Onze meses, faz exatamente onze meses que eu perdi minha menininha. E para completar este "Belo pacote", oito meses desde que a mulher que eu amo me deixou.

Por mais que tenha se passado todo esse tempo, para mim, é como se tudo tivesse acontecido ontem mesmo. Porque a dor continuva da mesma forma e sei que isso não vai mudar.

E a culpa...

Ah.... à culpa. Continua assim como a dor, mas com uma força muito maior. Tamanha força que faz com que eu tenha ódio e raiva de mim mesmo todos os dias. A mesma que deixa meus pesadelos cada dia mais insuportáveis e dolorosos. Que me faz querer ter morrido no lugar dá minha pequena toda vez que as lembranças daquela noite vem em minha mente.

Onze meses antes.... #FlashBack On

Bruce

—Isso é totalmente ridículo !!! Não vê que está agindo como uma criança - exclamava Diana enquanto saíamos do estacionamento do restaurante.

Tínhamos vindo aqui para comemorar nosso aniversário aniversário de namoro. E nessa noite, pediria ela em casamento. Afinal, daqui um mês ela daria luz a nossa filha, já estava mais que na hora de nos tornarmos marido e mulher.

Mas nossa noite foi para o ralo. Tudo por causa de um idiota que deu em cima de Diana mesma ela estando grávida. E como aquilo estava me incomodando, peguei Diana e decidi sair dali para não socar a cara naquele filho dá mãe até sangrar.

E é claro, Diana ficou nervosa e não para de brigar comigo por conta dá minha atitude.

—Aquele lixo estava dando em cima de vc - retruco.

—Eu não estava dando a mínima para ele, porque o único homem que me importa é VOCÊ - ela grita a última palavra.

—Mas você não vê que eu estava incodado com aquilo !!! É TÃO DIFÍCIL ENXERGAR ISSO - chego ao limite dá minha paciência e acabo gritando.

—Era só vc ignorar ele !!! Mas não, você tinha que deixar essa sua insegurança ridícula estragar nossa noite - diz ela.

—NO MEU LUGAR VOCÊ AGIRIA DA MESMA FORMA E....

—BRUCE CUIDADO !!!

Um forte farol faz meus olhos doerem... E logo meu carro se choca com o outro automóvel... Sinto meu carro sendo jogado para o lado e fecho meus olhos temendo que aconteça o pior. Um... Dois... Três... Quatro... O carro capota sem parar... Eu só conseguia ouvir os gritos desesperados de Diana. O que só fazia com que meu coração se apertasse ainda mais no peito. Minha visão fica cada vez mais turva e acabo me entregando a inconsciência.

[...]

Minha cabeça dói assim como meu corpo, tento abrir meus olhos mas a forte claridade faz eles arderem.

Quando consigo me acostumar com a luz, posso ver que estou no hospital. Logo começo a me recordar do acidente e o meu pensamento é voltado para os gritos desesperados de Diana enquanto nosso carro capotada.

Eu preciso saber como está Diana e nossa filha. Tento me levantar, mas a forte dor em meu corpo e os fios que estavam ligados a mim me impedem.

Escuto a porta ser aberta e uma mulher que eu diria ser enfermeira entra no quarto.

—Sr Wayne, como está sentindo ? - pergunta mas eu não dou a mínima.

—Como está minha mulher e minha filha ? - assim que pergunto, sua expressão se torna preocupada e triste.

—Vou chamar o médico para ele possa conversar com o Sr - ela diz e se retira.

O desespero toma conta de mim e meu coração acelera. Pela expressão daquela mulher, era nítido que algo estava errado. Mas eu precisava acreditar que estava enganado. Elas tinham que estar bem.

Em poucos minutos o médico chega ao quarto.

—Olá, Sr Wayne. A enfermeira me disse que deseja conversar comigo - diz ele

—Sim, eu quero notícias dá minha mulher e dá minha filha. Se não for pedir muito - eu estava totalmente sem paciência para enrolação.

—A Srt Prince está no quarto, pois passou por um procedimento cirúrgico a pouca horas precisa descansar. E sua filha...Eu sinto muito, Sr Wayne, mas sua filha não sobreviveu...

—N..nã...não...pode ser - minha voz sai cortada e soa como um sussurro.

—Mais uma vez, eu sinto muito - ele me olha com tristeza e pena.

Outra vez....Outra vez essa dor me consome, fazendo com que até respirar se torne difícil. Os tiros, facadas e diversas seções de tortura que sofri, não chegavam aos pés do que eu estou sentindo agora. Tal dor que, eu não a desejo ao meu pior inimigo.

Eu simplesmente não conseguia acreditar que havíamos perdido nossa bebê. Faltava apenas um mês para termos ela em nossos braços, e agora...agora... Ela se foi.

Me entrego ao choro, sem me importar com a presença do médico. Eu realmente não me importava. Eu perdi minha filha, sem ao menos ter a chance de ver seu rostinho.

O pior de tudo, a culpa desse acidente era minha, se eu não estivesse discutindo com Diana enquanto dirigia esse acidente não teria acontecido. E eu teria que conviver com ela de agora em diante.

[...]

—Eu quero ver minha mulher - disse para enfermeira que estava no quarto.

—Vou verificar com o médico se a Srt Prince já está acordada - concordo e ela se retira.

Tudo que eu queria era abraçar Diana e poder sentir ela no calor dos meus braços.

A enfermeira retorna ao quarto minutos depois...

—Ela está acordada, vou levar o Sr para vê-la - diz ela

...

—Ela está nesse quarto Sr Wayne, vou deixar vocês sozinhos e se precisar de mim estarei aqui fora - agradeço por sua compreensão e abro a porta do quarto.

Ao entrar no quarto foi possível escutar os soluços fortes de Diana. Lágrimas grossas logo voltaram a escorrer pelo meu rosto quando vi o seu corpo machucado e trêmulo pelo soluços.

Ela estava olhando pela janela e uma de suas mãos estavam em seu ventre.

Me aproximo e toco em seu braço.

—Di..Diana

—Vá embora, Bruce...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.