Demigods Avengers

{Arco Gênesis} Capítulo Quinze – Uma perspectiva externa à situação [Rachel]


Acampamento Meio-Sangue, Long Island – Horário: noite, às 21h30min P.M

Talvez, eu devesse ter avisado ao Percy que estava com um pressentimento ruim em relação ao noivado dele. Não era ciúme nem nada desse tipo, eu estava conformada em ser só a melhor amiga dele, ou até mesmo a madrinha maluca dos futuros filhos dele. Até porque ele sempre quis, pelo menos, três filhos. – Finalmente o convenci de que sete filhos estão fora de cogitação para mulheres do século XXI, principalmente, com base nos custos de educação e alimentação de uma criança filha única. Claro eu o obriguei a ver Harry Potter para ver um pouco do cotidiano dos Weasley para entender a situação melhor. Sim, eu queria ver Harry Potter, então uni o útil ao agradável, mas, chega de minhas divagações. – Tentava manter a minha serenidade, mas, a sensação de mau agouro continuava tirando a minha paz de espírito e, pela primeira vez, desejei estar completamente enganada.

Não era justo porque o Percy parecia estar finalmente feliz e pleno sem o peso do destino do mundo em suas mãos. Ele estava tão feliz que era capaz de sorrir para as moscas e deixe-me dizer que isso é MUITO bizarro, sim, eu presenciei essa cena bastante peculiar, por assim dizer. Ainda me lembro claramente da noite em que recebi a primeira das várias visões que começaram a me atormentar...

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Em um motel próximo do centro de São Franscico, Califórnia – Horário: noite, às 20h30min P.M

Eu havia acabado de me trocar para dormir até chegar a hora de começarmos a viagem de volta para Long Island quando fui acometida por uma visão.

A cena estava turva e borrada, porém, parecia ser a cabana do Percy. Havia roupas tanto masculinas quanto femininas espalhadas pelo chão e era possível ouvir gemidos audíveis. “Ótimo, agora meu poder está sintonizando pornô. Isso é sério, Caos?!” pensei ligeiramente irritada, fazendo careta. Felizmente, eu não conseguia me aproximar para descobrir as atividades do casal. Eu só pude me manter parada no meio da cabana até que eu vejo uma silhueta masculina de costas para mim se aproximando e, por alguma razão, eu me movi junto com ela. Tinha quase certeza de que era a silhueta do Percy, mas, não fazia sentido.

A cena foi alterada, dessa vez, eu estava na praia do Acampamento. Porém, a terra tremia violentamente sob os meus pés e eu tive que me apoiar nas rochas, próximas da orla, para me manter de pé. Quando enxerguei o Percy ajoelhado na areia, ele socava e apertava a areia com tamanha violência que me assustou. Ele estava visivelmente alterado e gritou meu nome enquanto um trovão caia perto de mim, eu gritei de pavor antes de tentar correr, ainda que descoordenada para a areia, e fugir dos raios.

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Todavia, algo me dizia que isso ainda estava longe de terminar. As noites seguintes foram marcadas por essas visões que, conforme nos aproximávamos do Acampamento, elas ganhavam mais clareza até que eu tive a certeza de que a silhueta pertencia ao Percy e algo iria magoá-lo bastante para causar um acidente, que colocaria a vida de alguns campistas em risco.

Por essa razão, temerosa de que ele se transformasse em um monstro após tal ocorrência, pedi que ele tentasse se controlar, caso algo acontecesse. O resultado foi que meu melhor amigo fora exilado do Acampamento que ele tanto lutou para proteger. Sim, a vida não é justa para muitos, principalmente, se você for um certo filho de Poseidon que atende pelo nome de Percy Jackson.

Eu tive que engolir a vontade de fazer um barraco quando os via sendo melosos um com o outro em pleno refeitório do Acampamento, mas, parecia que eu era a única a notar isso. Então, eu recitava meus mantras mentais para me acalmar, lembrando-me que o Percy não iria gostar de ter sua privacidade exposta dessa maneira e me controlava.

