—O que aconteceu ontem à noite?-Ressler perguntou, entrando na minha sala como um furacão. –Por que não me atendeu ou retornou minhas ligações?
—Eu não as vi. E quando olhei já era tarde. Estava ocupado jantando com Keen e os outros.
—Estaria com a gente se atendesse ao telefone uma só vez na vida. Sempre que não me atende, sei que está armando algo.
—Armando?-Me levantei. –Armando algo? Eu sou quem agora, Reddington?
—E o que estava fazendo?
—Estava ocupada.
—Ocupada com o que de tão grave para não retornar as ligações do seu namorado?
—Ressler, me faz um favor, saia da minha sala agora!
—Jenna...
—Vai!-Ele bufou e saiu, ainda como um furacão.
Me joguei na cadeira, suspirando. Droga, não devia ter gritado com ele, mas meus problemas estavam me deixando irada. Nem a técnica de Demetri conseguia me acalmar.
Duas batidas na porta, Aram colocou a cabeça para dentro.
—Malik quer falar com você. –Avisou.
—Estou indo. –Levantei e saí da sala.
—Sabe, não querendo me intrometer, mas deu pra ouvir a gritaria com o agente Ressler de longe.
—Não se mete nisso, Aram. Não quero gritar com você também.
—Tudo bem. –Murmurou, e se afastou, pegando outro caminho.
Segui até a sala de Meera, imaginando que ia ganhar alguma suspensão idiota, ou algo assim. Tentei me lembrar do que poderia ter feito para isso acontecer, mas não encontrei nada. Talvez ela me forçasse a falar com a Friedman. Ou talvez me demitisse.
Droga, eu estava ficando paranoica sobre isso.
—Entre. –Pediu, sem tirar os olhos da pasta que segurava. Fechei a porta e me sentei. –Sei que lhe disse que poderia voltar hoje, mas...
—Eu estou bem, Meera, sério...
—Não, não é sobre isso. Quero que se encarregue da proteção de Reddington, por alguns dias.
—Ele tem dois seguranças no momento...
—Eu sei, mas o que havia sido designado no começo, Dembe Zuma, saiu do país. Não sabemos se podemos confiar a segurança de Reddington em... Dois russos que não conhecemos.
—Os dois são bons, posso garantir. –Largou a pasta, tendo total atenção em mim.
—Desculpe, mas... Você está tentando se afastar de Reddington por alguma razão?
—Não, eu... Digo... Hã... Só quero que saiba que Demetri Kozlovsky e Adrian Allivan podem dar conta do recado, exatamente como Dembe fazia.
—Mesmo assim, quero que faça isso.
—Certo. –Me levantei. –Posso fazer uma pergunta?
—Claro. –Cruzou as mãos em cima da mesa.
—Reddington pediu por mim?-Silêncio. Assenti, entendendo como um sim. –Ok, tudo bem.
***
—O que houve com seu ombro?-Fechei a porta, me aproximando de onde Adrian estava sentado à mesa. –Isso não foi do acidente.
—Adrian apenas levou um tiro, sabe como são as coisas nessa cidade. –Red disse, sem realmente prestar atenção. Ele e Demetri liam jornais. Cheguei bem no café da manhã dos três.
—Um tiro?-Devo ter gritado alto, por que Raymond e Demetri olharam pra mim. –Um tiro? E ninguém pensou em me avisar?
—Desculpe, mãe do Adrian, aviso na próxima vez. –Fechei a cara.
—O que é que andaram aprontando?
—Tá tudo bem, Jenna. –Adrian disse, me puxando para que me sentasse ao seu lado. –Estou ótimo. Nem dói mais. –Dei um soco no braço dele, próximo ao ombro. –Wou. Talvez doa um pouquinho.
—Imbecil. –Olhei para cada um dos homens à mesa. –Não vão me dizer o que andaram aprontando, vão?
—Não. –Red respondeu.
