Dandara

" Estou indo te encontrar Felipe"


Já era noite quando Elena embrenhava-se na mata densa de Wer, após não receber nem uma notícia de sua filha ou de Lara, Elena estava tremendo estava com um pressentimento horrível à respeito de sua filha. Após andar bastante Elena começou a chamar por Dakar

—Elena... — Dakar surgiu entre as arvores o olhando. Abaixou-se devagar para ficar da sua altura.

— Dakar, por favor me ajuda! — Elena estava desesperada e tremia muito.

—Elena o que você tem? Está me deixando preocupado fale logo o que está acontecendo!

— É a Dandara, por favor vá atrás dela.

— Ir atrás o que ....

— Eu estou sentindo que ela está precisando de ajuda. Eu já mais ousaria te pedir qualquer coisa se não estivesse verdadeiramente apavorada. Sinto que minha filha está correndo perigo.

— Nossa filha!

— Sim Nossa! É isso que queria escutar? Pronto NOSSA! NOSSA! Por favor faz alguma coisa.

— Não chore volte para o castelo eu vou buscar a nossa menina!

— Não pensei que sinto qualquer coisa por você. Só pedi sua ajuda por que temo que August não chegue atempo de ajuda-la.

— Você já pediu para ele ir atrás da nossa menina?

— Dakar, August é o pai dela, e sim pedi que ele fosse atas dela, mas você pode voar pode ir mais rápido, eu estou sentindo que ela precisa de ajuda! — Gritou. Dakar sorriu para ela, mostrando seus enormes dentes e então voou em direção a Brid.

— Só espero que eu não me arrepender de ter pedido a ajuda dele.

Elena o olhou voar pelo céu que já estava escuro desejando que sua filha estive-se bem era só o que queria e esse não estivesse que ao menos Dakar pudesse ajudá-la a tempo. Estava se odiando por não ter conseguido deter Dandara e Lana de saírem de Wer para executarem seus planos pessoalmente.

~~

Na floresta Dandara encarava Leon respirando fundo estava apavora e com medo de que ele a tocasse e a obriga-se e ter algum tipo de relação com ele e por estar tão assustada não conseguia se concentrar e se defender. Respirou findo se acalmando ou pelo menos tentando.

— Chega de joguinhos Dandara, você vai ser minha! — Afirmou a apertando em seus braços, Dandara aproveito esse momento em que estavam próximos o suficiente e então puxou a espada que ele carregava em sua cintura.

— Se afaste de mim ou eu vou te matar! — O ameaçou seria, Leon gargalhou vendo-a tremer.

— Mal consegue segurar essa espada, que dirá me matar! — Em um movimento rápido Leon conseguiu desarmar Dandara, a espada cairá poucos metros a sua esquerda. Ao tentar pega-la Leon a agarrou com força.

— Me solta seu, assassino!

— Como disse! — A questionou surpreso com suas palavras.

— Assassino, eu sei que foi você que matou o Felipe, e eu juro que vou me vingar pelo que você fez ao homem que eu amava.

— Você está louca! Eu não matei ninguém!

— Não se faça de estupido! Eu sei que você matou ele, eu ouvi a Rita e a Diana conversando a respeito disso. Eu ouvi não negue! Seja homem e assume!

— Aquelas miseráveis. Quer saber. Sim foi eu quem o matou e faria tudo novamente com prazer. — Dandara encheu-se de raiva conseguiu pegar a espada e apontou para ele com um grande ódio em seus olhos a fúria estava dominando-a.

— Eu vou matar você! — Avisou irritada.

— Você acha mesmo que eu só ando com uma espada! — Dandara percebeu que ele tinha uma pequena espada, ambos apontaram a espada um para o outro.

—É bom que se defenda, porque assim sua morte será digna!

— Dandara eu não quero machucar você.

— Azar o seu porque eu sim vou machucar você! E muito. — Dandara partiu para cima dele com toda raiva que tinha em seu coração estava lutando como nunca, Leon também lutava incrivelmente bem, ambos a essa altura estavam feridos Dandara com pouco ferimentos sérios diferente de Leon, Após encurralar Leon entre uma arvore e um barranco a mesma o olhou por alguns instantes.

— Eu sabia que você não seria capaz de me matar! — Dandara sentiu seu coração congelar, não que estivesse arrependida mas já mais havia matado alguém assim, com tanto sangue frio, sua mente estava uma bagunça, piscou várias vezes e então pensou ter ouvido alguém dizer-lhe para o fazer, para matar Leon aquela voz, ela tinha certeza que a conhecia.

