Depois da 2ª Guerra Bruxa

Capítulo 10 - Tia Andrômeda


Após chegar a estação de King Cross, Draco olhou ao redor procurando sua tia Andrômeda. Assim que a viu, notou que em seus braços estava seu priminho. Era tão pequenino. Ele dormia tão aconchegado no colo de sua tia que mal dava para vê-lo. Só ficavam amostra alguns fios do seu cabelo, que por sinal se tornaram azul. A última vez que Draco o vira, seu cabelo era amarelo. Seu primo puxara a mãe e assim como ela, também mudava a cor dos cabelos.

Muitos não sabiam, mas Draco era primo de segundo grau de Ted Lupin. A história era longa, mas era a seguinte: Seus avós maternos tiveram três filhas: Andrômeda Black, Narcisa Black e Belatrix Black. Andrômeda era a mais velha e quando jovem, se apaixonou por um bruxo mestiço (filho de mãe bruxa e pai trouxa) chamado Ted Tonks. Quando decidiu se casar com ele, a família Black não o aceitou e assim Andrômeda se afastou do restante da família. Um ano após o casamento, Andrômeda deu a luz a uma linda menininha, a qual dera o nome de Ninfadora Tonks. O restante da história todos sabem...

Desde que seus pais foram presos, Draco fora morar com a única tia que lhe restara. Apesar de não ter muito convívio com o sobrinho, Andrômeda sempre fizera questão dele e sempre enviava presentes no natal. Assim que o vira, ela correu para abraça-lo com uma das mãos que estava livre, pois o bebê se virara em seu colo e ela o segurava com uma mão.

– Oi meu querido, que saudade. Como está sendo o ano? - perguntou a tia de Draco.

Andrômeda, apesar da idade (ela tinha aproximadamente a mesma aparência de uma trouxa de 50 anos), ainda conservara os traços de moça, tendo os cabelos castanhos e muito lisos e lindos olhos acinzentados, além de uma expressão bem simpática. Ninguém diria que ela era irmã de Belatrix Lestrange (o sobrenome era do ex-marido de Belatrix).

– Oi tia! - disse Draco sem emoção.

– Ora Draco, que cara é essa? Não está feliz em me ver? - perguntou sua tia.

– Não é isso, eu só estou cansado da viagem. - mentiu Draco.

Seu último ano não fora dos melhores, pelo menos até o momento atual. Mas ele não queria explicar para sua tia, principalmente a parte de seus planos.

– Sem problemas, você tem uma semana de descanso antes das aulas voltarem. - disse sua tia animada.

– Tenho uma surpresa para o meu sobrinho preferido. - disse Andrômeda com um sorriso no rosto.

– Uma surpresa!? - perguntou Draco.

– Claro, mas só quando chegar na minha casa você irá descobrir. - disse sua tia, ora com a expressão enigmática, ora sorrindo para o sobrinho, pois ela o adorava.

Draco esquecera de seus problemas e na ida a casa de sua tia, os dois conversaram animados. Draco agora segurava o pequeno Ted. O bebê era uma graça e adorava o primo. Depois da morte de seus pais, Andrômeda fazia questão de encher o neto de carinho, pois ele era tudo o que lhe restara de sua filha.

Ao chegarem, assim que entraram na sala, Draco parou e ficou estático na porta. Não acreditara no que vira. Sua mãe estava lá. Sentada no sofá.

– Mã-Mãe!? - perguntou Draco quase engasgando.

Narcisa correu para abraça-lo. Draco retribuiu o abraço. Ver sua mãe era a útima coisa que Draco imaginava no momento.

– Meu filho... Eu estava com tanta saudade de você meu amor! - disse Narcisa entre lágrimas.

– Mas como...? - disse Draco?

– Ah meu querido... Sua mãe conseguiu provar sua inocência. - disse Andrômeda abraçando a irmã.

Apesar de anos afastadas, ela sempre teve muita afeição por Narcisa. Só não se dava bem com Belatrix e o restante da família Black.

Draco e sua mãe ficaram conversando por um bom tempo, enquanto se abraçavam. Narcisa sempre amou muito o filho e só permanecera ao lado das trevas por medo de que algo acontecesse a ele ou a Lúcius.

– Mas e o papai? - perguntou Draco sem esboçar qualquer sentimento na voz.

Draco culpava o pai pela desgraça da família Malfoy. E não o tinha perdoado ainda.

–Ah meu filho... Sente-se. - disse Narcisa.

– O seu pai... - disse com lágrima nos olhos.

– Ele pegou prisão perpétua em Azkaban. Ele cometeu muitos crimes a mando do Lorde das Trevas. - disse Narcisa com grande pesar.

Ela, apesar de tudo, ainda amava muito o marido e desde que tivera a notícia, sofria muito.

Draco abraçou a mãe. Ele não sentia falta do pai, mas queria consola-lá.

Andrômeda entrou na sala e percebeu que o clima estava pesado. Para melhorar, ela trouxe o pequeno Ted que acabara de acordar. Narcisa se apaixonou pelo bebê desde a primeira vez que o vira e assim, o clima na casa melhorou.

A casa da tia do Draco era bem diferente da sua, ela era bem modesta, porém muito aconchegante. No final da noite, os três (o bebê dormia) comemoraram o natal e até trocaram presentes. Tanto Draco como Andrômeda faziam de tudo para que Narcisa não pensasse mais no marido e se alegrasse um pouco. Ela estava abatida desde que fora presa. Todos sabiam como era Azkaban, pelo menos por comentários. Andrômeda cuidaria da irmã até que ela estivesse restabelecida. Ela havia perdido alguns quilos, estava bem magra e até parecia mais velha do que realmente era. Seus olhos estavam com olheiras horriveis, mas pelo menos na noite de natal, um pouco de alegria voltara aos seus olhos diante das palhaçadas da irmã. No final da noite, após a troca de presentes, todos se aconchegaram em seus quartos e finalmente dormiram.

Após alguns dias na casa da irmã, Narcisa pareceu recuperar um pouco da cor e ja estava bem melhor. Ela agradeceu a irmã por cuidar dela e se desculpou por não te-lá procurado por anos. Após uma longa e divertida conversa, ela fora falar com seu filho.

– Draco, eu vou voltar para a nossa casa amanhã. Você gostaria de voltar comigo? - perguntou Narcisa.

– Mãe, eu amo muito a senhora mas não quero voltar aquela casa. Não depois de tudo o que aconteceu. - disse Draco com firmeza.

Narcisa acenou a cabeça ao filho como sinal de que compreendia seus motivos e por fim, foram almoçar com a tia e o primo de Draco.

Faltavam apenas dois dias para que as aulas finalmente recomeçassem. O recesso de natal era pouco e portanto ele deveria voltar a escola. Narcisa se despediu e todos e voltou a mansão dos Malfoys. Draco ficara e passou o restante do tempo na casa de sua tia, principalmente com seu priminho, que já brincava de fazer seus brinquedos flutuarem, além de praticamente todo dia mudar seu cabelo de cor. O pequeno Ted Lupin não havia nascido lobisomem (um fato que sempre preocupara seu pai durante sua vida). Porém ele era um Metamorfo igual sua mãe. De seu pai ele apenas puxara os olhos e o sorriso.

Passado se a semana, Draco, sua tia e o priminho se dirigiram a estação de KingCross. Após se despedir, Draco entrou no trem.