Nasuada

Eu estava esperando meus convidados. Ou a maioria deles, porque a menina-bruxa Elva já havia chegado, e estava me fazendo companhia.

– Elva, você acha que se chamarmos Eragon, ele virá?

Ela pensou um pouco e depois disse:

– Se ele tiver bons motivos, Rainha, acredito que sim. Eragon não é do tipo que deixa seus amigos sozinhos em tempos difíceis.

Isso me acalmou um pouco. Afinal, o que ela dizia era verdade. E, eu convenceria Angela a dizer a Eragon que profetizou mal quando disse que ele não mais retornaria.

Neste momento, Angela chegou.

– Rainha Nasuada, com licença. - Ela se sentou sem cerimônias.

– Angela, fique a vontade.

– Obrigada. Onde estão os outros membros do conselho?

– Ah, estão tendo de vir de longe. Por sorte, Islanzadí e Orik estavam em cidades aqui por perto, e não em seus reinos, pois se assim fosse, teríamos de esperar dias sem conta.

– Sim, ainda bem que não estão. Esse conselho já está atrasado. - ela parecia muito preocupada.

– Porque acha isso, Angela? O que você sabe que eu não sei?

– Fique calma, Rainha. Todos esclareceremos nossos pontos quando a reunião tiver início. Não quero ter de ficar repetindo nada dezenas de vezes.

Resolvi não insistir, pois sabia que de nada adiantaria.

A partir daí, ficamos em silêncio, até que um guarda anunciou a chegada da princesa Elfa.

Arya parecia muito aflita, e tinha alguns arranhões quando entrou no enorme salão com Fírnen. Esse era o motivo das reuniões acontecerem neste salão. Ele precisava caber dragões.

– Rainha Nasuada!

– Arya, o que houve? - perguntei urgentemente.

– Rainha, foi horrível. Eu estava acampando...

Ela foi interrompida por Angela, que disse:

– Arya, por favor, pode esperar até que todos tenham chegado? Assim todos falamos apenas uma vez?

– Sim... acho que é o mais sábio a fazer. Nasuada, conte-me mais sobre o roubo dos ovos dos anões...

Ela foi interrompida por outro guarda anunciante:

– Minha Rainha, aqui estão a Rainha Islanzadí, o Rei Orik e o Cavaleiro de Dragão Murtagh.

– Mande-os entrar. - eu disse ao guarda. - Nossa, mas que timing perfeito.

Mantive- me calma por fora, mas por dentro, estava cheia de borboletas com a anunciação da chegada de Murtagh.

Eles entraram majestosamente. Primeiro Islanzadí, depois Orik e depois Murtagh, com Thor.

– Rainha Nasuada - cumprimentaram os três, Murtagh com um sorrisinho.

– Caros amigos, peço que se sentem. Temos muito a conversar.

A partir daí, houveram relatos das histórias dos roubos dos dragões, do ataque Arya e das coisas estranhas observadas pelos outros.

Depois de todos falarem, Angela se pronunciou.

– São os ovos de rãs podres dos Galbatorix's. Os servos nojentos e mais negros do falecido Rei, que o inferno o tenha.

Todos ficaram mudos e pasmos com a revelação de Angela.

– Meu Deus, Angela. Como pode saber disso? O que são esses Galbatorix's? Fale, mulher!

Eu estava com raiva por ela não ter dito nada.

– Calma, Rainha, assim ficará com cabelos brancos logo, logo. Bem, eu os descobri conversando com meus muitos contatos ao longo desse últimos tempos. Perguntando, indagando, induzindo a responder... O fato é que, finalmente decidi segui-los e descobrir de vez o que queriam. Passei um tempo viajando, lembra-se? A umas semanas. Mas só vim descobrir a pouco tempo que são uma associação de feiticeiros experimentais loucos que eram servos de Galbatorix, que o inferno o tenha. Existem muitos outros detalhes, que esclarecerei depois, mas o principal objetivo deles é construir uma nova linhagem de Dragões Negros, para derrubar seu reino, Nasuada, e trazer Galbatorix dos mortos.

Todos permaneciam calados e surpresos e horrorizados até o momento, quando começaram a falar, todos de vez.

- Devemos iniciar imediatamente uma frota de combate...

- ... Caçá-los, temos de fazer algo...

- ... Não podemos deixá-los fazer isso! Isso não deveria nem ser possível!

- O que faremos?

Me levantei e elevei minha voz:

– Hora de chamarmos Eragon.