Dark Angel

Capítulo 17 - Em meio à uma gostosa sujeira.


PDV SAM

- Meu deus que vontade que me deu agora de comer chantilly! - ela disse sorrindo enquanto arrumava a cama para deitar.

- Nem me fale! Faz quanto tempo que eu não como chantilly? 1 ano? Talvez dois - disse relembrando e ri.

- Não durma - ela disse, caminhou um pouco, parou na porta e me olhou sorrindo - eu já volto. - e desapareceu no corredor escuro.

Me sentei na cama quieto e ri sozinho. Ri pela milésima vez. De repente me lembrei que Dean e Leticya estavam na sala na hora do nosso momento criancisse, ri sozinho novamente. Ela me fazia esquecer tudo. Eu não me importava em parecer um marmanjão, desde que fosse com ela. Ri em 1 dia, o que não devia ter rido em 1 ano. No dia em que fomos busca-lá não podia imaginar que uma garota da elite de Manhattan fosse humilde e engraçada daquele jeito. Pensei no minimo que fosse alguma metidinha de rosa, saia e salto. E o que eu encontro? Uma menina de jeans, jaqueta de couro e coturno, relativamente parecida com Dean. Ela não reclamava dos x-bacon, refrigerantes, tortas e outras coisas simples que comemos, ao contrário, até gostava, mesmo eu preferindo que ela ás vezes comesse coisas saudáveis. Ela chegou até a falar um dia "Que saudade que eu tenho desse tipo de comida. Peixe e carne chique são uma grande porcaria". Com ela ninguém conseguiria ficar triste, por onde ela passava alguém sorria, até mesmo Cass. Como Dean a havia deixado escapar? Ela voltou, parou na porta e sorriu. Ela era maravilhosa.

- Adivinha o que eu encontrei. - ela disse em tom brincalhão.

- Oh, não não, sério? - ri de canto.

- hahahah. - Ela abriu o tubo de chantilly e o espirrou na boca, em uma forma daqueles sorvetes de maquina. De repente o tubo abriu lambuzando toda sua boca. - Céus! - ela praticamente gritou, eu ri. - Ta rindo é engraçadinho? - ela disse em tom desafiador, fechou a tampa do tubo e espirrou chantilly em mim. Arqueei as sombrancelhas e fitei sua face, tentando fazer uma cara maléfica. Fui ao seu encontro, ela deu uma risada e correu. Corremos pelo quarto alguns segundos, enquanto ela espirrava chantilly em mim. Consegui pegar o tubo dela, ela me olhou e começamos a correr novamente, dessa vez encima da cama também, bagunçando as cobertas completamente, derrubando algumas no chão. Enquanto espirrava doce nela, ela venho de encontro a mim e de repente me envolveu tentando pegar o tubo, escorregamos nas cobertas e caimos na cama, um encima do outro. Estavamos completamente cobertor de chantilly.

- Como se ja não bastasse o chocolate... - disse e nós sorrimos.

- Vou precisar de outro banho.

- É, eu também. - tirei uma mecha de cabelo do seu rosto, e coloquei-a atras de sua orelha. Ela passou o dedo por minha bochecha, cobrindo sua ponta de glacê. Colocou o dedo na boca e exclamou:

- Hum, chantilly! - rimos durante quase um minuto. Haviamos rido incontaveis vezes naquela noite. Nos levantamos, ela me olhou e disse:

- Eu primeiro! - e correu de encontro ao banheiro.

PDV Leticya

Ouvi o barulho de risadas, e um belo "bum" de algo caindo no chão. Levantei vagarosamente da cama, botei minhas pantufas e abri a porta à tempo de ver e ouvir:

- Eu primeiro! – Sam saiu correndo para o banheiro cheio de alguma coisa branca pelo corpo, ele entrou e Stephanie ia fazer o mesmo, mas eu corri até a porta e tranquei a passagem.

- O que está acontecendo aqui? – Perguntei irritada.

Stephanie revirou os olhos cheio de alguma coisa branca e eu quase não percebi a presença de Dean.

- Nossa! – Ele falou de boca aberta olhando para o quarto da minha mãe.

Fui até lá e vi as cobertas, o chão, e a cama estavam cobertos por essa substância.