Deu um paço para trás com a espada ainda apontada para Leon que sorria vendo-a recuar. Mas então a imagem de Felipe sendo golpeado e caindo veio a sua mente, algumas lagrimas escaparam de seus olhos, uma dor e uma grande raiva tomaram conta de seu corpo. Em questão de segundos Dandara perfurou o peito de Leon com a espada. Não satisfeita Dandara retirou a espada furiosa e então a cravou em seu peito novamente com toda força e ódio.

— Da..Dandara! — Pronunciou caindo de joelhos com a espada em seu peito. Dandara gargalhou o olhando.

—Minha vingança está feita seu miserável!

— Danda... — Leon cuspiu uma bola de sangue que explodiu em sua boca escorrendo por ela caindo em sua roupa, Dandara parecia ter voltado a si olhando Leon de joelhos a sua frente, com sangue escorrendo por todo o seu corpo.

— O que... o que foi que eu fiz?! — Falou tremendo ajoelhando ao lado dele. — Leon por favor.

— Não adianta chamar por ele minha queria filha ele já morreu. — Dandara ouviu uma voz ecoar pela floresta.

— Quem está ai...

— Você sabe que sou eu minha adorada. Estou tão orgulhoso de você. Você matou sua primeira pessoa por conta própria sem estar sobre efeito algum. Tenho orgulho de você! Você é tão parecia comigo. O ódio em seu coração nos seus olhos é totalmente igual ao meu.

— Não, não é! Eu não sou igual a você!

— A não? Pois olhe o homem morto a sua frete e verá que é, afinal foi você que o matou.

— Não! — Dandara levantou-se para sair correndo quando se deparou com alguns homens de Leon, ao verem o mesmo caído no chão morto a levaram para o castelo. Embora Dandara tenha tentando se livrar deles, não foi capaz eram muitos e não pode com eles, Dakar tentou intervir mas Ariel o impediu.

—Deixe Dakar, vamos ver até onde vai a força dela.

— Tudo bem Ariel, mas no menor sinal de perigo real para ela eu vou intervir.

— Você está esquecendo um importante detalhe. Ela não...

— Cale a boca Ariel!

Dakar levantou vou indo em direção ao castelo ao se lembrar das palavras de Elena ao se lembrar de que ela pediu para ele salvar sua filha. Dandara foi jogada em uma das celas, mas antes que pudesse ser presa conseguiu avisa ao seu informante sobre sua condição, ao ir em direção a Wer o informante avistou vários soldados de Wer que invadiram Brid prontos para resgatarem Dandara, Rose também foi atacada Lara e Nathaniel comandaram o ataque, Lara esteve a ponto de matar Rita mas não o fez e então Rose se rendeu e jurou lealdade a Wer já Brid declarou guerra uma vez que o Rei queria vingar a morte de seu filho e pretendia cobrar isso pessoalmente da assassina de seu filho.

— Por favor alguém me tire daqui! — Pediu Dandara aflita batendo com todas as forças na grade da cela.

— Então aqui está a assassina do meu filho! É hora de me vingar. — Dandara viu o Pai de Leon vir em sua direção com um espada pronto para matá-la então o mesmo a ouviu gritar.

— PAI!

Dandara fechou seus olhos tinha certeza de que seria morta, mas então algo aconteceu Dandara viu o braço dele cair com a espada e então sentiu um calor horrível tomar todo o corredor o calor era tanto que Dandara desmaiou.

~~

O ódio é considerado um péssimo conselheiro, tomar decisões importantes baseada no ódio nem sempre é a melhor decisão. E Dandara estava prestes a aprender isso. Em pleno ódio jurou se vingar da morte de seu marido Príncipe Felipe Nickolal terceiro. E cumpriu sua promessa matara o assassino de seu marido ao entardecer na floresta de Brid.

E embora tenha sentindo dúvida e um breve arrependimento do que fez, Dandara sentiu em seu mais profundo intimo uma paz grande, um sentimento de dever cumprido, porem o rei de Brid veio prestar contas com Dandara, mas antes mesmo de matá-la, ao ouvir seu grito seu apelo, seu clamor por socorro. Seu pai veio ao seu encontro. Mas não o pai que ela espera, o pai que ela amava. Quem veio ao seu encontro foi Dakar que ao ver sua filha prestes a ser morta não hesitou em matar o homem a sua frente. A única coisa que Dandara pode ver foi um imenso fogaréu.

— Não! — Dandara gritou, estava suando suas mãos estavam geladas.

— Dandara!

Dandara olhou para os lados sem entender nada, sentiu seu braço ardendo ele estava queimado algumas ervas estavam sobre ele, ainda sem compreender o que estava acontecendo olhou para Lara que tinha um olhar triste. Olhou mais um pouco pelo quarto e não viu sua mãe Senna estava mais ao fundo contida.

— O que... O que está acontecendo? — Perguntou encarando Lara, a viu respirar fundo e tremeu com medo do que poderia vir a ouvir já que nem uma das duas ali presente estavam com uma boa cara.

