Dejà Vu

Who are you?


Buffy soltou uma gargalhada. Ela não ria assim a um bom tempo. Após uns segundos se acalmou e olhou para seu vampiro favorito. Ele parecia surpreso quase apavorado, Buffy ficou alarmada e sorrindo disse:

- Sério? Você ficou louco ou algo desse tipo? Angel sou eu! – Disse ela olhando a sua volta. Notou então que não fazia a menor idéia da onde estava.

- Angel? Onde nós estamos? - Ela olhava surpresa quase assustada, a única coisa que a mantinha serena era o fato de Angel estar a sua frente. Mas isso mudou no instante em que Angel cruzou o quarto rapidamente e a segurou com força pelos braços, olhando dentro de seus olhos e usando força desnecessária nela, ele gritou:

- Responda a minha pergunta!

- Isso é ridículo! – Gritou ela em contrapartida. – Angel! Por Deus sou eu! Buffy! Quem diabos você pensa que sou? – Disse colocando a suas mãos sobre as dele que ainda seguravam seus braços.

- Agora você me responde! Onde estamos? Onde estão as crianças? Onde estão Emy e Matt? Angel!

- A Deus, Buffy é realmente você! – Falou em um sussurro soltando-a e puxando-a em um abraço apertado.

- Angel, não que eu não goste disso... mas você está me assustando. – murmurou sentindo-se confortável em seu abraço de urso.

- Minha cabeça dói. Parece que fui atropelada por um elefante, ou tem uma pequena banda tocando rock pesado aqui dentro. Nada faz sentido.

- Buffy você está viva novamente. – Comunicou a ela, afastando- se um pouco para olhar em seus olhos e acariciar seu rosto delicadamente com o polegar. – Renascida, meu amor. – Buffy estava confusa podia ver em seus olhos.

- É isso? Por isso tenho outras memórias? Porque eu não consigo lembrar-me de você, você não esta aqui... – Disse tocando em sua cabeça – Ou é um sonho? Nós estamos no céu? Você veio ao meu encontro?

- Ah, minha vida! Não.. eu sinto muito, mas isso não é um sonho, e nós não estamos no paraíso juntos... eu sinto muito meu amor.

Ele chorava agora. Lágrimas rolavam pelo seu lindo rosto. Buffy tocou sua face gentilmente secando suas lágrimas. Moveu-se beijando seu rosto suavemente secando o restante de suas lágrimas salgadas. Depois beijou levemente seus lábios como se estivesse pedindo permissão para fazê-lo. Ele respondeu suas ações puxando-a para si e entrelaçando seus dedos no cabelo delas, sugando seus lábios em um beijo apaixonado, saboreando sua boca. Um beijo adocicado com um misto de lágrimas. Suas línguas dançavam, beijavam-se como se nunca houvessem se separado, Angel mantinha o corpo de Buffy colado ao seu com o auxilio de seu braço enquanto o outro tocava sua face e seus cabelos, Buffy estava praticamente sentada sobre ele enquanto o beijava com ardor. Foi quando Buffy empurrou-o na cama deitando por cima dele e colando sua mão sobre seu peito, alarmada afastou-se um pouco e disse em um sussurro recuperando sua respiração:

- Seu coração. Como não notei isso antes? – Angel pousou sua mão sobre a dela enquanto a encarava, depois beijou seus lábios rapidamente e a abraçou fortemente.

- Angel, por favor. Fala comigo. – Disse ela sua cabeça encostada no peito de Angel ouvindo o som de seu coração; notando o quanto aquilo era difícil para ele, Buffy começou em um tom calmo:

- Angel – disse e como sempre para ele era como se ela dissesse “eu te amo”. Ele olhou-a com carinho, afundando no mar verde que eram seus olhos. Somente ele sabia o quanto havia sentindo falta de seus olhos verdes amendoados.

- Você mencionou que eu renasci.. como se eu tivesse nascido novamente sobre um novo nome, uma nova carteira de identidade, CPF e tudo mais. Uma família diferente, amigos.. eu me lembro de coisas que nunca aconteceram comigo anteriormente e eu não consigo me lembrar de você... ou do tempo que passamos juntos.

- Está tudo bem. – Disse acariciando seus cabelos, Buffy levantou abruptamente, olhando para ele falou resignada:

- Não está nada bem! – Sua voz era forte, mas ela não parecia perder o controle, suas mãos ainda apoiadas no peito de Angel. – Essas memórias são horríveis. Deus, Angel! Eu fui machucada, minha mãe uma vampira e Dawnie – oh – Dawnie.

