O homem da máscara está no elevador. Ele já matou todas as pessoas no saguão, ao menos na conta dele. Pode ter sido mais, pode ter sido menos. Não importa. Suas ordens foram bem claras: matar Wilson Fisk.

O elevador dá uma estagnada. De repente a porta se abre. O homem vê uma dúzia de segurança, todos armados com submetralhadoras. Um sorriso fica explícito no rosto dele. Havia apenas um pensamento em sua cabeça: "Hora do banho de sangue!".

De dentro da manga, ele retira duas lâminas afiadas, provavelmente facas, e encosta na lateral do elevador. Cada segurança aperta o gatilho e barulhos de tiros ecoam pelo corredor. Após um tempo, os atiradores param e o estrago no elevador é enorme. Mas não havia nenhum corpo.

De repente, as duas lâminas são arremessadas e acertam dois seguranças na garganta. Rapidamente o mascarado salta para fora do elevador e puxa um par de cartas afiadas, jogando na direção de outros seguranças, matando-os. Ele alcança as lâminas e as recupera. Muitos seguranças vão até o assassino, tentando acertar alguns socos. O assassino desvia de todos os golpes direcionados a ele. Poucos segundos depois, havia apenas um segurança vivo, apesar de machucado e ofegante.

—Compadre, onde fica o escritório do seu chefe? – Questiona, tirando lentamente a carta do corpo do guarda.

—No 37° andar. – Diz, quase engasgando com o próprio sangue.

—Obrigado. - Ele utiliza uma carta e corta a garganta dele – Me poupou um baita tempo.

O assassino sobe as escadas em paz.

...

Em seu imenso escritório, Wilson Fisk é alertado de uma brecha na segurança. Alguém estava matando todos seus funcionários. Na recepção, nos corredores. Fisk senta na cadeira e observa o computador. Nele, mostrava imagens da câmera de segurança. Um assassino valente matando todos a sua frente. De forma fria, sutil e eficaz. “Impressionante”.

...

Finalmente o assassino chega ao 37° andar da Torre Fisk. Sabe-se lá quantas pessoas morreram no meio do caminho. Ele não se importava. Nunca se importou com o número de vítimas. Faz parte de seu trabalho.

Ao terminar sua subida pelas escadas em espiral, o assassino espia com cautela o próximo corredor. Disparos de metralhadoras foram efetuados e ele teve que se proteger.

O assassino pega dois pares de shuriken - as populares estrelas ninjas, que são feitas de aço e possuem 4 pontas. Em poucos segundos, ele se joga no chão e dispara as shurikens para frente, batendo suas costas da parede de concreto. Felizmente, ele pôde ver as shurikens acertarem os quatro tolos uniformizados à frente. O assassino se levanta e pega um par de sais - outra arma ninja, desta vez possuem duas pontas maiores e uma menor no meio.

Ele dá um chute na imensa porta, entrando no imenso escritório de Wilson Fisk. O assassino encontra um homem gordo e careca, de terno branco e sentado em frente a um computador. Ele não parecia assustado.

—Incrível desempenho! - diz Fisk, girando a cadeira e aplaudindo lentamente.

—Obrigado! Mas eu tenho que cumprir meu objetivo, que é matar você! Sem enrolação, sabe? – Aproximando, ele se prepara para arremessar os sais.

—Infelizmente, companheiro, não cumprirá seu objetivo. – Diz Fisk, confundindo o criminoso.

—Por que não? Posso te matar agora mesmo!

—Eu dobro a proposta para que você mate quem o contratou antes. – Ao ouvir aquilo, o assassino sorri e guarda as armas.

—Você acha que eu sou um tipo de mercenário ou algo assim?

—Claro. Você mesmo se autodenomina assim.

—Sim, quero esse nome oficialmente. Combina comigo. Mercenário. Aceito sua proposta.

—Me diga: Quem o contratou?

—Bom, eu queria que fosse surpresa, mas posso dizer que você o encontrará amanhã na festa prefeitura. Digamos que ele é um sócio muito conveniente em seus negócios. – Diz o Mercenário, sentando à mesa.

Fisk se assustou. Só havia uma pessoa com quem o Rei se encontraria amanhã. "Justo ele."