—Ótimo. Tudo bem. Talvez eu descubra, enquanto banco sua babá. –Ele sorriu, agora olhando pra mim.
—Então você vai ficar.
—É. Vou. Mas só por uns dias. Você já tem Adrian e Demetri, por que me quer aqui?
—Deve ser por falta de companhia feminina. –Ah, então ele não ia me contar o motivo, ótimo.
—Filho da mãe. –Demetri me estendeu uma xícara com café.
—Acho melhor praticarmos depois do café. –Avisou.
—Também acho.
Adrian terminou o café e saiu para o quarto, dizendo que ia descansar, caso precisássemos fazer alguma coisa (não disse o que, o que me deixou desconfiada). O estranho era que ele parecia ter acordado pouco antes de eu chegar. O celular de Demetri tocou, então ele saiu, pedindo licença.
—Meera está preocupada com o fato de Dembe ter saído do país. –Comentei. –Mas creio que isso seja coisa sua.
—Ah, então a agente Malik está preocupada.
—O que foi que disse pra ela?
—Que Dembe teve que se ausentar, e eu estava preocupado com a minha segurança. Além disso, seria muito bom se a agente Mhoritz, você, pudesse fazer minha guarda.
—Eu vou te dar um tiro na testa, seu filho da puta. O que estava pensando? Eu tenho que trabalhar.
—Esse é seu trabalho, Jenna. Me deve proteção como qualquer outra pessoa daquela força tarefa.
—Acha que eu levaria um tiro por você? A resposta, caso não saiba, é não. –Não era cem por cento verdade. Eu não pretendia levar tiro nenhum, mas a vida de Red também estava em minhas mãos. Essa era uma verdade cruel.
—Posso conviver com sua falta de interesse pela minha segurança.
—Quero mais é que você se exploda, seu desgraçado. Fazer a sua guarda? Como se um ex-militar russo e um cara que entende de armas não pudessem fazer isso.
—Jenna, você está muito irritada. Vou recomendar à Malik que a faça falar com Friedman.
—Acha que ela não pensou nisso? A mulher só não chegou perto porque acha que vai levar um soco. Ela persegue Keen e Ressler por todo lado, só não se mete comigo.
—Devia falar com ela.
—E dizer o que? Que meu mundo ruiu?-Sorri de modo afetado. –Não. Dá pra ver só de olhar pra mim.
—Sei que esse seu humor ácido é para esconder o que está sentindo.
—E o que eu estou sentindo? Por que eu me sinto um lixo. Destruiu tudo o que levei anos para construir. Tudo, desde os meus pais até minhas memórias, era uma mentira. –Empurrei a xícara para longe, enjoada. –Não pode falar com Fox, pra apagar minha mente toda?
—Fox está nas Ilhas Maldivas, fugindo. Seu namorado fez queixa contra ele.
—Ressler? Ele não me disse nada.
—Ele não te diz muita coisa, pelo jeito. –E não mesmo. –E mesmo que Fox estivesse aqui, não ia deixar você fazer isso consigo mesma.
—Ah, e eu posso saber exatamente o porquê disso?-Cruzei os braços.
—Por que cada lembrança, boa ou ruim, é importante. É o nosso passado que nos constrói, Jenna. É ele que constrói nosso futuro. Cicatrizes às vezes são importantes e difíceis de evitar. Use seu passado como uma forma de aprendizado, e fique mais forte com isso. –Jogou o guardanapo na mesa e se levantou. –Pode ficar por aí, não pretendo sair hoje. –E saiu, me deixando sozinha.
***
—Eu não entendo. –Reclamei, sentada em frente à Demetri, as pernas cruzadas e longe de estar relaxando. –Por que Reddington sempre fica puto da vida por que eu discordo da sua visão do passado? Ele quer o que, que eu fique por aí, saltitando, feliz? Aquelas coisas foram horríveis!
—Está entendo tudo errado, Jenna.
