Dear Mr. Potter

Capítulo Quarenta e Um: Dias Que Seguem


8 de junho de 1981

A viagem foi longa. Passamos o percurso ouvindo música e conversando sobre os fatos que aconteciam. Até comentamos sobre como seria depois que toda essa guerra acabasse, mas cada dia que passava, parecia ser um sonho muito distante.

Frida pareceu tensa a viagem inteira. Deve ter fumado mais cigarros que eu em uma semana, o que era preocupante. Cheguei até a comentar com ela, mas não foi muito produtivo.

"Está exagerando nos cigarros, gracinha" foi o que comentei, fumando. Eu sempre fui um hipócrita mesmo, mas nem por isso deixa de ser relevante o meu comentário.

"Isso me acalma" ela respondeu. "Não estou muito contente com essa viagem repentina".

"Não precisa se preocupar, meu amor" foi o que eu disse. "Não estou te levando para o abate".

"Nesse caso seria eu, já que estou no volante" ela disse. "Eu mesma estou me levando para o abatedouro".

"Eu te amo".

Ela me encarou e pegou uma das minhas mãos, com sua mão livre. "Eu sei".

O resto do caminho foi ouvindo fitas no Charger, com Frida cantando de nervosismo. Ela só cantada quando estava nervosa, feliz ou bêbada. Nesse caso, era a primeira opção.

Chegamos na tal mansão ao entardecer. Era um lugar enorme, com um jardim muito bonito na frente. Frey estacionou o carro na garagem e entramos, subindo por umas escadas que levavam para dentro da casa.

Os gêmeos nos aguardavam. Fazia um ano que haviam terminado a escola e agora trabalhavam em um jornal irlandês sobre o mundo bruxo. Nos cumprimentaram e nos acomodaram onde era o antigo quarto de férias de Frida.

Eles até tentaram sugerir que ficássemos no quarto que pertencia aos pais de Frida, mas só essa ideia já fazia com que ela ficasse nervosa. Então preferimos ficar no antigo quarto dela.

Sabina e o novo marido búlgaro chegariam na manhã seguinte e também viria sua mãe. Levamos as malas para o quarto de Frida e nos instalamos lá.

Gracinha arrumou nossas coisas e disse que o jantar seria servido em duas horas. Eu fiquei avaliando a vista que o quarto tinha, exibindo uma floresta. Frida veio até mim e me abraçou, apoiando sua bochecha em meu ombro.

"Foi lá que Bellatrix apareceu?" Eu perguntei e ela assentiu, indo até a cama e se sentando. "Está preparada?"

"Acho que sim" ela sorriu forçado. "Uma hora ou outra eu teria que encarar isso. E acho que fica mais fácil com você aqui".

Fui até ela e me abaixei a sua frente, segurando sua cintura. As mãos dela foram até os meus ombros e seus olhos me avaliaram.

"Sabe que eu sempre estarei aqui" ela assentiu e acariciou meu rosto, beijando-me em seguida.

"Estamos ficando muito melosos, acho que estamos ficando velhos" ela comentou rindo.

"Velhos?" Perguntei me fazendo de ofendido. "Eu velho? Eu só serei velho depois dos 90. Por que acha que estou velho?"

"Não disse que você está velho, amor" ela respondeu rindo. "Disse que estamos envelhecendo. Na escola não éramos assim".

"Assim como?"

"Do tipo casal caseiro" ela respondeu sorridente. "Éramos mais descolados. Tínhamos mais fogo".

"Então é isso?" Perguntei me levantando. "Está dizendo que eu, Sirius Black, não dou conta de você, loirinha? É isso?"

Naquele ponto do dia parece que todo o nervosismo de Frida havia desaparecido e só havia restado as gargalhadas que ela dava.

Aproximei-me novamente dela e a peguei pela cintura, jogando-a na cama. Ela riu mais ainda quando eu subi em cima dela e coloquei uma mão de cada lado de seu rosto. Desci meu rosto para perto dela e a beijei com urgência.

Quando separei o beijo Frida estava sem ar e com as bochechas coradas pela falta do mesmo. Sorri torto e a encarei cínico.

