Depois do fim

O começo do fim


Passou-se um ano desde a morte de Augustus e eu ainda me sentia completamente em choque todas as vezes que pensava nele ( o que acontecia mais da metade do meu dia). Parei de freqüentar o grupo de apoio há dois meses, desde que meu médico disse a meus pais que eu tinha apenas mais cinco meses de existência, que os remédios não causavam mais efeitos. Para mamãe foi uma notícia devastadora, acho que ela esperava que eu e meus pulmões de araque sobrevivêssemos. Já para meu pai não foi algo surpreendente, pelo menos era o que ele queria que eu pensasse.

E aqui estava eu, deitada em minha cama, olhando para o nada, jogando apenas o tempo fora.

—_Como você está querida? __ Disse meu pai, entrando e segurando duas xícaras de chá gelado.

—_Fora o tédio, estou bem sim, não se preocupe! __ Respondi sentando na ponta da cama, pegando um dos chás e, solenemente, ele senta do meu lado.

—_Não deveria passar tanto tempo aqui, quero dizer, deveria sair, você sabe disso, não sabe?

—_Eu sei disso, vou sair hoje, vou ao novo museu da cidade!

—_Sozinha?

—_Não, Isaac vai estar lá!

—_Isso é ótimo, Hazel!

Todo o caminho de carro até o museu foi silencioso entre mim e minha mãe. Acredito que ela está em choque com tudo isso ainda, e a forma de manifestar essa dor é ficando em silêncio, mas isso me deixava louca.

—_Mãe, o fato de eu estar com os dias contados não significa que você tem que me tratar como se já estivesse morta! __ Ressaltei indignada, porém nenhuma palavra foi dita por ela.

—_Tudo bem, desculpe pelo o que eu disse agora, mãe!

O resto da ida até o museu durou apenas 5 minutos, só que pareceu uma eternidade.

—_Tchau, mãe! __ Me despedi ao sair do carro.

—_Hazel, espere! __ Ela finalmente disse algo, obrigado Deus! Entrei no carro e ela comentou:

—_Eu não quero que você ache que estou te ignorando, minha filha. Eu me calei porque quero que você tenha suas próprias escolhas, enquanto tem tempo. Eu fiquei feliz porque você ainda tem força física, não queria que você passasse o resto de sua existência debilitada. Estou com medo, Hazel. Você é minha menina, te amo, filha! __ Ambas já estávamos aos prantos.
“Não quero que nos deixe!” disse mamãe, com muita dor.

—_Eu nunca deixarei você, mãe. Enquanto você viver ainda estarei com você, te amo também.

Nós nos abraçamos e foi o melhor abraço em tantos meses que se foram. Ficamos ali, naquele balançar do vento. Nossos corações batendo forte e o amor de mãe e filha, algo eterno.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.