Ao chegar onde queria, estacionou, dando leve toques em seu rosto.

—Acorda, dorminhoca!

—Ai, don Armando, onde estamos?

—Surpresa! Venha!

—Que lugar é esse?

—Gostou?

—É lindo!

—Sabia que ia gostar! Entre! –disse abrindo o portão.

Beatriz entra pelo portão de ferro branco, segura pela mão de Armando. Vê um belo jardim de flores do campo e passa seus dedos.

—Gostou?

—Sim.

—Colha algumas.

—De verdade? Posso?

Enquanto Betty colhe as flores, Armando enlaça a mão em sua cintura, cheirando-a.

—Vamos?

Entraram aos beijos. Armando estava desejando Betty desde que a viu nua há meses. Sua vontade era levar a moça direto para o quarto, sem contemplações, mas sabia que tinha que ser romântico, assim, a levou para o sofá.

—Deseja tomar alguma coisa?

—Tem suco de amora?

—Suco de amora? Hum, creio que não. Devo ter de laranja.

—Pode ser. De quem é esta casa, don Armando?

—Esta casa era de minha vozinha.

—Sua vó?

—Sim.

—É muito linda. Parece um pouco com a casa de minhas tias.

—Ah sim?

—Nunca imaginaria. É uma casa simples, de pessoas como eu e de minha família.

—Sim, minha vozinha era uma mulher do povo. Na verdade, meu avô tampouco era rico, mas tinha um pouco mais, pois tinha terras, com plantações de algodão herdadas de seu avô, daí o gosto pelos tecidos, pois algodão é uma das matérias primas.

—Sim.

—E depois foi plantar café..

—Foi uma boa!

—-Sabe faz muito tempo que não venho aqui, me traz muitas recordações, minha avó depois da morte de meu avô, voltou a morar aqui, dizia que onde se sentia melhor.

— Eu a entendo. Aqui ela viveu sua juventude e viu nascer seu amor.

—Por isto te trouxe aqui, sei que é romântica.

—É.. sim. –disse com os olhos de carneiro degolado para ele.

—Quer outro suco?

—Sim.

Armando trouxe um suco para ela e para ele um copo de whisky, só para se acalmar, seus nervos estavam tomando conta. Não queria ficar nervoso e estragar tudo. Tinha que ser doce e romântico com aquela menina que certamente tinha o sonho do príncipe encantado. Colocou uma música para relaxar.

—Dança, Beatriz?

—O senhor não sabe como danço, doutor? Vou pisar no seu pé.

—Não tem importância, eu te ensino.

Armando a apertou contra ele para ensinar-lhe uns passos. que

—Desculpe se não podemos comemorar como te prometi, ontem. –disse Betty.

—Não importa! Estamos juntos hoje. E neste lugar tão especial para mim. e vou cobrar com juros hoje. Vai ter que me aturar o dia inteiro.

—Isto será maravilhoso. –Beatriz vê a imagem de um casal trajado no estilo anos 40.

—Seus avós viveram nesta casa?

—Não muito tempo, mas foi aqui que se encontravam para viver seu amor.

—Eles eram tão lindos.

—Sim.

—Você se parece com seu avô.

—Acha?

—Sim, muito. Vê a decoração? Está tal como era no tempo deles. Me lembro quando passava os dias de férias aqui. Me sentavam no colo e me contavam.

—O que contavam?

—Creio que não vai querer ouvir esta história...

—Pelo contrário ojojo gostaria de ouvi-la.

—De verdade?

—Sim, não imagina como gosto de ouvir histórias de outras famílias. Parece que só meu pai que gosta de falar e quero saber que não existe só o velho Lázaro PInzón ojojo.

Armando virou os olhos ao lembrar das inúmeras vezes que Hermes falou sobre o velho Lázaro.

A história que Armando contou era do amor proibido de uma jovem senhorita pobre e seu galã com dinheiro. Era uma linda história romântica em que o amor venceu.

—Como disse, minha vó era uma mocinha muito linda, mas muito pobre. Era filha da empregada da casa. Meu avô er um jovem sonhador e mulherengo. Não havia moça que não caísse de amor por ele e ele não, nunca se apaixonou, até que... a viu. Minha vó, a moça mais doce e terna que havia conhecido. Desde que a viu não conseguiu tirá-la da cabeça e com ela passou o mesmo. Sabia que era o filho do patrão, que era um homem proibido, mais velho que ela, rico, com bom nome, mas o que os unia era bem maior que isso.

...

—E esta casa foi testemunha do primeiro encontro.

—Aqui?

—Sim. Aqui deram seu primeiro beijo e fizeram amor pela primeira vez!

...

