Dark Angel

Capítulo 19 - Tangos e tragédias.


Entramos, lá havia várias pinturas, afinal aquilo era uma festa ou uma exposição? Todos eram chiques e bem arrumados. A música era de violinos, seria uma boa para dormir.

- E agora? - Sam perguntou.

- Separar? - Leticya sugeriu.

- OK. - Falei em coro com Dean.

Fui para a porta onde levava a um enorme jardim onde havia labirintos verdes. Não vi para onde foram o resto. Caminhei um pouco por lá e não encontrei ninguém com cabelos medianos, pretos como a noite e enrolados, pele branca como a neve, como a pele da Leticya, ou da branca de neve, e provavelmente batom vermelho. Voltei para dentro da mansão, passei ao lado enorme escada e uma porta o meu lado se abriu me puxando para dentro. A pessoa me puxou pelo braço e fechou a porta, trancou-a com a chave e botou na pia.

- Dean? - Perguntei confusa.

Ele me empurrou e me obrigou a ficar encostada na porta de costas para ela. Ele segurou meus braços na altura da minha cabeça.

- Me larga. - Falei.

- Não. - Ele falou com uma sedutora e rouca voz.

Lembrei-me de usar meu "poder" de sedução. Me concentrei no fundo dos seus olhos e ele me obedecendo.

- Me larga! - Falei.

Ele me largou.

- Você usa seu poder em mim à quanto tempo? É por isso que você não me deixa pensar na Leticya né? - Ele falou totalmente perturbado de costas para mim, balançando a cabeça.

- O que? Não! - Praticamente gritei.

- Então por que você não me deixa sentir desejo por ela? - Ele perguntou ainda perturbado e percdebi que talvez eu estivesse mexendo nele com o meu poder, eu não podia ter certeza.

E eu definitivamente não queria ter aquela conversa agora. Peguei a chave em cima da pia e ele não me impediu, destranquei a porta e sai deixando ele para trás.

PDV Leticya

Avistei uma mulher igual à descrição que a vó da Stephanie fizera. Eu estava parada na porta onde dava para o jardim. Ela entrou no gigante labirinto verde. Me perguntei se eu iria atrás dela ou chamava ajuda.

Uma mão forte me puxou pela cintura para junto do seu corpo.

- Droga Dean, que susto. - Falei enquanto tomava a decisão de sair correndo e segui-lá. Tirei sua mão da minha cintura. - Vem. E para de ficar me tocando! - Gritei esquecendo que era uma festa refinada.

Peguei sua mão quente e saí correndo atrás dela, agora eu vejo que as horas assistindo estúpidos videos de "Como andar/correr com salto alto" valeram a pena. Ele avistou a bruxa no fim do primeiro corredor verde de labirinto.

Adentramos juntos e de mãos dadas o labirinto verde. Cada curva que fazíamos víamos a bruxa fazendo outra, devemos ter demorado uns 20 minutos até ela virar em uma curva e adentrar o centro do labirinto, havia dois bancos feito de marmore branco que eu me atreveria a dizer celestial de tão lindo, uma linda estatua também feito de mármore com um anjo apontando para o céu. Eu fiquei parada por um segundo analisando toda aquela beleza.

- Vamos. - Dean me puxou para dentro de uma caixa no chão.

Provavelmente um alçapão. Adentramos e era quase como um calabouço, chão e paredes de pedra, devia ter cerca de 3 metros aquele lugar, algumas tochas estavam na parede.

- Acho melhor nós... - Falei e fui cortada por um forte barulho da porta de madeira do alçapão se fechando.

- Armadilha. - Dean falou com ira.

- Ta meio... escuro. - Falei tendo a uma ideia. - Fogo, por favor, venha até mim. - Falei fechando os olhos. Senti um estranho calor vindo de dentro, um calor confortante.

"Que os lampiões se acendam" Pensei e abri os olhos a tempo de ver fogo surgindo no lampião.

- Uau! - Dean falou. E eu não contive a risada. - Que legal.

- É como a stephanie faz. - Falei.