Poucos dias após o incidente, Quíron nos fez jurar pelo Estige que não mencionaríamos novamente o ocorrido. Annabeth e seu amante – que eu admito ter xingado mentalmente de todos os nomes possíveis – conseguiram forjar laços com a maioria dos campistas, com exceção de alguns poucos como: Clarisse, Drew, Mitchell, Grover, Junniper, Nico, entre outros.

Porém, havia algo nesse novato me causava calafrios só de olhá-lo à distância. Sua energia carregada era sombria demais até para mim, que passei a evitar ficar em ambientes fechados na presença dele. Não sei como Annabeth consegue passar tanto tempo com ele e nem como ninguém desconfia do relacionamento desses dois. Apesar de isto parecer inacreditável, Clarisse compactuava com as minhas especulações e nós nos mantínhamos alerta para qualquer situação estranha envolvendo esse “Mark”.

Grover e Nico haviam sido os únicos a saberem a história completa sobre o incidente tal como havia prometido a ele. As caçadoras logo chegariam e eu iria terminar de cumprir minha promessa ao Percy. Quíron andava misterioso e estava extremamente quieto, parecia haver perdido parte de sua alegria e simpatia habituais. Porém, eu imaginei que se fosse algo ruim, o centauro já teria conversado comigo sobre o assunto, então, dei-lhe privacidade para resolver seus assuntos e não tentei usar meu dom para bisbilhotar sua vida.

Acampamento Meio-Sangue, Long Island – Horário: manhã, às 07h30min A.M

Estava arrumando minha caverna para me manter ocupada quando, subitamente, tive uma visão.

Estava no meio de uma multidão extremamente agitada de campistas alegres e, de longe, conseguia enxergar o Nico junto com Clarisse e o resto da nossa “gangue”. Havia vários rostos desconhecidos no aglomerado e nosso número havia praticamente triplicado. Entre os rostos desconhecidos está o de um rapaz de cabelos curtos, lisos e loiros além de brilhantes olhos azuis, que me traziam uma sensação de déjà vu, e uma bonita cicatriz no canto do seu lábio superior. Ele é bem alto e tem um corpo atlético, com braços musculosos e bronzeados. Tem uma tatuagem no braço que, por mais esquisito que possa parecer sei que são marcas de queimadura, sendo ela doze linhas retas com uma águia e as letras SPQR. Estranhamente, ninguém do nosso grupo parecia estar muito contente com a nossa atual situação.

―Campistas, finalmente o sonho de uma vida fora realizado atrás desses portões cobertos por esses panos vermelhos está o maior símbolo de união entre gregos e romanos. ―Quíron dizia com a voz embargada de emoção e seus olhos brilhavam como não via desde a partida do Percy, que instintivamente soube que fora há muito tempo. ―É, com imenso prazer e alegria, que lhes apresento o Acampamento Hero! ― em seu rosto um sorriso enorme de orelha à orelha.

E as cortinas caíram, revelando os imensos portões de bronze celestial com as letras AH esculpidas bem no centro. Atrás dos portões, estava um conjunto magnificente de edifícios cintilantes como um mosaico gigante de edifícios novos e limpos, em um arco-íris de cores que se erguem ao ar enquanto os carros reluzentes andam nas largas ruas pavimentadas. Eu estava encantada como uma criança em uma loja de doces pela primeira vez.

Fui expulsa da visão antes mesmo de poder explorar melhor o futuro acampamento. Parece que eu terei que perguntar ao Quíron quem são esses “romanos” que surgiram na minha visão. Seria possível existir outro acampamento secreto, porém... somente para semideuses romanos?

Decidi procurar por alguns livros da Casa Grande, tentando achar alguma coisa sobre a existência de outro tipo de semideus e os resultados foram infrutíferos. Em algum momento de minha pesquisa, comecei a ter a extraordinária sensação de estar sendo vigiada. A paranóia não me deixou pesquisar com o afinco necessário, então, decidi ir conversar com Clarisse, ainda mantendo-me extremamente alerta para qualquer sinal de problemas.

