THOMAS

Depois do acidente com Teresa eu voltei lá, vasculhei entre os escombros na tentativa de encontrar seu corpo, cada pedra que eu movia fazia com que meus batimentos cardíacos ficassem mais acelerados que o normal. As veias do meu pescoço pulsavam e o suor escorria por meu rosto incessantemente, eu precisava achar o corpo de Teresa e lhe dar um sepultamento digno, mas eu não encontrava, não importava o quanto eu vasculhasse não estava mais lá. Agachei e baixei a cabeça enquanto descansava um pouco, senti uma mão feminina encostar-se a meu ombro, levantei a cabeça vagarosamente e vi que era Brenda, ela fez um movimento e agachou junto a mim.

—Sinto muito Tom. –Sussurrou-

Tom... Teresa sempre me chamou assim, não fazia sentindo que alguém que não fosse ela usasse esse apelido. Não queria magoar Brenda, mas ser chamado assim me machucava me corroia por dentro.

—Posso te pedi um favor? –Tentei não soar grosso-

—O que você quiser tom. – Ela olha bem para meu rosto, mas eu não consegui olha-la-

—Não me chame de Tom.

Ela movimentou a boca para falar algo, mas hesitou, senti que havia a magoado. Ficamos ali em silencio por quase vinte minutos, foi quando Minho gritou e entramos para o refugio. Os poucos clareanos que sobraram estavam comendo um tipo de mistura, Brenda juntou-se ao grupo e resolvi ir deitar, fechei os olhos a fim de esquecer que aconteceram tantas tragédias desde que saímos do labirinto. Ben,Alby,Chuck , Newt e agora Teresa.

TOM!

Ecoou em minha cabeça.

TOM!

Ecoou como um choro. Abri os olhos e saltei da cama. A dor de ter perdido Teresa estava me fazendo ouvir coisas.

THOMAS!

O eco soou como um sussurro, me fazendo lembrar-se de quando Teresa subiu pela caixa do labirinto. Fui até o banheiro e lavei o rosto para certificar-me que estava bem acordado.

TOM...

Teresa? – disse mentalmente –

Dói muito Tom. -Ela parecia chorar- Você me abandonou.

Caminhei pelo cômodo do quarto tentando assimilar se aquilo era real.

Você está ferida? –Quis saber-

As dores do coração são maiores que as dores físicas. Estão cuidando de mim, Tom. -Ela gemeu-

Teresa?

Sim?

É você mesmo?

Sim, Tom.

Onde você está? –perguntei-

No hosp...

Foi como se a conexão estivesse caído.

—Teresa está viva. –Gritei –

—Oi? – Minho dividia o quarto comigo e havia acabado de entrar- Aquela trolha cara de mertila foi esmagada.

Dei uma tapa na cabeça de Minho.

—Teresa está viva seu Plong miserável. Ela falou comigo e foi real eu sei que foi.

— O fulgor afetou sua cabeça de mertila .

Bati a porta e sai. Eu ia procurar Teresa onde houvesse feridos. Nos dois primeiros hospitais que encontrei não havia nenhum sinal de Teresa. Quando estava a caminho de um terceiro hospital, passei por um enorme fluxo de pessoas, a multidão praticamente me arrastava contra o caminho, mas insistentemente desviei deles até consegui chegar. Na recepção perguntei se Teresa estava na lista de feridos, depois de checar me disseram que não, mas que havia alguns feridos não identificados ainda. Acompanhei uma moça até um cômodo que contava com mais ou menos trinta feridos, analisei bem o local e cada rosto de acordo com passo que dava. Teresa. Senti meu coração pulsar forte. Era ela, dormindo ingenuamente, e com a pele branca bastante machucada, corri de encontro ao seu leito.

—É ela. –Disse-

—Ok,como você se chama? – A moça perguntou-

—Thomas.- Olhei o rosto de Teresa – E ela Teresa.

—O que você é dela? –Ela anotava tudo em uma planilha –

Segurei a mão de Teresa.

—Sou tudo que ela tem. Qual a gravidade dos ferimentos?

— Ela foi resgatada debaixo de uma pilha de concreto, ainda respirava mesmo ferida gravemente. Estamos mantendo-a assim. Sedada. As únicas palavras que ouvimos sair da boca dela foi Thomas, agora sabemos que é você –Ela arrumou o soro que estava ligado ao braço de Teresa- Você pode ficar com ela se quiser.

—Mas ela vai ficar bem? –Perguntei demonstrando preocupação -

— Ela corre risco de vida.

A moça virou-se me deixando ao lado de Teresa. Sentei em uma cadeira que estava encostada a cama. Não soltei a mão dela nenhum minuto, sentia um alivio e ao mesmo tempo medo de perdê-la de verdade, eu não ia suportar, não uma segunda vez.

—Não vou deixa-la dessa vez, e, por favor, não me deixe também. Eu sei que é egoísmo de minha parte porque fui eu que a deixei primeiro, você nos salvou Teresa e eu estava com ódio, eu fui egoísta e injusto. —Encostei os lábios na testa dela lhe dando beijo- Não me deixe.

***