E quem disse que no dia eles puderam encontrar-se? Armando teve encontros com muitos clientes em Terramoda, pareciam que todos resolveram vir aquele dia e só podia contar com Sandra e Hermes, vez que Nicolás estava apoiando Betty em Ecomoda. Betty, por outro lado, além do trabalho tinha que aguentar muito estresse com insinuações de Daniel, que não disfarça nem mesmo perante Nicolás ou Francesca.

–Você é um descarado, Daniel!
–Dr. Valencia para você!
–Quê, doutor Valência o quê! Nem é mais o presidente!
–Mas ainda sou seu chefe.
–Por isto está arrastando por esta aí: A dona agora. Mas ela está na do Mendoza.
–Armandinho não é homem para uma mulher como esta.
–Não é o que ela pensa. Não tinha reparado... Ela até tem razão pelo que tenho visto. Que homem!
– Não brinque comigo, Francesca. –aperta o pescoço dela.
Daniel fica com muita raiva, tampouco se importa com o que Francesca pensa, mas não aceita perder nada para Armando, já basta perder seus pais por conta dele (em sua cabeça).
–Sai daqui.
–Não brinque comigo, Daniel!
–O que está acontecendo aqui?
–Não é nada, Marcela. O que quer?
–Isto são modos?

Francesca sai da sala debochando.
–Tem algo com esta? (Mentiu)
–Me conhece, jamais teria algo com uma simples secretária.
–Não sei se o conheço mais. Como pôde perder a empresa para aquela mulher?
–As coisas não são como contam.

Mas Marcela não esta convencida. Ao mesmo tempo tem muito ódio daquela que está na presidência e evidentemente parece ter algo com seu ex, ao mesmo tempo pelo que disse Roberto parece ser uma pessoa íntegra que sabe o que está fazendo e que torce que seja honesta, pois outra pessoa não pensaria duas vezes antes de tomar tudo deles.
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–Até que enfim a encontro livre.
–Engano seu. Não estou livre. Estou cheia de trabalho.
–A vida não é só trabalho, também tem que se divertir um pouco.
–Divertir-me?
–Sim, posso lhe ensinar.
–Não creio que tenho algo a aprender contigo que não saiba. E ocorre, dr. Valencia que aqui na empresa estou para trabalhar para reerguê-la de onde o senhor deixou.
–As coisas não são o que parecem!
–Ah sim sei bem como são!
–É sempre assim tão séria?
–Olha Dr. Valencia, sou séria aqui em meu trabalho e no que me proponha fazer que é comandar esta empresa que deveria ser no que está preocupada já que também é seu patrimônio.
–Jajaja! Sei que está em boas mãos minha empresa. Quanto a você senhorita, a vejo tão séria, mas que isso, me parece triste. Poderia interpretar isto como falta de sexo.

Beatriz não está a fim de muita conversa, além de estar cheia de serviço, não está de bom humor, tendo em vista que mal conseguiu falar com Armando e teme que as coisas tenham se esfriado entre eles.
–O que acontece aqui? Dr. Valencia, o que faz aqui?
–Eu deveria te perguntar. ESTA É MINHA EMPRESA!
–Que eu saiba esta empresa agora pertence à Terramoda, empresa que é de nada mais nada menos que Beatriz Pinzón.

Daniel iria rir, mas neste momento, Betty lhe perguntou:
–Já terminou o que veio fazer, senhor? Tenho muito trabalho e metas a cumprir com os bancos, com os acionistas e Don Roberto.
–Desculpe-me, Betty, tive que...
–Tudo bem, Nicolás.
Ela o abraçou. Se sentia tão frágil. Não estava sendo nada fácil. Reuniões com provedores, negociação e dívidas com modelos, mercadoria chegando, visita à produção, conversa com os funcionários para motivá-los, já que a fofoca do embargo, da exploração das mulheres e muitas outras coisas circulavam pelos corredores, mesmo sem a participação do quartel das Betty não conseguia tempo nem para respirar e para quê? Se quando parava lembrava de Armando que não havia lhe ligado.

A verdade é que Armando também estava atolado de serviço e com don Hermes no seu pé. Havia ligado para Betty, mas a moça não se encontrava na presidência, estava na produção, outra estava em reunião. Havia deixado recado, mas ela tampouco lhe havia retornado. Por fim, resolveu deixar-lhe um recado.
–Betty, don Armando lhe ligou de Terramoda.
–Armando, quero dizer, don Armando, ah ok. O retorno.

Betty havia chamado-o no celular, mas estava desligado. Resolveu ligar para a empresa.
–Alô, Sandra.
–Ah, oi, Betty. Estava com saudade.
–Sim, também estou Sandra. Nem tempo tenho para sair com vocês!
–Ah sim, Betty, está nos devendo.
–Mas em breve prometo que as convido para ir dançar em um lugar bom a escolha de vocês!
–Está bem! E don Nicolás está lhe ajudando muito?
–Nicolás? Sim, claro. Não sei o que faria sem ele. O Dr. Valencia não me deixa em paz.
–Imagino. É um safado.
–E Don Armando está aí?
–Don Armando... Ai, Betty!
–Como assim?
–Ai, Betty.
–O que foi? Ele está ou não?
–Estava, Betty, mas... saiu.
–Saiu?
–Sim, depois que ligou para você saiu com uma mulher.
–Mas como assim uma mulher?
–Ai, Betty, me perdoe, mas ontem chegou uma mulher, assim loira, olhos verdes, muito bonita e eles ficaram trancados, rindo. E não saíram de lá para nada.
–Como assim? É uma cliente? A conhece?
–Não. Se de repente é uma modelo ou...
–Tudo bem.
Disse Betty aguentando o choro.