- Buffy, não há nada a temer minha querida. Vamos durma um pouco. Você irá se sentir melhor, prometo. - Ela deitou-se sobre ele novamente e disse em um sussurro:

- Me abraça? Eu sei que é de manhã já, mas você poderia só ficar aqui comigo e me abraçar?

- Você nem precisa me pedir isso. – Murmurou sobre seu cabelo, aconchegando-a em seus braços.

- Angel?

- Sim?

- Nada. – Suspirou.

- Eu conheço você, e você não me engana. O que esta acontecendo por aqui? – Perguntou carinhosamente tocando em suas têmporas.

- Não é nada... é que eu fico imagina se eu dormir e eu voltar como meu outro eu? Eu não quero te perder novamente Angel. Eu prometi que iria encontrá-lo de novo e agora que estamos juntos eu não posso deixá-lo ir.. simplesmente não posso... é egoísta da minha parte querer você só para mim? - As lágrimas manchavam seu lindo rosto, era como ter uma estaca enfiada em seu próprio coração – figuramente falado é claro – como ele queria beijá-la, amá-la, proclamá-la como sua ali e agora. Mas sua mente o mantinha são e com os dois pés no chão.

- Durma. Eu estarei aqui quando você acordar. Eu te amo, ionúin.

- Eu também te amo. – Disse levantando sua cabeça para beijar seus lábios.

Enquanto isso no quarto de Dawn

Dawn dormia a sono solto envolta nos braços de Spike. Ela sonhava. Bem na verdade era um sonho extremamente bom – BOM - é apenas uma forma tênue de se dizer isso – era magnífico.

Ela estava sozinha caminhando sobre a areia da praia quando sentiu braços fortes enlaçarem sua cintura. Ela se rendeu ao toque jogando sua cabeça para trás, sentindo os lábios do estranho tocar sua nuca, enviando calafrios por todo seus corpo. Seus lábios beijaram o lóbulo de sua orelha e ele então em uma voz rouca e sedutora com um sotaque inglês sussurro – Ah, Dawnie.. você não faz idéia do quanto esperei por isso. – Dawn gemeu baixinho com o som de sua voz. – Ela virou-se encarando ele, seus olhos azuis penetrando os deles, a respiração ofegante, seu corpo tremia de antecipação pelo seu toque, seu gosto. Spike beijou seus lábios, saboreando o gosto doce, Dawn aprofundou o beijo abraçando-o e acariciando suas mechas loiras. Spike gemeu em seus lábios, enquanto Dawn sorria. A luxúria, o desejo consumindo-os a cada segundo.

Realidade caiu sobre ela assim que ouviu um barulho.

- Droga. – Reclamou ela, Spike ouvindo sua reclamação acordou também, viu-a em pé na janela, prestes a abrir as cortinas.

- Qual o problema, gatinha? - Diz Spike confuso ainda, ele não estava adormecido quando ela saiu da cama, e com certeza ele não era nenhum idiota para notar que ela estava tendo um sonho e tanto. – É só o vento ou a chuva. Volte a dormir.. espera um pouco que horas tem?

- 06h30min.

- Volte pra cama e volte a dormir. – Ele disse com um bocejo e uma voz sonolenta.

Dawn caminhou novamente para cama e engatinhou até chegar ao seu lado sentando-se.

- Eu queria poder voltar para meu sonho.

- Assim bom, é?

- Você não acreditaria. – Disse sorrindo tolamente.

- Então, quem era o sortudo? - Ele perguntou arqueando uma

sobrancelha.

- Porque pergunta?

- Gata, eu não estava completamente adormecido.. aquele seu gemido foi alto o suficiente para ser ouvido.

Dawn engoliu em seco, antes de murmurar algo como \"ninguém em particular\". Dawn estava de costas para ele e não notou seu quando ele se moveu e ficou sentado atrás dela, depois abaixou-se um pouco e chegou uma boca perto de seu ouvido dizendo:

- Mentira. E eu sei disso. Quem era? - Ela virou para ele recebendo do mesmo um olhar sugestivo misturado a voz sexy.

- É.. hmm.. é sério Spy.. não imp..

- Uma ova que não importa Dawnie! Eu quero saber quem é o cara que consegue te tirar o fôlego e..

Danw riu, na verdade segurou-se para não explodir em uma gargalhada, pois Spike olhava-a com um misto de incredulidade e curiosidade, mas havia algo mais.

