Capítulo 1 - Em uma outra vida

O dia está tão bonito lá fora e eu estou aqui, presa dentro dessa loja cheia de coisas velhas que estão prestes a virar poeira, minha mãe é uma pessoa muito otimista sabe?Ela diz que eu deveria arrumar um emprego se não eu não seria nada na vida, mais eu discordo. Mesmo assim resolvi ajudá-la na loja quando ela disse que iria me deserdar.

- Sakura, querida você pode tirar as teias de aranha que estão na parede da escada? - Minha mãe me perguntou sorrindo sem desviar os olhos da revista de produtos de beleza que estava lendo.

- Tenho escolha? - Respondi revirando os olhos, minha mãe fez questão de me ignorar.

Fui em busca de uma cadeira “confiável”,o que é meio que uma missão impossível nesse lugar tudo aqui está prestes a cair aos pedaços não sei como as pessoas ainda compram essas porcarias.
Depois de achar a maior vassoura que consegui,não esperem muita coisa de alguém que possui um metro e sessenta e seis,para quem tem 16 anos isso é quase como ser uma anã,não que eu tenha algo contra,fui realizar a tarefa que por PREGUIÇA,minha mãe não realizou.
Arrastei a cadeira até a parte mais perto da parede ou seja a ponta do degrau,eu estou pressentindo um desastre já que Sakura,degrais e cadeiras velhas estão muito longe de ser a combinação perfeita.
- Minha vida é uma merda - conclui enquanto ficava na ponta dos pés para que a vassoura alcançasse o teto.

Foi tudo tão rápido, minha vista foi ficando embaçada, eu sentia minha cabeça bater em cada degrau da enorme escada e não conseguia me segurar em nada, eu podia ver o rastro de sangue na escada enquanto caia.
Então era assim que tudo terminava?Era o que eu pensava segundos antes de tudo escurecer.

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Percebi que as figuras a minha frente começavam a se formar novamente e me perguntava se aquilo era realmente possível, afinal que diabos estava acontecendo aqui?

- O que aconteceu? - perguntei para mim mesma, piscando os olhos varias vezes.

- Você está morta - Sinceramente não esperava uma resposta, muito menos uma resposta tão direta.

Me virei em direção a voz rouca que me respondeu mais não consegui,meus olhos se encheram de lagrimas ao ver a figura rosada caída ao pé da escada.
- Como? - perguntei a mim mesma quase que em um sussurro.
- Como o que? - Uma segunda foz me perguntou o que me fez ficar assustada, como as pessoas podem me ver se eu sou algo com o um fantasma?Não tem lógica!

- Espera, se eu estou realmente morta, porque eu estou falando com vocês? - Minha confusão era visível, todo mundo que estiver na minha situação se sentiria confuso não acha?
- Porque nós estamos mortos também,na verdade quase isso – o dono da primeira voz me respondeu,acho que ele vê alguma graça na minha confusão.

Ótimo, uma convenção de fantasmas no porão da loja de antiguidades da minha mãe, que ainda não veio verificar se eu estou bem quer disser com tantos tombos que eu levo acho que ela nem liga mais.

- É difícil de acreditar não? - O portador da segunda voz me perguntou, sim eu continuo sem olhar para eles.

- Eu tenho que aceitar a minha realidade não? -respondi andando em direção ao meu corpo, tinha que me despedir dele afinal eu era um fantasma agora – Como assim quase isso?
- Nós somos algo como ceifadores – Eu finalmente consegui encarar o dono da segunda voz,ele era alto muito alto,tinha cabelos espetados pratas e usava um tapa-olho e o olho livre era negro como a noite.

- Ceifadores? - Perguntei segurando uma risada - Como a dona morte?

- Não ria o assunto é serio - Eu encarei o rapaz da primeira voz pela primeira vez, ele era lindo tinha cabelos pretos e desalinhados, olhos cor de ônix penetrantes. – Eu prefiro o termo coletores de almas, nós ajudamos as almas perdidas a tomarem o caminho certo.
- Legal, e o que eu tenho haver com isso? - perguntei cortando-o.

- Algumas vezes em vez de em vez de encaminhar as almas perdidas nós damos uma segunda chance a elas – O homem de cabelos pratas respondeu, parecia cansado de todo esse dialogo.

- Uma segunda chance? - Perguntei arqueando uma sobrancelha, minha vida já era um inferno por que eu iria querer vive-la novamente?

- Isso mesmo... - Percebi então que até agora nós não aviamos nos apresentado.
- Haruno Sakura e você? - Respondi.
- Hatake Kakashi - Kakashi respondeu entre um suspiro.
- Uchiha Sasuke – Ele me respondeu friamente.

- Mais para isso você se tornaria uma coletora de almas também - Sasuke concluiu a explicação.

Viver minha vida novamente?Não obrigada, ser uma coletora de almas parece ser algo interessante sabe ver fantasmas e interagir com eles, mais mesmo parecendo uma idéia legal não vale a pena viver de novo por isso.

- E se eu recusar? - perguntei olhando para o meu corpo.

- Bom...Pense nisso como um purgatório,vocêsimplesmente ficará presa aqui sem poder escolher entre o céu e o inferno – O Uchiha me respondeu como se fosse a coisa mais obvia do mundo!Tipo é normal passar toda uma eternidade no porão de uma loja de antiguidades.

Nessas circunstancias acho que viver de novo seria uma boa idéia sabe?Eu poderia fugir de casa, não sei só não vou passar minha eternidade num porão SUJO desse jeito, argh!O que minha mãe faz nessa loja?

- E o que aconteceria se eu por acaso aceitasse essa proposta? - Eu perguntei, queria saber de todas as alternativas possíveis.

- Nós iremos levar seu corpo embora para que depois você possa voltar para ele, assim nós nos mudaremos para outra cidade já que você seria reconhecida aqui e assim você poderia começar o seu trabalho – Kakashi respondeu se sentando numa caixa de madeira.

- Vocês iram raptar meu corpo? - Eu perguntei surpresa provocando pequenos sorrisos nos meninos.

- Esse é o plano – Disse Sasuke.

Se bem que isso não seria uma má idéia sabe, minha mãe provavelmente vai achar que eu fugi mesmo, então por que não?

- Antes de tomar a minha decisão, por que eu?Quer disser deve haver vários fantasmas por ai que merecem uma segunda chance - Eu perguntei, eu estava realmente curiosa para saber a resposta.

- Nós merecemos uma segunda chance porque morremos com assuntos não resolvidos então para “irmos para a luz” teremos que aprende-los nessa nova vida - Kakashi me respondeu com uma voz tediosa.

- E quando iremos para a luz? - perguntei, eu sei que a curiosidade matou o gato e sei da historinha ridícula que as pessoas contam para explicar essa frase mais eu não consigo resistir.

- Quando resolvermos o que viemos resolver – Sasuke respondeu se apoiando no corrimão da escada - Então responda você vai ou não?