Passaram-se 8 anos, Anabela havia crescido, mas ainda tinha o mesmo rosto de quando criança.

Era de manhã, ela havia acordado como sempre, de mau humor. Anabela desceu as escadas da casa e pegou um pão com manteiga, o devorou e correu para o carro.

– Filha, não quer chamar suas amigas para...

– O que é amigas? Essa palavra não tá no meu dicionário...

O irmão mais novo da jovem de 14 anos, Mateus, observava tudo com atenção e ria baixinho. Eles chegaram na escola e ficaram lá, esperando o sinal bater.

– Mana, sei que você é anti-social, mas eu não, então vou lá com meus amigos.

– Ok.. - ela disse, sem muita importância.

Anabela colocou os fones e começou a assistir desenhos. Para muitos isso é estranho, mas era o hábito dela.

– Vejo que a esquisitinha tá vendo desenho... Além de esquisita é criançinha! HAHAHA! - Aquele era Vinícus Andrade, arqui-inimigo de Anabela. Ele era um pouco mais alto que ela, cabelo castanhos escuro e olhos verdes.

– Sai... Daqui... Andrade...

– Saio nada! Quem é você pra me obrigar? - ele deu um tapinha de leve na bochecha da jovem, que o encarou e meteu-lhe um soco no queixo.

Anabela saiu andando, como se nada tivesse acontecido. Ela chegou na sala de aula e viu as aulas passarem. Na hora do intervalo, quando estava prestes a sair, alguém tocou no ombro da jovem, era a diretora.

– Senhorita, queira me acompanhar... - disse a diretora.

Anabela bufou e revirou os olhos, elas foram para a sala da diretora e quando adentraram a sala, um local velho com vários arquivos de aço e uma mesa com três cadeiras, viram a psicóloga da jovem e a mãe de Anabela.

– Viemos aqui para tratar de sua... Relação com os outros alunos srta. Vianna.

– Escutem, se é porque não sou de me socializar ou por causa do Andrade, estou pouco me lixando... - Anmabela exclamou, se sentando na cadeira.

– Querida, hoje venha na minha consulta, achei que eu ia te ajudar mas... - era a vez da psicóloga falar, mas a mesma foi imterrompida por Anabela.

– Escuta, eu nunca quis sua ajuda. E bem... Eu não quero amizade com aquela gente.

Foi a última coisa, até a menina querer chorar. Deve estar pensando "Qual o motivo dela chorar?", simples, era ter que sempre ser julgada e não poderem deixá-la em paz. Do nada, lembranças dos seus amigos vieram em sua mente.

Ela pulou o muro da escola, como geralmente fazia, e correu para uma área coberta. Ela se sentou e abraçou as próprias pernas.

– E-eu... Cumpri nossa promessa até hoje... - Ela murmurou, se referindo ao pote do KND com Pokémons.

– Não precisa chorar Anabela... - Aquela voz era familiar à garota.

Do nada, uma silhueta apareceu e revelou ser Frankie. Anabela ficou boquiaberta e deu um salto, abraçando a jovem de cabelos vermelhos.

– FRANKIE! NEM ACREDITO, VOCÊ TÁ VIVA E BEM!

– Hahaha! Calma! Que tal me seguir, tenho muitas coisas pra te explicar...

As duas foram andando, Anabela não queria acordar se aquilo fosse um sonho.