Dear Emily
Tragédia
Daniel POV
Ela conversava com alguns convidados e sorria daquela mesma maneira que sorria para mim.
Meu ciúme a essa altura, já havia me cegado completamente. As fotos queimavam minhas mãos como fogo e vê-la feliz me fazia sentir miserável.
Ela era minha.
Como pudera?
Ela abraçava outro convidado e aquilo se tornara mais combustível para o meu ódio.
Aproximei-me e tomei um de seus braços.
Eu não costumava me comportar daquela maneira. Sempre fora calmo, mas aquilo tinha me tirado dos trilhos.
Ela me olhara assustada, sem saber o que estava acontecendo ali.
Eu a acusei frente a todas aquelas pessoas. Humilhei-a perante nossos amigos e parentes.
Mostrei-lhe as fotos e perguntei o que elas significavam. Seu olhar mudou. Ela parecia irritada.
– Você está bêbado? – ela questionou.
– Responda! – pedi.
– Onde você conseguiu isso, Daniel? – ela tentara se esquivar – Isso não é o que você está pensando.
– NÃO IMPORTA! – gritei. – Só me responda a maldita pergunta.
– Daniel, você precisa se acalmar. – ela tentava me tranquilizar e ser sensata - Podemos conversar sobre isso mais tarde. Por que não vamos pra casa?
Os convidados nos olhavam curiosos e alguns sussurravam algo maldoso a nosso respeito.
Eu a repudiava mais e mais por ter me colocado naquela situação no dia do nosso casamento. Eu a queria longe dali. Queria que estivesse morta e que tudo aquilo desaparecesse.
– Pode ir embora se quiser – eu a fuzilava com meu olhar – Eu não vou a lugar algum com você.
– Daniel, pare com isso. – ela dizia – Você não sabe o que está dizendo.
– Você não passa de uma mentirosa. – eu disse – Eu devia ter prestado atenção à minha família quando eles disseram que você era uma golpista. Aposto que esse bebê nem é mesmo meu.
Eu pude ver a quantidade de mágoa que seus olhos tentavam esconder.
Lágrimas grossas correram por seu rosto e então Emily começou a correr em direção à escadaria da Mansão Grayson.
Eu devia ter ouvido o que ela tinha a dizer ao invés de deixá-la ir.
Ela fora embora. Entrara no carro e pedira ao motorista para levá-la pra longe dali. Algum tempo depois a polícia batia a nossa porta.
Minha esposa grávida sofrera um acidente, estava entre a vida e a morte no hospital e a culpa era minha. Meu deus, o que eu tinha feito?
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