Sandra se sentia mal, mas achava que sua amiga estava sendo traída pelo homem que amava de modo que não podia deixar de contar.
–Por quê, Armando Mendoza? Se não quer mais nada comigo bastava falar! –disse Betty rodando na mesa.
–Falando sozinha, Betty?
–Ah, Nicolás! Creio que está bom por hoje.
–Vai sair?
–Tenho umas coisas que fazer.
–Está bem!
Nicolás olhou desconfiado, havia ouvido parte da conversa.
Betty iria até a empresa, pois Sandra havia lhe dito que don Armando teria uma reunião marcada para às 16 horas e como não desmarcou deveria voltar.

—___
–Olá, Sandra!
–Boa tarde, don Armando! –disse ela sem encará-lo de frente.
–O que foi?
–Nada.
–Sandra, sabe onde está o carregador (do celular)?
–Creio que na sua sala.
–Preciso carregá-lo urgentemente. Espero que Betty não tenha tentando ligar-me, pois fiquei sem carga...
–Betty? Esta é o nome da famosa?
–Sim, Cami, Betty, minha Betty!
–Estou ansioso para conhecê-la!
–Vai conhece-la!

(Que cínicos! –pensou Sandra –Acaso pensam em fazer um trio com minha amiga?)
–Sandra, Betty retornou a ligação?
–É sim...
–Betty, Betty... Como é ela?
–Morena, cabelo comprido, muito bonita. –disse Sandra.
–Minha Betty é divina!
–Tinha que ser, nunca o vi com uma feia!
–Ela é diferente de todas. É doce, elegante, inteligente.

Sandra olha estranho, pois Armando elogia Betty em frente a uma de suas conquistas.
–Creio que não te apresentei. Mas você conhece, não? Esta é Cami, minha mana mais velha!
–Mais velha e mais bonita!
–Ir-irmã?
–Camila Mendoza, prazer! Desculpe-me não ter me apresentado.
–Mas a irmã dele...é das meninas do famoso quartel de Ecomoda?
–Era! Mas a irmã de don Armando que conheci.
–Sim, mudei um pouco, faz muito tempo.
–Nossa!
–Sim, Aposto que pensou que eu era uma de suas conquistas, não é?
–É que, é que...
–A fama de Didinho não muda!
–Mudei muito, Cami! Sou um homem fiel agora.
–Difícil crer, mas se diz...

Sandra não podia acreditar no que fez. Por conta do hábito da fofoca, sua amiga devia estar pensando que o chefe estava com uma mulher.
–Betty me ligou?
–Er, sim.
–Puxa! Deve ter tentado no celular. Vou ligar para ela agora mesmo. Não consigo falar com esta mulher!
–Está que como doido por ela.
–Deixa-me, Cami.
–Por isto estou aqui!
–Ela vai adorar te conhecer!

Enquanto Sandra tentava insistentemente falar com sua amiga ao celular, Armando também,
–Ai, Betty, atende.
Mas a moça estava dirigindo.
–Já chego, Sandra. Hoje soluciono isto. Não é obrigado a ficar comigo só por conta da empresa. –Betty olhava a tela do celular, enquanto dirigia, derramou uma lágrima.

–E quando vou conhecer esta mulher tão especial?
–Espero que hoje. Estou todo enrolado estes dias e não podemos nem nos encontrar.
–Não posso acreditar que Danielzinho colocou a empresa nisso.
–Acredite.
–E por conta disso perdemos a empresa.
–Só não perdemos porque Betty não vai deixar.
–Ela não atende! Não sei se está descarregado; Vocês tem que conhecer!
–Estou louca para conhecê-la! .A mulher que conseguiu entrar no coração duro de meu irmão e capturá-lo. –Os dois riem
–Vão ser muito amigas, tenho certeza. Trouxe o que te pedi
–Sim, não poderia esquecer. Tem certeza?
–Como nunca tive!
–A coisa vai séria!
–Sei o que estou fazendo.
Os dois riem e se abraçam.

Sandra estava como desesperada. Betty não atendia o celular. Claro que a presidente já tinha visto que Sandra e Armando lhe estavam telefonando.

–Oi, Sandra!
–Betty! Ai, Betty! Preciso falar contigo! Me desculpe.
–Tudo bem, Sandra.

Ouve risadas de Armando com uma mulher.
–Ah, ele está aí com ela!
–Betty, não é o que parece!
–Tudo bem, Sandra!
Betty pensou em dar a volta, mas respirou fundo, girando a maçaneta.
–Você é maravilhosa! -dizia Armando abraçada à sua irmã Camila, beijando-lhe o rosto.
Esta foi a cena que Betty viu ao abrir a porta.
–Atrapalho algo?
–Betty?
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