Dark Angel

Capítulo 9 - Acordo no inferno.


Capitulo 9 – Acordo no inferno.

Sobressaltei com o toque de uma mão no meu ombro.

- Droga Dean. Que susto! – Reclamei.

- Acho que eu devia me lembrar, mas por um acaso você me acertou com um raio e me apagou? – Ele riu e eu não consegui conter uma pequena risada.

- Eu te explico no carro, agente tem que ir encontrar o Sam.

Fomos para o carro e no caminho eu contei tudo para o Dean, primeiro ele achou que eu tinha tido algum tipo de miragem, depois ele lembrou de tudo que já caçou e acreditou em mim.

- O que é isso exatamente? Um aviso? - perguntou incrédulo.

- Eu acho que esta mais para uma profecia, algo do tipo.

- O que é uma profecia exatamente? Uma visão do futuro? - Perguntou confuso.

- É quase isso. É um relato que aparece em um sonho, visão ou dita por alguém, por um deus, por um espírito, por um anjo, sendo muitas vezes considerado como mensagens divinas. - Expliquei.

- Para com isso.

- Com o que? - perguntei incrédula.

- Para de falar desse jeito, ta até parecendo o Sammy.

- Hahaha - Ri em tom de sarcasmo. - Enfim, lembra do Chuck?

- Sim, o profeta.

- Então, profecia, profeta... Alguma semelhança com as palavras?

- Ah - ele fez uma cara meio triste por parecer um burro completo.

Passado uns minutos de silêncio, ele disse:

- Mas o Chuck via o futuro tipo, o tempo inteiro e o que "alguém" te disse foram só umas frases. E o que significa?

- Os profetas têm maneiras diferentes de expressar as profecias. E você estava querendo o que? Que ele viesse com um vídeo explicando o que ele tinha sonhado ou sei lá o que? - Disse em um tom engraçadinho.

- HaHa engraçadinha. Falando no profeta, você viu o rosto dele? – Ele perguntou enquanto se aproximava da cidade.

- Na verdade, vi sim. Ele era claro e tinha os olhos bem escuros, me lembrava até meu namorado.

Dean parecia não ter gostado de eu ter falado sobre meu namorado (ou ex), pois o caminho de volta a cidade foi silencioso.

Depois de explicarmos ao Sam tudo que aconteceu omitindo o fato de que eu e Dean nos beijamos, começamos a trocar ideias sem fundamentos do que poderia significar aquela provável profecia.

- Agente não tem tempo a perder, nós precisamos chegar em Oregon. – Dean chegou a essa conclusão.

- Eu não vou teletransportar ninguém! – Bati o pé. – Eu quero tentar ser normal. – Reclamei.

Talvez eu só esteja querendo adiar o que eu vou encontrar lá.

- Nós precisamos resolver o caso primeiro. – Sam lembrou.

- Ótimo. – Dean ironizou, levantou-se, pegou seu casaco, suas chaves e foi em direção à porta do quarto. – Vamos resolver isso Sam. Você fica aqui e... Vai brincar de alguma coisa.

- Até parece. – Peguei meu casaco, sai do quarto e entrei no carro.

No caminho até o cemitério Sam avisou que descobriu que o garoto morto havia acidentalmente matado a namorada com uma pancada na cabeça em uma floresta, ela despencou de um pequeno precipício o que causou as diversas marcas roxas no corpo dela, assim como aconteceu no corpo dele, o fantasma voltou para se vingar.

- O cemitério não te assusta não? – Sam perguntou após um vento nos acertar tão violentemente que cheguei a tremer de frio.

- Não. Deveria? Por mais que existam fantasmas e ouras quinhentas milhares de criaturas a mais, o que tem aqui são só ossos. - Eu disse em um tom meio frio, e notei que Sam fez uma cara estranha - A unica coisa que eu to sentindo é frio.

- Eu te esquento. – Dean riu enquanto cavava, revirei os olhos.

- Dean. – Sam o repreendeu.

- Só você pode se divertir? – Ele perguntou.

- Você se divertiu mais que eu. – Sam continuou com a pequena briga.

- É que eu gosto de fazer a estréia. – Dean riu.

- Eu sou uma diversão por acaso? – Falei um pouco brava.

- Não para mim. – Sam sussurrou e provavelmente não era para eu ter ouvido, e para evitar constrangimentos eu fingi que não ouvi.

Eles acharam os ossos incrivelmente amarelados, e botaram fogo. Fomos embora após eu me desculpar mentalmente com o esqueleto.

Entramos no carro e voltamos para o motel em um silêncio mortal. Sam e Dean no banco da frente nem se olhavam. Já eu vinha atrás com meu celular em mãos, lendo sobre profetas no Google ja que me faltava uma enciclopédia.