"Tem algo para me dizer agora, gracinha?"

"Tenho sim" ela respondeu. "Você tem muita sorte de eu continuar com você, mesmo você sendo tão sem graça".

Nesse instante levantei a barra da blusa dela e comecei a fazer cócegas. Frida começou a se contorcer e seus olhos a lacrimejarde tanta risada que ela dava.

"Retire o que você disse" ordenei ainda fazendo cócegas nela.

"Nunca" ela conseguiu dizer entre as risadas.

"Tem certeza?" Perguntei aumentando a intensidade das cócegas.

"Tudo bem! Tudo bem!" Ela aceitou e eu sai de cima dela, ajudando-a a se sentar. Frey secou as lágrimas dos olhos e ajeitou sua blusa, que estava toda amassada. "Eu retiro o que eu disse. Você me satisfaz, senhor Black".

"Quer bom que assumiu isso" indaguei a puxando para que sentasse em meu colo, e ela o fez, enlaçando seus braços em meu pescoço. "Pois se não eu iria sair por aquela porta e você nunca mais veria esse gostosão aqui".

"Você é muito convencido, Sirius" Gracinha revirou os olhos sorrindo.

"Você não sabe o quanto" comentei e voltei a beijá-la, dessa vez mais suave. Frida então intensificou o beijo e começou a tirar minha jaqueta para em seguida a atirar no chão.

"Vou começar a fazer você dirigir por horas para não ter que levar flores e chocolate para conseguir sexo" disse quando separei o beijo para tirar a minha blusa.

"Vai a merda Black" Frida mandou depois de tirar sua própria blusa. "Você fala demais".


19 de junho de 1981

O resto do tempo fora foi tranquilo. No dia seguinte Frida acordou cedo para então visitar o túmulo de seus pais e avós e se despedir finalmente. Disse que precisava fazer isso sozinha, já que não conseguiria com mais alguém perto.

Quando acordei e a procurei, pela janela no final do corredor, pude vê-la agachada entre as lápides de seus pais e avós. Elaparecia conversar com eles e isso me acalmou um pouco.

O resto do dia foi bom. Sabina chegou com seu marido e sua mãe. Frida se alegrou com isso, já que a casa não estava mais tão vazia.

A noite perguntei para ela como foi sua reação à encarar de vez a sua perda. Ela disse que foi triste, mas que nada os traria de volta e que eles não iriam querer vê-la infeliz. Então resolveu contar para a mãe tudo o que fez desde que foi embora.

Cheguei até a perguntar se ela tinha falado sobre mim na conversa e ela disse que foi o assunto mais presente. Naquela mesma noite pedi que ela se casasse comigo quando a guerra acabasse.

Óbvio que eu não tinha planejado nada, nem comprado aliança nenhuma e muito menos pensado no que eu estava fazendo, mas achei que, depois de todo esse tempo, talvez fosse a coisa certa a se fazer.

Ela quase surtou. Ou melhor dizendo, quase apagou. Reclamou comigo por eu ser imprevisível e sempre a pegar de surpresa com coisas desse tipo. E eu ri. Perguntei como eu poderia preparar ela para esse tipo de coisa e ela só deu de ombros.

"Eu sempre fui e sempre serei sua, você sabe disso" foi a frase que ela disse. Não foi um sim típico que as pessoas costumam dar quando recebem um pedido de casamento. Ou um "eu aceito". Foi algo diferente. Assim como o meu pedido foi, enquanto eu saía com a toalha presa na cintura do banheiro e ela se arrumava para ir dormir.

Provavelmente muito achariam bizarra a situação que vivíamos. Imprevisíveis. Sem rotina ou sem rodeios, como Frida preferia dizer. De acordo com ela mesma, não precisa de ocasião para dizer que ama alguém. Você só diz e pronto. Se for sincero, não importa se foi dito na fila de um supermercado ou em um restaurante super caro.

Somos felizes desse jeito. Acho que continuaremos sendo felizes desse mesmo jeito depois da guerra, casados, etc. Apenas felizes.

