Dejà Vu

Where do we go from here?



Angel deitou Buffy sobre a cama, olhando-a intensamente, Dawn ao seu lado o questionava.


– O que aconteceu? O que diabos aconteceu com ela? – Sua voz aumentava a cada segundo, quase gritando com ele.



– Nada – Respondeu Angel calmamente – Eu jamais faria algo para machucá-la Dawn. – Ele fechou os olhos, respirou profundamente e em um sussurro constatou o óbvio para Dawn:


– Eu amo a sua irmã, do que a minha própria vida.


– Você a ama? – Dawn perguntou segurando o choro, tamanha sua preocupação. Ela olhou o sentinela e percebeu o quanto aquela palavras eram reais, nunca vira alguém dizer algo com tamanha intensidade. Ela saiu sorrateiramente do quarto deixando-os sozinhos.


Fora do quarto, na biblioteca onde Spike fora capaz de reunir a “tropa”, ele agora tentava sem muito sucesso acalmar os amigos com a tempestade de perguntas:


– Spike ela está bem? – Perguntou Tara.


– O que está acontecendo conosco? – Um confuso Xander falou.


– Ela vai ficar bem, não é? – Disse a voz de Fred e Gunn ao mesmo tempo.


De repente sem saber o que ou quem o que o atingiu, Spike se sentiu sendo empurrado por alguém.Ele só a ouviu gritando em seu rosto.


– Olha só o oxigenado, o que diabos aconteceu com a B? E, é melhor você responder essa porra logo! – Ela então segurou Spike pela gola da camisa batendo seu corpo contra a parede segurando seu pescoço.


– William, pelo amor de Deus, diga alguma coisa rapaz. – Falou Giles, Spike murmurava, e foi aí que Faith notou o quão forte o estava segurando.


– Oh, desculpe Spike…


Ele tossiu levando a mão a garganta, e depois falou com seu jeitinho Britânico calmo.


– Sem problemas caçadora, eu ficarei bem. Não tenho tanto certeza do que aconteceu com a nossa garota, mas ela vai ficar bem. Tenho certeza.


– Claro que vai.. com alto, misterioso e lindo lá dentro cuidando dela. – Disse animada com um sorrisinho brincalhão em seus lábios.


– Faith!! – Todos disseram juntos a repreendendo.


– Ah, qual é! Como se vocês não fossem gostar de um pedaçinho daquela bunda? Hein?


– Faith Lehane! - Ouviu Giles dizer e os amigos olhando para ela, as garotas e Andrew sem saber se concordavam e ouviam a reprimenda de Wesley e Giles depois, e os garotos sem saber se concordavam com Giles e Wesley, com medo de perderem as namoradas. Faith sorriu continuando seu monólogo:


– Está bem, está bem.. a mas poxa você tem que dizer GOSTOSO!


E com seu andar sexy saiu da biblioteca, ouvindo um coro de:


FAITH!


Enquanto isso dentro do quarto, Buffy abriu seus olhos vagarosamente procurando por algum sinal dele. Quando ela ouviu um grito em coro do nome de Faith, sentiu um sorriso brotar em seus lábios, naquele mesmo instante Angel se virou para checá-la sabendo que estava acordada cruzou o quarto em segundos e sentou ao seu lado, segurando suas pequenas mãos entre as suas, beijando delicadamente sua pele, ele a fitava extremamente preocupado.


– Oi. – Ela falou rouca.


– Ei. – Ele respondeu acariciando seu polegar na mão dela, lhe dando um pequeno sorriso.


– Buffy, o que aconteceu querida?


– Eu não sei me senti tão cansada, com tanto sono. Eu nos vi novamente.


Angel a olhou, sem realmente compreender.


– Eu digo em meu sonho. Eu nos vi juntos novamente.


– Eu realmente não sei o porque isto está acontecendo..


– Começou antes de você chegar. É você Angel. Nossas almas, espíritos imploram por ajuda, choram, e anseiam uma pela outra. Eu preciso de você assim como você precisa de mim desesperadamente. Eu posso sentir isso.


– Eu sei. – Angel respondeu suspirando.