—Mercenário, quero que o mate amanhã durante o evento.

Naquele mesmo instante, dentro de um furgão preto nos arredores da Torre Fisk, Frank Castle ouve a conversa. Um grampo foi instalado ali dias atrás e seu parceiro, o hacker Micro, invadiu as comunicações de Wilson Fisk. Frank, o Justiceiro, ia fazer um trabalho próprio, algo sobre invadir a reunião de uma família criminosa, mas Micro alertou sobre uma urgência na Torre Fisk. Apenas acompanhou os áudios da conversa entre Mercenário e Fisk.

—Está ouvindo, não está? – Pergunta Frank.

Sim, estou. – Responde a voz no comunicador em sua orelha.

—Daqui a pouco a polícia chega e o lugar ficará impossível de entrar. Diabos! – Reclama, jogando uma faca no chão.

Acho que precisamos detê-lo, Frank. Seja lá quem for o cara que o contratou, vai atacar amanhã.

—Por quê? Dois criminosos se matando não é problema meu.

Eu até concordo, mas considerando que teremos um assassino solitário solto pela cidade, capaz de destroçar centenas de seguranças sozinho. Precisamos detê-lo, perigoso demais.

—Tem certeza que está falando dele e não de mim? - Ironiza, pegando uma bola macia para se acalmar.

Precisamos impedi-lo, Frank.

Certo. - Concorda, enfim.

E vamos precisar de ajuda. Sei quem pode nos ajudar.

...

A noite chega ao bairro de Hell’s Kitchen novamente. Em um beco, um homem de jaqueta preta agarra com força o braço de uma mulher. Ele segura uma faca enquanto a arrasta pelo beco e a empurra de costas contra a parede.

—Venha, gata! Terá uma noite de rachar neste beco!

—Solte-me! Socor... - a boca da mulher loira é tampada pela mão do agressor.

—Poupe o fôlego para o que virar a seguir. - Ele puxa um canivete e começa a rasgar o vestido da moça, que desmorona em choro.

De repente, alguém chega por trás e lhe acerta um chute. Tanto o criminoso quanto a moça caem, mas ela se arrasta para longe. Eis que a figura do Demolidor surge.

—Deixe-a em paz! – diz a voz sombria e assustadora. O homem não se intimidou com a figura vermelha.

—Ou o quê? Me mandará para o inferno? Piada! – Zomba e cospe no chão. – Aqui já é a cozinha, cara! O inferno é logo ali!

Demolidor ignora aquela provocação e pega um de seus bastões, acertando a cara do homem. O bandido arrisca um soco, mas o vigilante rubro bloqueia e dá uma cabeçada. Em seguida, chuta a perna, quebrando-a. Por fim, agarra-o pelo pescoço e o joga contra a parede, dando inúmeros socos no bandido. Eis que o vigilante ouve outra arma sendo engatilhada. Virando-se, consegue ouvir a presença de outro comparsa. Pela forma como se posiciona, ele segura a mulher com uma das mãos e a outra encosta um revólver na cabeça da moça.

—Não faça isso ou se arrependerá. – Ameaça o Demolidor, soltando o estuprador espancado em cima de uma sacola de lixo.

—Você vai morrer aqui, eu juro por Deus que eu te mato! – A mão do bandido treme.

—Então me mate. – Desafia.

Segundos depois houve um tiro. Porém, mais distante. Tanto o capanga quanto a mulher desabam, mas ela se arrasta para longe outra vez. Matt não compreende o que aconteceu, até que ouve o batimento familiar de outra pessoa.

—Ele. – Sussurra, movendo a cabeça para cima e saltando. No mesmo instante, as sirenes de polícia se aproximam.

Depois de um tempo, Matt chega ao local do tiro e o encontra ali. A mesma cara fria de militar, a mesma camisa de caveira com casaco por cima, o mesmo rifle de precisão guardado nas costas, assim como as armas e granadas na cintura. Frank Castle. Mas, parece diferente, parece contrariado e incomodado.

—Você.

Assim que o Demolidor chegou, Frank se vira e fala as quatro piores palavras do dia.

—Preciso de sua ajuda.