O grande dia finalmente chegou. Depois de implorar ao Sr. Jones uma chance de mostrar o seu talento no restaurante onde trabalhava, ele consentiu. Tal “bondade” só se deu porque Melissa Carter – cantora do restaurante há cinco anos – tinha encontrado o amor nos braços de um peruano. Sem mais delongas, largou tudo para viver esse romance. Sendo assim, Jones não teria ninguém para se apresentar naquela sexta-feira.

Ele nunca tinha ouvido Jill cantar, muito menos tocar. Talvez enquanto limpava as cadeiras todos os dias antes do expediente cantarolando um jazz ou quando afinava os instrumentos musicais de Melissa. Mas sabia que ela estudava música há um ano então não se preocupou muito em deixar ela finalmente se desenvolver ali dentro.

Jill começou a estudar música aos sete anos. Sempre gostou de se apresentar e mostrar seu talento em sua pequena cidade. Seria a primeira vez que se apresentaria em Chicago, uma cidade completamente diferente no aspecto pessoas novas, culturas diferentes e cidade grande. Será que gostariam do som que tinha em mente? Será que seu timbre tocaria o coração das pessoas?

Enquanto tocava violão e ensaiava em seu quarto naquela tarde, ouviu finalmente a porta principal fazer barulho. Era Ada... E Ada significava comida. Ela já estava faminta e muito acostumada a saber que naquela hora a sua amiga estaria trazendo qualquer coisa para ela comer antes de ir trabalhar.

Largou o violão e as partituras em cima da cama e saiu correndo para a sala, encontrando Ada sorridente.

“Isso não é normal”, pensou sabendo que aquele sorriso era um sorriso abobalhado.

Desde que tinha começado a morar com a amiga, eram raros os momentos em que Ada sorria de tal forma. Bem, Jill não conseguiu enxergar o motivo, porém a curiosidade já tomava conta dela.

– Jill! – Ada se assustou com o olhar questionador sobre ela – Hoje é o seu grande dia, certo? – cumprimentou sem tirar o sorriso bobo do rosto enquanto colocava a bolsa sobre a mesa de mármore.

– Sim, e espero que esse seja o motivo desse sorriso que está me constrangendo – Arriscou a morena na expectativa de extrair informações.

– Também. Acho que hoje eu estou feliz. Deve ser boas vibrações se achegando a mim. – disse colocando uma embalagem de bolo de uma confeitaria sobre a mesa.

– Ah... fico feliz. Afinal, desde que o babaca te dispensou, você não sorri desse jeito. – Jill disse se referindo ao ex de Ada, John.

– Não estrague as minhas boas vibrações Valentine. – Ela disse revirando os olhos.

Logo, Jill foi em direção a mesa onde estava o bolo perdidamente delicioso. Tomou um garfo em mãos e ao perfurar o alimento, Ada retirou a guloseima do alcance de Valentine.

– Tá maluca? – Repreendeu. – Você vai cantar hoje. Não pode se envolver com lactose, isso vai machucar a sua voz. – Ada deu lugar a um semblante sério.

– Mas... é só um pedaço, Ada. – Jill choramingou.

– Não. – Respondeu cética. – E esse bolo nem se quer é para você. – colocou o garfo na pia que era no mesmo espaço em que a sala, dividida apenas por uma mureta. – Pra você, eu trouxe três deliciosas maçãs. – Disse tirando da mochila um saco de papel e entregando nas mãos de Jill.

– Maçãs... – A mais nova olhava para dentro do saco desapontada. – Você sabe que eu sou louca por bolo. Se sabia que eu não iria poder comer nenhum pedaço, então por que trouxe esse?

– Eu ganhei uma aposta com um colega de trabalho e ele me deu um bolo para compensar.

– Você nem gosta de bolo, Ada. – Lembrou Jill erguendo a sobrancelha.

– Mas esse eu vou comer, vou provar da minha vitória. – Ada olhou para seu relógio de pulso. – Já são seis e meia... que horas que você tinha que estar no Chiavoscuro mesmo?

– Merda! – Jill exclamou ao sair correndo em direção ao banheiro.