Saindo da Casa Grande, notei que, coincidentemente, Mark estava correndo na frente da casa principal no mesmo período em que eu saía dela. Isso me deixou com “uma pulga atrás da orelha” e uma desconfiança ainda maior desse novato. Nada me tira da cabeça a sensação de que ele não é “flor que se cheire” e, não só por ter causado a separação do meu melhor amigo e da sua namorada. Trocamos olhares e acenos de cabeça por mera cortesia. Os olhos dele eram frios como o gelo e mais assustadores que os dos monstros que já vi em minhas visões, eles enviaram tremores à minha espinha, todavia, eu mantive meu semblante sério e inabalado.

Uma coisa muito estranha é que quando investiguei para saber o que Mark fazia por ali, vários campistas juravam que Mark esteve a manhã inteira daquele dia na Arena, treinando. Nos dias que se seguiram, evitei andar sozinha pelo Acampamento só por via das dúvidas. Clarisse estranhou um pouco o meu comportamento, mas, eu disse que explicaria minhas suspeitas depois de conseguir provas, afinal, poderia ser apenas uma estranha coincidência Mark ter estado ali naquele dia. A ruiva psicótica não gostou muito de ter que esperar, contudo, aceitou o acordo a contragosto. Ela só sabia que tinha algo a ver com o Mark.

A sensação de estar sendo vigiada não diminuiu, pelo contrário, aumentou consideravelmente a ponto de eu me tornar um tanto paranóica. Na Casa Grande não havia muitos textos sobre os romanos, o que era esquisito considerando que a cultura romana fora tão importante quanto à grega para o mundo ocidental. Só havia encontrado um pergaminho perdido dentro de um livro da Guerra Civil Americana de 1864, que caiu por acidente quando procurava o índice da biblioteca. Parecia ser um registro de época envelhecido pelo tempo, contudo, escondi debaixo da minha cama junto com as minhas anotações.

“Dia 12 de maio de 1864.

A guerra continua com seu ritmo brutal e extremamente cruel. Sangue inocente e mortal junto do sangue semideus sendo derramados enquanto batalhas são travadas sorrateiramente disfarçadas pelo conflito civil. Sinto que minhas forças se esvaem a cada vida que é ceifada diante dos meus olhos. Amigos. Inimigos. Prisioneiros. Companheiros. Foram tantas as almas que já nem procuro mais contá-las para não sofrer ainda mais. Já não tenho mais tanta fé naquilo por que luto e nem sei se um dia voltarei a ter. No momento, meu único desejo é voltar com vida para minha esposa e meus filhos. Porém, não sei se conseguirei realizá-lo.

O clima é de ameaça iminente. Não sabemos quando os romanos irão atacar, por essa razão, tenho deixado registrados os acontecimentos dessa guerra para que se evite a continuidade de tal derramamento de sangue. Caso algo aconteça a mim em campo de batalha, espero que meus registros ajudem a encerrar esse conflito de maneira civilizada.

Contudo, se tal resolução não ocorrer e eu venha a falecer antes do término do conflito, espero que minha doce Mary receba meu testamento confiado ao banco e que ela me perdoe por quebrar minha promessa. Tudo o que mais quero é que seja alcançada a paz entre gregos e romanos. Esse está se tornando o meu motivo para batalhar.

Rezo para que possa continuar o próximo registro após mais um dia nessa guerra que parece ser infindável.

A.L.”

―Ruiva Maluca!―Clarisse me chamou da entrada da caverna. ―As caçadoras chegaram e o Quíron mandou todos irem para darmos as boas-vindas. ― e pude imaginá-la revirando os olhos em exasperação.

―Estou indo, Ruiva Psicótica!―gritei de volta escondendo o pergaminho novamente. ―Espero que Grover tenha guardado um lugar para nós de perto.

―Se aquele bode souber o que é bom, ele terá guardado. ―Clarisse ameaçou, erguendo seu punho no ar, fazendo-me rir.

Nós nos apressamos para encontrar Grover e o resto da gangue, infelizmente, não estávamos perto bastante para que pudesse chamar atenção de Thalia, mas, pude vê-la, à distância, conversando com uma menina loira de olhos azuis e leves traços asiáticos e elas pareciam estar rindo de algo. Com minha visão periférica, percebi Mark me analisando discretamente, então, volteei minha atenção para Ártemis que conversava com Quíron.