—Meu avô estava comprometido, mas nunca amou a tal, era algo acertado por seus pais, algo que o obrigaram a cumprir. Algo do qual não podia fugir, pois a família d moça haviam emprestado o dinheiro para quitar as dívidas e salvar a fazenda em troca e a moeda era casar-se com meu avô. Quando estavam a ponto de casar-se, pois não havia como fugir do compromisso, descobriram que minha avó estava grávida de meu tio Armando, o amor deles havia gerado um fruto. Foi um escândalo na época.

—E seu avô o que fez?

—Não sei, nunca me contaram a história com detalhes. Só sei que meu avô foi deserdado e teve que criar fortuna com as próprias mãos, trabalhando em uma fábrica de tecidos. Mas por esta foto pode-se ver que o amor deles logrou, pois tiveram mais um filho, Roberto, meu pai.

—Que lindo!

—Sabia que ia gostar da história.

—É muito linda. –disse com lágrimas nos olhos.

—Tampouco tenho um lenço. Tenho um pano de prato, sei lá.

Mas era tarde, Betty já havia abraçado e secado as lágrimas na camisa dele.

—Não imaginava que ficaria assim tão emocionada.

—Pois sim. É que... é que... –as lágrimas caíam copiosamente dos olhos de Betty em direção às bochechas, fazendo com que ficasse com o rosto bem vermelho e a voz embargada. Armando sentiu seu coração apertar, sentia uma ternura invadir seu peito. Pela primeira vez, este sentimento era mais forte que o desejo que sentia, assim, segurou seu rosto entre suas mãos e com a ponta dos polegares secou-as. Os óculos dela escorregam até a ponta do nariz, o que o obrigou a tirá-las e guardar no bolso. Ficaram se olhando um bom tempo, até que seus lábios se unissem novamente.

Assim ficaram até sentirem que o frio da serra havia passado e o calor de seus corpos foi maior. Os beijos deixaram de serem doces e se tornaram apaixonados. Armando invadia sua boca e ela pode sentir todo aquele hálito de bebida, sentiu-se tonta. Assim, Armando a segurou contra si. Não sabia se eram as flores que havia colhido, mas o ambiente estava todo cheirando a jasmim. Enquanto dançava com ela, a abraçava, descendo suas mãos por sua cintura. Betty sentiu-se desmanchar quando sentiu-o descendo seus beijos pelo pescoço. Desta vez, não ia fugir, iria deixar que ele a conduzisse e fizesse com ela o que tinha vontade naquele lugar tão especial que a tinha trazido. Havia amado a história que lhe contou dos seus avós que vinham ali para se amar, como gostaria de viver um amor assim. Despertou de seu sonho ao sentir o rosto de Armando entre seus seios e suas mãos pegando-a contra ele.

Sentiu-se marear naqueles braços fortes, seu corpo tremia.

Só podia suspirar, sentindo aquelas carícias.

—Por favor...

—Ai, don Armando.

Quando Beatriz envolveu seus braços em torno do pescoço dele, Armando percebeu que ela queria o mesmo que ele, assim, a pegou em seus braços e a levou no colo para o quarto. Era tão leve e pequena, não podia entender que pudesse estar tão louco de desejo por ela, a ponto de só pensar em possuí-la desde que a viu nua.

`Mas isto vai acabar hoje, quando ela for sua... ` -pensava.


Depositou-a na cama como se fosse de porcelana, dando–lhes muitos beijos os quais ela retribuía. Desabotou seu vestido, acariciando e beijando cada parte de seu corpo, Beatriz alisava suas costas por cima da camisa. Tirou sua gravata, desabotoou os primeiros botões da camisa para com seus dedos trêmulos acariciá-lo. Armando sentia um prazer indescritível com aquele toque tão doce e inexperiente.

—Aqui neste quarto, Dorothy e Camilo Mendoza foram um do outro da primeira vez. –disse ele, deitando sobre o corpo dela, com a voz rouca.

—Por favor, apague a luz. –disse ela.

Ele não queria, mas percebeu que ela estava tímida, assim resolveu fazer, deixando apenas um ponto de luz, para que pudesse ver seu contorno.

Ao voltar, terminou de tirar sua blusa, abriu seu cinto, tirou a calça, deixando cair por suas pernas e acabou enrolando-se nela. Apesar de estarem na penumbra, Beatriz percebeu seu constrangimento, o que lhe provocou risadas que chegaram aos ouvidos dele muito sensual, assim provocado, ele ajoelhou-se aos pés dela e começou a tirar sua meia-calça grossa.

—Ah gosta de rir? Pois verá! -disse com a voz sedutora - Ao tirar, beijou seus pés, lambe-os, provocando-lhe cócegas.