Voltamos para casa poucos dias depois. Voltamos finalmente a nossa "rotina normal". Frida até voltou mais alegre. Começou a revisar seu livro sobre a magia ao redor do mundo e disse que a primeira coisa que faria quando a guerra acabasse seria o publicar. Abandonaria o Ministério e seria uma escritora. Que seu sonho era que seu livro fosse usado em Hogwarts e que pudesse ajudar os pequenos bruxos.

Eu não faço ideia do que farei depois da guerra. Provavelmente continuarei sendo um auror e só. Não tinha ambições profissionais tão grandes. Apenas gostaria de viver bem. E acho que ela também.


15 de julho de 1981

Mais uma crise. Era tudo que eu temia que acontecesse. E aconteceu. Quando eu achava que as coisas iriam melhorar, Frida afunda novamente.

Acordei por acaso durante a madrugada e não encontrei a gracinha dormindo ao meu lado.  Resolvi procurá-la pela casa, achando que poderia estar na cozinha como sempre. Mas dessa vez não estava.

A luz do banheiro estava acesa e a porta um pouco entreaberta. Deduzi que Frida estivesse usando o banheiro. Porém quando chamei e ela não respondeu isso me preocupou. Abri a porta e quase desabei ali mesmo.

"Não, não, não, não, não".

Ela estava no chão, encostada na banheira com um dos braços ensanguentado e desacordada. Corri até ela o mais depressa possível e a peguei nos braços. Conferi para saber se ela ainda respirava e tratei de descer o mais depressa possível as escadas com ela nos braços, com a visão já turva.

Coloquei-a sobre a mesa e abri todos os armários da cozinha. Peguei uma caixa de primeiros socorros e enrolei seu braço com esparadrapo. Após vedar a corte profundo, comecei uma corrida atrás de ingredientes para fazer uma poção de reposição de sangue.

Quando achei tudo fiz a poção o mais rápido que pude e abri a boca dela e despejei o líquido ali. Sabia que o efeito demorava, então a peguei novamente em meus braços e a levei para o quarto. Meu desespero era tamanho que podia sentir minhas mãos tremerem e vacilarem.

Coloquei-a na cama e fiquei sentado na cadeira que havia no quarto, sem pregar o olho e esperando para que ela acordasse. Nunca me considerei uma pessoa muito religiosa, mas naquele dia rezei tanto para que ela acordasse que achei hipocrisia de minha parte. E isso era o que menos importava.

Após o que pareceu uma eternidade, Frey abriu os olhos assustada e se sentou na cama com desespero. Levantei-me com certa raiva e parei em frente à cama, deixando que lágrimas de raiva me cegassem.

"Você não pode fazer isso comigo!" Gritei com ela e a mesma encolheu os ombros. "Não pode simplesmente escolher quando pode tirar a própria vida e me deixar! Não pode fazer isso comigo Frida!"

"E-eu sinto muito" ela disse e começou a chorar. "E-eu não aguento mais sentir isso, Sirius".

Fui até a cama e me sentei. Ela não quis nem me olhar nos olhos, apenas continuou chorando copiosamente. "Eu não suportaria perder mais ninguém" ela disse. "Não consigo mais fechar os olhos sem ver o rosto da minha família, de Regulus, de Marlene... Não posso suportar a ideia de perder mais alguém".

"Não vai perder ninguém" eu afirmei e ela olhou finalmente para mim. "Mas você não pode simplesmente desistir assim tão fácil!"

"Eu não consigo mais suportar tanta dor" ela lamentou e eu a puxei para perto. Ela se agarrou em mim e continuou a chorar. "Não posso perder mais ninguém".

"Você não vai" declarei para ela. "Eu prometo. Só não desista de tudo. Não desista de nós".

Depois dessa situação não dormimos mais naquela noite. Frida passou o resto da madrugada limpando todo o sangue pelo chão. Ela colocou nossas roupas para lavar e as roupas de cama também. Apagou qualquer indício de uma tentativa de suicídio.

