De repente Amor

Apaixonando-se


Pvo Spencer

Encosto-me no balcão enquanto o cheiro de macarrão invade todo o apartamento. Estou fazendo tacos de macarrão, hoje não foi um bom dia para Marissa, a imprensa está pior do que nunca. Como ela nunca comeu tacos de macarrão então decidi prepará-los para o jantar.

Após quinze minutos o macarrão está cozido e temperado. Começo a colocá-lo nas casquinhas, o telefone toca me interrompendo e fazendo meu coração disparar, ultimamente isso acontece todas as vezes que o telefone toca.

- Alô.

- Senhor Shay?

- Sim, quem está falando?

- Aqui é do departamento de polícia de Seattle. – sinto meu corpo gelar e me sento para não cair já que minhas pernas ficam bambas.

- Tem notícias sobre Carly?! – falo um pouco alto demais e me arrependo, me lembro que Marissa está dormindo, fomos nos deitar as seis da manhã, pois tivemos que dar entrevistas e na saída fomos cercados por fãs de iCarly que nos fizeram ficar presos durante toda a madrugada na rádio, e para piorar de manhã tivemos uma entrevista no programa do Jimmy Fallow, estamos acabados.

- Senhor Shay, os grupos de busca estão fazendo o possível, mas não temos nem um sinal de onde a senhorita Shay e os ouros três jovens possam estar, mas as... – desligo o telefone, se eles não têm notícias boas para que ligar?

Volto para a cozinha e termino os tacos, quando está tudo pronto vou até meu quarto a fim de acordar Marissa para comer. Ao entrar me surpreendo quando não a vejo na cama, ouço o chuveiro e resolvo esperá-la. Marissa está dormindo aqui em meu quarto e eu no sofá, pois não consigo nem chegar perto do quarto de Carly, lembranças demais. Não aconteceu nada entre nós durante esses dias, até por que não há nenhum clima. Pego na minha cabeceira a foto que tirei com meus amigos para o livro dos recordes, só de pensar que nunca mais posso vê-los meus olhos se enchem de lágrimas, pego outra foto onde Gibby está junto e me lembro de sua mãe, ela está na casa de parentes, pois ficou doente, teve uma crise nervosa e quase me matou, mas entendo-a.

- Spencer? – me distraí tanto que não percebi quando Marissa voltou.

- Ah, oi Marissa, não percebi quando entrou.

- Você os ama demais, não é mesmo?

- Muito, Carly é minha irmã e com o tempo Sam, Freddie e Gibby também se tornaram como uma família para mim, aqui em Seattle eles são tudo o que eu tenho.

- Eu nem preciso dizer em relação ao Freddie, não é mesmo? – ela me dá um sorriso que acabou sendo uma tentativa falha de me animar.

- Ligaram do departamento de polícia.

- Eles têm alguma notícia?! – ela diz e se levanta em um pulo me olhando esperançosa.

- Não, eles não têm notícia alguma.

- Então qual é o motivo de ligar sem ter notícias?!

- Havia pensado a mesma coisa, mas acho que entendi o porquê. Eles estão nos preparando para o momento em que eles vão desistir de procurar.

- O que... – sua vez sai como um sussurro.

- Eles querem mostrar que estão fazendo o máximo, para quando desistirem não acharmos precipitado.

- Isso... Isso faz sentido. – ela diz, seus olhos se enchem de lágrimas e algumas escorrem por suas bochechas.

Tentei falar algo, mas o que vou dizer? Como é que vou juntar seus cacos se os meus estão por todo lado?

Aproximo-me e a beijo com calma e delicadeza, sinto seu cheiro, uma mistura de avelã e lavanda. Entramos na mesma sintonia, tentamos dissipar a dor através do beijo, logo percebemos que isso não é possível, então só deixamos de lado e nos deixamos levar. Corações palpitando. Cacos se misturando.

Pvo Marissa

Sei que a dor não vai passar, mas estar com Spencer já torna isso muito mais suportável. Separamo-nos e passamos um tempo nos encarando, sem falar nada, apenas aproveitando a presença um do outro.

- Está com fome? – Spencer pergunta quebrando o silêncio.

- Muita.

- Fiz tacos de macarrão.

- Sempre tive curiosidade em saber o que é isso que Freddie tanto falava. Eu vou me trocar e daqui a pouco vou para a cozinha.

