Death of a Monarchy

Facing the monster


Fui o primeiro a me retirar dos aposentos, aquela cena toda me dava repulsa.
Retornei cabisbaixo para o quarto. Sentei-me em uma poltrona adornada em dourado e estofamento requintado. Então peguei algumas cartas que me foram enviadas e comecei a lê-las.
Uma carta em especial chamou-me a atenção. Da familia Seymour. Eles me oferecem seu filho mais novo para se casar com minha filha, Maria.
Creio que devo voltar para a Inglaterra. Embora no fundo não seja o que quero, não posso desistir de Anne. Mas talvez seja inevitável.
Pedi a Thomas Culpepper, meu cortesão, para que arrumasse minhas coisas e encaminhassem tudo a carruagem o mais depressa possivel, penso que é melhor não ver o rosto de Anne antes da partida. Naquela mesma noite partimos, apesar de cansados fomos assim mesmo.
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ANNE'S POV
O ato estava consumado. Todos deixaram o quarto. Apenas eu e Vlad ficamos lá. Eu olhava fixamente para Vlad, e ele para mim. Só conseguia ver aquele belo sorriso.
– você é linda. - ele sussurrou, e com os dedos em meus cabelos, intercalando as finas mechas entre as pontas dos dedos suavemente.
– Obrigada. - sussurei também.
–está feliz? - ele perguntou.
– Muito. - respondi.
Ele tocou meu rosto levemente e com os dedos tocou meus labios, em seguida beijou-me.
Eu adormeci em seguida. Naquela manhã, acordei assustada com barulhos que me lembravam gritos. Corri do quarto e fui em direção de onde o som vinha. Passava pelos corredores e o sons se aproximavam mais e mais. Percebi que então ecoavam das escadarias. Desci cuidadosamente degrau por degrau, até que cheguei a uma porta que era entalhada com um dragão ornamentado. Os gritos eram altos, até que subitamente cessaram.
Abri a porta com força, a mesma bateu na parede provocando um alto barulho. Vi uma mulher nua que estava pendurada em uma gaiola e nas paredes da gaiola haviam facas, ela estava no meio da sala, Vlad estava em pé abaixo daquela pobre mulher atormentando-a com uma lança.Haviam outros homens sentados nas laterais da sala em grandes tronos.
– ANNE! - Vlad gritou e largou a lança. - Entre e feche a porta. -
– Calma minha jovem. - Uma mulher com cabelos negros e pele extremamente branca. - Meu nome é Erzebet. Quero lhe dizer o que é isso. Essa é a Ordo Draco. - Ela abraçou-me pela cintura.
– Não me toque. - olhei para Vlad com olhos marejados. - O que é isso Vlad? -
– Não posso esconder aquilo que sou. Aquilo que preciso. - ele se aproximou. E fez menção para que descessem a menina. Ele agarrou minha mão e puxou-me com força para perto dela. Ela agonizava e vomitava aquele sangue todo.
Erzebet pegou um copo e com uma faca cortou a veia daquela mulher e deixou o sangue escorrer para aquele copo. Ela tomou um gole e deu o copo para Vlad.
– beba. - ele ofereceu para mim.
–Está louco?! -
–Vamos! Beba! -
Virei o rosto. Não podia fugir porque Vlad segurava meu pulso forte.
– você é doente! - cuspi em seu rosto.
ele limpou com a manga e já estava irado.
– Neste caso. - Ele tomou aquele sangue e jogou o copo para o lado. Em seguida puxou-me para perto dele e deu um sorriso malicioso e o sangue estava em seus dentes, em seus lábios e o restante escorria pelo canto da boca. Ele passou o sangue em meus labios e em seguida beijou-me a força. Sentir o gosto daquilo era horrivel. Senti alguém chegando por trás e colocou um pano em meu rosto, inalei algo e tudo apagou.