—Os senhores estão bem? - Questiona Peter, levantando-se e ajudando tanto Norman quanto Wilson.

—Sim, garoto. O que foi aquilo?

—Eu não sei, só ouvi um gatilho e, por instinto, pulei para salvar vocês. - Explica, cortando a parte que o sentido-aranha lhe alertou.

Todas as pessoas olham apreensivas para Norman, Fisk e Peter.

—Dê-nos um minuto, jovem. - Diz Wilson, encostando a mão nas costas do aliado e afastando-se.

...

Ao chegar ao solo, Mercenário percebeu que o Demolidor se encontrava com o atirador. Inicialmente suspeitou que ele fosse um segurança de Osborn que percebeu sua presença, mas o trabalho de segurança particular não é esse. Ele morreria por Norman, mas não mataria o agressor. Além disso, suas vestimentas eram incorretas. "Que segurança usa uma camisa com caveira?", perguntou para si mesmo.

Então se lembrou dos jornais que leu e de um assassino chamado Justiceiro cujo propósito é punir do seu jeito aqueles que merecerem, no caso criminosos e afins. Puxando as cartas, ele aplaude os dois vigilantes em conflito.

—Dois vigilantes brigando por mim. Tem Mercenário para todo mundo, caras. Mas prefiro as moças.

Mercenário arremessa a carta na direção dos homens. Demolidor e Justiceiro esquivam e a carta acerta o pneu de algum veículo.

—Eu resolvo isso. – Diz o Demolidor, correndo até o Mercenário com o punho erguido.

Demolidor lhe dá um soco, mas Mercenário desvia e retribui com o mesmo ataque. O vigilante desvia também, se agacha e dá uma rasteira no assassino. Ele cai, mas não antes de jogar para cima algumas cartas de baralho. Mercenário rolou para o lado e viu as cartas acertarem a roupa do Demolidor. O Diabo da Guarda fica ajoelhado, mas logo se levanta e continua o confronto físico.

Ignorando os arranhões na pele, Matt puxa os dois bastonetes e ataca a cabeça do Mercenário. O vilão desvia e revida com uma joelhada em seu estômago e uma cotovelada nas costas. Por fim, puxa as adagas sais e coloca uma abaixo do pescoço e a outra encostando no busto do vigilante.

—Não recebi um extra para matá-lo, mas cobrarei isto de meu chefe depois. - Diz o Mercenário, prestes a enfiar o sai no peito do vigilante. Entretanto, um cano frio encosta atrás de sua cabeça.

—Mate-o e eu atiro - Diz uma voz grossa.

—Não tenho medo da morte. Sou aliado a ela.

—Eu sei quem é Lester. Nasceu rico, tinha uma família saudável com esposa e filhos, serviu por anos no exército e era um dos melhores atiradores. Você errou um tiro e endoidou. Mata por prazer, o dinheiro é apenas um extra.

—Lester? Quem é Lester?

—Tem razão. Lester morreu naquele incêndio provocado por ele mesmo para matar a própria família. Este que vejo é apenas um monstro, um psicopata.

Mercenário, muda de posição rapidamente e usa os sais para atacar o Justiceiro. O vigilante da caveira atira, mas sem sucesso. Matt consegue se afastar e fica de pé.

—Você sabe sobre mim, eu sei sobre você. Frank perdeu a família para a máfia. Frank é um ex-militar. Frank é um assassino frio, como eu. Frank Castle é o Justiceiro.

—Não somos do mesmo time. Você é pago por criminosos para matar! Seu dinheiro é sujo.

—Ei, parceiro, vim apenas para matar Fisk e Osborn. Dois criminosos. Neste momento, o que nos difere é o dinheiro.

—Nunca me chame de parceiro! - Frank parte para cima do Mercenário.

Eles trocam socos e chutes, mas Castle é quem leva a melhor, derrubando o Mercenário e colocando a arma em sua cabeça.

—Um nome! Agora! Quem te contratou?! – Ele grita.

—Frank...

—Abraham Lincoln? - Zomba o Mercenário. Aquilo irrita o Justiceiro.

—Eu nasci em julho. Quando chegar lá, eu atirarei em você. 1...

—Não estamos em abril?

—2...

—Frank, não o mate! Precisamos dele vivo! - Diz o Demolidor, recuperando-se dos arranhões em sua pele.

—3... - O Justiceiro não queria ouvir. Queria a justiça de sua forma - 4...

—Castle, não atire! – Matt já se aproxima do Justiceiro.

—5... - Encosta o dedo no gatilho da pistola - 6... 7!

—Não! - Um disparo!

...

Dentro do prédio, Wilson Fisk toma um gole de champanhe com Norman Osborn. Fisk havia se desculpado com Norman pelo mal-entendido. Quando lhe ofereceu a rosa, era na intenção de matá-lo. E iria matá-lo, o Mercenário foi pago para matar aquele que o contratou, que teoricamente seria o Osborn. Ficou surpreso pela traição e ele pagará pelo que foi feito.

—Peço desculpas, Norman.

—Desculpas não apagarão o que foi feito aqui, Wilson. Quase morremos. – Diz Norman em sussurro. - E tem alguém querendo matar nós dois.

—Eu sei, e o que foi feito aqui jamais será esquecido e prometo que o Mercenário pagará pelo que fez.

Enquanto eles conversam, o sentido-aranha de Peter Parker vibra. Algo deve estar acontecendo, mas não pode sair agora. Se alguém tentar atacar ou Norman ou Fisk mais uma vez, deverá estar por perto. Enquanto isso, Jameson grita com ele, exigindo que venha tirar fotos com o Fisk, que relatará com exclusividade o que aconteceu.