- Não. Ela cria o fogo. Você traz ele para você, você doma o fogo. O que você é? - Ele perguntou e eu fiquei meia sem jeito, como se eu fosse uma aberração.

- Ahn, você vai ter que perguntar para outra pessoa. - Falei. Meu celular vibrou nos meus seios. Sim, eu guardo o celular ali. Avisava no visor: Bateria fraca. - Ó céus! Eu vou mandar uma mensagem para a stephanie, como eu sou burra. - Falei rindo e Dean não me acompanhou.

Escrevi: "SOS Dean e eu estamos presos no centro do labirinto".

Sobresaltei com o som de alguém esmurrando a parede sem parar: Dean. Ele socava repetidamente a parede frontal aonde havia dois lampiões, um no fim e outro no começo da parede, que havia naquela pequena sala quadrada.

- Ei, ei, ei. - Falei chegando perto e colocando minhas mãos no seus braços. - Você vai quebrar sua mão.

- Como você pode estar tão calma? Sam e Stephanie estão la fora sozinhos! Provavelmente procurando uma cama, ou um motel. - Ele falou gritando jogando os braços para o ar na minha frente.

- Não, eles não estão fazendo isso. - Falei rindo da sua reação. - E eu estou calma porque eu não estou aqui procurando romance, principalmente com os Winchester, eu estou aqui para ajudar a Stephanie. - Mais uma vez ele socou a parede. - Que que foi agora? - Perguntei.

- Você. - Ele falou enquanto me empurrava ao local até onde segundos atrás ele esmurrava.

- Eu? - Perguntei assustada.

- Você não tem a menor queda por mim! Como você pode resistir assim por mim? - Ele perguntou segurando meus rosto com suas mãos para eu encará-lo.

Ele era uns 5 ou 8 centímetros maior que eu, o que fazia eu olhar para cima.

- Você não é Taylor Lautner. - Falei fazendo uma piada, e apenas eu ri.

Ele deslizou suas mãos pelo meu pescoço, quase pelo meu busto, até chegar na minha cintura. Ele juntou meu corpo ao seu, o que fez eu me lembrar do meu ex namorado que tinha essa mania de me jogar na parede estilo lagartixa.

- Me solta. - Saiu pela minha boca antes de eu notar que ele não estava me segurando, me forçando a estar ali.

- Pode sair. - Ele disse sabendo que eu não iria ter forças.

Juntei todas as minimas celulas que queriam sair dali e quando eu ia tirar suas mãos de mim, ele chegou mais perto, nossas bocas separadas por um centimetro, coração à mil, borboletas no estômago, pele arrepiada, nervosismo à flor da pele. E assim nós ficamos por cerca de 3 minutos, um esperando o outro desistir, perder aquele joguinho e acabar com aquele pequeno espaço que nos distanciava.

Minhas mãos involuntariamente foram de encontro com a sua nuca, e ao seu peito, uma em cada um.

- Eu não quero. - Menti.

- Então me empurra. - Ele falou.

Novamente juntei todas as minha células do corpo e tentei empurrá-lo, mas ele era mais forte. Ele tirou suas duas mãos da minha cintura e segurou meus pulsos firme.

- Diz que você não gosta quando eu toco em você. Diz. - Ele sussurrou.

À essa altura eu já tinha esquecido tudo, Sam e Stephanie, todos. Eu cheguei um milímetro mais perto e ele também, ele roçou seus lábios nos meus e... a porta do alçapão se abriu.

- Eu não gosto, e eu não quero. - Sussurrei mentiras para ele antes de ir ver quem era deixando-o sozinho com a parede.

Ouvi um "Então me esquece" ou algo do tipo às minhas costas. Ignorei, pois era isso que eu iria fazer, esquecê-lo. Eu não queria ser alguém pra substituir Stephanie, nem um objeto usado pra sexo.

PDV Stephanie

Avistei Sam entretido em uma conversa com uma senhora de meia idade, me parecia muito fina. Havia alguém do lado dela, porém não conseguia encherga-lá pois Sam a estava tapando.

- Sam. - disse em um quase grito.

