Capítulo 1 — A transformação

Capítulo um - Dia 3 de dezembro de 2002 – Desconhecido Narrando
Algo errado estava acontecendo comigo e eu não conseguia decifrar o que era. Eu estava no banheiro da minha casa, não estava entendendo nada, eu estava pingando sangue, não fazia nem 24 horas que tinha se passado o meu aniversário de 18 anos, não estava decifrando nada do que havia acontecido depois do meu aniversário, começava a sentir as coisas estranhos, eu ouvia vozes, e agora isso. Me debrucei na pia, e coloquei todo meu peso envolta dela enquanto me olhei no espelho, ao fitar aquilo eu me senti como se estivesse pegando fogo, eu consegui olhar no fundo dos meus olhos, que os mesmos estavam como se estivesse sido esfaqueados ou algo parecido, parecia um mar de sangue, mas eu conseguia enxergar perfeitamente, até os mínimos detalhes, eu precisava saber o que estava acontecendo, foi quando senti como se mil facas estivessem perfurando minhas costas, me virei lentamente para ver o que havia acontecido, eu vi espinhos saindo de dentro de meus ossos, eu puxei um e vi que não era espinhos e sim penas. Foi quando desmaiei de dor, minutos depois acordei todo dolorido, eu não conseguia me mexer, quando finalmente consegui me levantar eu senti uma coisa estranha, ao fitar o espelho eu vi que haviam asas nas minhas costas, parece loucura, eu acho que é loucura mesmo. Eu devia estar sonhando, só que não, era real tudo aquilo era real, meu corpo havia se tornado mais estrutural, haviam músculos que antes eu não tinha, e isso era o mais estranho, fazia com que eu me sentisse mais vivo do que nunca.

Dia 3 de dezembro de 2002 – Esther narrando
Eu havia passado mal durante a noite, e isso fez com que meus pais me levassem ao hospital, fiquei muito emocionada quando descobri que estava grávida, eu não tava acreditando nisso, eu estava muito feliz, só que havia um problema, eu não via Jared desde o dia do aniversário dele, o que havia acontecido? Será que ele teria coragem de me deixar? De não assumir o filho? Pois é, eu acho que eu fiz uma burrada, mas estou nem ai, sabe porque? Porque filho é uma benção, e eu vou cuidar dele com todo o carinho possível. Quando voltei do hospital, sentia leves enjoos, e tomava remédio que o médico havia me receitado, eu fiquei de repouso durante longos 9 meses, foi quando eu comecei a sentir uma pontada, eu olhei para minha barriga e pensei “Aguente firme, Emma.”. Sim, era uma menina, passei minha mão pela barriga e dei um sorriso, era a hora, o tão esperado momento de nascer, de eu me sentir uma mulher completa, meus pais graças á Deus estavam em casa, e ao me verem sorrindo, viram nos meus olhos que estava na hora, os olhos de minha mão brilharam e pude ver que ela se segurava para não chorar, meu pai não teve reação alguma , apenas me pegou no colo e me levou apressadamente para o carro, logo atrás vinha minha mãe correndo e depois eu não me lembro de mais nada. Quando acordei senti uma leve dor de cabeça, e pessoa de branco envolta de mim, um homem trajando um jaleco branco, e várias enfermeiras em volta.
— Esther, tome este chá, daqui a pouco você irá conhecer sua filha.— Ele falou enquanto me entregava a xícara de chá e saia da sala, bebi o chá lentamente, enquanto eu quase chorava mesmo antes de ver Emma, eu estava com uma imensa alegria, mesmo sabendo que seria mãe solteira.