- STEPHANIE! – Gritei enquanto eu analisava o trabalho que eu iria ter e os chingamentos da minha mãe, Stephanie havia passado dos limites.

Ela veio vagarosamente e bufando ao meu encontro.

- Que é? – Ela falou cruzando os braços.

- QUE É? – Repeti ironicamente. – Você sabe que eu vou ficar de castigo até o resto da minha vida? Você sabe o trabalho que vai dar para arrumar tudo isso inutilmente por que eu sei que a minha mãe vai ver alguma coisa errada e descobrir que isso aconteceu? – Eu falei gritando completamente alterada, o que era bem difícil de acontecer.

Stephanie pareceu cair na real e lembrar o que a minha mãe é capaz de fazer.

- Lele, des... – Ela começou a falar e eu cortei ela.

- Esquece ok, ESQUECE! – Gritei e fui para o meu quarto com prováveis lágrimas nos olhos.

E eu nem sabia o por que, talvez por saber que a minha mãe iria me matar, talvez por saber que eu havia matado alguém, talvez por saber que Dean havia me usado e eu havia dexado, talvez por saber que Stephanie havia mudado, talvez por não saber quem é aquela mulher, talvez por achar que eu e a Stephanie nunca mais seremos a mesma. Talvez por tudo que aconteceu no dia de hoje.

PDV STEPHANIE

- Esquece ok, ESQUECE! – Leticya gritou se dirigindo ao seu quarto.

Me senti culpada, eu sabia que a mãe dela iria matá-la! Eu não pensei nas consequências, talvez bem lá no fundo eu até tenha pensado. Eu não queria ir atrás dela agora, pois eu sabia que não iria adiantar por que sinceramente, ela brava: Perigo!

- Stephanie! - Sam me chamou - Você não vem? - ele riu. Forcei um sorriso e fui de encontro ao banheiro.

Sam tirou a jaqueta, a flanela e a camiseta, ficamos de pés descalços e entramos de roupa e tudo na banheira. Ficamos mais ou menos 1h ali conversando sobre tudo e nada, evitei o assunto Leticya, pois eu estava chateada de depois de tanto tempo afastadas eu brigara com ela.

- Que horas são isso? - bocejei.

- Ahn - ele pegou o relógio - 3:30h.

- Preciso de uma boa cama. - disse enquanto esfregava os olhos.

- É.

Saimos da banheira completamente encharcados.

- Olhe para lá - apontei - vou por o roupão.

- Ok - ele disse se virando.

- Vou me arrumar no quarto - falei enquanto atava a tira do roupão. Me dirigi ao quarto que era em frente. Fechei a porta e coloquei o pijama. Enquanto penteava o cabelo, Sam entro no quarto somente de camiseta e cueca. Desviei o olhar por alguns segundos.

- O que foi? - ele disse olhando para o próprio corpo - é inapropriado?

- Não não - respondi. - é só que eu não sabia ...

- Se quiser que eu tire tudo bem.

- Não não, pode ficar se é acostumado assim. - fui em direção a cama e só vi ele fazer um gesto de tudo bem, então fechei os olhos. Senti ele deitar ao meu lado e dizer um singelo "boa noite" que respondi igualmente em um sussuro. De repente me assustei, porém não demonstrei, quando estava quase dormindo, ele me deu um rápido selinho, provavelmente pensando que havia dormido. Virei para o lado, sorri para mim mesma e adormeci.

(...)

Acordei 7 a.m., o que era extremamente raro e provavelmente eu não faria por mais ninguém além da Lele. Sacudi o Sam para ele acordar.

- Foi o Dean! – Ele sussurrou ainda sonhando, pelo visto os Winchester tem essa mania. Ri

- Acorda Sam! – Balancei-o novamente.

- Que foi? – Ele acordou meio assustado.

- Nós temos um quarto para arrumar. – "E uma amizade para consertar" Acrescentei mentalmente.

Levantei correndo e fui direto para a área de serviço, peguei panos, baldes com água, detergente, e tudo que eu achei que seria útil. Fui para o quarto e sam estava vestindo uma calça.

- Vamos lá. – Ele falou logo que me viu, e lá fomos nós, limpar o quarto da mãe da minha melhor amiga, para sempre.

PDV Leticya

- Oi. – Ouvi uma feminina voz familiar, mas preferi continuar de olhos fechados. – Eu sei que você ta me ouvindo.