Ele olhou pra trás, e acenou gesticulando para que eu fosse até ele. Tentei não correr, pois não sabia se aguentaria naquele salto. Enquanto caminhava de encontro a ele, ele voltou a conversar com as duas senhoras. Quando cheguei perto, sobressaltei. A mulher que antes eu não conseguia enchergar, era a bruxa. A tão misteriosa bruxa. Cheguei perto tentando forçar um sorriso.

- Olá. - disse.

- Olá. - ele me respondeu, ele venho em direção a minha bochecha para me dar um beijo, porém quase demos um celinho. Não sabia se ele havia feito aquilo para me provocar ou por erro mesmo. Só sei que havia ficado triste e decepcionada.

As senhoras sorriam para mim.

- Essa é Stephanie Simon - ele me apresentou a primeira senhora - Stephanie, esta é Margareth Pierce.

- É um prazer conhece-lá sr. Pierce - disse comprimentando-a com um beijo.

A bruxa somente observava com um meio sorriso auspicioso.

- E essa é Francini Gregory, a anfitriã.

- É um prazer finalmente conhece-lá. - falei essa frase com duplo sentido.

- É um prazer também finalmente conhece-lá, Stephanie. - ela esticou a mão, tentando um cumprimento. Quando segurei sua mão, uma onda de energia pesada passou por todo meu corpo, soltei sua mão rapidamente. Senti frio e logo após calor. Minhas pernas fraquejaram e por um segundo não cai. Sam me segurou.

- Epa - ele disse enquanto me levantava.

- Deve ser o salto - ri nervosa tentando não olhar direto para o rosto da bruxa - não estou acostumada com eles. - Sam e as senhoras riram.

Senti meu celular vibrar, quando peguei vi uma mensagem de Leticya "SOS Dean e eu estamos perdidos no labirinto". Olhei nervosa para Sam e disse:

- Vamos tomar alguma coisa?

Ele me olhou confuso.

- Anh, claro. - e sorriu para as senhoras. - Com licença.

Nos afastamos um pouco então Sam falou:

- O que foi?

- É ela. A bruxa.

- Qual delas? - ele disse em um tom tanto surpreso quanto consuso.

- Francini.

Paramos em uma mesa que havia envolta de um bar, e pegamos um champagne. Começou a tocar uma musica de tango, e relembrei que sabia dançar. Senti vontade, porém Sam não devia saber dançar, então nem arrisquei. Olhei para a pista: ninguém dançava. Então por que estaria tocando uma musica daquelas?

- A sr. Gregory? - ele se levantou, me levantei também. - Ela parece tão ... ingênua.

- Essas sãos as piores. - disse tomando o ultimo gole de chapagne e largando a taça encima do balcão.

Sam de repente, olhou para algo que estava atras de mim. Me virei, nao vi ninguém mais ninguém menos do que Lucas.

- Me permiti? - ele disse esticando a mão, e fazendo uma quase reverência.

Somente lhe dei a mão, e senti o olhar penetrante de Sam em minhas costas.

Lucas fez um sinal com a mão, e a musica voltou a tocar. Começamos a dançar pelo salão, todos nos olhavam. Me conduziu de encontro ao chão, me segurando pela cintura. Ele me girou 5 vezes.

- Tenho de admitir, não resisti a você dentro desse vestido. - ele sussurou e sorriu malicioso.

- O que você quer? - perguntei em um mesmo tom de sussuro.

- Não podemos só dançar? - ele me girou para frente, e depois para trás, ficamos entrelaçados. Ele me girou novamente para a frente, e voltamos a dançar.

Três passos para a direita, três passos para a esquerda. Entrelacei, e desentrelacei minha perna na sua 3 vezes. O barulho do meu salto ecoou pelo salão. Todos nos olhavam admirados. Levantei minha mão direita, e ele a esquerda e as escontamos. Giramos pelo salão, cada um se olhando com um olhar penetrante. Evitei olhar para Sam.

- Já escolheu?

- Aquilo era verdade? Você entrou no meu sonho? - me controlei para não gritar.

- Seu tempo passa rápido, a hora da escolha está chegando.

