De repente Amor

Não caia, por favor, não caia.


Pvo Sam

Eu e meus quatro amigos encontramo-nos sentados na mesma mesa no final da pista de dança, um lugar um tanto quanto escondido, de onde estamos é possível se observar todos que entram, saem e que estão na pista dançando, já a nós, poucos nos veem, isso é bom. Quinze minutos se passam e Gibby leva Carly para dançar, deixando na mesa apenas eu, Freddie e Spencer com caras de tédio.

— Fala aê macacada, vocês imaginaram que a noite ia ser tão chata?

— Não! – Eu e Freddie falamos em uníssono.

— Era o que eu pensava.

Mais vinte minutos. Um; Dois; Três; Quatro drinques, Freddie já tirou a gravata vermelha. Cinco; Seis drinques, Spencer dorme sobre a mesa e eu tiro o salto. Sete; Oito drinques e Carly e Gibby voltam para a mesa, envergonhados e com os rostos vermelhos. Nove; Dez drinques e decido acabar com isso, calço o salto.

— Vem Freddie.

— Ir pra onde?

— Pra pista de dança. Agora!

— Ok princesa Puckett, vamos. - Levantamos e nos dirigimos à pista de dança onde ‘Bad Blood’ da Taylor Swift toca em alto volume.

Pvo Carly

Ai. Meu. Deus, como é possível que o Gibby beije tão bem? Estávamos na pista de dança ao som de ‘November Rain’, mantinha a cabeça em seu peito e sentia sua respiração no topo da minha cabeça quando olho para seus olhos, ele encara os meus, castanho no castanho, respirações se misturando, seus olhos vão para minha boca e minha boca vai para a sua, um beijo calmo e profundo, doce e cheio de desejo, não, desejo não, amor, um beijo cheio de amor, aos poucos o beijo cessa e volto a encará-lo ruborizada, seu olhar me varre profundamente, a música acaba.

— Vamos voltar para a mesa?

— Va... Vamos. - gaguejo, por que gaguejo? Não costumo ficar envergonhada quando beijo alguém, por que com Gibby isso é diferente?

Andamos de volta a mesa, Sam nos encara desconfiada, há muitos copos espalhados pela mesa, Sam parece estar um pouco bêbada (Spencer a deixou beber? Vou matar os dois!), me sento e vejo Gibby pegar dois drinques do garçom que passa por nossa mesa.

— Gibby você vai beber isso?

— Sim, você não?

— Não, eu sou muito fraca para bebidas.

— Só uma Carl, pega. - ele me entrega uma taça com um drinque rosa, bebo e sinto o álcool com gosto de morango descer por minha garganta, Spencer sai da mesa e Gibby (que agora está sentado do meu lado no lugar que Spencer ocupava), que olhava a pista de dança se vira para mim.

— Vamos lá fora?

— Ma...

— Confia em mim, vem. - ele se levanta e dá à mão para que eu o siga, levanto, pego sua mão e sigo-o, atravessamos a pista de dança e vamos para o convés lateral, um vento gelado me atinge e minha espinha gela, sinto gotas de chuva caírem sobre meu rosto.- Está com frio? Pega meu paletó. - ele o tira e me dá.

— Obrigada. Gibby está chovendo, melhor entrarmos.

— Agora não, não vamos desperdiçar esse momento, por favor.

— É... – ele me puxa pela cintura e me beija, um beijo rápido, mas que foi suficiente para me tirar de órbita, a chuva começa a ficar mais forte, ele me encara por alguns segundos me obrigando a fitar seus olhos cor de mel, a chuva e o vento me fazem perder um pouco de equilíbrio, ele me abraça forte e finalmente diz.

— Preciso te dizer uma coisa. - nesse momento ouvimos um barulho alto e um forte impacto, caímos no chão e vemos muita água no convés, que diabos está acontecendo?

Pvo Sam

Freddie dança ‘Bad Blood’ de forma desengonçada enquanto dou gargalhadas estridentes. –Ele é tão fofo!