—Vá em frente e me ilumine, deus da sabedoria. –Revirou os olhos.
—Raymond não está “puto da vida”. Está chateado.
—Ah, ele está chateado?-Bufei.
—Ele quer que você passe por cima dessas coisas ruins, como a Jenna forte que todos sabemos que você é. Siga em frente, deixe isso para trás. Ele não quer que fique choramingando, se culpando, temendo o passado. Além disso, ele sente que a culpa é dele pelo seu sequestro e... Você sabe, o que houve depois.
—Sei. –Sussurrei, meu mau humor saindo de mim como água escorrendo pra longe. –A culpa não foi dele... Aquele homem... O que me levou... Foi ele quem fez isso.
—Red a deixou sozinha, Jen. A largou em casa, achando que você ficaria bem. Quando voltou tudo estava jogado, quebrado, e você não estava lá. Ele não a protegeu, é isso o que o incomoda.
—Por que ele não me disse nada disso? Por que não disse como se sente?
—Você conhece o Reddington. Se um dia ele sair por aí falando abertamente sobre seus sentimentos, então precisa ser internado.
—Então como sabe dessas coisas?
—Sou bom em decifrar as pessoas. Vá falar com ele.
—Ele está chateado comigo. Não posso ir lá simplesmente e...
—Mhoritz. Agora.
—Tá legal, tá legal.
Me levantei e segui até o quarto de Red. Bati na porta algumas vezes. A resposta (“Entre”) demorou alguns longos segundos.
—Oi. –Murmurei, fechando a porta. Red estava olhando pela janela, e nem se virou quando entrei. –Hã... Eu falei com Demetri...
—Eu sei. Ouvi tudo.
—Devia ter me dito. Devia ter me contado como se sentia sobre o que aconteceu. Red, eu não sou sua inimiga. Depois das coisas que fez, a minha equipe, e algumas coisas que omitiu... Mesmo depois disso, a nossa ligação continua forte. Podia ter me dito que... Sentia culpa. –Silêncio. –Ai, meu Deus, Reddington, seu cabeça dura! Fala comigo, droga, fala alguma coisa.
—O que quer que eu diga? Demetri está certo.
—A culpa não foi sua! Não me lembro de muita coisa, mas sei que me protegeu como pode, que cuidou de mim. Sei que... Te adorava, que era... Quase como meu pai. Não pode se culpar por algo que outra pessoa fez.
—Eu devia ter te entregado para um orfanato, ou para qualquer outra pessoa. –Se virou. –Ficando comigo você corria riscos, e esses riscos fizeram com que você... –Respirou fundo. Eu podia estar errada, mas no momento achei que ele estava tentando não chorar. Mas Reddington nunca chorava. –Não se lembra disso, mas chorou todas as noites depois do que houve. Toda noite. Às vezes cobria a cabeça com o travesseiro e chorava contra o colchão para não me deixar ouvir. Mas seus olhos sempre estavam vermelhos pela manhã e eu sabia que havia chorado de novo. A menina que levei para morar comigo, a menina alegre, sorridente e feliz tinha desaparecido. E a culpa era minha. Eu a destruí, Jenna.
Não consegui aguentar, e me permiti chorar, sentindo que algumas coisas perdidas na minha mente começavam a voltar. E mesmo que Red se segurasse para disfarçar, eu podia perceber a dor dele. A pequena Jenna era importante para ele, ele a amava. E ela o amava também.
—A culpa não foi... Não foi sua. Não fez aquilo comigo. Você não fez. –Atravessei o quarto, sendo guiada pela pequena Jenna, e o abracei. Eu normalmente não era tão sentimental. Normalmente.
***
Deitei na cama do terceiro quarto de hóspedes e passei a mão pela capa do velho livro Alice no País das Maravilhas. Todos os livros que um dia foram da pequena Jenna estavam num baú enorme, aos pés da cama. Red não disse por que os guardou.
