Capítulo 1 - único

Narrativa Jorja
— "Estava simplesmente tudo lindo, Ma iria receber a qualquer momento sua estrela e eu não poderia deixar de estar ali, ela era uma das pessoas mais importantes pra mim, sempre esteve ao meu lado e digamos que se eu não soubesse que ela era hetero eu investiria". — Ri sozinha.
Eis que sou tirada de meus pensamentos pela voz que dizia que ela logo subiria ao palco para dar o típico discurso, estávamos todos nós amigos e parentes ali para prestigiar a loira que diga - se de passagem estava muito linda, ao terminar de pensar vejo ela subir naquele pequeno "palco" e olhar em nossa direção, ela tinha um brilho no olhar que meu Deus fazia meu coração disparar.
Então ouço meu nome juntamente com o de Billy, era a loira pedindo pra que eu subisse ali do lado dela.
— "Sim eu, Billy e ela tínhamos uma forte amizade, literalmente quando tudo parecia perdido eles foram a minha luz".
Eu só conseguia sorrir ao ver ela falar apesar de já não estar mas escutando uma só sílaba.
Vejo ela vir me abraçar e sinto me congelada, o que faço? Parece loucura mas dessa vez é diferente, eu já havia abraçado antes mas agora é diferente.
— tá tudo bem Fox? - diz a dona da voz que faz meu coração sorrir.
— Sim loira, está tudo ótimo estou muito feliz por você, merece! - dou o meu melhor sorriso.
— vamos então, quero tirar fotos com todos vocês - respira ao lembrar dos bons momentos ao lado dos amigos — CSI mudou minha vida e me deu muito prestígio.
— sabe que você conseguiria de qualquer jeito né? Você é espectacular e teria essa estrela aí. - apontando para lugar onde estava a grande e dourada estrela.
— ai Fox só você mesmo pra me fazer tão bem. - deu um leve tapinha em suas costas. — "você foi o melhor que me aconteceu" - pensou só para si
Sou pega de surpresa com um abraço seguido de um leve beijo na bochecha, sinto meu corpo tremer e minha cara arder.
— que isso Fox, ficou vermelha porque? - debocho dela pois nunca havia visto assim.
— acho que é o sol , lembre-se sou velha não posso mais ficar tão exposta - faço uma leve cena.
— quem vê pensa, até parece se fosse velha não teria tantos homens atrás de você .
— é que eles levam a sério a frase "panela velha é que faz comida boa".
Nos duas caímos na gargalhada, era tão bom estar perto dela.

***
Um tempo depois fomos tiradas do nosso mundinho único pelo fotógrafo pedindo para que nos olhassemos para câmera e desse nosso melhor sorriso.
— obrigada já vou lá para tirar outras fotos - sorri para o moço e volta a me encarar — Fox eu gostaria de falar com você depois daqui pode ser?
— Sim, claro eu também gostaria de dizer algumas coisas mas só que em particular.
— feito então, vou lá terminar de fazer o que uma artista faz em dias como esses e já te encontro.
— OK. - "Ma nunca foi muito fã dessas coisas e confesso que estou com ela, fama não é sempre bom mas tem gente que merece ser reconhecido " - penso enquanto vejo o quanto ela tá feliz mesmo sendo irônica sobre tudo isso — " as vezes acho que os 16 anos de convivência com o Billy nos tornou assim sérias demais".
— posso saber o que tanto pensa?
— añ? - pergunto saindo do transi.
— tá saindo fumaça de seu cérebro de tanto que pensa, só gostaria de saber sobre o que é?
— o mesmo de sempre. - dando um pequeno sorriso ao confirmar o que ele já sabia desse que se aproximou de mim.
— olha eu já te disse, você não pode esconder isso pra sempre, tente mesmo que leve um bom tapa ou perca uma amizade - vejo que não ajudei e refaço minhas palavras— olha se você nunca tentar nunca vai saber se ela sente o mesmo por você.
— você como conselheiro é um ótimo ator - debocha — mas obrigado você é único que eu confio para saber sobre esse meu turbilhão de sentimentos confusos.
— você sabe que eu te admiro muito e depois de saber que fui a pessoa de confiança eu fico muito mais feliz - dou um sorriso e olho para frente e vejo Marg vindo dou um beijo em sua testa — boa sorte .
Então vejo ele parar Ma no meio do caminho soltar algumas frases e ela concordar com a cabeça, então a vejo retomar seu caminho até mim.
— esse Billy é uma peça.
— porque? - Meio confusa achando que pelo jeito da conversa tinha dito algo a ela.
— ele disse que nos espera a noite com o resto da família para um jantar no restaurante que sempre íamos aos finais de gravações.
— ele só quer te fazer um agrado, deixe de ser boba mulher.
— então você também vem né? - diz já um pouco mais empolgada
— claro não perco por nada.
— bom - olhando o pequeno relógio de pulso — temos exatamente 5h até o jantar o que você queria falar comigo?
— preciso que seja em um lugar mais tranquilo, vamos! - a puxo sem deixar dizer nada.
— e onde vamos ? - pergunta curiosa.
— ali naquela pequena cafeteria. - aponto para o outro lado da rua.
— OK! - apenas a sigo até o tal lugar.
Ao chegarmos dentro do estabelecimento fizemos nosso pedido e confesso que o silêncio estava horrível mas eu precisava encontrar palavras e coragem pra dizer tudo que estava sentindo.
— está tudo bem? Parece preocupada.
— Sim loira está tudo bem.
Os cafés chegaram e entre um gole e outro eu tentava balbuciar algo que não tinha som, então respirei fundo sentei me do lado dela e tomei o último gole com esperança de tomar um pouco de coragem.
— loira , preciso te contar uma coisa, que se eu não falar agora capaz de nunca mais consegui ou até mesmo de ter medo de te encarar pra isso. - dou uma forte respirada —eu te amo, desde sempre desde que te vi daquele jeito todo sério nas gravações desde que você chegou e falou comigo daquele jeito quando eu estava nervosa para o papel, desde tudo que aconteceu, eu passei 15 anos tentando esconder tentando camuflar mas não dá mais, nesse último ano parece que tudo veio átona, eu queria ter dito antes mas não consegui achar palavras muito menos coragem mas aí o Billy me deu um empurrão com essa de jantar, dando espaço para gente conversa.

