Podia ver Guang Hong correndo em minha direção.

Ele veio passar uns dias aqui nos EUA e eu o estava acompanhando nesse pequeno turismo. Ofereci a ele que passasse o período aqui na minha casa, entretanto ele recusou. Mas mesmo assim iríamos passar a maior parte do tempo juntos, pois combinamos que eu o levaria para os melhores cantos da cidade e que nos divertiríamos muito.

Hoje, especificamente, nós iríamos assistir um filme a tarde. Normalmente passávamos o dia inteiro juntos, mas hoje tive uns assuntos para resolver pela manhã.

Me ofereci a busca-lo no hotel, mas ele se negou e disse que como o cinema ficava a apenas dois quarteirões de distância, ele poderia vir a pé e nos encontrarmos aqui.

— Cheguei atrasado? — Ele perguntou esbaforido quando chegou perto de mim.

— Não, não. Ambos chegamos adiantado. — Sorri.

Iríamos assistir um filme da Marvel. Porque, vocês sabem, né? A Marvel é suprema.

— Que bom. — Sorriu de volta.

O sorriso dele definitivamente mexia comigo. Fazia meu coração bater mais rápido, meu sorriso aumentar e me dava uma vontade enorme de abraça-lo enquanto sinto o cheiro de shampoo que sai de seus cabelos macios.

Compramos os ingressos, enfrentamos a fila para comprar pipoca e nos dirigimos a sala em que ocorreria o filme.

O filme que escolhemos já estava a algumas semanas em cartaz, por isso não havia tantas pessoas na sala. Com a liberdade de podermos sentar em qualquer lugar, escolhemos um no meio da sala com uma boa visão da tela.

Começamos a comer a pipoca e quando os trailers terminaram só tinha sobrado metade dela. A pipoca nunca dura.

Assistir um filme no cinema definitivamente parece com o tipo clássico de encontro em casal, então eu me perguntei o que aconteceria se eu tivesse algum tipo de iniciativa.

Calmamente fingi me espreguiçar e apoiei meu braço na poltrona dele. Meu coração acelerou. Estava nervoso com a reação dele a isso e com o que ele poderia dizer.

Meu coração quase explodiu quando o senti se inclinar para o meu lado e se apoiar em mim. Porém ao olhar para seu rosto percebo que ele pegou no sono. Não sabia se controlava meu coração por tê-lo tão perto de mim ou se me ofendia por ele ter pegado no sono no meio do filme.

Ao final do filme o acordei suavemente e, ao vermos a hora, decidimos ir jantar algo.

Escolhemos o clássico hambúrguer com batata frita.

— O que achou do filme? — Perguntei.

— O que? Fo-foi bom... Eu acho. — Sussurrou a última parte.

— Você dormiu, Guang-Hong.

— Desculpe, Leo. — Suspirou. — Eu não consegui dormir direito a noite e acabei não conseguindo me manter acordado durante o filme.

— Se você se sentia tão cansado a gente podia ter marcado o filme para outro dia.

— Mas você parecia querer tanto assistir esse filme, então eu vim. Não é isso que amigos fazem?

Ok, eu sei que ele me considera um amigo, mas ouvir essas palavras saírem da boca dele machucam um pouco e diminuem a esperança de que meu sentimento possa ser correspondido.

— Claro.

Tentei sorrir e continuar a conversa, mas depois disso minha animação foi embora e acabou que o clima se tornou meio tenso.

Ao terminar de comer, o acompanhei até o hotel em que estava hospedado.

— Tudo bem, Leo? Durante o jantar você ficou tenso e a tensão não parece ter ido embora até agora.

Suspirei. Pensei um pouco e independente das consequências achei melhor retirar do meu coração o que me afligia.

— Eu gosto de você, Guang Hong. — Coloquei pra fora com o resquício de coragem que reuni.

— Eu também gosto de você, Leo.

— Não assim. Quis dizer de uma forma romântica. — Corei.

Pude vê-lo arregalar os olhos e corar para então ouvi-lo dizer uma frase que fez meu coração se acelerar e encher de alegria.

— Eu também gosto de você.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.