Ada olhou para aquela atitude mais uma vez irresponsável de sua amiga e sorriu mesmo em desaprovação. Em seguida foi até o quarto da moça, tomando uma toalha em uma cômoda e deixou pendurada na maçaneta do banheiro. Ela sempre esquecia a toalha.

Apesar da pouca diferença de idade entre elas, Ada se sentia responsável por Jill a ponto de ir ao quarto da jovem cobri-la nas frias madrugadas. Parecia uma atitude boba, mas Ada sabia que sair da casa dos pais como ela saiu não foi uma tarefa fácil, já que era bastante apegada à família. Sendo assim, ela sempre dava um jeito de suprir essa falta que Jill sentia deles.

– - -

Chris foi acordado por uma voz feminina no metrô, depois de babar por longos minutos com o rosto na janela.

– Garoto, a viagem já acabou.

Ele despertou atordoado encontrando a funcionária abordando-o e ao olhar ao redor, notou que era o único ali. Tomou a pasta em mãos e saiu cambaleando pela estação até fazer sua mente acordar. Quando isso aconteceu, tirou a gravata que mantinha ele ainda preso ao trabalho e foi caminhando em direção à sua casa.

Subiu as escadas do seu apartamento exausto quando ouviu um som confortante de voz e violão, vindo de um dos apartamentos situados a um andar abaixo do dele. O som até que estava bom e relaxante, mas ele ignorou isso quando passou a mão nos seus bolsos.

– Puta merda! – Sentou na escada e em seguida procurou um número no celular. Depois o colou no ouvido.

– Leon, cadê você? Ainda tá preso no jardim de infância? – Ironizou mais uma vez o trabalho do amigo como costumava fazer. Isso não era problema para seu para o rapaz porque ele nunca o levava a sério.

– Deixa eu ver se consigo adivinhar: esqueceu a chave no escritório de novo, não é? – O loiro replicou no mesmo tom. – Espera um pouco... eu estou saindo da confeitaria ao lado. Vai querer alguma coisa daqui?

– O que eu realmente quero é tomar um banho, será que dá pra parar de enrolar? – Ele retrucou desligando o telefone.

“Confeitaria? Que diabos esse ser está fazendo lá a essa hora?” pensou intrigado.

Depois de um tempo, começou a ouvir alguns risos ecoados no corredor. Em seguida Leon aparece com um sorriso de “quem tinha gabaritado a prova de Direito Civil”. Quando percebeu que sua atitude tinha se tornado muito explícita e isso aguçaria a mente do amigo, Leon se conteve.

– Como foi a prova? – Chris disse ao se por de pé.

– Prova? – Leon replicou.

– Que você acabou gabaritando. Ou esse sorriso foi alguém que te meteu um soco e sua cara ficou deformada? – Chris perguntou sem expressão.

Leon riu enquanto abria a porta. Ainda estava muito avoado para responder o amigo mal-humorado. Ele já estava acostumado com aquele tipo de humor insuportável todas as sextas.

– Eu estava com uma colega de trabalho. Perdi uma aposta então tive que pagar a ela um bolo, para compensar.

O sorriso de Leon deixava Redfield mais incomodado.

– Mais que babaquisse, Leon... Pelo menos é mulher e se tratando de um cara como você que só pensa em livros, fico até surpreso. – Chris comentou jogando a pasta em cima do sofá com repulsa, sem se importar com um assunto que para ele era tão irrelevante.

Apesar das palavras ríspidas de Chris, ele estava contente em ver que o amigo finalmente estava flertando com alguma uma garota. Infelizmente, estava de péssimo humor desde que soube de que tinha sido escalado para trabalhar no sábado e como ele achava isso injusto...

Seus planos de visitar sua Claire e seus amigos em São Francisco haviam sido frustrados. E ele ficaria daquele jeito o final de semana inteiro.

– - -

Enquanto Ada aplicava maquiagem de frente ao espelho, não conseguia parar de pensar naquele ser que tinha se tornado tão especial em tão pouco tempo. Ela nem mesmo notou quando começo a repará-lo recolhendo as correspondências na portaria do prédio em que moravam, ou mesmo quando trocavam olhares no corredor da escola onde trabalhavam.

