Quíron não apareceu no pavilhão. Na verdade, ele foi embora logo depois de conversar comigo. Scirus me explicou que ele estava em alguma missão de resgate ou algo assim.

A fogueira não estava mais tão brilhante e forte. Ardia num tom mais fraco e baixo. Eu não queria ficar ali, mas não queria fugir, ficaria feio se me vissem.

Luke não se preocupava tanto em me acompanhar, mas percebia que eu estava meio isolada e mandava alguém me fazer companhia. Na maioria das vezes, os Stoll.

Amanhã faria uma semana que eu estava naquele lugar. Chad também não estava mais tão animado com o chalé 7 ou seus irmãos.

Fomos dormir, cada um em seu chalé. Não me preocupei em ir ao banheiro me arrumar nem nada, só deitei e dormi, mesmo com o barulho ao meu redor.

Acordei com um solavanco vindo do chão. Não me parecia vir do chão do chalé e sim da terra abaixo dele. Me sentei procurando alguém que tivesse percebido também.

Alguns campistas se acomodavam, mas nenhum acordou, nem Luke. Me levantei e fui até a porta. Senti o solavanco de novo. Abri a porta e senti uma lufada de vento me atingir.

Alguma coisa acontecia no sótão da Casa Grande. Não sabia o que, mas fui caminhando naquela direção. Outro solavanco, que na verdade atingiu a parede do sótão, não o chão como eu achava.

A essa altura os campistas já estavam se levantando e checando qual era o problema. Vi Chad passar pela porta do 7 e vir atrás de mim. Continuei andando.

Parei antes de subir as escadas. Subi-as e entrei na casa. Não encontrei Sr. D, continuei meu caminho. Parei abaixo da porta do sótão. Uma escada de corda caiu assim que a porta se abriu sozinha.

Subi sem medo algum. Um tipo de névoa verde cobria o chão, e uma múmia seca se chocava contra a parede. Parei na frente daquela coisa, que parou de se jogar contra a parede. Ela olhou pra mim com os olhos vazios e começou a recitar alguma coisa.

Três de dentro e dois de fora serão,

Em três dias começa e em quatro acaba,

Prestem atenção ao caminho

E tenham sucesso na missão.

A múmia voltou e se sentou em um canto do cômodo. A névoa voltou para ela e tudo escureceu. A portinha se abriu novamente. Desci a escada trêmula.

Sai da casa e encontrei todos me olhando, incluindo Sr. D. Alguma coisa acontecia do lado de fora do acampamento, perto do pinheiro.

Tudo foi tão rápido que eu quase esqueci o encontro com o Oráculo (imagino que era o Oráculo). Alguma luta e tudo o mais, e então um garoto desmaiou perto do pinheiro. Alguns campistas correram para ajudá-lo, um sátiro já tentava carregá-lo.

Os outros, assim como eu, ficaram quietos, apenas observando. Chad me cutucou e me tirou do transe. Ele fez uma pergunta silenciosa, do gênero se eu estava bem.

Disse que sim e continuei olhando o que acontecia. O menino tinha seus 12 anos, cabelos pretos e olhos claros, não sei bem a cor, não consegui ver.

Algo estranho aconteceria. Tinha alguma coisa de diferente naquele garoto, eu tinha uma sensação estranha sobre ele. Como se ele estivesse em perigo e eu soubesse, mas não pudesse ajudar.

Voltei pro 11 enquanto os outros ficavam observando o garoto ser resgatado. Não consegui dormir, mas fechei os olhos e fingi que o fazia, para evitar as perguntas que logo começariam.