Acampamento Meio-Sangue, Long Island – Horário: tarde, às 14h30min P.M

Finalmente pude voltar minha caverna, pois, Mark – o autointitulado líder do Acampamento junto com a “Srta. Certinha” – me botaram junto com o grupo para fazer várias tarefas ao redor do Acampamento e não pude conversar com a Thalia. Pareciam ser propositais as atitudes dos dois, porém, descobri que a Taylor procurou saber do Percy, provavelmente, Thalia estranhou sua ausência e o fato de que Annabitch estava acompanhada de outro que não o Percy.

Foi pensando nisso que a encontrei caminhando sozinha com a Sra. O’Leary pela orla da praia. Então, chamei-a para conversarmos em minha caverna. Peguei a carta escondida e a entreguei para ela que, confusa, segurou meu braço.

Nesse instante, tive outra visão. Porém, diferente das anteriores, essa era focada especificamente no futuro de Thalia. Uma visão assustadora, se me permite dizer.

Era uma chuva torrencial com raios e relâmpagos ao fundo, o Camaro modelo SS dirigia cautelosamente, considerando o dilúvio que caía. Eu estava dentro do carro com a Thalia e o Percy que estavam fazendo um karaokê com o rádio ligado no volume máximo. Eu era somente uma mera espectadora invisível. Eles estavam diferentes, pareciam estar mais velhos. O cabelo de Thalia já não era curto como é atualmente assim como suas roupas já não eram de estilo punk – ela usava um vestido tomara-que-caia bege justo no busto com um cinto largo marrom abaixo do peito e a parte da saia cheia de babados, mas, que não disfarçava a gravidez, além de uma jaqueta jeans azul clarinha e um par de botas marrom, de cano baixo, sem salto – enquanto Percy usava um blazer azul marinho, camisa social em um tom mais claro do blazer, calça slim fit preta e coturno preto.

Os dois riam felizes enquanto Thalia acariciava seu ventre e Percy, de vez em quando, olhava amoroso para ela que sorria apaixonada de volta. “Parece que o Peixinho voltará a amar e terá um filho. Meu futuro afilhado.” Pensei com um sorriso um tanto abobalhado e orgulhoso simultaneamente enquanto imaginava como ele seria. Então, ouço o som ensurdecedor de várias buzinadas repetidas vezes assim como de pneus cantando no asfalto molhado, eu viro minha cabeça – com meu cabelo ruivo chicoteando o vento ao redor – em direção à origem do som a tempo de ser cegada pelos faróis altos de um caminhão desgovernado em alta velocidade que invadia, durante a curva, a pista de retorno – sentido que o Percy dirigia –. Eu gritei aterrorizada e cruzei meus braços à frente do meu rosto, preparando-me para o impacto, esquecendo-me totalmente que eu não sentiria nada.

Quando me lembrei desse detalhe, meu temor passou para a segurança de Percy e Thalia. Ela gritou desesperada pelo nome do Percy e seu braço esquerdo agarrou o braço direito do Percy enquanto pôs o braço direito sobre o ventre em uma vã tentativa de proteger o bebê e fechava seus olhos com força.

Percebi que os faróis do caminhão cegaram Percy temporariamente, que tentou virar o carro para que o impacto não atingisse o lado do carona, contudo, era tarde demais. O caminhão atingiu diagonalmente a lataria do carro com a força de quatro toneladas a cem quilômetros por hora, fazendo o carro girar descontroladamente sobre a pista molhada, saindo da rodovia em que estava, enquanto a porta do carona era arremessada longe e o chassi era arrancado com violência. Os pneus e calotas rolaram em todas as direções possíveis antes d’ a carroceria bater na mureta e, por fim, capotar – girando 180° no ar para fora da estrada.

O carro estava invertido e praticamente destruído. Porém, Percy e Thalia ainda estavam presos entre os escombros pelos cintos de segurança, que haviam travado no momento da pancada. Uma parte do tanque de gasolina foi incendiada, acendendo pequenas chamas na estrada molhada, chamas essas que foram rapidamente apagadas pela chuva. Os vidros foram estraçalhados e cortaram ambos os ocupantes do carro enquanto que a parte dianteira e lateral do motorista do carro estava completamente destruída e amassada.