- Esta com ciúmes, Spy?

- Pro inferno se não estou! - Disse na nova posição que se encontrava em pé de costas para ela, abraçando a si mesmo, segurando-se para não admitir o que sentia como á queria.

Dawn levantou-se e acariciando suas costas, movendo suas mãos por seus braços para enfim abraçá-lo, Spike segurou seus braços agradecendo o abraço sem palavras, ela deitou sua cabeça sobre suas costas e respirando fundo como se aquilo fosse extremamente difícil murmurou:

- Spy.. – abraçou um pouco mais forte, acariciando seus braços, brincando com suas mãos. – Você não pode ter ciúme de si mesmo, sabe? É bastante ridículo.

Ele virou-se em seu abraço encarado-a. O sussurro havia sido tão baixo, que ele pensou ter imaginado o que havia ouvido. Ele com certeza não havia implicado que se tratava dele, não é mesmo?

Ela saiu de seu abraço e jogando suas mãos ao ar disse rapidamente:

- É ainda mais patético para mim!

- Como é que é, gatinha? – Ela não o encarava agora, andava no quarto falando olhando para nada em particular.

- Eu sou como a sua “irmãzinha” querida, a sua garotinha... é ridi... – E ela não teve a chance de terminar, pois Spike já havia cruzado o quarto virado-a para ele capturando seus lábios em um beijo desejoso.

Ele sentiu o seu corpo tremer, desejando seu toque, seus beijos. Ele sentiu-a corresponder aos beijos, aprofundando-os, devagar explorando seu corpo, Spike pegou-a em seus braços encaminhando-a novamente a cama, sem um minuto deixar de beijá-la. Beijava seu pescoço e sua clavícula, quando notou que aquilo estava indo longe demais. Beijou seus lábios novamente e afastou-se, largando seu corpo ao lado dela.

- Sinto muito.

- Porque? Precisa de dois para fazer isso, eu não me ouvi dizer não.

- Dawn – ele disse olhando-a.

- Está me rejeitando? – Perguntou sentando-se e afastando-se dele, segurando as lágrimas.

- Deus! Não seja ridícula! Você é só uma criança, tem 17 anos Dawn. Não posso simplesmente fazer amor com você assim, não importa o quanto eu a deseje. Droga, eu te desejo tanto que chega a doer! Porque acha que parti? Porque acha que me afastei? Mas que merda! Eu precisava ficar longe de você, antes que toda essa loucura, todo esse sentimento que tenho por você fosse mais forte do que eu.

- Spy.

- Eu nunca poderia rejeitar você Dawn. Eu quero você, demais. Mas eu quero você, porque posso ter você não por causa de um sonho idiota.

- Não é isso! Droga não é só um sonho! Quantas mil vezes eu vou ter que te dizer que EU TE AMO? – Disse Dawn elevando sua voz para ele, ela mordia o próprio lábio tentando esconder o nervosismo e parar o choro que estava prestes a romper.

Spike riu e levantou-se, jogando as mãos para o ar disse:

- Você.. – deu uma gargalhada debochada – me ama? Dawn.. você é só... não pode me amar.. olha só pra mim? Eu nem sequer te mereço.. você me ama - sim claro - como .. como uma irmã.

As lágrimas de Dawn finalmente rolaram por seu rosto e com os dentes trincados ela disse:

- Não seu grande imbecil! Eu não te amo como um irmão. Quer saber você não precisa acreditar em mim.. mas que grande idiota que eu fui achando que por um momento você ia realmente.. esquece. – Disse engolindo em seco puxando seu travesseiro, deitando-se e deixando as lágrimas caírem. Spike ainda não havia se mexido, seus pensamentos estavam em um turbilhão. Então se moveu e tocou gentilmente o ombro dela, Dawn afastou-se um pouco e ouvi-o dizer:

- Gatinha, por favor, eu não sei o fazer.. Eu te amo. – Dawn soluçou.

- E se eu quisesse fazer isso direito? Você aceitaria ser minha namorada?

Dawn olhou-o, ele secou suas lágrimas, inseguro de sua resposta. Ela sorriu e tocou sua mão, dando um pequeno beijo em sua palma.

- Você é um grande idiota, mas eu te amo. – Sussurrou.

Spike puxou-a para um abraço, selando seus lábios em um beijo. Ele sabia que aquela pequena frase era a forma dela de dizer “sim”.