— Eu disse que não sabia dançar!

— Eu achei que estava exagerando, você é péssimo!

— Obrigado pelo reconhecimento. –rimos por um tempo até que uma música lenta que nunca ouvi antes começa a tocar e no salão ficam apenas casais, Freddie se vira e dá dois passos em direção à mesa, puxo seu braço e ele olha para mim.

— Pra onde vai?

— Voltar para a mesa, está provado que sou um péssimo dançarino.

— Não!- acho que falei um pouco alto demais, alguns casais olham para nós e ele me olha assustado. - Quer dizer... Eu te ensino.

— A dançar?

— Não, a abrir um portal para Panem! É claro que é a dançar manezão.

— Ok. - Ele se aproxima e faço com que ele ponha as mãos na minha cintura e eu ponho as minhas em seus ombros.

— Agora vamos para o lado no ritmo da música, bem devagar. –Damos um passo para o lado e ele pisa no meu pé- Ai!

— Desculpa Sam, vamos desistir, é impossível...

— Impossível... Essa palavra não faz parte do meu vocabulário, vamos, um passo para o lado- damos um passo para o lado- pro outro lado- novamente conseguimos- isso, conseguimos, continue assim. - Ele fica meio desajeitado no começo, mas logo pega o ritmo e me surpreende, o nerd aprendeu a dançar! Fujam para as montanhas que é o apocalipse! Abraço-o mais forte e falo em seu ouvido. – Parabéns nerd.- Sinto-o se arrepiar, me sinto mais confortável abraçada com ele, então, resolvo ficar nessa posição.

— Sam, preciso te contar algo. - meu corpo gela com o tom de sua voz rouca falando ao meu ouvido.

— Pode falar. - digo baixo, quase como um suspiro.

— Sam eu... - um barulho muito alto e todos do salão são jogados ao chão.

— O que está acontecendo?- Pergunto me levantando do chão junto com Freddie.

— Não sei, mas aconteça o que acontecer não largue minha mão.

Pvo Spencer

Sam e Freddie foram para a pista de dança, Gibby e Carly para algum lugar e eu estou aqui, sozinho, abandonado, peço mais um drinque, o terceiro depois que eles saíram da mesa, mais um copo pra coleção que Sam deixou na mesa, droga, por que eu vim? Quer saber, vou embora. Levanto-me e ando em direção a porta de saída do salão, vejo de longe Freddie pisando no pé de Sam, coitada, me viro de volta para a porta e vejo algo que me deixa sem fôlego, Marissa, ela veio, veio mesmo e, está maravilhosa, está usando um vestido rosa longo com brilhos dourados (http://3.bp.blogspot.com/-Oe-agReUj8w/UQb0E6FlpZI/AAAAAAAAA_I/HneXp4P_5NI/s1600/amy-adams-vestido-gucci.jpg), não sei como descrever, apenas sei que está perfeita, simplesmente perfeita. Ando em sua direção, pois alguns caras já estão babando em cima dela.

— Marissa, você veio.

— É... Eu vim, nossa que festa desanimada.

— Você não faz ideia do quanto. – ela sorri para mim e eu correspondo o seu sorriso. - quer se sentar?

— Pra falar a verdade eu quero dançar, vamos?

— Claro.

— Mas não aqui com toda essa gente, lá fora, no convés.

— Ok, vamos. - pego sua mão e andamos em direção ao convés onde... Chove? Chove muito, começo a andar de volta para o salão, mas Marissa me puxa de volta, continuamos andando e o vestido cola em seu corpo, ela para, chego perto dela e ficamos em posição de dança, a música é perfeitamente audível, mesmo com a chuva sua respiração é perfeitamente audível, e falando em chuva ela está bem mais forte agora.

— Spencer, para de se preocupar com a chuva.

— Mas Marissa...