- Tudo bem. – ele deposita um rápido beijo em meus lábios e saí.

Pvo Marissa

Já se passaram três dias desde... Eu não preciso repetir. Spencer tem feito o possível e o impossível para encontrar os meninos, e para fazer com que eu me sinta melhor.

Visto-me e vou a cozinha, um cheiro delicioso invade o apartamento fazendo meu estômago roncar, o que me faz lembrar que não comi nada hoje.

- Nossa que cheiro maravilhoso.

- Espero que meus humildes tacos lhe agradem. – sorrio para ele e sento-me à mesa, ele me serve um taco, encaro por um instante a comida desconhecida a minha frente e então a levo a boca, e... Meu Deus que comida maravilhosa!

- Spencer, como você descobriu essa mistura incrível? – pergunto e antes de responder ele tira um pouco de molho que ficou no canta no da minha boca e sorri para mim.

- Estava na casa do meu avô sozinho, tínhamos acabado de voltar de viagem e o vovô Shay havia ido ao centro com Carly, no apartamento a única coisa que eu sabia cozinhar era macarrão e tinha umas casquinhas prontas de tacos, e o resto você pode imaginar, e foi assim que nasceu o taco de macarrão.

- Gênios não precisam de muito para fazer a d... – nesse instante a campainha toca e Spencer se levanta para atender, ouço uma voz feminina e o vejo abraçando uma moça muito bonita, confesso que senti uma pontada de ciúmes, mas quem sou eu para exigir algo dele?

Pvo Spencer

Abro a porta e me surpreendo ao ver minha vizinha Heloiza.

- Oi Spencer, vim ver como está. – ela diz manhosa e me abraça. Sinto-me desconfortável, Heloiza é apaixonada por mim desde que me mudei para o prédio, chega a ser assustador sua obsessão por mim, ela é muito bonita e já chegamos a ficar algumas vezes, mas ela é muito louca para um relacionamento sério, e para eu estar chamando alguém de louco o negócio é serio viu.

- Obrigado pela preocupação Helo, mas eu estou bem.

- Eu soube o que aconteceu com a irritan... Quer dizer com a querida Carly e seus amigos estranhos. – ah, também tem esse detalhe, ela odeia Carly.

- Sim, estamos fazendo o possível para encontrá-los.

- Ah, claro... Mas e então, você está sozinho não é mesmo? Podíamos relembrar os velhos tempos. – ela diz passando a mão no meu peito e desceu até o cós da minha calça, pego sua mão e tiro dali. – Tentei te ligar ontem, você trocou de número?

- Meu celular se perdeu em algum momento da tempestade, comprei outro celular, mas não consegui recuperar o número do chip antigo. – e nesse momento posso jurar que ouvi um click na minha cabeça, entro no apartamento e fecho a porta na cara da morena, corro até Marissa que me olha sem entender o porquê do meu entusiasmo.

- O chip! – falo um “pouco” alto demais.

- Que chip? – ela pergunta confusa.

- O chip na cabeça do Freddie! Esquecemo-nos do chip!

- Ai meu Deus! – Marissa grita e corre para seu apartamento, sigo-a e vejo que Heloiza ainda está no corredor, essa mulher não desiste? – ela começa a falar algo, mas nem ouço, pois entro no apartamento 8-D.

- Droga! Onde eu coloquei?

- O que está procurando?

- O rastreador, eu não faço ideia de onde o coloquei, não o uso desde quando aquela louca os sequestrou.

- Lembro-me de como ele é, vou procurar lá em cima.

- Ok. – subo as escadas e vou para o quarto de Freddie.

Reviro todo o quarto e quando já estou sem esperanças encontro uma caixa escondida no armário do banheiro de Freddie, abro e lá está o rastreador.

- Marissa! Marissa eu achei! – grito e alguns segundos depois ela chega ao quarto, pega o rastreador da minha mão e me abraça.

- Mas é claro! Ele escondeu para que eu não o rastreasse mais, mas isso não importa, vamos ter eles de volta Spencer!

