmente eu só vou para festas por causa das garotas... - ele tentou falar mais alto do que a música.

- Certo... - eu disse e revirei os olhos. - Quando eles trocarem essa merda de música, nós dançamos um pouco.

Larguei Edward por dois segundos e fui falar com o DJ. Estava na hora de Juliet sentir um pouco de nostalgia também.

Voltei para Edward e comecei a tentar dançar no meio de toda aquela gente, mas estava tão apertado que tivemos que colar nossos corpos para conseguirmos nos mexer. De onde os SANDERS tiraram tantos amigos?

Edward não parecia estar incomodado de ter o corpo colado no meu e eu também não me importava, mas parecia que o destino estava, porque antes que pudéssemos entrar no ritmo, alguém puxou meu braço.

Não era possível!

James Teller estava me segurando pelo pulso.

- Oi! - sorri o máximo que minha falsidade me permitia.

- E aí, Bellzita! - ele disse sorrindo e ergueu a mão. - Toca aí!

Lembro-me de quase morrer quando ele fazia aquilo, mas agora eu quero morrer por outros motivos. Meu primeiro amor de verão estava parado bem na minha frente. Aquela vagaba magrela estava mesmo querendo brincar, não é?

- É ótimo te ver! - ele disse sorrindo. - Quem é esse?

- Meu namorado, Edward Cullen. - eu disse tentando não explodir de raiva.

- Legal... Pensei que tivesse voltado pra me ver. - ele disse claramente com raiva.

- Qual é, James! - eu disse revirando os olhos. - Só porque deixei você segurar minha mão a mil anos atrás não significa que eu ainda goste de você!

Ele arregalou os olhos e saiu com raiva. Mexi no cabelo furiosamente enquanto olhava em volta. Agora via exatamente o que Juliet estava tentando fazer: me colocar em uma espécie de linha do tempo para me fazer lembrar de tudo aquilo que eu fizera com ela.

Todos os meus "ex-namorados" que eu "roubara" dela estavam no local - de repente, todos olhando para mim. A música era para me lembrar que costumávamos ser amigas antes de garotos serem mais importantes e todos os outros convidados eram colegas antigos que sabiam de tudo que acontecera entre nós.

Ia ser uma vingança do tipo "chantagem emocional"? Qual é, ela devia ser esperta o suficiente para saber que eu não me importava com os sentimentos alheios.

Agarrei-me ao braço de Edward. Em poucos minutos, Samuel estava bem na minha frente, sorrindo como aqueles palhaços de filmes de terror.

- Ei Bells, aceita um cigarro? - ele disse irônico.

Ah, não... Aquele era um assunto mais recente. Nós tínhamos 14 anos e decidimos fumar livraria da mãe dele. Quando ouvi o barulho da porta, me assustei e deixei meu cigarro cair debaixo de uma estante. Pensamos que tivesse apagado, mas duas horas depois tudo estava em chamas.

- Olha Sam, sei que estão com raiva por tudo que fiz a vocês, então que tal me levarem para o quintal e resolvemos isso como nos velhos tempos? - eu disse sem paciência.

- Não estamos com raiva! - ele aumentou seu sorriso. - Só queremos que você se divirta.

Peguei minha vodca dentro da bolsa e tomei um grande gole. Queimou no começo, mas então tive aquela onda boa. Puxei meu namorado pelo braço e comecei a caminhar na direção oposta.

- Isso vai ser um saco! - eu resmunguei e tentei beber o máximo que pude.

- Ei, ei, ei! - Edward me repreendeu, tirando a garrafa da minha mão. - Não vou assistir você destruir seu fígado sozinha.

Ele bebeu também e começamos a dançar.

(...)

Bem, até onde eu me lembro, estávamos em cima de uma mesa, dançando e cantando Beyoncé, quando um líquido vermelho nos atingiu em cheio. Todos a nossa volta deram gritinhos e se afastaram rapidamente. Olhamos para cima e demos início a uma seção de palavras de baixo calão.

Era James, ao lado de Samuel, exatamente como nas férias anteriores: dois idiotas.

Na mesma hora, senti um tremor bem debaixo dos meus pés e, de repente, estávamos no chão. Acabei batendo meu olho no joelho. Quando consegui enxergar alguma coisa, vi que as pessoas estavam saindo do local.

Eu e Edward nos olhamos e começamos a gargalhar. A bebida estava começando a fazer efeito.

– Você está um pouco suja aqui, na-mo-ra-da – ele disse rindo.

– Acho que tem um pouco de tinta no seu cabelo, na-mo-ra-do! – gargalhamos de novo. Gargalhar estava fazendo meu olho doer.

– Acho que deveríamos ir para o Blue Man Group! – ele riu depois parou, com uma expressão perplexa. – Mas o Blue Man Group não é... VERMELHO! – gargalhamos de novo.

– Sabe o que é engraçado? Toda essa tinta vai acabar com o tapete deles!

Samuel e Juliet pararam na nossa frente e cruzaram os braços.

– Temos que tirá-los daqui rápido, antes que Louis volte. – Samuel disse.

– Não se preocupe com isso, já estamos indo. – Tentei me levantar, mas Juliet me empurrou para o chão.

– Não vai a lugar nenhum. – Ela disse ameaçadora.

– Ui, Juliet manda! – eu debochei e começamos a rir de novo.

– Sabe no que eu acabei de reparar? Que “Juliet” rima com “Piriguete” – Edward disse e rimos de novo.

– Cansei, leve-os para a casa de Meredith e depois resolvemos o que fazemos com eles. – Juliet disse.

Ela se abaixou e me fuzilou com os olhos. Quando mandei um beijo, ela me deu um tapa no rosto.

– Espero não te ver nunca mais, Isabella. – ela sibilou.

– E você não vai, Juliet... – Samuel disse diabólico.