Já fazia nove meses desde que Ada tinha passado de professora substituta para professora efetiva na Escola Secundaria Kenwood, graças a um professor que conheceu no mesmo local — John Clemens — com quem manteve um relacionamento instável. O professor de inglês era atraente, perspicaz e com um nível de Q.I. invejável. Assim John chamou a atenção da morena. Infelizmente, o homem de trinta e cinco anos era muito negligente para relacionamentos e Ada abominava esse defeito. Apesar de gostar muito dele, o desgaste fez com que John resolvesse romper com a jovem, alegando que eram muito diferentes e que não daria mais certo.

Ada sofreu muito após o término com John. E Jill foi a peça chave para que a morena se recuperasse. Seu bom humor e otimismo impediu Ada de assinar sua carta pedindo demissão.

Nesse tempo, Ada tinha negligenciado as artes e seu sonho. Porém ao se recuperar, surgiu uma nova Ada . Uma que queria tudo novo. Mudou a cor cinza das paredes de seu apartamento por um vermelho intenso, pintou as paredes com novos detalhes,desenhos alegres que fascinavam todos que viessem ao local, trocou a mobília aos poucos porque precisava de algo que fosse compatível com a sua nova fase.

Outro motivo de Ada não ter desistido daquela escola, foram os alunos de 11 à 15 anos. E apesar de não gostar tanto de adolescentes, aprendeu a se apegar a eles quando começou a ver uma evolução na concepção artista que ela lhes passava. E eles adoravam a ideia de ter uma professora tão jovem e tão amiga. Aprendeu a admirar a educação mais do que já admirava e suas artes, tais que refletiam o que ela sentia no momento: a arte de ensinar.

A asiática só competia em idade com outro professor preferido dos alunos, bonito e jovem, que dava aula de filosofia e sociologia. Alguém que ela tinha notado em seu prédio, mas bem de longe. Quando começou a conhecê-lo mais, dentro da escola onde lecionava, logo pode ver que ele era especial. Característica que procurava em todos os homens mais velhos, porque eles eram preferenciais, mas que pela primeira vez tinha encontrado em alguém tão jovem quanto ela.

Naquele dia, depois de discutirem por horas o ponto de vista de Blaize Pascal sobre o coração ter razões que a própria razão desconhece, enquanto caminhavam de volta para casa depois do trabalho. Dentro da discussão massiva entre a artista plástica e o professor de filosofia sobre seus pontos de vista divergentes, aquele tema trouxe um clima estranho, uma química entre eles que nem os mesmos notaram quando o assusto profissional tinha se encaixado tanto em um assunto sentimental.

– Meus pontos de vista são muito centrados naquilo em que eu estudo e naquilo que eu leio sobre vários autores. Você está certa, mas isso é um conhecimento do assunto completamente empírico, e como professor, eu jamais citaria isso numa sala de aula. – O loiro disse tentando terminar aquele assunto quando notou que ela desviava o olhar que mantinha nele, para notar os bolos na vitrine de uma confeitaria próxima ao prédio deles. – Gosta de bolos?

– Sim... mas na verdade – Ela respondeu com um tom chateado. – Gosto dos desenhos que fazem sobre eles. São tão delicados.

– Acho que fui muito rude com você agora...

– Não foi não... apenas você apresentou o seu ponto de vista baseado no que você tirou de outros autores e não o que você interpreta para si mesmo. Desculpa te incomodar com meu conhecimento empírico se você, Leon, não tem um pra você. – Disse em um tom levemente aborrecido que fez com que ele soltasse um riso exprimido.

– Então você só queria saber sobre o “meu” ponto de vista esse tempo todo.

– Isso mesmo. – Disse se voltando a olhar os modelos dos bolos.

– Eu nem mesmo entendi o seu. E aposto... – disse procurando algo em mente ao olhar para a vitrine - ... Um bolo que nunca vai me fazer entender, desculpe.