E foi nesse instante que Faith abriu a porta:


– Minha nossa B! Por Cristo garota! Você quase nos deu um ataque do coração. Você sabe que não posso viver sem a minha melhor amiga. – Tagarelou até se sentar do outro lado da cama, praticamente deitando-se ao lado de Buffy, como se a loira já não estivesse acostumada com seu jeito estrondoso de ser.


– Mas, quem precisa de mim.. quando você tem lindo e atencioso aqui? Hein A?

Angel corou levemente, algo que Buffy não sabia que ele podia. Nossa! Faith era capaz de envergonhar qualquer um. Inclusive Angel que a conhecia a séculos. Angel olhou para Buffy rapidamente para vê-la sorrindo e em menos de um segundo Faith a seguia.


– O que? – Angel perguntou.


– É que.. – Buffy falou entre uma gargalhada.


– É tão.. – Continuou Faith.


– Engraçado! – As duas terminaram ainda rindo um pouco.


– Hein?


– Voce está completamente envergonhado! Jesus B! Você precisa dar algumas dicas pra ele.


– Faith. – Angel disse, balançando a cabeça.


– Como você pode ver Buffy está perfeitamente bem, poderia nos deixar para uma conversa?


– Conversa né?? Okay.. – Ela falou levantando-se um pouco e dando um olhar significativo a Buffy. – Vejo vocês depois.


Ela saiu fechando a porta deixando-os novamente sozinhos.


– Você dizia... – Perguntou Angel.


– Que eu preciso de você e vice-versa? Lógico que isso é obvio...


– Eu contei a Giles e Wesley como nos conhecemos, na sua vida passada, é claro.


– Humhum. Acho que isso deve ter sido interessante. – Falou baixinho sentando-se, Angel havia se levantando, era difícil conversar com ela, quando tudo o que seu corpo e mente queria era beijá-la e amá-la até que ambos perdessem os sentidos.


– Você era com certeza, sempre com essas tiradas para cima dos vampiros ou outras criaturas da noite.


Ele a olhou de relance, ainda assim rápido o suficiente para vê-la morder os lábios pensativa.


– Quanto tempo nós namoramos?


– Três anos, mas não exatamente, porque deve a época em que me torne Angelus e aterrorizei você, sua família e seus amigos, a vez em que você me mandou para o inferno, e quando eu decidi que para a sua segurança você deveria ficar o mais longe possível de mim, mesmo se o sentimento de tê-la tão perto e tão longe ao mesmo tempo, fosse como morrer dia, após dia.

A forma com a qual ele falava doía, como se estivessem rasgando seu peito ao meio.


– A isso, antes de eu ter uma alma eu era Angelus, Escória da Europa.


– Eu sei quem você era Liam, já li sobre isso. Eu quero saber como você se tornou Angelus se era Liam..


– Não era Liam na época Buffy, eu era Angel..


– Então tecnicamente eu me apaixonei pelo Angel, isso é bastante confuso efrustrante sabia?


– Eu entendo. Eu não sei como isso realmente funciona, como você pode lembrar quem você era e o que você fez para mudar a vida de tantas pessoas, amada.


Ele disse voltando a se sentar ao seu lado.


– Eu me lembro de um tempo que você foi humano. Isso foi um sonho ou foi real?


– Eu sabia que teria de te contar... quando caminhávamos você falou do sonho, de como eu a beijava no cais – ele suspirou olhando para janela do quarto. – Foi real, e eu tive que deixá-la ir. Talvez eu devesse ter sido mais egoísta, mas não. Eu não poderia colocar você em perigo e sendo humano isso se tornou ainda mais claro, eu seria um peso em sua vida.Eu não podia suportar a idéia de tê-la e perdê-la ou de você me perder, seria trágico, conheço você, digo a conhecia; seria insuportável para nós dois.


– Então voce preferiu não contar a ela. Carregou essa memória, sozinho? – ela então se levantou caminhado até a janela. – Como conseguiu? Como conseguia olhá-la e não implorar para que ela o visse?


– Buffy... – Sua voz era quase desesperada murmurando o nome dela.


– Quando ela ficou grávida, ela se lembrou de tudo, faz idéia como era difícil ela dormir com o marido, amá-lo quando tudo que ela mais queria era você?