O airbag fora acionado e pressionava fortemente o ventre de Thalia causando uma hemorragia interna que manchou a parte inferior toda de seu vestido. O rosto e mãos cheios de cortes causados pelos vidros, além de seu braço esquerdo estar em um ângulo estranho com uma fratura exposta. Sua cabeça tinha um corte de sua têmpora ao seu queixo, que sangrava tanto quanto seu ventre, um pedaço do pára-brisa ainda preso ao corte. Seu pescoço estava torto, caído para o lado direito sobre o airbag – e eu não sabia dizer se era por ter ocorrido uma fratura de alguma vértebra ou por ter desmaiado –. Porém, Percy definitivamente levara a pior parte do impacto.

Fui expulsa da visão enquanto me desvencilhava de Thalia, que me encarava com milhares de perguntas não-ditas em seu olhar. Mas, eu me resignei a responder somente uma coisa:

―É uma carta que ele me pediu pra te entregar assim que você voltasse aqui novamente. É importante. ―então, pensei no acidente da minha visão e acrescentei verdadeiramente triste ao lembrar-me do sangramento em seu ventre: ―Eu sinto muito, Thalia.

―Por favor, Rachel. O que está acontecendo?Cadê o Percy?Por que o Acampamento inteiro não fala sobre isso?

Ela parecia tão confusa e preocupada, quase como se estivesse à beira de um ataque de pânico, que eu desejei poder contar a ela tudo o que aconteceu, porém, eu estou atada às minhas promessas. Olhando nos temerosos olhos azul-elétricos dela, tive outra visão. Todavia, essa era uma visão mais feliz que a anterior.

Thalia parecia estar só um pouco mais velha que a visão anterior. Ela trajava um top cropped ciganinha preto, uma calça de couro preta e uma bota de cano curto e salto quadrado com espinhos no salto e na parte do calcanhar. Em seu braço esquerdo, carregava um bebê – de alguma forma, eu sabia que esse recém-nascido era quem estava no ventre dela no dia do acidente – e dava mão direita para uma criança de cabelos negros e olhos verde-mar que brincava distraidamente com uma figura de ação. Ela caminhava por um corredor luxuoso com o destino final sendo uma porta de carvalho imperial. Thalia bateu delicadamente, ouvindo a permissão para entrar.

Era um escritório ricamente decorado com tudo da mais alta qualidade e requinte. Atrás de uma mesa de vidro, encontrava-se Percy escrevendo em alguns documentos. Assim que os viu, abriu um sorriso imenso e ergueu-se para abraçá-la e depositar um beijo na testa de seus dois – acredito eu, que sejam – filhos.

―Bom dia, amor. Foi o Alexander ou Alistair que a acordou?

Tão rápida quanto surgiu, a visão terminou deixando-me com dúvidas acerca de como era possível Thalia ter tido um filho ainda mais por estar aparentando ter 19 anos em minha visão, sendo sua idade atual 16 anos. Ela ainda iria sofrer bastante, porém, iria alcançar a própria felicidade e iria vivê-la plenamente. Infelizmente, não poderei contar a ela sobre as visões, pois, as pessoas não podem saber o próprio futuro, do contrário, ele poderá ser alterado.

―Eu juro que eu queria poder falar, mas, Quíron proibiu qualquer comentário sobre o incidente. Eu estou atada às minhas promessas, Thalia. Eu realmente queria poder melhorar a situação. ―eu disse com um sorriso triste e expressão agridoce. ―Eu cumpri minha promessa a ele. Eu te entreguei o que era necessário. Só não se esqueça: Você ainda vai ser muito feliz. O amor supera muitas barreiras. ―expliquei e saí da caverna com Sra. O’Leary, dando-lhe privacidade.

Eu só não sabia que algo ruim se aproximava e que seu alvo principal era eu. Nem esperava ser atingida por outra visão enquanto caminhava com a Sra. O’Leary ou até mesmo decidir tentar mudá-la para evitar que meus medos se concretizassem, muito menos, ser atacada por alguém desconhecido perto da entrada da floresta. Eu DEFINITIVAMENTE não sabia que minha vida iria receber essa guinada radical.