Ela o olhou com uma expressão chateada e pensativa. Se aproximou dele chegando bem próximo aos seus lábios, estando a poucos centímetros deles. Leon, que fechou os olhos imediatamente foi quem iniciou aquele beijo.

E por mais que negasse a si mesma por muitas vezes, ela queria fazer aquilo, apenas esperava a oportunidade certa e a contrapartida dele. E por fim, tinha acabado de conseguir isso. Mas enquanto o beijo era presente, sua mente palpitava palavras como: "se você se apaixonar, vai se machucar outra vez." E isso fez com que ela partisse o beijo e se afastasse um pouco sem graça.

– Agora entende o meu conhecimento empírico? Não fui eu que te beijei... foi você quem me beijou. E porque você fez isso? Não seria essa a razão do coração? Bem... esse o meu ponto de vista. – Ela diz com um tom vitorioso.

Leon não pode evitar sua expressão de surpresa.

– Ah... claro... Acho que finalmente entendi – Ele disse tímido, sem tirar um sorriso bobo do rosto e ela riu.

– E então? Quero meu bolo... afinal, isso foi uma aposta e eu não costumo perder apostas.

Assim que tomou seu bolo em mãos, Ada disse que teria que ir para casa imediatamente, embora quisesse muito ficar para ao menos tentar entender o ponto de vista do professor agora que ela tinha aguçado isso nele.

Jill precisava dela, porém precisava entender se aquilo foi um impulso momentâneo ou foi algo mais concreto e Jill mesmo não estando ciente, iria ajudá-la.

A morena não comentou nada com a amiga sobre o ocorrido porque se ela soubesse que Ada estava interessada logo no rapaz que morava no andar de cima, seria capaz de tudo para colocar seu cupido em ação. Nesse meio tempo que Ada tinha ficado sozinha tentou arranjar tantos rapazes de seu curso para ela: guitarristas, baixistas, bateristas, pianistas, drogados, roqueiros, vagabundos, místicos e tantos outros loucos.

Ada achou que tinha que fazer a escolha de um namorado por si mesma e por isso Jill não poderia saber de nada sobre seus sentimentos. Ela acabaria sabendo mesmo, mas não de forma tão prematura.

– Hey, Ada... Vamos logo! Me ajude aqui com o violão, por favor? – Jill reclamou ao ver que a amiga estava por longos minutos olhando para o espelho com aquele sorriso estranho de antes.

– Jill eu... eu não irei agora. Pegue um taxi, é melhor do que ir andando até lá. – A asiática respondeu ajudando Jill a colocar o violão em suas costas.

– Não me diga que ainda não está pronta? Você está linda! – Jill se virou para notar novamente o que tinha acabado de dizer. – Pra ser sincera, você está bonita até demais para uma ocasião tão simples como essa.

– Digamos que a ocasião seja propícia. – Ada disse piscando para a amiga perdida em dúvidas. – O Sr. Jones deve estar uma fera.

A morena de olhos claros se lembrou do seu atraso e então se virou para sair sem expressão, mas parou ao sentir um frio na barriga.

– Ada... eu não sei se...

– Não se preocupe, vai dar tudo certo. Você é talentosa e tem potencial, vai surpreender a si mesma essa noite. E eu vou estar lá... sempre.

A jovem musicista sorriu confiante e saiu com o sentimento que recebeu da amiga.

– - -

– Chris, sai logo do banheiro... você não tá dormindo, não é? – Leon disse ao bater na porta do banheiro pela terceira vez.

– Já estou saindo. – Exclamou o mal-humorado. Ao sair se deu conta de que Leon iria tomar banho e aparentava pressa.

– Não entendo a pressa pra sentar a bunda na poltrona e ler mais um milhão de livros entediantes. – reclamou dando passagem ao amigo.

– Na verdade, hoje os planos são outros. Vou sair. – Leon disse e imediatamente entrou no banheiro fechando a porta atrás de si, evitando qualquer murmuro de Chris sobre o assunto tão intrigante.

Não é que o Loiro não quisesse contar sobre essa noite, mas estava com pressa. Não era de bom tom que um cavalheiro se atrasasse logo no primeiro encontro.

