Darkness Embraced

Capítulo 1: A estranha da Casa Abandonada


- Hugo Campanaro Narrando-

Era madrugada de uma sexta feira 13, eu andava pela floresta a procura de alguma caçador para me alimentar. Sim, sou um vampiro de 350 anos. Ouvi uns gritos a alguns metros de onde estava e corri até lá para checar. Era um homem alto, ele batia com força em uma prostituta loira. Eu o conhecia bem, bem até demais. Ele era meu criador, se chamava Pietro Delatorre. A mesma chorava e implorava por misericordia. Ao longe, fiquei os observando para ver a hora certa para mata-lo. Sai de tras das arvores

_ Delatorre! – gritei

_ ora, ora ora! Olha quem está de volta... O grande revolucionario, Hugo Campanaro.

_ solte-a – ele deu uma risada malefica

_ ora menino, não se meta nos meus assuntos.

_ Delatorre ela é humana, não tem a nossa força. Não ve que está machucando-a – ele riu ironicamente

_ ora garoto, voce é idiota ou o que? Eu quero essa vadia morta, ela me desobedeceu e voce se lembra da ultima vez que alguem me desobedeceu – seu sorriso vitorioso me tirava do serio.

_ Não os meta nisso!

_ essa aqui – ele a puxou pelo cabelo – vai ter o mesmo fim que a sua irmãzinha... Rebbeca não é? - meus caninos rasgaram minha gengiva e meus pulsos cerraram, eu corri em sua direção jogando a menina longe. Meu foco era matar Pietro.Ela caiu quase morta e completamente ensanguentada ao chao. Ignorei-a completamente, eu socava e chutava Pietro e ele tentava me morder mas eu sempre fora mais rapido que ele. Até que o prendi entre uma muralha, sem escapatoria. Foi a vez do sorriso vitorioso brincar em meus labios.

_ quem é o idiota agora Delatorre?

_ voce não tem coragem de matar o homem que te deu uma segunda chance – o medo era claro em seus olhos, ao final de sua frase eu cai na gargalhada.

_ será? – apertei mais minha mao ao redor de seu pescoço, o desencostei da pedra e o arremessei longe. Ele se levantou e iria morde-la, eu me apressei e o peguei pelo colarinho de sua camisa. O olhei nos olhos, meus olhos estavam completamente vermelhos e assustadores.

_ Saia daqui agora – praticamente rosnei, o joguei no chao e ele saiu correndo. Voltei a minha forma “normal” e me aproximei da moça e vi que ela não estava morta. Não seria certo eu transformá-la assim, iria ficar com marcas horriveis. A peguei no colo e corri para uma mansao abandonada no meio da floresta, abri a porta e tudo estava escuro, a não ser por uma única vela em cima de um piano de calda, alguem havia estado ali a pouco tempo. Ouvi passos no andar de cima, coloquei a mulher desmaiada em cima de um sofá e corri para ver.

_ Quem está ai? – uma voz feminina falou e eu ouvi o som de uma espada ser retirada de algum lugar.

_ o que faz aqui? – perguntei

_ eu quem devo saber, afinal voce invadiu a minha casa.

_ voce mora aqui? – perguntei em um tom sarcastico

_ moro, o que voce quer?

_ um lugar para ficar e tratar de uma mulher quase morta que esta na sala. – a mulher com quem eu conversava em plena escuridao ascendeu o candelabro ao seu lado e eu pude ver sua face. Ela tinha uma pele muito branca e longuissimos cabelos negros, seus olhos eram azuis e ela era humana. Era gotica, isso dava para ver pelo tipo de roupa e lugar que morava.

_ como se chama? – perguntei

_ Lumar Lefreve – ela disse enquanto me levava de volta para o andar de baixo – e voce e a moça que esta com voce?

_ eu sou Hugo Campanaro, ela eu não sei. Acabei de encontrá-la quase morta na floresta

_ o que voce fazia nessa tempestade lá fora? Pode ficar doente – em um momento dei uma risadinha ironica que ela não ouviu

_ não se preocupe, eu sou forte Srta Lefreve! – fui educado, afinal eu dormiria na casa dela.

Ela se aproximou da moça e correu para a cozinha suponho e voltou com uma bacia de bronze com agua quente e um pano. Começou a limpar os ferimentos da mulher, depois subiu até o andar de cima e trouxe um vestido branco. A olhei fazer tudo com calma.

_ o vestido não é meu se é isso que se pergunta. Achei aqui quando cheguei. – acenti e me sentei no piano tocando algumas teclas.

_ voce toca? – perguntei e ela confirmou

_ eu sou louco para ter um desse, mas não tenho casa fixa entao é impossivel

_ é complicado – ela pareceu se lembrar de algo ficando em silencio alguns minutos, ela suspirou e disse – ajude-me levá-la para o andar de cima por favor.

Peguei a moça no colo novamente e a levei para o quarto que Lumar havia indicado, a coloquei na cama e saimos.

_ seu quarto é esse, o meu é no final do corredor. Qualquer coisa pode me chamar – ela ia em direção ao seu quarto

_ Lumar?

_ sim? – ela se virou

_ Obrigada por me deixar ficar e eu queria avisar que eu durmo o dia inteiro ok? Não se preocupe, eu troco o dia pela noite.

_ Okay – ela se virou e foi para seu quarto.

- Lumar Lefreve Narrando –

Deixei-os em seu quarto e fui para o meu, tirei meus coturnos e troquei por uma camisola negra de seda. Deitei-me e logo adormeci.

Acordei na manhã seguinte com o barulho de um corvo batendo a minha janela, o espantei e pus um vestido negro novamente. Fiz um penteado qualquer no cabelo e desci. Indo para a varanda. A moça que Hugo havia trazido na noite passada estava sentada lá fora olhando pro nada.

_ Olá – ela pareceu se assustar – desculpe, minha intençao não era de assustá-la.

_t-tudo bem... Como vim parar aqui?

_ um rapaz a achou na floresta e trouxe ate minha casa achando que estaria vazia.

_ e onde ele está?

_ dormindo, só o veremos a noite. Ele dorme o dia todo

_ ah sim... qual seu nome?

_Lumar Lefreve e voce é?

_ Dayane Francois. Lumar, eu posso lhe pedir uma coisa?

_claro...

_ posso me esconder na sua casa?

_ pode, mas o que aconteceu?

_ eu fui forçada a trabalhar como prostituta. E agora meu patrao me bateu e foi onde o moço que me trouxe pra ca me achou, desmaiada no chao – ela olhava para o chao com medo.

_ que horror! Deverias avisar a policia local.

_ eu já tentei – ela suspirou – mas quem acreditaria em uma prostituta?

_ tens razao, mas estará segura aqui, ninguem vem para esse lado da floresta.

O dia passou enquanto eu e Dayane nos tornavamos mais amigas, quando a lua chegou, Hugo acordou. Dayane nos contou sobre sua vida e eu contei o porque de eu ter vindo parar numa mansao abandonada no meio do nada.