Não descobri nada mais do que eu já não soubesse. Depois de meia hora, chegamos no motel. Dei boa noite aos meninos e fui para o meu quarto. coloquei meu pijama preto de bolinhas brancas e como eles haviam pedido, deixei a cortina um pouco aberta para que eles pudessem me ver.

Tive um sono rápido e sem sonhos. Certa hora me acordei sobressaltada e olhei para a janela. Pensei ter visto uma sombra, porém devia ter a camareira ou algum hóspede com insônia, por isso me deitei de novo. Mal sabia eu que havia um homem nas sombras do meu quarto.

PDV Sam

Abri a porta do quarto da Stephanie com dois x-bacon e uma salada para o café da manhã.

Ela estava deitada na cama.

- Oi Sam. – Ela abriu um sorriso lindo. A porta do banheiro se abriu e Dean saiu só de toalha na cintura. – Oi Dean. – Ela deu um selinho nele.

- Ah... Café da manhã. – Ignorei, afinal ela tem o direito de preferir ele.

- Na verdade Sam, eu e a Stephanie estamos indo embora. – Dean já estava vestido e pronto para levar as malas deles para o carro.

- O que? Vocês não podem! – Gritei.

- Tchau Sam. – Stephanie falou enquanto seguia Dean até o carro.

Acordei com a minha cara de encontro ao chão. Vi Dean na cama ao lado, e notei que ainda era de madrugada. Resolvi dar uma olhada na Stephanie para garantir que ela ainda estava lá. Quando sai do quarto bateu um vento forte e a porta fechou-se com um estrondo. Torci pra que Dean não acordasse. Cheguei no quarto ao lado e vi, pela janela Stephanie dormindo tranquila, com um short de pijama curto deixando à mostra suas pernas, e o decote da blusa do pijama era convidativo. Ela parecia um anjo só que mais bonito. Eu não poderia perde-lá. Não ela.

Pensei ter visto uma sombra e neste exato momento Dean me chamou:

- Ei Sammy, o que faz aqui essa hora? - Dean disse esfregando os olhos de sono.

- Vim ver se ela tava bem. - disse sem rodeios.

Dean foi para seu lado e nós dois olhamos para o quarto, no exato momento vimos um homem loiro com uma das mãos sobre a testa de Stephanie. Tentamos correndo abrir a porta porém quando entramos o homem já havia sumido. Vimos Stephanie respirando calmamente e resolvemos não acorda-la, não queríamos assusta-la. Pegamos nossas coisas para ficar no quarto com ela. Ao chegarmos, sentamos os dois, cada um em uma poltrona e adormeceram sem querer. No exato momento em que a respiração de Stephanie parou.

PDV Stephanie

Abri os olhos esperando encontrar Sam com dois X-bacon e uma salada, ou Dean me dando bom dia, o que eu encontrei foi uma estranha escuridão no lado esquerdo de uma sala escura, com paredes que um dia fora branca, o chão era gelado e preto. Levantei atordoada.

- Onde diabos eu estou? – Murmurei comigo ,olhando para as paredes.

- Ele está em uma jaula agora, mas tem eu. – Fiquei confusa pois a voz dele parecia a do Lucas, meu namorado. Pensei um minuto antes de olhá-lo, medo talvez. Quando enfim olhei levei um susto.

- Lucas? - Falei quase sem som.

- Surpresa amorzinho. - Ele disse e deu uma risadinha sarcástica.

- Não vejo graça - Disse meio amarga.

Ele não respondeu. Enquanto esperava comecei a observá-lo. Ele ainda aparentava seus 18 anos, porém estava diferente. Sua beleza antes meiga, havia se transformado em uma beleza assustadoramente perfeita. O cabelo estava quase cobre , feições perfeitas e juvenis, procurei algum defeito físico e o máximo que eu consegui achar foi um fio de cabelo desarrumado, os olhos dele exalavam um estranho brilho sombrio e perigoso. Senti a estranha sensação de não conhece-lo mais.

- Onde eu estou? – Perguntei ainda atônita.

- Na minha casa agora. – Ele falou ainda com um sorriso sarcástico no rosto.

- O que? Você esta morando aqui? – Perguntei sem acreditar.

- É a casa do meu pai. – Ele puxou uma cadeira cinza que eu podia jurar que não estava ali antes, e sentou-se.

- Não é não, eu conheço seu pai, eu conheço sua casa. – Falei balançando os braços. – Onde exatamente nós estamos?

- No inferno, é claro. – Ele sorriu.

Minha boca se abriu, minhas pernas fraquejaram e eu quase caí no chão.