—Não. Não. Ojojo

—Depois, agora vai ver.

Depois subiu com a ponta de seus dedos por suas pernas, sentindo-a arrepiada.

Subiu por seus joelhos, seus beijos acompanhavam o caminho percorrido por seus dedos. De onde estava, sentia o cheiro de frutas vermelhas que vinha do corpo dela, pensou ser perfume, mas logo, percebeu que vinha de sua intimidade. E a medida que subia se intensificava. Foi subindo para sentir cada vez mais forte e o sumo dela começa a molhar seus cabelos, mesmo ainda estando de calcinha, de tão molhada que estava. Ele subiu até seu umbigo e daí a sua boca, Beatriz suspirava, queria devolver-lhe as carícias, mas o jeito que a tocava fazia com que a única reação fosse suspirar e contorcer-se.

—Deixa que eu faça tudo, só se entregue e sinta. –disse com a voz sussurrada e rouca, que a deixa louca.

Sentiu ele desenhar seus seios com a ponta dos dedos para logo abocanhar-los cada um de cada vez. Sentiu que ele abria cada botão de seu vestido e prodigava carícias e lambidas em cada parte descoberta do corpo dela. Assim, sentiu também quando ele desceu com os beijos por sua barriga, a caminho de suas pernas.

—Não.

Beatriz queria dizer não, queria resistir, mas só percebeu suas intenções quando sentiu a língua quente dele percorrendo sua intimidade. Queria fechar suas pernas, mas o que fazia estava empapando-a com o líquido de sua feminidade. Ele apertava suas nádegas com as mãos e alimentava-se de sua vagina com sua boca faminta. À Beatriz só restava ceder a seus caprichos e contorcer-se de prazer enquanto prodigava maravilhas com sua língua.

—Ah, ah don Armando. Que faz comigo?

Não queria, não queria, mas era mais forte que ela, gritava de prazer, com isso, Armando ficou cada vez mais doido acelerando as lambidas. Como era doce e quente. Ele havia feito oral apenas uma vez e foi em Marcela, depois de anos de namoro. E ela teve que insistir muito, mas ele não havia gostado. Agora sim, parecia que estava comendo uma torta de creme de frutas vermelhas com baunilha, quanto mais adentrava com sua língua mais ela suspirava, se contorcia e o agarrava pelos cabelos. Estava totalmente entregue ao que ele queria. Logo, Beatriz sentiu uma descarga recorrer seu corpo e teve o primeiro orgasmo de sua vida na boca daquele homem que amava.

Ele seguiu beijando e lambendo cada parte daquele corpo que agora era seu como sonhava há meses, desceu por suas pernas, lambeu seus pés. Beatriz estava tão sensível que não sentia cosquinhas e sim prazer, ainda tremia, enquanto ele escalava seu corpo, prodigando beijos e provocando-lhe cada vez mais sensações.

Ele subiu por sua barriga e daí os seios dela que pareciam duas bolinhas que ela oferecia generosamente. Se ele não parasse, ela seria capaz de ter outro orgasmo só com as carícias em seus seios.

Ele seguiu baixando de novo por sua barriga, mas Beatriz que acariciava suas costas puxou-o para beijar-lhe sua boca com tanto desejo que ele sentiu que explodiria se não a tomasse, assim, sentindo-a pronta, acariciou ainda mais a vagina encharcada dela e aos poucos foi adentrando.

—Beatriz, vai doer um pouco. –disse, preocupado, com toda ternura que sentia.

Mas ao contrário do que pensava, Beatriz não se queixou de dor, só um pouco de incômodo, por não estar acostumada com tamanha verga. Só havia feito uma vez e não era nem de longe deste tamanho de seu amado. Armando ficou parado, surpreso e com ciúmes, mas tudo passou tão logo ela começou a contorcer-se, assim deixou tudo para lá e adentrou neste corpo e fez não uma, mas três vezes, com um desejo e um vigor que não havia tido toda sua vida, desde a adolescência.

Tudo que se ouvia eram gritos, barulho de seus corpos e sussurros ao ouvido, naquela casa vazia.

Armando havia chegado onde queria. Havia realizado o sonho de ter aquela mulher tal como queria com ternura, doçura, mas também com paixão. Estava livre de sua fixação, ou assim pensava.

Ao acordar renovado, viu que Beatriz ainda dormia.

—Exausta. Matei a menina! Jaja Também louco de desejo e na secura que me mantive, Beatriz. Tudo por você. Tão saborosa quanto imaginei. –abriu a coberta para ver melhor seu corpo. -Que mulher!

Lembrava-se dos momentos de paixão há poucos

—Bem, Mendoza! Agora sim, pode retomar sua vida e ser o tigre de Bogotá.