Ele me abaixou de encontro ao chão, segurando minha perna de encontro a sua cintura. Ele subiu sua mão até minha coxa, pudi sentir nele a mesma sensação que também sentia naquele momento: desejo. Ficamos ali durante uns 5 segundos. Ele me levantou, e a musica parou. O som da onda de aplausos invadiu meus ouvidos. Fui de encontro a Sam, e ele para o lado contrário, sumindo no meio da multidão.

- O que foi aquilo? Quem era ele? - senti a raiva na voz de Sam.

- Lucas.

- Ah, Lucas? - ele riu nervoso tentando sem sucesso mascarar sua raiva - Ok, porque não me disse que sabia dançar tango?

- Não pensei que importasse - respondi. Ele revirou os olhos, pronto para me contradizer quando me lembrei - Leticya! Dean!

- O que tem eles? - Sam perguntou mais confuso ainda.

- Ela me mandou uma mensagem, um SOS. Eles estão perdidos no labirinto.

Corri de encontro a porta que eu havia adentrado, minutos antes, com Sam em meu alcanço. Nem percebi que estava correndo de salto.

Adentramos a porta, e estava tudo muito escuro, iluminado apenas por 2 lampiões que ficavam um em cada ponta da porta de entrada para o labirinto. Só haviam eles lá porque, provavelmente, ninguém em sã consciência entraria em um labirinto de noite. O que não era nosso caso.

- Vamos ter mesmo que entrar ai? - Sam apontou para o labirinto.

Não o respondi. Observei o labirinto, de cima, tentando guardar a imagem na mente de como me movimentar dentro dele. Estava escuro, e eu não enchergava quase nenhuma das curvas dele.

Caminhei de encontro a porta. Adentrei o labirinto sem pestanejar, Sam entrou atrás. Estranho, quem devia ir na frente era ele, não eu. O começo do labirinto ainda estava um pouco iluminado pela luz fraca dos lapiões. Caminhamos em silêncio durante uns 5 minutos, então parei e fechei os olhos, tentando pensar um pouco na imagem. Me lembrei de quase nada, apenas do centro do circulo, que havia um degrau alto com uma estátua de um anjo com a mão apontada para o alto, com uma pomba encima.

Caminhamos mais um pouco, Sam evitava falar. Sua raiva era imensa, e eu não entendia o por que.

Ele parou.

- Que ótimo! - disse atirando os braços pra cima - Primeiro da um showzinho com o ex-namorado, vem correndo atras de pessoas que podem nem estar mais aqui dentro e ainda nos perdemos num labirinto! - ele disse praticamente gritando.

Tentei ignorá-lo e só revirar os olhos, porém não consegui.

- O que que houve com você? - aumentei o tom de voz - Fica irritado do nada sem mais nem menos, e me chingando por qualquer coisa. Eu não te forcei a entrar comigo, forcei? NÃO! Qual o seu problema?

- Você é o problema! - ele disse chegando perto de mim, torci para que não colocasse o dedo no meu rosto pois se não eu ia realmente ter que usar meus poderes. Porém ele só se aproximava.

- Agora o problema sou eu?! Me desculpa se eu faço tudo errado! Se eu sou uma aberração! Mas é o que eu sou, e ninguém vai conseguir mudar isso!

- Me chinga! Pode chingar o quanto quiser!

- Idiota! -gritei

- Continua! E me faz o favor de quando terminar ir com o Lucas, talvez ele não seja um idiota!

- O problema é o Lucas? - falei meio baixo.

- Ou com Dean também, ele deve ser ótimo!

- Hahaha - ri ironicamente - Você está com ciúmes? É isso? - disse passando a mao no rosto.

Ele fez um movimento que mostrava um expressão de "É!" ele balançou a cabeça.

- Quer dizer, não!

Dei um sorriso triunfante de sua tentativa fracassada de mentir para mim.

- Qual é a graça? - ele gritou - Dançar com o Lucas não tinha graça nenhuma não é?!

- Qual o problema do Lucas? E do Dean? Por favor da prá me explicar?!

Ele se aproximou tanto do meu rosto, que ficamos separados por não mais que 2 centimetros.