Isso já tem duas semanas. Enquanto ela estava ruim, levei-a nas missões da Ordem por temer que ela ficasse sozinha. Quando ela começou a melhorar de novo, voltou para o Ministério e para sua rotina normal. Fiz com que ela fosse para St. Mungus e agora parece estar melhorando de verdade. Só espero que não dure tão pouco.


1 de agosto de 1981

Anteontem foi o aniversário de Harry. E, claro que, como o ótimo padrinho que eu sou, dei-lhe a sua primeira vassoura. Frida reclamou comigo, já que ele mal começou a andar, mas James adorou. Até disse que ele será o melhor apanhador que Hogwarts já viu. Já eu tenho certeza que será um ótimo atacante. Lily ficou perplexa e quase teve um ataque quando viu o filho brincando com a vassoura.

Era engraçado ver o quanto ele se parecia com James. Só os olhos eram verdes como os da mãe. Ele com toda certeza daria muito trabalho em Hogwarts.

Harry, sempre que eu estou na casa de James, não desgruda de mim. Tem uma mania de ficar passando a mão na minha cara. Frida diz que ele gosta da minha barba. Acho que ele apenas tem bom gosto. Espero ser próximo assim do pequeno quando ele for mais velho.

Foi uma festa simples. Apenas os amigos próximos foram convidados. Juntaram o aniversário de Harry e Neville, então a família de Alice e Frank apareceram. A família trouxa de Lily se recusou a ir, então não havia muitas pessoas de nossa parte para encher a sala.

Mas fomos embora um pouco depois de todos irem. Frida ajudou a arrumar a casa depois da festa, enquanto eu e James vigiamos os pequenos. Despedimo-nos de todos e partimos, já que na manhã seguinte Frida iria para o norte da Inglaterra com Remus, no casamento da antiga namorada dele.

Claro que eu não gostei nenhum pouco da situação, mas quem disse que ela ligou? Em que ótima ironia eu me meti. Sirius Black domado por uma garota totalmente indomável. Isso conseguia ser totalmente ilógico. A vida é uma filha da puta irônica.


20 de agosto de 1981

Ontem quando eu cheguei em casa ocorreu algo diferente. Mas um diferente bom. 

Assim que entrei pude escutar Frida cantando ao longe. Caminhei pela casa até a encontrar no banheiro do andar de cima, cantando na banheira enquanto tomava banho. A porta estava aberta então me encostei no batente enquanto ela não notava minha presença.

Frey cantava Here Comes the Sun dos Beatles, enquanto estava deitada na banheira cheia de espumas. O cabelo estava preso para não molhar. Demorou alguns instantes até ela notar minha presença ali, mas quando ela notou, sorriu.

"Está muito tempo parado aí?" Ela perguntou.

"Não muito" respondi sorrindo. Peguei o cigarro que tragava e o apaguei no cinzeiro que havia em um criado mudo do lado de fora do banheiro. "Vai me convidar para entrar?"

"Já deveria ter feito isso" ela respondeu travessa. Logo fui tirando os calçados ao mesmo tempo que retirava a blusa. Depois me livrei do restante que cobria o meu corpo e tratei de entrar na banheira.

"Vai inundar a minha casa" Frida brigou enquanto ria e eu me sentava na banheira.

"Você que resolveu me convidar para entrar" retruquei enquanto a puxava pelas pernas e a fazia enlaçar as mesmas na minha cintura. Gracinha pegou um pouco de espuma da banheira e colocou no meu cabelo rindo, enquanto eu revirava os olhos. "Eu estou tentando ser sexy e você está me fazendo parecer um idiota".

"Pare de reclamar, Black" Frida mandou tentando fazer um topete no meu cabelo. "Só não vou fazer uma barba de Papai Noel em você porque gosto da sua barba assim".

"Você é muito infantil, Gracinha" ri enquanto ela revirava os olhos, tirando as mãos do meu cabelo e enlaçando os braços no meu pescoço.

"Então, infelizmente, você ama alguém infantil" ela disse beijando uma parte do meu rosto a cada palavra. Ri com o ato e a empurrei contra a parede da banheira. "O que está fazendo?"