Então pela primeira vez desde que comecei a falar tive coragem de olhar nos olhos dela,e a expressão era de um sorriso que sequer sabia se era de medo ou sei lá o que.
— terminou? - disse em um único tom.
— acho que sim - engoli seco e dei um breve sorriso.
— eu não sei o que falar como não percebi tudo isso que tava acontecendo com você mas me perdoa? - com cara de cachorrinho sem dono.
— tudo bem, eu não quis que ninguém soubesse mas digamos que Billy não foi escolhido atoa para o "cargo"
— pois é, mas alguém sabe? - diz supresa ao saber que Billy era ajudante dessa morena malandra.
— não somente ele, e agora finalmente você. - sorriu sem jeito.
A loira estava me olhando de um jeito que nunca a vi olhar ninguém e aquilo me dava medo, quando estava prestes a começar a falar de novo ela me beijou, um calmo e lento beijo, aquele pelo qual sonhei tanto tempo, parecia que o mundo deixou de existir e só tinha nos duas ali, e quando lhe faltou ar nossas bocas se separaram, ainda em choque com o que acabou de acontecer tento me pronunciar.
— o que foi isso? - disse supresa com atitude que ela havia tomado.
— apenas quis te dizer que sinto o mesmo por ti só que sem as palavras.
— como? - quando penso que não pode me surpreender ela diz com todas as letras o que mais sonhei em ouvir.
— Fox eu amo você, só não cheguei antes porque tive receio de não ser correspondida. - acariciou seu rosto e sorriu
— mas é seu namorado? - quanto mais ela falava mais nervosa e confusa ficava.
— terminamos há uns meses - pego em sua mão — desculpa por não ter dito antes?
— eu que tenho que pedir desculpas por ter tido medo e demorado tanto pra te dizer isso.
— mas que bom que disse agora.
— que bom que eu tive coragem pra dizer tudo que estava sentindo.

Ficamos ali nos curtindo tomando nosso café e trocando alguns toques suaves e discretos se bem que depois desse beijo não tínhamos mas o que esconder.
— e agora loira o que a gente faz? - referindo-se aos acontecimentos.
— vamos deixar rolar, o que tiver que ser será, a única coisa que eu tenho a plena certeza que aparti de agora quero estar em seus braços.
— eu também, você é a minha única certeza.

*****
Um tempo depois fomos para o apartamento dela para poder se arrumar para o jantar que Billy havia combinado.
— está maravilhosa! - dou um beijo em sua bochecha.
— você também loira - retribuo com um sorriso — vamos ?
— Sim.
Saímos no carro dela não compensava ir com os dois, ainda mais porque com certeza no final da noite a única coisa que eu iria querer era estar com ela.

— está pronta? - um pouco antes de entrar.

— Sim. - ela estava pronta a anos e aquele dia era um mero detalhe.
Seguro em sua mão e entramos no restaurante, ao chegarmos na mesa Billy já sabia que tinha acontecido e minha felicidade foi compartilhada com ele com apenas um olhar.
— bem vinda ao seu jantar de comemoração Ma. - as recepcionou educadamente e com sorriso no rosto
— obrigada Billy. - retribuiu o carinho do amigo.
Ficamos ali trocando olhares conversas aleatórias, jantamos em harmonia e com um pouco de tristeza pois sabíamos que talvez aquela seria a última vez pois o projeto acabou e cada um teria que voltar para sua cidade.
— UM BRINDE À FAMÍLIA QUE CSI NOS DEU. - disse Gary em um tom alto
— E AOS AMORES QUE ELE TROUXE. - foi a vez de Marg que imediatamente sorriu para morena ao seu lado.
Todos ergueram suas taças e em um misto de alegrias e lágrimas fizeram o "tim" que marcava o fim de uma era.

****
Estavam todos no estacionamento se despedindo, uns chorando uns sorrindo por conta do álcool outros já marcando um possível reencontro quando Billy chega perto de Marg e Jorja e sussurra.
— fico feliz por vocês, espero que dê certo.
— graças a você eu tomei coragem,obrigada meu amigo.
— obrigada Billy por trazer coragem pra essa cabeça dura e por me ajudar. - em tom melancólico.
— isso não é um adeus ainda vou vir ver vocês muito ainda. - sorriu ao lembrar as meninas de suas futuras idas e vindas até ali
— espero mesmo viu. - disse Marg ao abraça-lo.
— amamos você! - logo seguida por Jorja que também o abraçou.
Ambos se abraçam algo dizia que se veriam novamente mas não seria tão já era um misto de alegrias e tristezas porque querendo ou não foram 15 anos juntos e agora irão se separar para cada um viver um novo começo.
— sou grata por cada um de vocês e sem dúvida faria tudo de novo.
E um a um foram se abraçando e se despendido, com uma única certeza que se voltassem a se encontrar aquele seria o lugar onde fariam isso, já que foi ali onde tudo começou.
Narrativa off
— e foi assim que me declarei para mulher da minha vida e tive uma noite maravilhosa com meus amigos de anos.
***
" o certo é guardar o velho, aceitar o novo e recordar apenas os bons momentos "