—O que faz aqui. Rapaz?

O velho não havia engolido para nada aquela história, Betty não era de beber tanta água assim, então, resolveu ver fora e não se surpreendeu ao encontrar Armando do lado de fora.

—Pois bem, o que faz aqui, Dr. Mendoza?

—Er... er...


O velho esbravejou, gritou, brigou.

—E o que pensam que estão fazendo?

—Não é nada do que está pensando, don Hermes!

—Ah não? Então, diga-me o que é! Não, não quero ouvi-lo. Para os enhor e aquele mundo onde vive com modelos, artistas e libertinos pode ser muito comum isto tudo.

—Não é assim, don Hermes!

—Cale-se! Vai ouvir o que vou falar!

Don Hermes falava de tudo desde o que os vizinhos iriam falar, que Betty iria ficar mal falada, o que a família dele iria pensar.

—O senhor tem razão quase de tudo que disse e peço desculpas por minha audácia de vir aqui, mas é que não pude falar com Betty todos estes dias por conta do lançamento que nos manteve ocupados e estressados. E reconheço que fui imprudente de vir esta hora falar com Beatriz, não imaginava que sua vizinhança fosse assim, mas minhas intenções foram as melhores possíveis.

—Ah é? E quais são suas intenções, senhor?

—As melhores, don Hermes! Quero casar-me com Beatriz!

—Oh, Hermes! –Júlia suspirou, aquele homem era tudo o que sonhava para sua filha, Hermes por outro lado não gostou nada daquilo, mas frente os olhos brilhantes de Júlia e sobretudo sua filha, tentou deixar-se levar.

—Então, tudo muito bom, mas creio que se faz tarde para falarmos disso. Melhor irmos dormir, cada um em sua casa.

—Sim. –disse Armando concordando

—Ainda mais assim como está tarde para o senhor estar aqui, está meio cedo para este assunto. Este assunto é para daqui a uns dois anos, pois noivado nos Pinzón é assim!

—Aí é que se engana, don Hermes! Pretendo me casar com Betty e para isto estou aqui para pedir-lhe a mão.

—Armando não!

—Quero casar-me com sua filha em dois meses!

—_________

Beatriz acordou. Estava em uma clínica, pois pôde facilmente reconhecer pelas vestes daqueles médicos, pessoas falavam ao longe.

—Ah, finalmente acordou.

—O que aconteceu?

—A senhorita desmaiou! Mas está tudo bem. –disse a enfermeira.

—Ah, está acordada, como está nossa paciente?

—Muito bem, já estou monitorando.

—Doutor!

—Vou chamar sua família, estão muitos preocupados.

—O que tenho?

—A senhorita desmaiou, tem passado por muito estresse ultimamente?

—Imagina.

(Pressão do pai, sequestro, importunação sexual, atividade sexual excessiva –a parte boa, lançamento, investigação policial, vigilância da sogra, da ex. embargo da empresa) Será que pode chamar tudo isso de estresse?

—E considerando seu estado?

—Meu estado? Ai não!

Beatriz sentiu-se acuada, estava se prevenido tomando anticoncepcionais que Aura Maria lhe havia dado já que sabia que Armando era impulsivo e de uma hora para outra sentia vontade fazer amor e não queria negar-se e preferiam não ter nada entre eles.

Sua cara havia passado para pálido e o médico se deu conta.

—Ah não. Não é o que está pensando, senhorita.

Seus pais, assim como Armando haviam entraram no quarto de modo que ela não teve tempo de perguntar.

—Minha filha.

—Beatriz Aurora, estávamos todos preocupados! –disse Hermes. O homem estava pálido, embora parecesse chato e tudo, era assim louco de amor por sua filha.

—Papai, eu...

—Betty... –o doutor explicou tudo, é melhor que descanse.

—Mas o que tenho?

—Descanse um pouco, filha. –disse o pai dando um beijo na filha.

—Além de estresse, anemia profunda.

—Anemia?

—De modo que precisará ficar aqui estes dias para se cuidar no hospital.

—Mas e a empresa?

—Não se preocupe com isso, querida. Está tudo sobre controle. –segura as mãos dela.

— Não venha com liberdade, senhor Mendoza, ainda não são nem noivos formais.

—Mas em breve seremos, seu Hermes! Tão logo Beatriz saia do hospital.

Beatriz não podia acreditar, os dois estavam se dando bem, falavam de noivado. Mal podia esperar para falar com Armando a sós. O que só pôde acontecer no dia seguinte quando sua mãe convenceu que era melhor que Armando ficassem e os dois fossem descansar.

—Finalmente.

—O que aconteceu? Por que você e meu pai estão se dando bem?

—Acaso não gostou?

—Sim, claro, mas.

—Ele aceitou, Beatriz! Creio que foi o medo de ter perder. –beija suas mãos e depois sua boca –Em breve seremos formalmente noivos e nos casaremos. Não é como sonhamos? Ou acaso desistiu de casar-se comigo?

—Claro que não. Mas é que meu pai...

—Ele aceitou, viu como fiquei preocupado com você. Confesso que tive medo que me matasse, pois todos estes seus desmaios pensei que estivesse grávida.

—Aí sim ele te mataria, mas confesso que quando acordei também imaginei isso. Ufa!

—Isto quer dizer que não gostaria de estar esperando um filho meu?

—Não é isso!

—Pois eu sim. Já fazia ilusão de ter um garotão bonito como eu era indo ao Ginásio. Ou melhor, uma menina como você tão inteligente e fofa a roubar-me o sono. De verdade, não gostaria?

—Ojojo! Claro que gostaria, mas acontece que não imaginava que também queria. Ainda mais não seria melhor que fosse depois que casássemos?

—Claro que seria! – beijo. –Tão logo casemos.

—Que ansiedade! Não imaginava que fosse do tipo que ansiava ser pai.

—Na verdade, nunca fui, mas com você quero tudo.

—Tão divino! –ela lhe dá um beijo na ponta do nariz.

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