"Cócegas" respondi começando a percorrer meus dedos pela pele exposta da barriga dela. Frey começou a se contorcer enquanto gargalhava e eu ria junto.

"Chega! Chega!" Frida pediu rindo. Parei com as cócegas e ela se recompôs. "Odeio quando você faz isso". Fiquei na mesma posição quase em cima dela enquanto suas mãos estavam apoiadas em meus ombros. "Por que você tinha que ser tão bonito?" Ela perguntou analisando cada parte do meu rosto.

"Eu não sei" respondi normalmente. Encarei seus olhos esverdeados como se os estivesse memorizando para gravar para sempre em minha memória. "Eu te amo tão absurdamente que nem eu consigo entender".

Frida puxou então meu rosto para perto e me beijou. Acho que daí em diante já dá pra imaginar o que deve ter acontecido. Não preciso entrar em detalhes com você, seu caderno velho pervertido.


28 de setembro de 1981

Esses dias, mais precisamente anteontem, tive uma conversa um pouco estranha com Frey. Estávamos deitados prontos para dormir quando ela vira o rosto para mim e me encara, como se estivesse pensando em algo sério.

"Como será nosso futuro?" Ela perguntou simplesmente e séria.

"Como assim?" Eu perguntei sem entender.

"Daqui a algum tempo. Após todo esse conflito" ela respondeu.

"Iremos nos casar e continuar vivendo juntos" a respondia dando de ombros.

"Tipo uma família?" Gracinha perguntou.

"Sim, como agora".

"Como filhos e tudo?"

"Filhos?" Perguntei e ela assentiu. "Não sei se é hora de pensar em algo assim. Somos felizes desse jeito. E bem novos. Talvez filhos agora não seja uma boa ideia. Quem sabe daqui a uns anos podemos pensar no assunto".

Ela pareceu pensativa até concordar comigo. "Acho que tem razão. Somos novos".

"E além do mais, já temos Harry e Neville. Não são nossos, mas estão sempre por perto" disse por fim e ela assentiu. Depois disso não houve mais conversa e fomos dormir.

Acho que ela deveria estar com essas ideias na cabeça pela proposta de futuro casamento que eu fiz para ela. Talvez eu devesse ter esperado um tempo, mas acho que deu pra deixar bem claro tudo e conseguimos entrar em um acordo.


12 de outubro de 1981

Mais cedo, quando cheguei em casa, Frida já se encontrava lá, por eu ter recebido uma missão e ela ter saído do Ministério direto para casa. Quando cheguei encontrei Remus preparando o que parecia ser um chá e estranhei.

"O que houve?" Perguntei com uma sobrancelha arqueada. Se tinha uma coisa que Frida não deixava era visitas fazendo qualquer coisa na cozinha. "Frida está bem?"

"Sim" ele respondeu normal. "Frida teve uma leve tontura e foi ao banheiro. Resolvi preparar um chá para ela melhorar".

"É algo sério?" Perguntei preocupado lembrando do incidente do banheiro.

"Não, está tudo bem" Gracinha respondeu enquanto descia as escadas. Olhou rapidamente para Remus que preparava o chá e veio até mim. Deu-me um beijo rápido e foi até a cozinha, servir um pouco do chá para si.

"Tem certeza? Não quer ir em algum hospital?" Perguntei preocupado.

"Calma, Sirius. Foi apenas uma queda de pressão sanguínea. Nada demais" ela respondeu.

"Bem, agora que está tudo bem e já está acompanhada, eu vou indo" Remus decretou e se despediu de Frida e acenou para mim.

"Muito obrigada, Remus. Até mais" Gracinha se despediu o levando até a porta.

Ela voltou para a cozinha e resolveu fazer um bolo plena 22h da noite.

"Tem certeza que você está bem?" Perguntei me certificando.

"Amor, eu estou ótima, está bem?" Ela me beijou e voltou a misturar uma massa. "Só estou com vontade de comer bolo".

E agora eu estou na sala e ela na cozinha, esperando o bendito bolo ficar pronto. Juro que não entendo essa mulher. Mas pelo menos o bolo está bem cheiroso.