Abri os olhos lentamente e dei de cara com Stephanie sorrindo exageradamente perto da minha cara.

- Que é agora? O Dean não está aqui, ou o Sam. – Falei me virando e colocando o travesseiro na cara.

- Escuta, eu sou orgulhosa, você também, vamos pular a parte que eu peço desculpas. – Ela falou, e eu me sentei na cama para encará-la. – Ok, você também não precisa pedir desculpas.

Ri, parecia os velhos tempos. A puxei em um abraço e matei a saudade por alguns segundos.

- Ok, ok. Nós temos um quarto para arrumar, vamos. Afinal, o que era aquilo? – Levantei e a puxei junto.

- Chantilly. – Ela falou.

- Você me deve um chantilly novo. – Ri.

Caminhei vagarosamente até o quarto da minha mãe ao lado do banheiro enquanto eu arrastava Stephanie junto, cheguei lá esperando encontrar chantilly por todos os lados, o que eu encontrei foi um quarto mais limpo do que estava antes da viajem dos meus pais!

- Obrigada - falei sorrindo.

- Não fiz mais do que a minha obrigação. - ela falou entrando no quarto, entrei junto.

- Ahn, bom dia Sam. - Acenei.

- Bom dia! - ele disse feliz, mais feliz do que o normal. Ele e Stephanie estavam felizes, muito felizes. Olhei para ela com um olhar desconfiado, ela riu e fez sinal de "não" com a cabeça. - Epa - ele disse nos olhando - vocês voltaram ao normal, é? - ele vestiu a camisa de flanela, e a abotoou.

- É - dizemos juntas e rimos.

Stephanie foi até a cômoda que havia e pegou uma borrachinha de cabelo, e voltou o prendendo. Sam não parava de olha-lá. Tava mais que escrito na testa dele que ele a amava, nunca havia visto ninguém olhar para uma pessoa daquele jeito. Enquanto prendia o cabelo olhando para baixo, ele a olhava sorrindo. Dei um sorriso de catno, eu podia sentir que o amor dele era verdadeiro. Podia sentir literalmente mesmo, devia ser os meus poderes sobrenaturais, ou algo do gênero.

- Vamos tomar café? - me dirigi a ela.

- Ah, claro. - caminhamos em direção a porta, ela olhou para trás.

- Você vem Sammy? Oh - ela disse batendo na testa - desculpa, Sam. - Ele riu.

- Pode me chamar assim, se quiser.

- Oh, não. Acho que esse direito é somente do Dean. - ela sorriu.

- Alguém falou o meu nome? - alguém disse no corredor, parando logo atrás de mim na porta.

- Sim. - eu respondi.

- Sim. - Stephanie e Sam falaram em coro sorrindo.

- Epa, vocês estão me assustando com essa felicidade. - ele disse recuando, sua voz soava quase triste. No mínimo ele devia ter pensado o mesmo que eu.

Não pude conter o pensamento: Ela tem dois, três se o Lucas ainda gostar dela, e eu não tenho ninguém, isso não é justo!

- Você tem que me contar sobre o Lucas depois, ok? – Perguntei.

- Ok. – Ela confirmou.

(...)

Depois de tomarmos café em plena 1 hora da tarde, eu e Stephanie nos trancamos no meu quarto e ela me contou tudo dês de que ela saiu de casa, até aquele momento, inclusive do Lucas... Do bar com o Dean... Do beijo com o Sam... Até da profecia! E eu contei toda a minha conversa com aquela minha suposta mulher ajudante.

- Stephanie, quem você realmente gosta? Qual dos três? – Perguntei e ela suspirou.

Ouvi um barulho na porta, ela ia começar a falar, fiz um sinal para ela calar a boca e me levantei silenciosamente, andei até a porta e rapidamente abri a porta. Sam e Dean caíram no chão com dois copos na mão.

- Sério mesmo? – Falei entre risadas.

- Eu... – Sam começou a falar mas não soube o que falar.

- Nós... – Dean fez o mesmo.

- Para a sala! – Apontei para as escadas e eles levantaram e saíram praticamente correndo.

Fechei a porta e sentei na cama em frente à Stephanie novamente, ela estava séria olhando para os símbolos em seus dedos.