Ela fica na ponta dos pés e me beija, aperto sua cintura, tem razão, a chuva não importa. Após algum tempo- não sei quanto e também não importa- nos separamos a tempo de ouvirmos um barulho e sermos jogados no chão perto da grade.

Pvo geral

Muitos gritos e correria, seguranças e uma voz nas caixas de som diziam para as pessoas ficarem calmas e irem para as cabines, ignorados. Puro desespero, o navio continua balançando violentamente.

Pvo Freddie

Após ouvirmos o barulho e sermos jogados no chão, começou o pânico, tantos gritos que fazem meus tímpanos ficarem a ponto de explodir, corro de mãos dadas com Sam, procuramos Carly, Spencer ou qualquer um dos nossos amigos, é muita gente, todos correm para as cabines e nós corremos contra eles em direção ao convés até que esbarro em alguém.

— Spencer?

— Filho?!- minha mãe surge de algum lugar e me abraça forte, está molhada assim como Spencer, não reclamo, o conforto que seu abraço me traz faz com que eu sinta que tudo ficará bem.

— Freddie pelo amor de Deus, você viu a Carly? - Spencer me pergunta desesperado e logo em seguida é empurrado por um homem que corria.

— Não Spencer, não vi.

— Temos que achar ela.

— Vocês já olharam no convés?- Sam diz e percebo que ela quer chorar, mas disfarça.

— Acabamos de vir do convés lateral, mas vamos lá de novo. –corremos ao convés lateral e nada.

— Ouvi um grito lá. – Sam diz já se mostrando desesperada e em lágrimas, aponta para o convés principal que fica na parte da frente do navio, corremos até lá e vemos Gibby desesperado inclinada sobre uma das grades de proteção, Sam corre até ele e quando chega perto grita; um grito de puro pavor que parece ter vindo do lugar mais profundo da sua alma, corro em sua direção sendo acompanhado por Spencer e minha mãe, quando chego à grade meu coração pula uma ou duas batidas, Carly está pendurada do lado de fora do navio sendo segurada apenas por Gibby e Sam que tenta ajudar, mas parece não fazer muita diferença, Carly grita e chora desesperadamente, minha amiga vai morrer, ela não pode morrer.

Pvo Spencer

Corro e ajudo Gibby, pego uma das mãos de Carly, mas está muito escorregadia, se fizermos um movimento brusco ela vai cair, minha amada irmãzinha não pode cair.

— Carly para de se debater, por favor!- Sam grita com toda a sua força.

Pvo Carly

— Carly para de se debater, por favor!-ouço Sam gritar e olha para cima, vejo seu rosto, ela está chorando, desesperada, minha amiga tão forte está mais frágil que nunca, quero abraçá-la, para abraçá-la tenho que sobreviver, não quero morrer, não posso morrer.

Pvo Gibby

Seguro com muito esforço a mão de Carly, não posso deixá-la cair, não posso viver sem ela, sem seu sorriso e seu jeito dramaturgo de ser, não posso, não posso, não vou!

Pvo Marissa

Todos choram e gritam, Carly não pode morrer, ela faz com que me lembre de Sophie, seus olhos castanhos e seu jeito meigo, Spencer chora,grita e pede desesperadamente para que a irmã seja forte, se ela morrer, ele também morre, sei disso, não posso perdê-los.

Pvo Sam

Não posso ficar sem Carly, não posso, ela é tudo para mim, minha família, minha confidente, minha irmã, sinto vontade de vomitar, corro até a grade um pouco afastada de onde todos estão e é quando a vejo, uma onda gigantesca está vindo em direção ao navio, corro e quando chego perto de onde eles estão o navio se inclina e sou jogada para fora. Água, só o que vejo é água, afundo e volto à superfície várias vezes, a água salgada queima minha garganta, afundo novamente e dessa vez não volto à superfície, não tenho forças, meu pulmão queima, paro de me debater, por fim vencida apenas me deixo afundar, com os olhos fechados vou me sentindo sendo puxada e jogada de um lado a outro, até não sentir mais nada, acho que isso é morrer.