Angel chorava livremente, sabia que as duas, tanto “sua” Buffy quando “essa” Buffy estavam se mesclando cada vez mais, logo, seriam uma só, e isso o magoava, pois sabia que a sua Ionúin, poderia jamais perdoá-lo.


– Os oráculos, fizeram uma troca justa com ela, quando notaram que as lembranças, assim como ela prometera jamais haviam sido esquecidas. – Ela se virou, agora, ele notava algo diferente, ali, conversando com ele, estava a sua garota.


– Matt deveria ter nascido se estivéssemos juntos, nunca se perguntou por que ele chamava ou ligava mais para você do que para John? Simplesmente porque ele era nosso Angel, assim como Connor. Nossos filhos.


Angel continuava chorando, as lágrimas desciam livremente por seu rosto, e novamente a sua garota partiu, Buffy se aproximou, e ergueu seu rosto.


– Angel.


– Não espero que me perdoe, nunca esperei.. porque? Porque fizeram isso? Se eu podia..


– Shiu.. – Falou sentando em seu colo o abraçando. – Shiu, por favor. – deixou-o chorar enquanto ela mesma ainda ouvia o eco de seu eu do passado. “Faça com que ele entenda preciso que ele entenda”.


– Eu amo você – Sussurrou. – Angel.


– Não precisa ter pena de mim.


– Ainda a ama? Ainda está apaixonado por aquela mulher?


– Quem? Buffy?


– Não a minha avozinha. – Disse em um tom sarcástico. Secando as lágrimas sem quebrar o contato de seus olhos com os dele.


– O que a sua avó tem a ver com tudo isso?


– Nada. – Ela disse em um grito abafado – Só responda a pergunta.


Ele puxou-a para mais perto de seu corpo, tocando sua testa a dela.


– Em qualquer encarnação, você vai me deixar louco.... e não importa quantas vezes você me machuque, eu simplesmente não consigo deixar de amar você.


– Eu sei. – Sussurrou ela.


Tocou seus lábios levemente aos dela, saboreando seu doce sabor, ela lhe deu passagem para que ele a beijasse com carinho, Angel acabou deitando-a sobre a cama, sem deixar de beijá-la, Buffy o puxava para perto de seu corpo, quando imagens passaram sobre sua mente, a primeira vez que havia sido dela, depois de uma chuva intensa, e a segunda vez que ela supostamente não deveria se lembrar, ele beijou seu pescoço e sua clavícula, parando ao ver a marca que ela tinha, aquilo deveria ser ultrajante, essa Buffy tinha um marca de mordida como a que a sua Buffy tinha, como se ela tivesse sido proclamada esposa de um vampiro, como ele um dia havia feito.


– Onde conseguiu essa marca?


– O que? Do que está falando? – Ele passou os dedos sobre a marca e olhou-a. Ela respirou fundo e disse:


– Eu tinha dezessete anos, um vampiro mestre, sei lá o que, resolveu que me desejava como esposa. Ele me marcou e eu o matei, seu nome era Lucius. – Aquilo certamente havia quebrado o momento, ela continuava segura em seus braços, Angel não conseguia se mover, está com tanta raiva.


– Eu.. não sei o que dizer. – Resmungou e ia se mover quando ela o segurou o impedindo de deixá-la.


– Você pode fazer isso. Pode me marcar. Ainda é um meio vampiro, Angel, por favor. – Ela suplicou, queria aquilo fora de seu corpo, e nada melhor do que ter o homem que a ama fazendo isso para você.


– Não pode estar falando sério, Buffy isso seria, entre vampiros, um espécie de casamento.


– Está com medo do compromisso? – Perguntou sorrindo.


– Não, estou com medo de como isso poderá afetá-la.


– Eu ficarei bem, desde que não beba muito. – Ele se levantou, tirando sua jaqueta e seus sapatos, Buffy já estava mais confortável, há tempos ele mesmo havia tirado os sapatos dela e a jaqueta antes de cobri-la e esperar que acordasse. Foi até a porta e a trancou.


– Talvez você sinta muita dor, preferia fazer isso com você mais relaxada.