- Eles ouviram tudo? – Ela perguntou sem conseguir me encarar.

- Provavelmente. – Ri e ela não me acompanhou, foi aí que eu reparei a gravidade da situação.

- Que vergonha! Agora o Sam sabe tudo o que eu fiz com Dean, e os dois sabem tudo que eu fiz com Lucas! – Ela falou tapando a cara, não contive um riso baixinho.

- Parece que você tem que provar do Sam agora.

- Parece que sim. – Ela não conseguiu conter um sorriso e nós duas rimos da sua reação.

Olhei para o relógio que marcava 7:59.

- Droga. – Falei e Stephanie entendeu o por que.

- Parece que ta na hora de eu ir. – Ela falou.

- É. – Concordei.

Eu sentiria muitas saudades da Stephanie, nós éramos melhores amigas e grudadas dês dos nossos cinco anos de idade. Eu podia e conto tudo para ela, tudo mesmo! Ela quase como uma irmã para mim, só que sem as constantes brigas, ou os ciúmes da mãe, ou qualquer parte ruim. Com certeza seria difícil deixá-la ir, e provavelmente passar um longo tempo sem ela.

- Sem chance de você ir com a gente né? – Ela perguntou, e eu fiquei tentada.

- Não. – Respondi depois de alguns segundos. – Eu não posso deixar minha mãe assim nem meus amigos assim, de uma para outra.

- E você tem medo de mudanças. – Ela acrescentou e eu ri sabendo que não conseguiria mentir e negar para ela.

Levantamos e seguimos em silêncio até a escada, na sala Stephanie avisou que era hora de ir, eles pegaram suas malas e eu os levei até a calçada.

- Tchau Stephanie. – Falei quase com lágrimas nos olhos, ok, eu era sentimental, admito!

- Para de ser tão chorona! Vai querer um abraço também? – Ela me perguntou e noite que Sam e Dean se entre olharam, notando uma certa semelhança entre a união deles e a nossa.

- Seria bom. – Falei.

- Ah tá ok! Me pegou! Eu também quero um sim, e dai? - ela mudou a expressão durona para um sorriso.

- Promete que vai me ligar todo dia? – Perguntei ainda abraçada a ela.

Ela riu e me abraçou. Ainda abraçadas eu falei:

- Promete que vai me ligar todo dia? – Perguntei.

- Prometo.

- E me contar tudo que estiver acontecendo com você, e com o mundo?

- Prometo.

- E me contar o que você e os Winchester andam fazendo? – Sussurrei.

- Prometo. – Ela sussurrou em meio à risadas.

- E tentar me visitar?

- Prometo.

- E promete que vai me ajudar a descobrir o que eu sou?

- Prometo. – Ela falou e nós desfizemos o abraço. – Até lá, tenta não matar ninguém.

Ri com a piada de humor negro, e Sam e Dean também.

- Tchau Lele. – Ela falou e eu acenei.

Ela entrou no banco traseiro do carro.

Dean veio se despedir enquanto Sam botava as malas no carro.

- Tchau Dean. – Falei sorrindo.

- Tchau Leticya. – Ele falou enquanto me puxava para um abraço.

Ele colocou suas mãos quentes em volta da minha cintura e eu botei minhas mãos nos seus ombros, não querendo criar mais intimidade com ele, o que seria bem ruim para Stephanie e eu. Stephanie viu e revirou os olhos, mexi os lábios em um "Desculpa" e ri.

Me senti confortável ali, e eu não podia me sentir assim, eu gostei, e não podia! "Eu nunca teria ele, e ele nunca me teria." Repeti mentalmente. O cheiro dele me inebriou, era um cheiro doce, porém não enjoativo, na medida certa, com um toque de desodorante masculino, o que cheirava muito bem!

Dean entrou no carro, e Sam veio se despedir.

- Tchau Sam. – Falei.

- Tchau Lele. – Ele falou provavelmente por ter pego a mania de Stephanie ao me chamar de "Lele". – Brigada por tudo.

- Foi nada. – O abracei, como um bom e velho amigo.

Ele entrou no carro e antes deles irem embora gritei "Mandem um beijo para o Cass!".

Fiquei assistindo o carro se indo ao longe, e não sei bem por que, mas senti um aperto no coração, saudade, tristeza talvez.