As aulas haviam começado, todos os alunos já se encontravam em suas salas, exceto por um. Bertoldo estava completamente perdido. Segurava nas mãos os livros necessários para a aula de alquimia, mas ele não tinha ideia de onde ficava a sala.

Suspirou, decidido de que ficar parado no meio do corredor vazio não lhe ajudaria em nada. Voltou a andar, olhando todas as portas na esperança que uma placa lhe indicasse seu destino.

Só não esperava que seu destino fosse se encontrar com a filha da rainha má. Sentiu-se tremer ao reconhecer as vestes azuis e o as mechas de mesma cor nos cabelos negros, ela segurava uma prancheta e parecia entretida no que fazia.

Sabia que todos os filhos de vilões que iam ali tinham o intuito de mostrar que não eram como os pais e Evie e seu grupo havia mostrado muito bem isso, mas isso não impedia o medo de lhe apossar. Tentou passar de forma despercebida, mas a garota o notou.

— Oh! Você é o filho da Branca de Neve, não é? — a garota sorriu e Bertoldo sorriu também, mesmo que o sorriso não fosse tal espontâneo, confirmou de maneira lenta com a cabeça, não encontrando as palavras. — Você é tão lindo quanto ela, quando puder passa no meu quarto, tenho ideias incríveis de looks que ficariam maravilhosos em você.

E saiu andando, deixando o garoto para trás e um pouco zonzo com os acontecimentos rápidos demais. No fim suspirou, voltando para sua busca incessante.

Ravi adorava pintar e fazia isso com primor, havia herdado isso de sua mãe e o tempo apenas servira para aprimorar aquilo.

Sempre se dedicou a tudo o que mais gostava, indo da alquimia até o combate com espadas e se tornando ótimo em tudo o que fazia. Era um pouco complicado, devia admitir, por vezes ouvira que tudo o que sabia fazer não era mérito seu, era fácil tendo família que tinha, certo? Ou até mesmo era alvo das brincadeiras e palavras maldosas fazendo chacota do fato de “ser bom demais”.

Mas Ravi sempre tentara dar seu melhor, ele não podia ser julgado por isso, podia?

— Que lindo! — a voz de Theodor soou em seus ouvidos, o fazendo sorri e olhar para o garoto ao seu lado, que tentava, inutilmente desenhar dois sapinhos.

A professora pedira para que desenhasse um objeto que lembrassem a história de seus pais, e lá estava o filho da Rapunzel desenhando a torre e a flor.

Já Theo bufava inconformado com seu desenho, era um desastre naquilo, preferia cantar, dançar e cozinhar, era ótimo nisso!

— O seu está... fofo — sorriu, vendo que os sapinhos olhavam para um céu estrelado, onde duas estrelas brilhavam ainda mais, destacando-se.

Sorriu, pois sabia a história de Tiana de cor e salteado, sendo esta uma das favoritas da própria mãe. Mas antes que tecesse um comentário mais elaborado de como Theodor pudesse melhorar, o sinal tocou e a professora liberou os alunos, elogiando os melhores e encorajando aqueles que não foram tão bem assim.

Ambos saíram juntos, Ravi prometendo que lhe ajudaria no que fosse necessário, mas acabaram se separando, indo para aulas diferentes e prometendo se encontrarem no horário do almoço.

— Isso não parece um sorriso — Dizzy resmungou, seus lábios formando um belo e doce sorriso.

— É porque não é — Fritz respondeu em mesmo tom, tinha um sorriso pequeno no rosto enquanto ambos olhavam a careta assustadora que Gil fazia.

— Ok meninos, e menina — a Fada Madrinha sorriu gentil. — Sei que irão melhorar com o tempo e estou ansiosa com isso, mas agora estão dispensados!

Dizzy sorriu verdadeiramente com a noticia, sabendo que poderia até mesmo se encontrar com Evie e contava com isso, arrastou Fritz consigo, este que não se opôs.

Gael tinha um olhar questionador, sabia quem era aquele garoto, sentada embaixo de uma das arvores do grande jardim do colégio, em uma das mãos tinha um livro e na outra uma maça, que comia de forma lenta.

— Vai babar — a voz lhe era familiar e apenas suspirou, olhando nos olhos escuros de Fritz, odiava, da mesma forma que admirava, a forma sorrateira e silenciosa que o outro se aproximava de qualquer um.

— Não vou, só não consigo entender por que eles vivem em tanta paz e nós...

— Nós nos afundamos no caos que criamos, Gael. É simples. — o filho de Gothel suspirou mais uma vez, acenando com a cabeça, indicando que compreendera o que o amigo dizia.

Fritz finalmente conseguira se livrar de Dizzy e se manteve sentado ao lado de Gael, vendo o outro ainda fitar de forma peculiar o filho da Branca de Neve. Era intrigante ver o garoto saborear aquela maçã, sem medo algum.

Porém sua atenção fora tomada para o garoto que sentara-se ao lado dele, sorria, ainda tímido, mas logo engataram em uma conversa amigável, que fizera o filho da Branca de Neve deixar o livro de lado e lhe dar total atenção.

O recém chegado tinha apele escura, talvez um pouco mais clara que a sua própria e usava um óculos redondo.

— Agora quem está babando é você. Theodor, filho da princesa Tiana, é a primeira vez que sai de New Orleans. — Gael tomou a frente, voltando sua atenção para Fritz. — Ele é seu príncipe. — não pôde evitar a piada sem graça.

Porém para sua surpresa o filho do Dr. Facilier se desatou a rir, algo raro para a face sempre neutra, o filho de Gothel não entendeu, mas fora contagiado pela risada alta do outro, ignorando os olhares sobre ambos.

Corona – Calabouço do Castelo

— Estou perto — o riso tomou conta do lugar pequeno e úmido, num canto escuro uma pequena mesa de madeira tinha sobre sua superfície diversos recipientes de vidro com líquidos coloridos e borbulhante, um livro ao lado era lido com avidez por aquele que lá vivia. — Depois de anos... CORONA VAI ME PAGAR!

Mas longe do colégio de Auradon, no castelo da Bela e a Fera,

— Rei Adam, trago noticias de Corona. — o mensageiro falou, assim que sua entrada fora concedida. — Varian conseguiu fugir, e está vindo para Auradon.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.