Fico surpresa ao ver que o quarto não se parece nada com o quarto de Kyle em seu apartamento. Ali o chão é de madeira e há uma cama de ferro branco, parecida com a minha na casa dos meus pais. No lado direito do quarto há a parede com uma janela e do lado esquerdo, há um quadro grande pendurado na parede pintada de branco que me chama atenção. O quadro é composto de traços coloridos abstratos. O fundo é todo pintado de preto. É um interessante e chamativo, um caos de cores. Kyle não diz nada, está parado ao lado da cama.Me aproximo do quadro um tanto curiosa. Há um pequeno armário de madeira de duas portas na parede próxima. Levo minha mão até a tela e contorno com suavidade um grande traço laranja vibrante cortando vários outros de variadas cores.
—Foi você que pintou? - não consigo esconder a admiração em minha voz.
— Não, minha mãe.
Paro de olhar para o quadro e viro-me para fitar o garoto de cabelos vermelhos vibrantes por quem me encantei na primeira noite de bebedeira.
Sorrio.
—É tão lindo! Você tem o talento dela.
Ele assente e olha para o quadro atrás de mim e depois torna a se focar nas malas, abrindo a sua em cima da cama.
—Você está bem? - pergunto baixando a mão da obra de arte.
—Sim. - dando de ombros ele continua tirando suas poucas roupas da mala que levara para Los Angeles.
Ando até ele e pego a blusa preta de sua mão. Ele olha para meu rosto.
—Sei que tem alguma coisa te incomodando.
Kyle fita meus olhos com seriedade.
—Estou chateado pelas coisas que aconteceram com você. É só isso.
Suspiro e sento-me em sua cama ao lado de sua mala.
—Eu sinto muito, Kyle. É sério. Sinto muito. Seu pai me recebeu tão bem e tudo o que você obteve na casa dos meus pais foi...
—Não é comigo que me importo. - ele me interrompe. - É com você. Você é a filha deles. Como eles podem te tratar assim?
Dou de ombros e encaro a blusa preta que estou segurando nas mãos.
—Sempre foi assim.
—Exatamente!É isso que me deixa chateado. Acha que gosto de ver você passando por isso?
Lá fora, um barulho alto e estrondoso se pronunciou e logo em seguida um clarão cortou o céu. Levanto-me da cama e vou até a porta branca. A fecho silenciosamente e com cuidado. Viro-me para olhar Kyle e sussurro ao me aproximar dele.
—Não se preocupe com isso, tudo bem? Está tudo bem. Estamos aqui. - passo meus braços ao redor de seu pescoço. - Estamos aqui. Eu e você.
Me pondo na ponta dos pés, encosto meus lábios nos dele com suavidade e depois olho em seus olhos verdes que parecem arder de excitação nos meus.
—Sei que ontem eu não quis, mas agora quero. - continuo sussurrando.
Com as mãos nos braços de Kyle, eu o conduzo até a cama, fazendo-o se sentar. Nunca o vira tão calado num momento como esse. Enquanto tiro seu par de All Star, sinto meu coração batendo rapidamente com força. Engulo em seco. De repente estou nervosa, como se fosse a primeira vez. Isso me faz sorrir e eu olho para seu rosto novamente. Kyle está sustentando o peso de seu corpo com os cotovelos.
Subo na cama se joelhos e desabotoo seu jeans preto. O puxo para baixo e jogo sua roupa no chão ao lado da cama. Subo novamente na cama e sento-me em seu colo. Sorrio ao sentir sua ereção debaixo de mim. Tiro sua blusa e ele a joga ao lado da cama sem quebrar o contato visual. Coloco as mãos em seu peito e encaro as duas tatuagens: a gaiola aberta com os passarinhos voando e o arabesco. Acaricio seu peito para cima e para baixo.
—Lembra da vez em que você me levou pra cama da primeira vez? - pergunto sussurrando sem olhar para ele ainda.
—Lembro.
Olho para seu rosto ao perceber que sua voz falhou e ele está nervoso. Sorrio de lado e encosto a testa na sua fechando os olhos.
—Foi tão maravilhoso Kyle. Foi tão... surreal todas aquelas... sensações.
Lá fora a chuva está caindo forte e audivelmente.
—Você sempre me faz me sentir tão bem. - continuo. - Sei que ambos estamos chateados e tensos então quero que esqueçamos isso por um momento e foquemos apenas em nós, tudo bem?
Ele não responde. Por tal motivo, abro os olhos para olhá-lo. Sem esperar, Kyle me beija, sua língua explorando minha boca com movimentos lentos e suas mãos segurando suavemente meu rosto. Com sua ajuda, tiro minhas peças de roupa e as jogo junto das suas. Suas mãos nas minhas costas procuram o fecho do meu sutiã preto de renda que ele encara.
—Você é tão linda. - ele sussurra.
Sinto o fecho do meu sutiã ser aberto e ele o tirar por meus braços.
Levanto-me de seu colo e ele tira sua cueca box preta. Pega um pacotinho laminado e rasga com o dente. Pega a camisinha e coloca em seu membro.
Com as mãos em seus ombros e com a testa encostada na sua, sento-me sobre ele e aperto os olhos ao sentir a sensação de preenchimento invadindo meu corpo. Minha respiração se torna audível imediatamente. Fico parada por um tempo, nossos corpos conectados.
—Eu te amo pra caralho. - ele sussurra em meu ouvido e morde o lóbulo de minha orelha me fazendo soltar um gemido.
Levo minha mão até a boca e sinto suas mãos do lado do meu quadril me movimentando lentamente.
Gemo seu nome baixinho e assumo o controle, me.movimentando sem que ele precise segurar meu quadril. Suas mãos vão para os meus seios e os apertam enquanto continuo a me movimentar em cima dele. Nossas respirações estão audíveis e eu agarro a cabeceira da cama com as duas mãos e fecho meus olhos.
—Assim boneca. - Kyle diz e sinto seus dentes mordiscando o bico do meu seio esquerdo.
Gemo e mordo o lábio inferior com força para não tornar a fazê-lo alto. Não podem nos ouvir no andar debaixo.
As mão de Kyle estão abertas nas minhas costas me trazendo ainda mais perto de seu peito. Continuo me movimentando e sinto sua língua passando pelo meu ombro. Sinto um calor familiar me atingindo,o cansaço está começando a surgir. Sinto suas mãos apertando minhas coxas com as mãos e começo a tremer de olhos fechados, minha testa colada na sua.
—Kyle... -gemo seu nome baixinho e sinto seu corpo ficando rígido e ele me segurar forte contra seu corpo enquanto ele goza arfando e soltando sons guturais com a boca, seus dentes trincados.
Estou exausta e deito em cima de seu corpo suado, assim como o meu.
—Não me canso de você, sabia? - ele pergunta. Sua voz cansada.
Não olho para ele mas sorrio de lado de olhos fechados.
—Também não me canso de você, te amo.
Eu estava exausta o suficiente para adormecer por umas duas horas, mas me dou conta de que estou com fome e há um ravioli lá embaixo esperando por nós.
—Que acha de irmos tomar um banho? - pergunto sonolenta.
—Acho melhor você ir primeiro. - ele diz.
Dou risada.
—Tudo bem.
Me sento em cima dele e analiso seu rosto.
—Você é a melhor. - ele aperta minhas coxas.
Meus cabelos estão caindo de lado no meu direito e eu sorrio.
—Bom saber disso.
Ponho -me de pé e coloco a blusa que Kyle estava usando. Sorte o banheiro ser em frente ao seu quarto. Saio do quarto relaxada e sorrindo cansadamente.