Demigods Avengers

Capítulo Dezenove – Lembranças.


P.D.V. James.

Enquanto isso, ainda na Stark...

―Olá, minha cara ninfa das águas. ―Cumprimentei a mulher enquanto virava de frente para ela e a abracei. ―O que faz tão longe dos oceanos?

―Você sabe o de sempre, deuses desesperados e trabalhando juntos só sobre pressão, então o trabalho de procurar aliados cabe a nós deusas e deuses menores junto com semideuses. ―Respondeu dando de ombros enquanto sentava-se na cadeira calmamente e assobiava olhando o lugar. Quando notei sua companhia, era um rapaz musculoso de olhos azul-cinzento e longos cabelos negros presos em um rabo de cavalo baixo. Ele trajava um jeans preto surrado, tênis Quix branco e uma camisa de mangas ¾ cinza. ―Vocês se superaram quando estavam reconstruindo esse lugar. ―Ela comentou em assombro quando foi cutucada pelo rapaz que a acompanhava.

Eu reconheceria essa voz em qualquer lugar, já que foi graças a essa voz que eu fui salvo. Ela pertence à Anfitrite, minha ninfa das águas, e não, nós não temos um relacionamento. Ninfa das águas é apelido carinhoso, até o Percy a chama assim.

―Na verdade, ainda falta completarmos algumas coisas antes de dizer que está pronta. Mas eu preferiria conversa em um lugar calmo e de preferência, onde não estamos presos. ―Disse a ela puxando-a pelo braço e recebendo um grunhido por parte do rapaz, mas como diria o Percy dando de ombros: “Dane-se.” ―Ainda temos alguns minutos para chegarmos à saída que dá pro subsolo e de lá, vamos por túneis subterrâneos até o centro.

Foi quando o rapaz, que estava com ela, se pronunciou pela primeira vez.

―Mãe, quem é esse mortal?―Ele perguntou desconfiado e notei, pela visão periférica, que me olhava de cima a baixo enquanto seguia-nos. ―O que ele tem a ver com o Percy?

―Mais respeito com o James, Tritão. ―Ela pediu apaziguadora enquanto seu filho praticamente me fuzilava com os olhos, mas eu vou dar um desconto que ele não devia me conhecer bem ainda. ―Ele é velho amigo meu, muito querido, por sinal. ―Anfitrite disse piscando pra mim provocadora fazendo-me rir e o filho dela começar a corar de raiva, o que me fez rir ainda mais enquanto apressava o passo.

Quando alcançamos a porta de saída, olhei em meu relógio percebendo que faltavam dois minutos e eu precisava inserir a senha rapidamente, a tensão não deixava eu me concentrar o bastante para digitar com a rapidez necessária e o tempo continuava correndo. Tentei cinco vezes e, enfim, consegui digitar certo. A porta se abriu e nós passamos por ela. Olhei pra trás percebendo que a porta foi bloqueada e a buzina final ecoou até o túnel, onde estávamos andando, indicando o prédio em quarentena.

―Muito bem, você deve ter muitas perguntas pra mim. ―Comentei enquanto parávamos um pouco para recuperar fôlego, principalmente, eu. ―O que quer saber primeiro, Tritão?

―Qual é a sua relação com a minha mãe, de verdade?―Ele perguntou cruzando os braços sobre o peito enquanto voltava a me analisar. ―Por que eu nunca ouvi falar de você?O que esse lugar e tudo isso tem a ver com o Percy?

―Como sua mãe já lhe disse, eu sou um velho amigo dela. Eu a conheci há sete anos quando ela me salvou de morrer afogado quando meu avião caiu no mar...

Flashback

Eu me lembro de sentir uma dor forte na cabeça, como se tivesse levado uma pancada, e então, fiquei inconsciente. Eu tinha uma sensação de leveza enquanto flutuava no oceano. Eu estava à deriva e preso na água abaixo de uma coisa prata bem grande, não conseguia discernir com exatidão o que era pela visão “nublada”. Quando ouvi uma voz suave chamando-me a distância. Era como o canto de uma sereia que te atrai para um transe. Então, eu apaguei novamente.

Quando acordei novamente percebi que estava deitado sobre algo áspero e quente, tateei ao meu redor, e constatei que eram como milhares de pedras milimétricas. “Areia.” Esse é o nome dessas pedrinhas. Próximo de mim, ouvi o som de água chocando-se entre si. “Ondas.” Olhei a área em que estava, e busquei por alguém que pudesse ajudar. “Areia + Ondas = ...Praia. Ta, eu estou em uma praia, a pergunta agora é: de onde?” Eu estava começando a entrar em pânico quando ouço a mesma voz chamando-me a distância novamente. “Ajuda.”