O jovem sorriu novamente quando a água aquecida descia sobre seu corpo. Lembrava-se do quanto que havia ensaiado para o momento em que a chamaria para sair. Atitude que caiu por terra quando a bela asiática o convidou para prestigiar a apresentação de uma amiga em um restaurante.

Ada Wong; era a professora de artes da escola onde lecionava, a mulher da beleza que palavras não conseguiam descrever, inteligente e encantadora e achava isso desde o momento em que a viu em sua primeira semana no colégio. Leon já trabalhava alguns meses antes que ela na instituição. Como sua timidez sempre foi um empecilho por ele sempre ter muitas pretendentes e elas sempre o privava de tomar iniciativa, ele nunca pode se aproximar de Ada de modo informal, perdendo sua chance para John.

Discreto como sempre, continuou observando Ada e se encantar pela moça em silêncio. Principalmente depois de descobrir que eles moravam no mesmo prédio. E nisso aconteceu uma aproximação amistosa por parte dela, e então o assunto não era mais tão profissional. Até mesmo, ele foi um dos primeiros, a saber, que ela estava livre outra vez por ela própria.

Depois de dois meses, aconteceu aquele beijo perdido e irresistível que fez ele perder seu autocontrole e involuntariamente mostrar o que sentia, e o convite para o encontro que ele tanto desejava. Não tinha como ele esconder sua felicidade. Simplesmente estava apaixonado.

Depois de todo um check-up em seu look, que tinha mudado bruscamente, já um pouco semelhante ao que Chris costumava vestir quando saia nos fins de semana, Leon encarou o amigo que ainda estava indeciso em sair ou ficar para assistir o SuperBowl, já que idolatrava o futebol americano. Estava sem expressão mudando os canais de esporte para ver em qual deles estava o campeonato. Ao olhar Leon, seu semblante mudou imediatamente.

– Mas o que é isso... – Chris disse tentando não rir – Tá roubando minhas roupas é?

– Já estou de saída e vou deixar a chave com você. Mas se você for sair pra não voltar hoje, é melhor que deixe a chave comigo. Vou estar no restaurante Chiavoscuro, naquele daqui a cinco quadras. – Leon disse ignorando o olhar de chacota que o amigo fazia. Tirou do seu molho de chaves a única que ficaria com o amigo solitário.

Chris notou que ele estava usando roupas normais e finalmente tinha deixado de lado os suéteres rotineiros. “Tinha que ser mulher pra isso acontecer.” Pensou. Então deixou o mau humor de lado para se divertir com a situação.

– Hey, Leon... Espera... – Chris pediu ao amigo que já estava próximo à porta. Levantou-se e foi até a prateleira de cima da televisão tomando um pote de porcelana mediano em mãos e abrindo a tampa. – Acho que vai precisar... e se sobrar, devolva ao pote da felicidade, por favor. – O moreno jogou para Leon uma cartela com seis preservativos.

O loiro recebeu revirando os olhos.

– Não sou como você Redfield... Sou um amante à moda antiga. – Leon retrucou em reprovação.

– Você é a vergonha dessa família, ô Brad Pitt – Chris comentou rindo.

– Você não faz parte da minha família, Chris – Disse o loiro semicerrando os olhos, colocou os preservativos no bolso. Leon não cogitava a hipótese de fazer sexo logo no primeiro encontro, mas não daria motivos para Chris continuar com suas piadas.

– Juizo garoto! – Chris disse colocando o pote no lugar. Então se jogou no sofá novamente. O telefone dele que estava na mesa ao lado do sofá tocou. O rapaz logo estampou um sorriso sacana. – Hey, Lilian?... Ah, desculpa, Vivian?... Não é a Vivian?... Ah, claro... Lisa... É a loira, não é?

Enquanto Chris se perdia em tentar adivinhar o nome daquela que poderia ser sua “presa” essa noite, já tinha desligado a TV e já estava mexendo no “pote da felicidade”. Não se permitia ficar em casa enquanto o CDF da casa estava se divertindo noite a fora.