- Ok, eu devo estar sonhando só isso. – Falei comigo mesma tentando me acalmar.

- Sim, mas não. Bom, Morfeu te botou para dormir, mas você realmente está aqui. – Meu provável ex-namorado explicou com um tom de frieza.

- Lucas, onde exatamente esta seu pai? – Perguntei procurando seu pai Silvio em algum canto da sala.

- Em uma jaula, A jaula. Aliás, você tem viajado com o culpado por isso. – Ele falou com um brilho vermelho de raiva nos olhos.

Então eu entendi por que ele tem agido tão frio comigo, ele está com ciúmes.

- Eu posso explicar. – Saiu da minha boca tão rápido que não passou pelo meu cérebro. Ele cruzou os braços esperando a minha explicação, a verdade é que eu não tenho explicação. – Desculpa. – Falei derrotada, me aproximei dele e coloquei minha mão direita no seu rosto, como eu costumava fazer.

- Vamos direto ao ponto. – Ele levantou e tirou minha mão do seu rosto. – Você tem uma coisa que eu preciso. – Dei sinal para ele continuar. – Uma profecia.

Correu um frio pela minha espinha.

- Eu não sei do que você está falando. – Tentei falar com indiferença.

- Você sabe. – Ele insistiu e se aproximou de mim, eu não sei bem por que mas senti necessidade de recuar, dei um passo para trás.

- Não sei. – Insisti.

- VOCÊ SABE! – Ele gritou e eu recuei dois passos para trás, bati minhas costas na parede fria e suja, ele me alcançou com um passo e parou na minha frente.

O que pareceu durar minutos provavelmente durou segundos, ele se aproximou lentamente, encostou sua boca na minha orelha e falou:

- Não me faça te machucar, por favor. – A voz dele soou como uma súplica, com dor, angustia, raiva, tristeza, e por incrível que pareça amor.

- Eu não sei. – Repeti.

- Sabe sim. – Ele sussurrou no meu ouvido e por um momento me senti embriagada por ele estar ali, seu perfume me alcançou e eu lutei com todas as minhas forças para minha boca não falar nada. – Sabe sim, vai Stephanie, por tudo que nós já passamos juntos. Você sabe. – Ele mordeu o lóbulo da minha orelha o que me causou arrepios por todo meu corpo.

Ele deslizou seus lábios até minha bochecha, onde depositou um beijo, depois passou para o canto dos meus lábios e para meu queixo, deslizou seus lábios até o meu lábio inferior e foi aí que eu acordei do meu pequeno transe. Juntei todas as minhas forças e o empurrei.

- Para Lucas! – Gritei.

Eu nunca tinha sentido uma coisa assim por ele, tão forte, com tanta luxúria, tanto desejo.

PDV Lucas

Ela me empurrou.

- Para Lucas! – Ela gritou.

Nenhuma outra havia me rejeitado, por que ela conseguiu? Ela na minha frente trazia uma enxurrada de emoções ao mesmo tempo, saudades de quando tudo era fácil, de quando meu pai era Silvio e minha mãe Elizabeth, de quando eu e Stephanie éramos o casal mais bonito da escola e provavelmente do Upper East Side. Confusão, ela estava tão diferente, emanava beleza. Amor, pois eu a amava, tudo nela, inclusive os defeitos. Ódio, ela me deixou sozinho enfrentando criaturas que eu nem imaginava que existisse para viajar com dois homens, descobrindo sem apoio nenhum que meu pai era Lúcifer, o anjo caído, o demônio, e que meu destino era o mais horroroso possível. Desejo, pois o corpo dela querendo ou não continuava sendo escultural, os lábios dela chamavam os seus, e o seu corpo encaixava no meu.

Senti falta do tempo em que bastava um olhar pra gente se amar. Eu podia fingir que estava apenas tentando seduzi-la, só que era bem mais do que isso. Ao olhá-la eu via um flashback do corpo dela, de tudo que passamos juntos passando por minha mente. Não podia suportar a idéia de que um daqueles dois, ou talvez os dois estivessem tendo ela. Não sabia o certo o que sentir.

- Lucas me tira daqui. – Ela falou enquanto desviava o seu olhar do meu.

- Não posso. – Falei me sentando na cadeira cinza.

Ela ficou andando de um lado para o outro e eu observando ela. E assim passamos o tempo por cerca de meia hora, quando ela sentou-se no chão derrotada.

- O que você fez comigo? – Ela murmurou provavelmente para ela mesmo.

- Quando? – Perguntei curioso.

- Na parede. – Ela revirou os olhos.

- Eu não sei, eu tenho esse... – Pensei na palavra certa. – Poder.