Depois de tanto sentimentalismo no quarto de Red, algumas memórias acabaram voltando, e conversamos horas e horas sobre elas.
Reddington deixava a pequena Jenna fazer o que queria, contando que isso não machucasse ninguém, nem ela mesma. Bom, sim, era eu, mas parecia estranho falar de mim num passado desconhecido.
Eu sempre pude comer a sobremesa antes do jantar, e normalmente depois também. Me espantei por não ser gordinha naquela época. Red me dava qualquer coisa que eu pedisse, principalmente doces.
Ele também sempre lia pra mim, toda noite, sempre, sem exceção. Era algo que não podia ser mudado, e eu não dormia sem ouvi-lo contar alguma história pra mim.
Naqueles quatro anos eu não tive uma festa sequer de aniversário, por que não tinha ninguém para ir à festa. Eu não tinha amigos, pois não ia à escola, então era sempre Red e eu, com bolos deliciosos e qualquer presente que eu pedisse. E eu não achava ruim. Naquela época, após perder meus pais, Raymond Reddington era tudo o que eu tinha, e estava bom assim.
No dia dos pais, no primeiro em que passei com Red, eu o surpreendi com uma carta. Havia duas, uma para ele, e uma que eu insisti em deixar no túmulo de Martin Mhoritz.
Adormeci com todas essas lembras, e o cheiro do livro antigo ao meu lado.
***
—Agora, isso vai ser interessante. –Red disse. –Aposto dez dólares em Demetri.
Já era o dia seguinte. Eu ainda estava fazendo a segurança de Reddington, e isso não me incomodava mais. Todos, menos ele, acharam estranho o fato de eu ter me acalmado tão rápido sobre isso, mas não sabiam da longa conversa que tive com nosso “chefe”.
Depois do café nós quatro nos metemos na sala. Adrian e Demetri começaram a se provocar, de brincadeira, e isso terminou numa queda de braço.
—Não vou apostar sobre isso. –Avisei.
—Vai sim, ou está com medo de perder seu dinheiro?-Red provocou.
—Os dois são ótimos, não posso apostar sobre eles. E eu nunca os vi em ação.
—Vai ver agora. Andem logo vocês dois.
Demetri venceu a queda de braço, nas duas vezes em que tentaram, e Adrian acabou com o ombro mais machucado ainda.
—Vocês dois parecem duas crianças. –Avisei, sentada ao lado do russo legítimo. Meu irmão estava no outro sofá, ao lado de Red. - Sério.
—Ah, é?-Adrian perguntou. –Então tenta vencer ele, uma vez.
—Posso fazer isso sem as duas mãos.
—Pode?-Demetri perguntou, se virando pra mim. –Quero vê-la tentar...
Mas eu nunca pude fazer isso. Demetri e eu nunca tivemos aquela queda de braço. Naquele momento, a porta explodiu com um chute, e cinco homens armados entraram.
—Todos de joelhos, pro chão, pro chão!
Demetri me puxou com ele, me fazendo ajoelhar. Demorou a soltar meu braço, como se tivesse medo que eu fizesse alguma coisa estúpida. Quis garantir que não ia, mas temi que se falasse alguma coisa, iam atirar em cada um de nós.
—Ótimo, Reddington, - Um deles começou. –é bom te ver de novo, e vivo. Quem são esses? Sua guarda?-Riu desdenhoso. –Um bando de crianças. –Ergueu a arma.
Foi tudo muito rápido. O homem apontou a arma para Adrian, que olhou na minha direção. Então houve um tiro, e meu irmão tinha um buraco na cabeça, bem no meio da testa. Dei um grito, tentando avançar e esganar o homem, mas Demetri me empurrou para trás.
—Opa, acho que atirei no namorado dela. Vai ser a próxima, pra não sofrer muito.
—Isso não tem nada a ver com nenhum deles, Saintt. –Red disse.
