Felizmente consegui encontrar o apartamento dele.(era assim que ele chamava sua casa) bati na porta, torcendo para que ele estivesse lá. Enfim ele abriu a porta.


– Ahh ... Olá! Entre. - Ele falou abrindo a porta - Conseguiu encontrar o endereço que te dei?


– Sim! - Respondi entrando - Eu até consegui um trabalho! Vim aqui para te agradecer ... A propósito ... ainda não sei o seu nome...


– David. E o seu?


– Branca de neve.


– Você está brincando não é? - Ele falou dando uma gargalhada.


– Poque todos riem quando falo meu nome? Por acaso eu brincaria com uma coisa dessas? - Falei irritada.


David ficou sério de repente e falou:


– Desculpe-me ... Não quis lhe ofender. É só que ... Seu nome é um pouco ... Digamos ... Sua mãe gostava de contos de infantis?


– Ela me contava algumas vezes quando eu era pequena. Mas o que isso tem a ver com o meu nome? - Falei tentando não parecer grossa.


– Porque, O seu nome é de um dos personagens dessas histórias. Não conhece Branca de neve e os sete anões? - Ele falou.


Anões? Como assim ele conhecia os anões? Fiquei confusa e respondi:


– Acho que não...


David ficou surpreso e disse:


– Aquela história em que uma jovem chamada Branca de Neve come uma maçã envenenada por uma rainha má e um princípe a desperta com um beijo. Tem certeza que não conhece?


Eu gelei naquele momento. Como assim ele sabia aquilo sobre mim? Tudo o que havia acontecido comigo era uma história infantil naquele reino?


– Não, nunca ouvi falar. - Resolvi responder por fim. Eu não poderia contar a verdade. Naquele mundo sem magia minha vida não passava de uma história... Ele nunca acreditaria em mim.


– Nossa, estranho! De que mundo você veio? - David falou em tom brincalhão.
Resolvi rir também. até que resolvi mudar de assunto:


– Me perdoe por usar o vestido de sua esposa. e ... Eu acabei usando o nome dela também ... Estava no vestido ... E bem, o recepcionista não acreditou no meu nome verdadeiro ...


– Suponho. - Ele falou com um sorriso no rosto que logo se desfez. Então ele começou a olhar o vestido.


Como ele morava sozinho, supuz que, lembrar da esposa era doloroso para ele. Assim como ele, lembrar de James também era doloroso para mim, eu o entendia, mas do que isso, eu me via nele.


Ficamos nos encarando por um bom tempo até que o silêncio se tornou constrangedor e eu fingi uma tosse. Nessa hora ele voltou a si e falou:


– Não tem problema, pode usar os vestidos que quiser, eles não pertencem mais a minha esposa. Quero muito ajudar você, fique o tempo que precisar na minha casa, só peço que me ajudo com o dinheiro que conseguir.


– É claro que vou ajudar! E.. muito obrigada por me deixar ficar aqui. Bem ... sou uma estranha não? - Respondi eufórica.


– Confio em você! - David falou cruzando seu olhar com o meu.


Não sei porquê, mas ele transmitia uma paz para mim, e eu tinha certeza, que também poderia confiar nele.