- Você seduz as pessoas? – Ela perguntou confusa.

- Acho que sim. Valeu Pai. – Ri.

Ela riu baixinho e mostrou seu sorriso, mais flashbakcs invadiam minha mente e cada vez mais sentia necessidade de me aproximar dela. Me perguntei se eu conseguiria seduzir ela dessa vez.

- Ta frio aqui, né? – Ela perguntou enquanto esfregava os braços a mostra.

Tirei minha jaqueta de couro, fui até ela, me abaixei até ficar a altura dela, e coloquei meu casaco sob ela. Nossos olhares se encontraram.

PDV Stephanie

Me perguntei se ele estava usando seu poder de sedução ou era apenas o que eu estava sentindo de verdade.

- Você está usando em mim? – Perguntei claramente falando do seu poder.

- Não sei, e você? – Ele me perguntou, o que fez eu me perguntar se eu tinha tal poder.

Tentei ligar meu poder apenas para testar, pensei nele me obedecendo, pois eu estaria no controle.

- Não sei. – Respondi e olhei ele no fundo dos seus olhos tentando encontrar algum vestígio que eu atingira ele em uma pequena hipnose como ele fizera comigo. Resolvi testar. – O que você quer com a profecia?

- Se eu souber o que diz, eu vou saber o que eu faço, o que farei. – Ele falou tudo de uma vez só, o que me fez concluir que eu teria o mesmo poder que ele.

- Qual é o seu destino? – Perguntei.

Ele balançou a cabeça e se afastou abruptamente, quase como eu fiz.

- Para. – Ele sussurrou.

Decidi investir nesse poder, levantei e andei em direção a ele que havia se encostado na parede, no lado mais escuro da sala, onde havia uma mesa grande o bastante para 8 pessoas jantarem em cima dela. Ele me observou fazer todo o trajeto, olhando ora meu corpo, ora meu rosto. Tirei o casaco que ele botara em mim e o deixei em cima da mesa. Coloquei minhas mãos em seu rosto e tentei controlar meu poder.

- Me tire daqui. – Sussurrei perto da sua face. Ele não respondeu. – Me tira. – Repeti e escorreguei minhas mãos até seus ombros.

Ele colocou as suas mãos na minha cintura, o toque familiar me trouxe um certo prazer que eu não encontrava no toque do Dean, ou do Sam. Ele deslizou as mãos lentamente pelas minhas costas, chegou na minha nuca e eu não o impedi.

- Me tira, por favor. – Repeti.

Ele puxou os cabelos da minha nuca e inclinou minha cabeça para trás, não consegui lutar.

- Você não tem tanto poder assim. – Ele sussurrou perto o suficiente para eu ouvir.

Depositou um beijo no meu queixo, deslizou seus lábios até meu pescoço, onde deu uma pequena mordida, um pequeno gemido de dor e prazer misturados saiu pela minha boca, o que fez ele querer continuar. Lucas sabia o que o toque dele incitava em mim, ele conhecia meus pontos fracos.

Ele continuou a depositar pequenos beijos no meu pescoço, logo após ele causou um provável hematoma no meu pescoço, com certeza ali ficaria a marca de um chupão, o que me causou mais um gemido.

- Lucas. – Falei em aviso para ele parar, só que meu corpo dizia o contrário e ele sabia disso.

Ele segurou minha cabeça entre suas mãos e me fitou diretamente nos olhos, não consegui não fazer o mesmo, foi aí que eu vi que ele não estava usando seu poder em mim, os olhos denunciavam isso.

- Stephanie, eu... – Ele começou a falar, mas eu simplesmente não conseguia ouvir, eu olhava os lábios dele e só conseguia pensar em quão convidativo era.

Preenchi os pequenos centímetros que separavam nossos lábios em um rápido selinho. Ele me encarou meio confuso com o que eu acabei de fazer, por fim ele lentamente preencheu o espaço. Ele deslizou suas mãos até minha cintura juntando nossos corpos, desloquei minhas mãos até sua nuca impedindo de parar o beijo. Ele me virou contra parede e ficamos ali, no inferno, em uma parede suja, em uma sala suja, com um chão sujo nos beijando como nunca havíamos feito antes. Havia saudade, desejo, paixão tudo envolvido de uma só vez.

Ele parou o beijo provavelmente para respirar, eu arfava enquanto eles distribuía beijos pelo meu pescoço enquanto deslizava as alças da minha blusa e o meu short. Tirei sua camisa e quase que involuntariamente arranhei suas costas, o que provocou um gemido dele. Ele deslizou meu short e me colocou em cima da mesa. E foi ali que fizemos amor.