- O problema é que vai ser sempre eles! ELES! Nunca eu, NUNCA! - Pensei em relembra-lo do nosos beijo, porém aquilo fazia quanto tempo? 3 ou 4 meses! Ele quase nem havia existido. Foram não mais 4 segundos, e ele provavelmente não devia lembrar.

Talvez a chapagne tenha resolvido dar efeito naquele momento, pois num surto de falta de lucidez segurei Sam por seu cabelo, aquele cabelo liso e macio, e o beijei. Ele correspondeu quase imediatamente. No começo o beijo que havia sido tão esperado, foi delicado, romântico. Com movimentos devagares. Coloquei a mão na sua nuca, e ele em minha cintura. De repente, ele me encostou na parede do labirinto, que devia ser de cimento, porém encoberta por uma camada tão grossa de folhas, que chegava a ser macia. Ele parou e olhou para meu rosto, nos olhamos por um breve momento. Ele segurava meu rosto entre suas mãos, demos um celinho demorado, e nós beijamos novamente. Um beijo voraz, rapido, cheio de desejo. Nossos corpos estavam completamente colados, o meu colado na parede tambem. Eu segurava seu cabelo e ele o lado da minha cintura, ele quase me levantava do chão, suspensa somente na parede. Paramos um pouco e nos olhamos sorrindo, ele segurou meu cabelo, enquanto se virava de encontro a parede, nossas bocas a centimetros de distância na ansiedade por outro beijo, quando nossos lábios estavam quase se tocando, ouvi um grito de desespero ao longe.

- LETICYA! - gritei e sai correndo pelo labirinto, não pensei conseguiria correr tão rápido de salto, na terra ainda por cima. Sam corria praticamente a meu lado.

Entramos em coredores sem saida num minimo de 7 vezes. Demoramos uns 18 minutos para chegar ao centro do labirinito. Quando chegamos, vimos a estatua, e a frente dela, um alçapão.

- Leticya! -gritei.

- Dean! - SAM GRITOU.

- Vou descer. - anunciei.

- Eu também vou. - Sam falou.

- Não! Você tem que ficar aqui para nos ajudar a sair.

- Mas...

- Sem mais e sem menos. - tirei o sapato, segurei-o na mão e pulei no alçapão que devia ter uns 4 metros de altura. O chão era de terra. Olhei para Sam, e vi uma sombra atrás dele.

- Sam! - não gritei a tempo, a silhueta escura o atirou para dentro do alçapão.

- Eu volto para falar com vocês, depois. - Ouvi a voz de Francini dizer, e em seguida fechar o alçapão.

- Sam, você está bem? - corri de encontro a ele, segurando sua cabeça.

- É. Acho que sim. - Leticya e Dean vieram nos encontrar.

- E vocês?

- É. - os dois respondera em coro

- Pelo menos estão vivos.

Peguei meu celular tentando iluminar a sala, caminhei dentro dela e encontrei 2 lampiões. Será possivel que eles só usassem lampiões? Ja existia uma coisa chamada lampada.

Fechei os olhos e estalei os dedos. Fogo surgiu nos lampiões, e em mais 2 que havia do outro lado da sala.

- Brilhante - sussurei para mim mesma.

PDV DEAN

Minha vontade era matar Stephanie. Além de não me deixar pensar na Leticya, ela ainda chega na hora do nosso beijo? Filha da mãe.

Engraçado, mas nem ali eu não conseguia sentir mais atração por Leticya do que por Stephanie, quer dizer, antes da Stephanie chegar eu nem me lembrava dela, não tanto. Como eu fui deixar isso acontecer? Eu sempre soube que ela só queria diversão comigo, o que no começo também era meu objetivo.

Talvez Leticya fosse ingênua demais, o que não era meu tipo. Minha vontade era voltar a soquear a parede. Olhei para meus punhos vermelhos, quase cortados. Olhei para Stephanie segurando delicadamente a cabeça de Sam. Era isso que eu gostava nela: Tão forte, e tão delicada ao mesmo tempo. Tão engraçada e tão decidida. Ela é tão divertida, tão linda. Ela é tão interessante. E leticya? Tão ... Upper East Side! Não podia mentir, ela é intrigante. Mas tão frágil, a vida dela nunca poderia ser de caçadora. Ela é provavelmente uma bruxa, mas e daí? Poder não é tudo na vida. Enquanto Stephanie vê Jogos mortais, horror e aventura, Leticya ve aqueles vampiros despreziveis, e romance.

