Dark Angel

7 Segundos


Voltei com duas canecas de café. Fechei a porta e a vi dormir parcialmente enrolada nos lençóis em minha cama que cobriam suas pernas, e o pijama, o meu pijama, estava muito mal abotoado deixando seu sutiã preto completamente visível. Seus cabelos negros e lisos estavam espalhados na cama.

Sorri pensando que eu estava mesmo apaixonado por ela. Ela estava muito mais linda do que qualquer outra garota que eu já havia visto. Me aproximei e me sentei ao seu lado na cama. Ela sorriu e depois abriu os olhos.

-Bom dia – Ela falou sorrindo

-Eu não queria te acordar... – Falei mexendo em seus cabelos

Lis se ajoelhou e me encontrou em um beijo, pegou a caneca da minha mão e se sentou ajoelhada na cama, ao meu lado.

-Eu tenho que ir embora – Murmurou ela enquanto assoprava o café

-Eu não quero que você vá. – Protestei

-Não seja manhoso, Dick. – Ela se esticou para colocar a caneca no criado-mudo passando bem perto de mim e voltou a sentar onde estava – Eu adorei conhecer Bruce, Alfred, Tim e Bárbara, mas passei a noite toda fora...

-Tudo bem, se você quiser ir, eu te levo. – Falei me esforçando para não olhá-la nos olhos e fingindo estar chateado

-Mas... – Ela virou o meu rosto com os dedos me obrigando a olhá-la novamente – Você pode ir para a minha casa, ficar comigo. Lá não tem Bruce, Alfred ou ninguém que possa nos atrapalhar... – Ela falou sorrindo apaixonante e maliciosa

Pensei em recusar, mas aqueles olhos me faziam refém e eu aceitaria qualquer coisa.

-Certo, eu me rendo! – Levantei as mãos em sinal de rendição e ela riu

Riu e se deitou na cama me puxando ao mesmo tempo pelo pescoço me fazendo deitar sobre ela, e depois ela me beijou acariciando a minha perna com a sua. Quando os nossos beijos se tornaram mais intensos, Lis me empurrou e se levantou subitamente me deixando com cara de bobo.

Ela caminhou até o banheiro depois saiu arrumada como na noite anterior. Depois eu me arrumei e assim descemos as escadas.

-Bom dia Dick... Alícia. – Falou Bruce sorrindo

Mesmo que Lis estivesse sem graça, sorriu simpática. Quando saímos, encontramos com Tim e depois entramos no carro.

Enquanto eu dirigia, Lis me observava o tempo todo, às vezes ela sorria e mexia a cabeça. Tentei fingir que não estava vendo e tentei não sorrir também.

-O que foi? – Perguntei vendo-a sorrir

-O que? Ah, não, nada. – Ela se enrolou para falar e eu ri baixo

-No que você está pensando?

-Em nós... Em você. – Ela falou rápido, como se não houvesse pensado para falar e riu de si mesma logo em seguida.

Pov. Alícia

-Em nós... Em você. – Falei rápido, sem pensar e ri de mim mesma logo depois. Agora que começou, termina! – Em como você mudou desde que eu conheci você há anos atrás. Você era só um garoto... Nós éramos mais jovens e eu nunca pensei que ficaria com O Richard Grayson! – Falei rindo

-“O Richard Grayson”? – Ele riu

-É... Bom, você sempre foi O Pegador, e ao mesmo tempo, O Sonho-de-Consumo!

-Eu não sabia disso! – Ele gargalhou

-É claro que sabia! Você sempre soube das habilidades com garotas que você sempre teve! – Falei e ele riu – Você sempre conseguiu as garotas que você queria e todas as garotas sempre quiseram você. E quando nos reencontramos... Elas ainda queriam você... – Fui interrompida

-Mas eu quero você. Eu só quero você! – Ele falou ao parar o carro já em frente ao meu prédio e eu sorri

Ele se aproximou com calma e me beijou.

-Vamos... Vamos subir! – Falei ofegante ao me separar dele

... Deixei Dick no sofá e entrei no quarto. Não tomei um banho muito longo, saí do quarto com um short e uma camiseta um pouco mais larga. Me surpreendi ao voltar à sala. A mesa de centro estava coberta por comida. Salgadinhos, balas, doces e refrigerante.

-Uau! Demorei tanto assim? – Dick pegava um pacote de salgadinho vazio do chão quando apareci, ele parou e me observou.

-Eu fui rápido. – Ele sorriu me envolvendo em seus braços

-É incrível! Eu adorei... – Eu ia beijá-lo, mas quando aproximei nossos rostos, ele me puxou para o sofá.

-Vem logo, Lis. O filme vai começar. – Dick me soltou, tirou o casaco e voltou a me puxar para o sofá.

-Filme?

-Sim, acho que você vai gostar. – Ele se deitou no sofá me obrigando à deitar em seu peito

-Não me diga que é uma comédia romântica sobre cães... Nada contra, mas... – Ele me interrompeu com uma risada

-Não. É ação, acho que você vai gostar!

Era, na verdade, quase um filme de terror. Em algumas partes, eu o apertava ou afundava o rosto em seu peito involuntariamente, tive que dar risada de mim mesma por ter feito isso. Ele gostava quando eu “sentia medo”, me abraçava com mais firmeza e sorria. As besteiras na minha mesa nos satisfizeram. Quando o filme acabou, me senti um pouco aliviada, mas logo começou outro, talvez pior e tudo se repetiu.

Quando acabou, me estiquei para pegar o controle remoto na mesa e quando eu finalmente consegui, Dick me virou rápido, fazendo-me ficar embaixo dele. O controle caiu.

-Droga! Eu demorei para conseguir pegar, sabia?! – Falei irritada e ele riu

-Oh, me desculpe! – Ele deslizou a mão lentamente contornando o meu corpo até conseguir colocar a mão embaixo da minha camisa tocando a minha pele

Dick aproximou o rosto do meu me beijando de leve por todo o rosto. Percebi que com a queda, o controle havia mudado de canal e agora devia ser um reportagem, os beijos carinhosos de Dick tiravam toda a minha atenção.

-Aparentemente, o seu nome é Batman! – Falou o repórter

Dick e eu nos separamos e ele olhou tão atento quanto eu para a televisão.

A noticia era essa mesmo, uma filmagem amadora de 7 segundos mostrava o homem morcego. Ele havia acabado de salvar 11 reféns das mãos dos Homens da Noite. Fiz o máximo que pude para prestar atenção. Quando veio o comercial, vi que Dick estava pálido.

-Você está bem?

-O que? Ah, sim. Claro. – Ele sorriu fraco, não me convenceu – Eu preciso ir. – Ele se levantou sem hesitar

-O quê? Por quê? – Perguntei me levantando atrás dele

Percebi que, sem querer, eu havia demonstrado um tanto de desespero. Tentei me recompor depois de ver como ele realmente queria ficar e que ir embora naquele momento estava lhe causando certa tristeza. Ele segurou o meu rosto com uma mão acariciando-o.

-Lis, você não imagina como eu quero ficar e como isso iria me fazer bem, mas eu preciso mesmo ir.

-Certo... – Olhei para o lado desviando de seus olhos

Ele virou o meu rosto com delicadeza, obrigando-me a olhá-lo nos olhos, exatamente como eu havia feito há horas atrás.

-Posso te ligar mais tarde?

-Eu vou esperar – Sorri o máximo que pude e o beijei – Tem certeza que está tudo bem?

-Sim – Ele sorriu fraco e sem firmeza