Desperate Souls

Capítulo 11 - Escolha decisiva


—Vamos, não me olhe com essa cara. –Miki suspira, encarando Springtrap:

—Já disse, você não precisa me ajudar, consigo fazer isso sozinho. –ele encara todos os shampoos que Miki segurava, além da infinidade de esfregões e esponjas:

—Você precisa de ajuda nas partes que não alcança. Sem reclamações! Se não me deixar ajudar, você não senta mais no sofá! –ele faz uma careta engraçada –Se estamos entendidos, então vamos para a banheira!

Com um suspiro derrotado, Springtrap se encaminha para o banheiro e espera Miki encher a banheira:

—Isso é realmente necessário? –ele olha receoso quando a banheira fica cheia:

—Pra ficar bem limpo, precisamos te deixar de molho por um tempo. –ela cantarola, feliz –E não se preocupe com as partes de metal, tenho lubrificante caso qualquer coisa.

—Não é com isso que me preocupo...

—Quê?

—Nada não. –ele entra na banheira, querendo encerrar o assunto. Ele se senta e ela começa a ensaboá-lo, cantarolando.

Em apenas algumas escovadas, a água já estava negra:

—Quanto tempo mesmo que você não toma banho? –ela ri, destampando o ralo da banheira e escoando a água:

—Uns trinta anos... –ela bota mais shampoo e o esfrega na nuca:

—Os funcionários deviam ser mais cuidadosos...

—Não era importante eu ficar bonito, assim eu assustava os outros mais facilmente. –ele dá de ombros:

—É, era efetivo mesmo. –ela encara o esfregão, lembrando de sua infância por um momento. Com um balançar de cabeça ela afasta as lembranças e continua a esfrega-lo. Springtrap nota e fica sério:

—Falta uma semana, não é? –ele pergunta:

—Uma semana para o que?

—A abertura do Freddy’s.

—É... Uma semana... –ela para de esfrega-lo e se levanta –Continue se limpando aí, eu vou fazer um lanche.

—Espere, eu falei algo que lhe chateou?

—Não, está tudo bem, só estou com fome. –ela sorri para ele e sai do banheiro, indo até a cozinha e pegando um pão;

Eu deveria falar pra ele sobre os pesadelos... Não deve ser uma coincidência tudo isso. Ela pensa, preparando um sanduíche. Como vou fazer para parar esses malditos pesadelos de uma vez por todas?

Ela morde o sanduíche, ainda pensando. Algo chama sua atenção no jornal encima da mesa:

—Estão contratando... –ela vê a chamada de emprego de guarda noturno na nova pizzaria –Será que...

—Miki, vou precisar de ajuda... –Springtrap surge na porta do quarto dela, pingando água:

—Volta pra banheira, vai molhar tudo! –ela exclama, botando o resto do sanduíche na boca e indo ajuda-lo.

—----

Miki estava nervosa enquanto ia fala com a Vovó Teresa após o término de seu trabalho:

—O que gostaria de conversar comigo, minha querida? –Vovó pergunta em seu tom carinhoso usual:

—E-eu... –Miki respira fundo –Eu fui aceita em outro trabalho, e com o horário não conseguiria conciliar com este.

—Outro trabalho? Onde é?

—Na... Freddy’s. Vou ser a guarda noturna.

—Na Freddy’s? Mas você...

—É que eu preciso. De alguma forma eu sinto que trabalhando lá terei minhas respostas. –Miki encara o chão. Vovó a abraça:

—Minha querida, se é o que deseja, então vá em frente, te desejo tudo de bom. –ela a olha com ternura –Mas se precisar, estarei sempre com as portas abertas para você.

—Obrigada Vovó. –ela a abraça de volta.

—--

A nova pizzaria estava a sua frente, Miki já estava usando seu novo uniforme:

—Guarda noturna... Tomara que eu não acabe como nos meus pesadelos. –ela murmura, adentrando a pizzaria:

—Opa, se não é a nossa guarda noturna! –um homem com camisa havaiana a cumprimenta com um sorriso –Eu sou Douglas, seu chefinho!

—Olá. –ela sorri e ele engancha o braço ao redor do pescoço dela:

—Basicamente você vai ter que ficar cuidando das câmeras a noooite inteira, como nas lendas urbanas, tirando o fato que os animatrônicos não estão assombrados pelas almas dos mortos por serem novos! –o jeito maluco de Douglas a faz dar uma risada:

—Tem certeza que os robôs não vão tentar me matar?

—Nah, são apenas lendas! –a careta dele a faz rir ainda mais:

—Douglas, pare de importunar nossa guarda e fazê-la desistir desse emprego antes mesmo de começar. –um homem de terno surge, segurando uma prancheta:

—Que importunar o que, só estou deixando tudo mais divertido! –Douglas faz bico:

—Sou Stephen, seu outro chefe e sócio desse maluco. –ele se apresenta, estendendo a mão para Miki:

—Prazer, sou Miki. –ela aperta sua mão com um sorriso:

—Agora deixe-me mostra-la o que temos aqui, assim você não terá problemas em se situar. –ele sorri e se vira, começando o tour.

Miki engole em seco, seguindo-o, seu trabalho novo estava para começar.