- Eu sei, eu sei! – a abraço mais forte e a giro no ar, quando a coloco novamente no chão sinto seus lábios nos meus, o beijo é uma mistura de alegria e esperança. Após um ou dois minutos o clima aos pouco vai se esquentando e minhas mãos descem até sua bunda e a aperto, ela geme baixo e puxa de leve meu cabelo, já começava a me animar (se é que vocês me entendem) quando ouvimos um grito.

- Sua puta! – não tive tempo de reagir, Heloiza já estava agarrada ao cabelo de Marissa. – Ele é meu homem sua velha mal amada! – Heloiza dá tapas fortes em Marissa e a mesma tenta revidar, mas não consegue fazer nem metade do estrago que aquela louca está fazendo. Agarro Heloiza segurando seus braços, ela chuta o ar e acaba me chutando na canela fazendo com que a solte.

- Vocês vão se arrepender! Eu prefiro te ver morto a te ver com essa puta! Ouça o que eu digo Spencer, prefiro te ver morto! – ela grita e sai do apartamento.

Corro até Marissa e a levanto.

- Quem é essa louca? – ela pergunta enquanto a coloco deitada na cama.

- É minha vizinha Heloiza, ela é completamente louca, é apaixonada por mim desde que me mudei para cá, ficamos algumas vezes e desde então ela mantêm essa obsessão por mim, mas nunca a vi desse jeito.

- Ela te ameaçou, não é melhor ir à delegacia?

- Não. Heloiza é louca, mas não acho que vá fazer algo contra a gente.

- Você tem certeza?

- Certeza eu não tenho, mas não aguento mais problemas, ela não vale a pena.

- Se você diz. – Marissa diz baixo e solta um gemido de dor e só então percebo que a lateral da sua cabeça está sangrando.

- Marissa! Sua cabeça está sangrando, onde tem curativo?

- No banheiro do meu quarto.

- Ok, espera aqui, já volto. – me levanto e saio do quarto, já estava indo ao quarto de Marissa, mas paro e desço as escadas, tranco a porta da sala e só então me dirijo ao quarto para pegar o curativo, depois do que aconteceu não sei o que esperar da Heloiza, não quis dizer a Marissa, mas havia um brilho perturbador nos olhos da morena enquanto fazia a ameaça, não acredito que ela vá fazer alguma coisa, mas não vou subestimá-la.

Pego a maleta de primeiros socorros e volto ao quarto de Freddie. Marissa está deitada encarando o teto, me aproximo e ela parece não perceber.

- Marissa?

- É a primeira vez que entro aqui depois do que aconteceu, a essência de Freddie está em cada centímetro desse quarto.

- Sei bem como é. – respondo e percebo que o assunto irá morrer aqui, não queremos mais um momento como o que aconteceu mais cedo. Aproximo-me dela, lhe dou um analgésico e começo a fazer o curativo.

- Se lembra de quando me deu um mini curso de primeiros socorros para caso o Freddie se machucasse enquanto estivesse lá em casa? Acho que finalmente serviu para alguma coisa.

Ela solta uma risada baixa, fecha os olhos e então adormece. Ela é tão linda, uma beleza diferente, madura e suave ao mesmo tempo, me pego sorrindo ao constatar o quanto fui idiota de não ter percebido a mulher incrível que mora do outro lado do corredor.

Pego-a no colo e vou rumo ao meu apartamento, a ponho no sofá e abro a porta do seu e do meu apartamento, coloco-a no meu quarto e volto para trancar as portas, como já disse não vou subestimar Heloiza. Volto ao quarto para cobrir Marissa e quando vou me afastar a sinto tocar meu braço.

- Deita aqui comigo. – diz com a voz fraca.

Não respondo, apenas tiro o sapato e me deito ao seu lado, ela se aconchega no meu peito.

- Marissa... – falo baixo, quase um sussurro.

- Oi... – ela responde no mesmo tom de voz.

- Posso te contar um segredo?

- Prometo não contar a ninguém. – dou um pequeno sorriso de lado que aprendi com Freddie.

- Acho que estou me apaixonando por você. – ela me olha e um sorriso doce e encantador se forma em seus lábios.

- Acho que eu também.

- É bom saber que não estou ficando louco sozinho.

- Às vezes a loucura faz bem. – deposito um selinho demorado em seus lábios e ela volta a se aconchegar em meu peito e aos poucos sua respiração se torna lenta e compassada.

Talvez esteja muito perto do apaixonando se tornar em completamente apaixonado.