– Pretende me matar de prazer?– Perguntou ansiosa.


– Se assim preferir. – Falou antes de se sentar sobre a cama e rastejar subindo pelo corpo dela tomando-lhe os lábios, era um beijo diferente como se ele estivesse a reconhecendo e vice versa, suas mãos brincavam por seu corpo assim como as delas, a blusa branca e fina que Buffy vestia foi retirada lentamente, ela gemia baixinho, controlando o desejo que sentia em arrancar todas as suas roupas e amá-lo loucamente; sentiu as pequenas mãos trabalharem para desabotoar sua camisa, jogando-a em qualquer lugar, ele beijava seu pescoço, sua clavícula, descendo por entre seus seios, beijando seu dorso e sua barriga, ela o observava sorrindo, seu corpo parecia em chamas entorpecido pelos sentimentos que ele aflorava com seus toques, ele desabotoou seus jeans tirando-o delicadamente deixando-a somente de lingerie.


– Angel. – Sussurrou.


– Ionúin, há algum problema? Estou indo..


– Não.. é que.. minha cabeça, se fecho meus olhos são tantas lembranças.


– Nós podemos parar.– Falou. Ela o olhou arqueando a sobrancelha de uma forma sensual, Angel estava semi-nu, somente a calça jeans para encobrir seu desejo por ela.


– Quero você, de todas as formas. – Ele a beijou novamente, desta vez ela foi tomada por mais lembranças, desde o começo quando chegou a Sunnydale, primeiro dia de aula, Giles, Xander, Willow, Angel, Cordelia, Oz, seus pais, os amigos que perdeu e os que ganhou, Spike e Drusilla, Darla, Angel, Angelus, suas tentativas falhas de ter uma vida normal, sua irmã, Riley, Adam, Glory, morrer, viver, amar um vampiro louco, todas aquelas garotas, seu casamento, seu primeiro filho e como o amava sabendo que ele era na verdade fruto de um amor impossível, mas intenso. Sua filha tão linda, suas netas, toda a sua família.. e uma constante em sua vida: Angel.


Enquanto isso Angel torturava seu corpo beijando-a, estava entre suas coxas quando Buffy pareceu parar de respirar, isso o assustou, pensou ter machucado-a, levantou seu rosto subindo sobre seu corpo exposto a ele e ficou surpreso em constatar um olhar diferente dos que havia recebido até então, era uma espécie de reconhecimento. Ela sorriu tocando seu rosto e sussurrou:


– Prometi que nos encontraríamos novamente.


– Buffy. – Suspirou seu nome.


– Oi meu amor. – Falou, Angel a olhava sem ter certeza se acreditava no que acabara de ouvir.– Estou aqui, estamos juntos, bem até um pouco demais né? – E sorriu.


– Ah Buffy, minha amada, Buffy.


– Senti tanto sua falta. - Murmurou, ele havia se deitado sobre ela, seu rosto entre seus seios, ouvindo o ritmo de seu coração.


– Você pretende me torturar mais um pouco? – Ela perguntou enquanto acariciava seus cabelos, sentiu uma lágrima cair sobre seu corpo, o dele tremia abraçado a ela.


– Ei, está tudo bem, se você acha que me senti traída, só pode estar louco. Somos a mesma pessoa Angel, a mesma alma, com vivências diferentes, mas a mesma.


– Séculos não poderiam mudar nosso amor. – Angel encontrou seus olhos, tanto carinho, amor, compreensão, saudade.


– Eu te amo, mo grá.


– Assim como eu.Vamos você pode dormir, parece exausto, ou podemos fugir.. – Ela disse rindo.


– Melhor não. Eles terão perguntas, e inúmeras creio eu.– Ele tomou seus lábios novamente, e beijou seu pescoço, podiam sentir o aroma de excitação dela, era tão inebriante ser um híbrido, todos esses sentidos. Queria simplesmente emergir em toda a sua beleza, ser dela completamente. Ele estava cheirando seu pescoço, beijando e até mordendo levemente como qualquer humano, quando elasegurou seu rosto junto a marca que possuía e com a voz rouca murmurou:


– Me morde.