- Dean? DEAN! - olhei para cima e vi Stephanie me olhando levemente enclinada para frente, podia sentir o seu cheiro exótico. Notei que eu ja estava sentado no chão.

Nada pra fazer me deixava assim, pensando em coisas que eu geralmente não penso. Tentando achar uma solução, para quaquer coisa.

- Pensei que tivesse morrido - ela disse sorrindo e me deu a mão, fazendo sinal para eu me levantar. Vacilei um tempo, mas dei a mão. Senti seu toque quente. Estava me levantando, até que tropecei nos meus próprios pés, e cai para trás, puxando Stephanie junto comigo. O olhar de Leticya e Sam queimaram nossos corpos.

Quase ouvi Leticya pensando: "Você me da nojo". Ou Sam: "Você parece uma criança, você fez de propósito".

Levantei e depois ajudei Stephanie a levantar.

- Ok, um plano rápido: Stephanie faz essa tampa ou porta ou coisa ou sei lá o que abrir e nós damos o fora daqui. - Leticya disse apontando para a provável tampa de madeira.

- Ok. - Stephanie foi até abaixo da porta.

PDV Stephanie

Parei embaixo do alçapão, chamado de porta por Leticya. Fechei os olhos e imaginei alguma trava se abrindo e ela se levantando. Abri os olhos e nada, ela continuava igual, tentei de novo e nada.

- Esqueci que ela era uma bruxa, deve ter enfeitiçado a madeira... - Leticya falou corando.

- Para abrir aquela porta, só quebrando ou algo do tipo aquela madeira magica ou com magia. - Dean falou e todos se tocaram, menos leticya.

PDV Leticya

- Que foi? - Perguntei assustada enquanto todos me encaravam sorrindo.

- Você matou aqueles cara com raízes de árvore, e o alçapão, é de madeira. - Stephanie explicou indo ao meu lado.

- Oh, não não não, eu não consigo. - Falei rápido.

- Por favor. - Sam e Stephanie falaram em coro.

Bufei e fui.

- Terra, venha para mim. - Ordenei e cheiro de campos floridos me atingiu. Respirei fundo, adoro cheiro de... terra. Fechei os olhos - Por favor, quebre a porta do alçapão, nós precisamos sair daqui.

Assim que eu terminei ouvi um sonoro estrondo, olhei para cima e a porta estava retorcida em um enorme U. Aquilo parecia uma tentativa de porta. Sorri e agradeci silenciosamente à terra.

Sam me ajudou a sair, depois Stephanie, depois ele subiu, e depois Dean.

- Eu não vou voltar para lá com o Dean. - Sussurrei para Stephanie.

- Você já brigou com ele? - Ela perguntou rindo.

- Sim. - Ri junto.

- Ok. E agora? - Dean perguntou.

- Saída? - Perguntei.

- Saída. - Stephanie confirmou, e acidentalmente cada um foi para uma passagem.

- E agora? - Sam perguntou.

- Lá! - Falamos em coro, cada um apontando para um lado.

Eu e Stephanie não contemos uma pequena risada, Sam e Dean nos repreenderam e nós duas reviramos os olhos.

- Aqui. - Sam disse e todos seguimos ele, escolhendo a passagem à minha esquerda.

Andamos cerca de 1 metro e concluímos que aquela passagem não tinha saída. Me encostei na parede que marcava ela como sem saída e reparei que era incrivelmente macia.

- Droga. - Stephanie reclamou e começou a voltar.

Bufei e antes de eu começar a seguir todo mundo, a parede tremeu, literalmente tremeu, me afastei abrupdamente e vi ela descer no chao, e sumir.

- Ahn, gente. - Chamei e virei-me a tempo de ver eles todos me olhando e uma enorme parede de provavelmente 2 metros erguer-se atrás de mim.

Virei-me e me deparei com dois caminhos.

- E AGORA? - Gritei.