Eu tentei seguir o som dela e entrei no mar. Fui chegando cada vez mais perto do oceano enquanto voz se aproximava mais e ela pertencia a uma mulher. Eu estava encantado. Ela tinha longos cabelos de cor loiro-mel, flutuando ao redor de seu rosto com o movimento das águas, olhos brilhantes cor de safira e a pele em tom de pêssego suave. A parte inferior era a cauda de um peixe protegida pelas correntes de água, que formavam uma espécie de saia, enquanto a superior era humana com os seios protegidos por várias conchas formando uma espécie de sutiã.

―Quem é você que perturbou a calmaria do meu oceano?―Ela perguntou calmamente e eu arregalei os olhos, percebendo que ela respirava em baixo da água. Eu não tinha essa sorte e entrei em pânico, perdendo ainda mais ar. ―Existem outros de você?

Eu não entendi o que ela quis dizer com outros de mim e tentei gesticular explicando que não conseguia compreendê-la. Ela balançou a cabeça em negação antes de me puxar pelo braço, levando-me com ela até a superfície novamente. A mulher me lançou na areia sem nenhuma delicadeza, ela era bem forte. Então, respirei longas lufadas de ar e tentei me recuperar do que havia acabado de acontecer comigo, e tentei pensar uma resposta a suas perguntas. Quando percebi que não conseguia me lembrar de nada antes da dor. NADA. Eu não faço a mínima ideia de como vim parar aqui ou o que aconteceu comigo.

―Vamos começar com coisas simples, humano. ―Ela disse mantendo somente a parte superior fora da água. ―Tem outros sobreviventes?

―Sobreviventes?―Perguntei confuso recebendo um bufo irritado por parte dela. Ta, estou começando a entrar em pânico NOVAMENTE em 3...2...

―É do acidente de avião. ―Ela explicou apontando para a coisa que me mantinha na água. ―Aquilo, por exemplo, faz parte dos destroços. Você se lembra quantos tinham de você?

Eu tentei pensar em algo qualquer coisa que me fizesse lembrar, porém, nada me vinha à mente. Parecia que haviam passado uma borracha em tudo. Alguns minutos, frustrado, tentando lembrar e me dei por vencido.

―Não. ―Confessei frustrado olhando pro chão e envergonhado por ser inútil. ―Eu não me lembro de nada desse acidente, nem se foi mesmo um acidente. Eu sinto muito. ―Me desculpei com ela quando senti uma mão sobre o meu ombro e eu ergui os olhos. Era ela sorrindo gentil pra mim.

―Não tem problema. Eu vou te ajudar. ―Ela me assegurou com confiança fazendo-me sorrir um pouco. ―Ah, que cabeça a minha, ―Comentou rindo um tanto envergonhada. ―eu nem me apresentei, sou Anfitrite e uma Náiade como pôde perceber. E o seu nome?Você se lembra dele, pelo menos?

―Não. ―Contei sentindo minha frustração surgir novamente. ―Nem uma sensação ou algo pra me ajudar. É como se tudo tivesse sido deletado da minha cabeça.

―Mas eu não posso te chamar de humano é pejorativo!―Ela disse em falso horror fazendo-me rir do tom usado. Parecia que Anfitrite estava tentando diminuir a tensão da minha situação atual. ―Não tem nenhum documento em uma mala?Qualquer coisa serve.

―Eu... Eu não tenho certeza.

Nós ficamos em silêncio, ambos perdidos em pensamentos. No meu caso, no que vou fazer pra tentar descobrir o que aconteceu, quando Anfitrite estalou os dedos abrindo um sorrindo de orelha a orelha.

―Tenho uma ideia. ―Ela disse antes de mergulhar novamente e voltar alguns minutos depois. ―Só precisamos esperar um pouco, mandei os peixes irem atrás de algo do acidente.

Fim do flashback

―Nós ficamos esperando na água, um peixe conseguiu encontrar minha mala com uma camisa social com um nome bordado James e eu consegui lembrar um sobrenome Carbonell. Eu perdi minha memória no acidente e ela me ajudou a recuperar alguns fragmentos que eu precisava pra voltar à superfície. ―Contei percebendo o semblante incomodado de Tritão diminuir um pouco. ―Ela foi minha heroína, cuidadora e amiga. ―Terminei com um sorriso nostálgico e recebi um abraço de Anfitrite. ―Sem falar, que foi por causa dela que Sally e eu estamos juntos.

―Então, Tritão ainda precisa interrogar o James? ―Anfitrite inquiriu com sua melhor expressão reprovadora e as mãos no quadril.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.