Declaração

Capítulo único


Por João Lucas

É de noite, não consigo dormir, meu dia foi cheio na Império. Como sempre conversei com a Du e ela me acalmou, me fez rir, ficou me contando como foi o dia com os lekinhos, nem acredito que eles já tenham 8 anos, como o tempo passa! Eu não consegui dormir, já a Du tá aqui, linda, dormindo ao meu lado.

Fico olhando ela, como é linda. Toda vez que olho pra ela sinto vontade de protegê-la, de abraça-la, beija-la e trata-la com todo amor e carinho que tenho. É estranho que só depois daquela queda na escada, onde ela ficou desacordada e correndo risco de perder nossos filhos e morrer, que eu fui, finalmente, ver o que realmente sinto por ela.

Eu já tinha me decidido casar com ela e esquecer a Ísis, por quem era apaixonado. Pensei que eu e a Du iamos nos dar bem, já que eramos parceiros e eu sabia que ela era apaixonada por mim. Mas eu também já tinha sacado que ela era muito importante pra mim, porque quando ela sumiu, depois que nos amamos pela primeira vez e eu fui um imbecil com ela, meu coração doeu tanto e eu só pensava em reencontra-la e pedir perdão. Eu realmente fiquei desesperado pensando que nunca mais ia revê-la. Foi ai que comecei a sacar que ela era muito mais que minha amiga e parceira, percebi que eu queria ela na minha vida.

Quando eu soube que ela tinha caído da escada, senti como se o meu coração tivesse sido perfurado e estivesse sangrando. Doeu tanto. Fiquei com tanto medo de perde-la de vez, de nunca mais ouvir a voz dela, de não encontra-la mais no meu quarto, dela não me zoar toda vez que ganhava de mim no video game, de não poder ver o nosso filho, que na época eu não sabia que eram gêmeos.

Passei a noite pensando em tudo e percebi que a minha vida girava em torno dela. Que só o bem estar dela era o que importava. Que aqueles minutos angustiantes esperando respostas no hospital foram os mais terríveis da minha vida. Que me imaginar sem ela, doia tanto, chegava até me faltar ar, sentia meu coração doer, tremia de medo, e eu que não era religioso ficava pedindo a Deus para salva-la e me dar a chance de cuidar dela e que ela sempre ficasse perto de mim.

No meu quarto, depois de ter falado com ela e pedido em casamento, eu percebi que a dor de perde-la foi bem maior do que a angustia da Ísis não me querer. Toda a minha frustração em não ter a Ísis, parecia tão insignificante. Aí que eu percebi que a Ísis era uma paixão causada por uma idealização, uma ilusão, o fato dela ser do meu pai, proibida, me fez deseja-la e pensar que a amava.

Comparando os dois sentimentos, eu percebi que quem eu queria de verdade, para sempre era a Du. Era ela que eu queria ver todo dia, era com ela que eu queria desabafar e ouvir conselhos, era com ela que eu queria ter filhos, casar, que ela já fazia parte de mim. E esse sentimento era tão grande, que eu percebi que não tinha nascido ali, naquela dia. Ele já existia a tempos, só eu que não tinha percebido que ela era a mulher da minha vida. Precisou ela cair da escada pra mim enxergar isso. Mas eu tenho certeza que se isso não tivesse acontecido, eu ia perceber do mesmo jeito, de uma forma ou outra os meus caminhos iam dar sempre nela.

Eu percebi que era ela quem eu queria, que eu não conseguia mais viver sem ela, que não queria e nem ia deixar ela por nada. Percebi que isso era amor, sim a minha lek, aquela marrenta, minha parceira, minha melhor amiga era o meu amor. Eu tinha me apaixonado sem nem perceber. Depois que a ficha caiu, pensei : como eu sou lento! E por mais que a queda na escada tenha me machucado tanto, eu agradeci por esse dia. O dia em que eu descobri a minha alma gêmea. Eu demonstro o meu amor todos os dias, não só por palavras, muito mais por meus atos. E acho que desde quando eramos só amigos sempre foi assim.

Eu a defendia, a protegia, não queria que ela saísse sem mim, queria ela todo dia por perto e acordar vendo ela enrolada no meu cobertor e com aquela cara de sono, marrenta, do jeito que só ela é. O sentimento que tenho por ela sempre foi o mais lindo e puro que já senti, um amor que nasceu se uma amizade, na qual havia confiança, parceria e sem perceber foi assim, naturalmente como se respira, que eu entreguei o meu coração a ela e as nossas almas se uniram novamente. Agradeço sempre por ela estar na minha vida, por ter me dado filhos e me fazer feliz.

Tenho muito trabalho na Império, ás vezes me estresso, mas só ela tem o dom de me acalmar, sempre foi assim, sempre a escutei e segui o que ela dizia, faço isso até hoje, continuo acreditando que ela tem mais juízo do que eu. Mas por ela amadureci, me tornei o homem que sou hoje. Como eu te amo Du!

Agora esta me batendo um sono. Até pensando nela ela consegui me transmitir paz. Ela esta tão linda dormindo, esta com um sorriso nos lábios, acho que esta sonhando comigo, normal sonho com ela sempre também! Me ajeito melhor na cama para poder abraça-la, mas ela se mexe e acorda. Me olha e diz:

Ta acordado amor? Aconteceu alguma coisa?

Não, só não tava conseguindo dormir.

–Mas ta tudo bem? . Ela esfrega os olhos.

Tá sim. Eu só tava aqui pensado o quanto te amo.

Ela ri e diz:

Bobo, quer dizer que eu te causo insônia é?

Você me faz sentir um monte de coisas Eduarda! falo de um jeito safado, ela ri e diz:

–Amanha temos que acordar cedo, vamos passar o fim de semana na casa de praia com os lekinhos e temos que estar bem descansados para ter energia pra gastar com eles.

Eu sei.

Pois vem aqui, me abraça que aposto que sua insônia passa.

Me aproximo, dou um beijo carinhoso nela e a puxo para se deitar sobre o meu peito e digo:

Ta bom meu amor, vamos descansar agora, para poder aproveitar bem essa viajem. Digo de um jeito safado, ela ri e diz:

Ta certo, vamos aproveitar muito, mas agora vamos dormir?

Vamos. Te amo Du!

–Também te amo Lucas!

Abraço mais ela. Du logo adormece e é sentindo o seu cheiro e o calor do seu corpo que adormeço pensando: como eu te amo Du!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.