Ω Percy Jackson – Nova integrante na família?

Enquanto estávamos nos empanturrando de bolo azul [que estava ótimo, alias] eu percebi que viajar nas sombras nos dava uma canseira. Mas então me lembrei que mamãe queria nos dizer algo antes de sairmos para a “terra desconhecida”.

– Então mamãe – eu perguntei enquanto dava uma bela garfada no bolo. – O que você nos queria contar.

– Bem... – ela começou a falar, então ouvimos um barulho vindo do quarto que parecia de algo caindo com força no chão.

– Pelos deuses! O que foi isso?

Mamãe riu e respondeu:

– Esse era o trabalho super importante de Paul: trocar a lâmpada sozinho, sem ajuda. Ele deve estar chegando pra cumprimentar vocês adequadamente. Vou lá ver como anda o trabalho dele... – nós rimos enquanto ela ia entrando no corredor.

– Ele é meio desastrado e desajeitado, mas é gente boa. – eu disse tentando tirar um morango do bolo sem deixar marcas. O que não deu muito certo, pois o bolo ficou com um rombo e a marca de meus dedos [que estavam limpos, só pra avisar].

– Ah, então ele é um cabeça-de-alga, como você!

Esperamos mais um tempo e já estávamos morrendo de sono.

Nico estava quase com a cabeça dentro do prato, Annie colocou a cabeça no meu colo. Quando eu estava pegando no sono, fomos todos acordados por meu padrasto. Eu me levantei e o cumprimentei. Ele me olhou de um jeito estranho e disse:

– Nossa Percy!

– O que foi? – eu perguntei.

– Como você cresceu. Hahaha’ – ele disse, rindo da própria piada. Sabia que eu odiava isso [porque eu era menor que Annie há alguns anos atrás]. Mas relaxei. Bem, ele era assim mesmo.

Ele cumprimentou a todos e disse:

– Bem, eu adoraria ficar, mas tenho alguns serviços extras lá na Goode. Até mais crianças! – e saiu pela porta [nós temos que especificar, porque nós semideuses e mediadores costumamos arrombar as janelas pra ir embora].

Mamãe se sentou no puf que eu havia insistido em colocar na sala [que era laranja da cor da camiseta do acampamento] e disse:

– Eu estive pensando na forma de como dizer isso pra vocês. Então, decidi ir direto ao ponto.

– Ok, não precisa se preocupar, aguentei muita coisa até agora isso vai ser fichinha. – disse Suzannah e todos nós concordamos com a cabeça.

– Bem, querida você e Percy são primos distantes, não sei exatamente o grau, talvez de quarto grau, mais isso não muda nada, se pararem pra pensar vocês tem bastantes características físicas e psicológicas iguais.

Nós nos entreolhamos. Sim, tínhamos características físicas um tanto parecidas, e psicológicas, bem... Nós dois somos estourados e gostamos de bater. Não estávamos nenhum pouco surpresos afinal, seriamos parentes de qualquer maneira.

– Certo, mãe, mas nós iríamos ser primos de qualquer jeito, ela é uma filha de Hades... – eu comecei a falar, mas ela me interrompeu.

– Percy, filho, me escute. Vocês não são primos apenas no mundo dos deuses, são primos também no mundo mortal. Acho que não se lembram um do outro, mas se conheceram quando pequenos. A mãe da Suzannah morava no mesmo condomínio que o nosso. – ela parou para respirar e continuou: – bem, vocês compraram um apartamento melhor, onde ela cresceu. Depois de muito tempo a mãe dela se casou de novo e vocês se mudaram para Califórnia, certo?

– Ce-certo... – ela gaguejou.

– Espera – eu disse me lembrando de uma garotinha de olhos verdes que me chamava de bobo quando eu era pequeno. – Você é a Sue?

– Hey! Você era o bobo! – ela disse se lembrando do meu apelido. Eu fechei a cara e disse:

– Com tantos apelidos pra me chamar, tinha que ser justo bobo?

Todos riram.

– É, e você me chamava de Sue, porque você não conseguia falar Suzannah. Dizia que era muito complicado. Desde aquele dia que você me chamou de Sue eu te chamei de bobo.

– Mãe, era com ela que eu brincava até uns 4 ou 5 anos?

– Sim filho, depois Suzannah se mudou com 6 anos quando...

– Meu pai morreu. – ela disse, enxugando as lagrimas que teimavam em cair involuntariamente.

– Sim. Vocês até tem fotos juntos. Olhem só.

Ela tirou uma foto de dentro de uma caixa e nos mostrou. Eu fiquei vermelho de vergonha e Suzannah tentava esconder a cara atrás de Jesse. A foto era de nós dois com os narizes pintados de batom vermelho, fazendo caretas. Tínhamos mais ou menos 5 anos de idade.

– Nossa, que palhaçinhos mais fofos esses, não é Annie? Poxa, Percy... Por que você cresceu? Preferia você assim, pequenininho. – alfinetou Thalia. Eu fiquei mais vermelho ainda e mostrei a língua pra Thalia.

– Sim Percy, é assim mesmo que você vai mostrar sua maturidade. – Paul disse e eu assenti como uma criança emburrada.

– Ok ok, já entendemos! – Suzannah disse pegando as fotos das mãos dos nossos queridos amigos, já ficando irritada como eu. – Nós somos primos distantes e nossas fotos eram fofas.

Mamãe disse que poderíamos tomar um banho e descansar aqui em casa.

– Agora se não se importam, – Suzannah disse: – eu vou tomar um bom banho, depois ir dormir, porque a viagem vai ser muito longa. E é melhor vocês fazerem o mesmo.

Assentimos e fomos descansar.

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