Dark Angel

A Donzela em Perigo


Eu só tinha uma queimadura leve no braço, e isso não mudou nada na minha rotina. Depois do fim de semana, eu estava bem. De volta à árvore no quintal da casa dos Morris, sozinha. Vi algumas folhas se mexerem do meu lado. Ou quase sozinha.

–Asa Noturna. - Falei antes ele se sentar no galho

–Black Angel.

–Isso... - Tirei o pen-drive prateado do meu bolso - É seu. - Entreguei a ele

–O quê? Como foi que... Quando foi que...? Você pegou. - Ele concluiu

–Longa história.

–O que descobriu com isso?

Tivemos uma longa conversa sobre o assunto. Asa Noturna já estava investigando há muito tempo, e ainda não sabia onde estava Steve ou como eles poderiam trazê-lo de volta a vida. Mas gostei que ele tenha me contado.

...]

A terça-feira fora longa, eu estava voltando para casa, ansiosa para chegar à SHIELD, mesmo com o tempo frio e o céu escuro eu não estava com vontade de passar a noite esticada no sofá. Estava prestes a passar pela pequena rua sem saída e escura a caminho da minha casa, quando ouvi uma voz familiar chamar o meu nome.

–Alícia? - Me virei para vê-lo

–Jhonny?

–Quanto tempo!

–Ér... Quanto tempo... - Falei forçando um sorriso

–Vamos conversar um pouco? - Ele passou o braço pelos meus ombros me abraçando

Aquilo não era bom, a minha última conversa com Jhonny havia saído do controle. Ele era um colega da escola, Mike e ele eram próximos, mas quando Jhonny passou a demonstrar o quanto estava fissurado em mim, Mike se afastou. E poucos dias antes de sua mudança para a Europa, ele havia tentado me agarrar. Eu não tinha como reagir, sabia me controlar com as habilidades, e se não fosse por Mike, não sei o que poderia ter acontecido.

–Agora? Eu acabei de sair do trabalho e... - Ele já havia mudado o meu caminho, me lavando de volta por onde vim - Ah... - Parei obrigando-o a me soltar - Olha, Jhonny, foi muito bom rever você, mas eu realmente quero ir para casa agora.

–Sério, Alícia? Eu acho que não me desculpei direito pelo que fiz...

–Tudo bem, Jhonny. Isso foi há muito tempo, tudo bem mesmo.

–Que bom. - Ele avançou para cima de mim, seu rosto havia mudado, ele parecia pervertido.

–O-oque você está fazendo, Jhonny? - Perguntei recuando e ele riu

De novo? Ele avançava rápido de mais e a rua estava deserta, facilitando tudo para ele, e talvez para mim. Eu sabia que podia me defender, mas isso estragaria a minha identidade, o que me obrigaria a matá-lo, e isso não parecia uma coisa boa. Mas, por outro lado, eu não podia deixá-lo fazer oque quer que quisesse fazer comigo.

–Pára com isso! - Mandei quando ele pressionou o corpo contra o meu, imobilizando minhas pernas e segurando os meus braços para cima.

–Ah qual é, Alícia?! Por que você tem que ser tão escorregadia? - Ele falava rindo - Acho que agora o Lane não vai defender a donzela em perigo! - Eu podia ver os seus planos perversos em seus olhos

Ali, naquela rua vazia e escura um sorriso malígno se formou em seu rosto. Sua mão se arrastou pelo meu corpo e eu gemi de ódio com os dentes cerrados.

–Isso já é de mais. - Dick se materializou atrás de Jhonny, ele havia acabado de chegar, mas eu não vi, estava irritada e enojada de mais para me preocupar com como ele havia chegado ali.

Dick cerrou os dentes puxando Jhonny pelo ombro, fazendo-o se afastar de mim e eu suspirei aliviada. Mas Jhonny riu.

–O que é isso? Rodízio? Primeiro o Mike, agora o Grayson. Quem vai salvar você da próxima vez, princesa? - Jhonny aproximou o rosto do meu

–Não me chama de "princesa"! - No meio da frase, eu já havia socado o seu rosto.

Ele se recompôs facilmente, rindo e massageando o maxilar.

–Até que você é forte! - Ele zombou e voltou-se para Dick - E você? O que pensa que está fazendo? Isso não é da sua conta. Ela não é nada sua! - Ele falou empurrando Dick

–Ela... - Dick o segurou pela jaqueta - É a minha namorada. - Ele olhou para mim enquanto falava, o que fez Jhonny rir ainda mais.

–Sério, Alícia?! O Grayson? - Ele gargalhou - Parabéns, amigo. Mais uma na sua listinha. - Aquilo fez Dick rosnar antes de atacá-lo com um soco, muito mais forte que o meu, um soco que fez Jhonny despencar no chão como um bêbado.

–Eu não sou seu amigo. - Ele falou pausadamente olhando-o com desprezo

Dick desparou em minha direção e me abraçando forte. Eu o abracei como nunca, seu toque me acalmou e seu cheiro me deixou em estado de êxtase. Quando nos separamos, Jhonny não estava mais ali. Dick abraçou a minha cintura me olhando com ternura.

–Me desculpa. Eu juro que tentei, mas não consegui ficar longe de você. - Ele falava decepcionado - Eu não tenho forças para ficar longe de você.

–Eu não quero que fique. Nunca quis.

Eu queria jogar tudo o que senti por todo o tempo em que ficamos separados, mas não ali, não naquela hora. Eu não tinha estrutura para fazer isso. Seus olhos estava penetrados nos meus. Ele se aproximou aos poucos, até eu não conseguir mais enxerar seus olhos, e fechar os meus.

E então, Dick me beijou. O beijo que eu esperei pelo tempo que estávamos longe. Aquilo me acalmou e me deixou nervosa, me deixou quente e fria ao mesmo tempo. Me deixou sem fôlego, mesmo não sendo um beijo muito longo. Quando nos afastamos, Dick sorriu.

–Eu senti a sua falta. - Ele sussurrou

...]

Estávamos entre outro beijo intenso, quando me afastei com coragem o suficiente para me afastar de seus olhos suplicantes e seus lábios suaves e viciantes.

–Por que você fez isso? - O sorriso que existia em seu rosto, desapareceu no fim da pergunta

–Eu... Am... - Ele não encontrava as palavras, estava tenso, não parecia ser um assunto fácil.

Eu não via mais sentido algum naquela pergunta, mas parecia ser um direito meu, eu tinha o direito de saber porque ele terminou comigo se estava apaixonado. Apaixonado. Agora eu sabia que ele realmente estava.

–Eu não queria aceitar que estava dominado. - Ele admitiu por fim, rindo da própria confissão.

Eu sorri, e avancei. Beijei-o como se fosse a última vez e ele retribuiu como se fosse a primeira. Travesso à princípio, deslizando as mãos pelo meu corpo, e urgente, apertando o meu corpo.

Ele estava ali, comigo de novo e nada poderia me afastar dele novamente. Eu não queria e não deixaria.