Capítulo 4

Quando chego ao andar de cima, entro no quarto de Anne e logo ela fala:

—Que história gloriosa que a senhorita contou, vejo que nos daremos bem por conta da sua imaginação, claro que não gosto de mentir mas isto foi emocionante .

—Bem Anne, na verdade eu não menti totalmente, minha mãe já faleceu por causa de uma doença e meu pai, me abandonou pela bebida.

—Ou senhorita.-Fala com um olhar triste. -Eu não sabia, fico triste por você, mas sua história de vida é tão impactante, mas agora poderá ficar conosco, não sei se dormirá comigo ou no quarto ao lado, logo Marilla subirá para falar.

—Primeiro, pode me chamar de Merlya e segundo você realmente não ficou curiosa com tudo que viu em meu mundo?

—Claro que fiquei, mas nada irá me tirar daqui, tenho a minha vida e sinto que devo guia-lá de certo modo.

—Exato, faça isto, precisarei de ajuda.

—Pode deixar, estou tão feliz de ter outra amiga, logo irei te apresentar minha outra amiga Diana, ela é incrível e a verei logo mais quando for a escola.-Fala e eu me lembro do que acontece la, preferi ficar quieta pois não sabia o que falar a respeito, só o que saiu foi:

—Vai começar quando?

—No meio da próxima semana, será tão magnífico, já que nunca fui realmente em uma escola, mas adoro ler, a senho... Merlya gosta de ler?

—Amo, romances de época são meu prediletos .

—Que contam sobre cavaleiros e princesas ?-Logo percebo que eu estou na época que meus livros retratavam.-Sim adoro eles também, Jane Eare é meu mais amado, imagina, ver seu amor ficar cego e então ter que cuidar dele.

—Bem eu prefiro quando a personagem é livre e forte, como por exemplo Elizabeth Bennet, a adoro.

—Não a conheço, mas adoraria ler sua história.-Fala e logo Marilla entra no cômodo.

—Já que ficará conosco podera usar o quarto ao lado.-Fala saindo e sendo acompanhada por mim e por Anne.

—Nossa, seu quarto é grande, dará para fazer lutas emocionantes de espadas, alem de jornadas até o castelo da doce princesa.-Fala Anne pulando de lá pra cá.

—Anne pare com isto.-Repreende Marilla.-Agora vá para o seu quarto, deixe Merlya descansar.-Fala e se vira para mim.-E isto em suas costas é uma bolsa?

—Pode deixar Marilla, amanhã lhe mostro a casa toda Merlya.-Fala e eu concordo me virando logo após para Marilla na intenção de responder a sua pergunta.

—Sim.-Falo me ligando só agora na pequena bagagem em minha as costas. -Mas não tem nada, apenas bens pessoais.-Falo e ela concorda, deixo a bolsa de lado enquanto Marilla repreende mais uma vez Anne que esperou para ouvir minha resposta, mas depois concordou dando antes mais um pequeno discurso de boa noite .-Bem agora ...-Para e pensa .-Você ora? porque nesta casa somos religiosos e me agradaria se voce também fosse.

—Eu sou cristã senhora Cuntbert, poderá ficar traquila quanto a isto.

—Uma ótima notícia, agora durma, teremos que tratar de suas roupas amanhã, acho que ainda tenho um pouco de tecido.

—Se quiser eu a faço, tenho técnica para fazer roupas.-Falo me lembrando das inúmeras peças de roupas que tive de improvisar por não conseguir novas, eu era até boa nisto, além de meu trabalho as escondidas se tratar de costurar o que me fosse mandado.

—Vejo que temos uma costureira, talvez consiga trabalho com isto .

—Espero que sim.

—Bem, peço que apague a vela antes de dormir, boa noite .

—Boa noite. -Ela me olha, sorri e vai embora .

Oro ajoelhada, logo me acomodo na cama e apago a vela, não consigo dormir de imediato ainda feliz com tudo que esta acontecendo, mas então começo a raciocinar, o piquenique dos Berrs foi no domingo, ou seja, os dias foram modificados, além do horário, mas tentaria ao máximo me acostumar, depois destes pensamentos, me lembro de quando Anne comentou sobre a escola, pensei e no final tomei uma decisão, não iria afetar na vida de Anne em nada, pois sei o que aconteceria no final se tudo ocorrer igual, tentaria fazer a minha história aqui, por fim fecho os olhos pedindo para não acordar na cama frágil do apartamento de tia Verônica, e ver que tudo foi apenas um sonho.