—Desculpe se duvido de você, Raymond, mas aprendi a não confiar.
O homem veio na minha direção, parecia ser o líder. Antes que me alcançasse, Demetri se meteu no caminho dele. Saintt ergue a arma e disparou contra o russo, o acertando no peito.
Me afastei, saindo dos joelhos e caindo sentada. Demetri... Adrian... Não. Não.
—Acho que ela ficou com medo. –Saintt disse, se postando atrás de mim e agarrando parte do meu cabelo. Uma sensação ruim me cercou. Lembranças de uma criança traumatizada. A mini Jenna estava gritando, implorando para que a deixassem em paz. Isso me deixou desorientada.
—Me larga!-Gritei. –Me larga!
Disparos. Tudo escureceu e clareou rapidamente. Alguém estava chamando meu nome e segurando meu rosto. Demorei a ver algo de novo.
—Jenna. Está me ouvindo? Olhe pra mim. –Pisquei e tentei me afastar. –Sou eu, Jenna. Está tudo bem, acabou. –Finalmente meus olhos se ajustaram e eu pude ver. Reddington. –Acabou.
—Demetri. –Localizei o russo atrás de Red. Me aproximei dele, vendo que estava vivo, mas inconsciente. Arranquei a blusa e a pressionei contra o ferimento. Minhas mãos estavam tremendo e lágrimas caíam em Demetri. Red me afastou, tomando meu lugar.
—Vá se recompor, Jenna. Preciso de você bem.
—Não. Demetri... Nós temos que ajudá-lo... Ele... Ele vai morrer.
—Ele não vai morrer. Faça o que estou dizendo. Agora.
—Red...
—Agora, Jen, por favor.
Me levantei, passando as mãos no rosto sem perceber que estavam sujas de sangue, e segui para o banheiro. Meu reflexo no espelho me assustou. Descabelada, pálida, suja de sangue, lágrimas escorrendo pelo rosto e apenas de top. Esqueci por alguns segundos que minha blusa estava estancando o ferimento de Demetri.
Lavei as mãos e o rosto, então fiquei encarando o espelho. Adrian estava morto. Demetri estava ferido. Tudo tinha acontecido rápido demais.
Me assustei quando Red entrou no banheiro. Não fazia ideia de que passei quase uma hora ali dentro, olhando para mim mesma.
—Vista isso. –Pediu me entregando uma camisa, claramente masculina. A passei pela cabeça rapidamente. –Vamos.
—Onde?
—Preciso do seu lado Dangerous. Vamos pegar quem armou tudo isso. E preciso de você para essa missão.
—Não consigo...
—Consegue. Só tenho você agora, Jenna. Demetri deve estar indo para a sala de cirurgia agora. Adrian está morto e Dembe fora do país. Preciso de você. –Assenti.
—T-tudo bem.
—Vamos até seu apartamento, pode pegar suas coisas, então vamos caçar o responsável pelo ataque.
—Tá, tá.
***
Parei, antes de entrar no meu apartamento. Havia um cheiro forte impregnando todo o corredor. Cheiro de sangue. Voltei uma porta antes, o apartamento de Aline.
Empurrei a porta com cuidado e segurei um grito. Havia muito sangue, pelas paredes, pelo chão, pelos móveis. Caídas no chão, Aline e Sara. Mortas.
—Ai... Meu... Deus. –Recuei, esbarrando em Red. - O que...
—Jenna... –Alcancei o celular, discando o número de Meera.
—Tenho um problema. O apartamento ao lado do meu foi invadido, dois corpos. Sara e Aline Graham.
—Jenna, o que aconteceu?-Perguntou. –E Reddington?
—Por favor, mande alguém pra cá. –Desliguei e encarei o celular. O mundo estava girando.
—Jenna?-Red chamou, tocando meu braço. –Jenna?
—Estou bem.
O celular caiu da minha mão. Desmaiei.