Depois da Tempestade
Capítulo Único
Ouviu-se um estouro alto seguido por um choro baixo de uma menina assustada que caiu da cama junto ao murmurar do vento, que batia as janelas do outro lado da casa. A porta abriu brusca deixando o quarto se iluminar do filete gordo de luz. O menino observou aflito a garota que se encolhia no chão tapando os olhos com as mãos cerradas.
—Haruhi. – andou alternando entre o rápido e o devagar até a menina. – Haruhi, tudo bem, vai ficar tudo bem.
Ele a levantou e a sentou na cama, mas a cada barulhinho que o céu fazia, ela se encolhia e chiava agudo.
—Vem cá. – a abraçou e lhe fez carinho na cabeça a deixando apertar forte a camisa social. – Vai ficar tudo... – mais um estrondo e ela pulou quase soltando um grito. – Vai ficar tudo bem. – a trouxe mais para perto de si e a deitou na cama deitando bem ao lado sem tirar os olhos de cima dos dela, extremamente ansiosos e assustados.
Segurou o rosto pequeno e a fez olhar em seus olhos enquanto levava as mãos até as orelhas, onde as prensou fazendo força para abafar o barulho. Ainda assim, tremia fraca a cada barulho forte.
Tamaki sentou na cama e a cobriu melhor com o cobertor para que o frio não fosse um incômodo a mais. Quando voltou a deitar na altura dos olhos alheios, eles já estavam cerrados e a respiração, fraca. Tinha dormido mesmo com o barulho; mas não deixou de notar que sua mão apertava o lençol cada vez que o barulho ressoava.
Sorriu triste diante da fraqueza da menina e se permitiu dormir a abraçando; caso ela acordasse de novo no meio da noite, ele ao menos a abraçaria forte e diria quantas vezes fossem necessárias que tudo ia ficar bem depois da tempestade.
~ ☆ ~
Abriu os olhos e sorriu com a claridade lhe doendo a vista. Ela ainda matinha os olhos cerrados, mas franzia o cenho encabulada. Tamaki se permitiu rir e apertar o abraço com a menina, que devolveu apertando pouco mais intensa.
—Isso não aconteceu. – ela disse firme.
—Claro que não. Já é a segunda vez essa semana que não acontece. – riu.
—Exato. – Haruhi sorriu afrouxando o abraço e suspirou pesado na camisa do rapaz decidindo que ainda era muito cedo para sair da cama.
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