— Dandara... um o seu plano de derrubar Brid e Rose foi quase perfeito. Brid caiu após, após. Bom após...

— Diga logo Lara! Por favor diga de uma vez só.

— Um dragão surgiu do nada e incendiou Brid completamente. — Ao ouvir isso Dandara se lembrou do que estava sonhando, então se deu conta que não era um sonho e sim uma lembrança Dakar matou mesmo o rei de Brid queimado na sua frente.

— Ele, incendiou o reino de Brid?

— Completamente poucas pessoas se salvaram até mesmo os nossos aliados morreram. E o seu pai...

— O meu pai?! Lara o que tem o meu pai? Como ele está LARA!

— Calma Dandara ele está muito ferido mais temos que acreditar que ele irá se salvar.

— Meu... meu pai!

Dandara levantou-se de sua cama e seguiu para o quarto de seus pais, ao chegar na porta teve medo de entrar, tinha medo do que veria. Aquelas enormes portas de madeira se tornaram tão sombrias, ali guardava um de seus maiores medos.

— Entre minha filha! — Dandara encarou a porta ao ouvir o pedido de sua mãe. Respirou fundo e então entrou, viu seu pai deitado desacordado com várias queimaduras de diversos graus em seu corpo. Embora sua mãe tentasse ser imparcial não demonstrar nem um tipo de emoção Dandara notou que ela havia chorado muito. Foi até a cama e segurou a mão de seu pai.

— Papai! Papai por favor abra os olhos. Papai.

— Ele está inconsciente meu amor. Ele está assim a dois dias, vocês estavam, já que você acordou ele certamente vai acordar também.

— Como isso foi acontecer? COMO!

— Meu bem não é o momento para falarmos sobre isso.

— Mas mãe!

—Dandara eu disse não!

Dandara saiu do quarto chorando, Lara e Senna vieram em sua direção para abraça-las mas Dandara desviou correu pelos corredores, seu coração estava doendo ver seu pai mau em uma cama ferido! Não suportou tamanha dor chegou no jardim do palácio e pediu que abrissem os portões e então saiu correndo rumo ao povoado, conforme corria via pessoas a olhando com desprezo já mais tinha visto olhares como esses.

— Olhem ali está a responsável por todas as mortes dos nossos entes queridos.

— O que você está falando? — Perguntou Dandara.

— Você levou nossos maridos nossos filhos e irmãos para morte, você liderou o ataque a Brid sabendo que eles tinham um dragão! Uma criatura que acreditávamos estar instintos.

— Eu não eu....

— Vai negar o plano de invadir Brid não foi seu!

— Não mais é que...

— Odiamos você princesa, odiamos a princesa.

Várias pessoas rodearam Dandara e começaram a gritar que a odiava, assustada Dandara saiu correndo, após andar por horas Dandara sentou-se próxima a floreta de Jade olhou para o horizonte se dando conta de que não poderia simplesmente correr para Jade, lembrou-se que não a veria ninguém lá para recebe-la, ninguém para abraça-la e dizer que tudo ficaria bem.

— Felipe eu preciso ouvir você dizer que vai ficar tudo bem. Eu estou implorando! Eu preciso muito de você.

— Não adianta implorar aos mortos filha! — Dandara se levantou assustada.

— Dakar!

— Acho que está na hora de você me chamar de Papai, ou pai assim como fez quando estava em perigo.

— Eu não chamei você! Eu chamei o meu pai! Meu pai August!

— Mas foi eu quem te salvou de ser morta, eu matei aquele miserável com tanta facilidade que me intendei e precisei matar mais gente.

— Porque você matou tantas pessoas inocentes! Porque você fez aquilo!

— Eu fiz por você.

— Por mim?!

— Você não achou que venceria Brid tão facilmente não é? Você não se lembra do que aconteceu depois que te salvei?

— Me lembrar? Do que eu deveria me lembrar.

—Foi você que me pediu para ajudá-la.

— Eu já mais faria isso!

— Tem certeza? Quando você viu os homens de Ben ferindo o seu pai, Você se enfureceu e desejou ter poder para matar todos e dar um fim à guerra. E então você olhou para mim e na hora eu entendi o desejo de seu coração. Matei a todos, e bom a sinto muito por ter queimado o seu pai.

— Você... eu não pedi isso, eu não pedi para que machuca-se o meu pai!

— Você tem razão eu machuquei o seu pai pro meu próprio prazer, mas não adianta negar se você parar pensar você mesma vera que bem lá no fundo você pediu a minha ajuda o seu lado mal pediu meu auxílio. Você é má seu lado mal está lutando para dominar você o seu segundo coração pulsa forte em seu peito tanto quanto o seu humano.

— Não! Não! Eu não sou má eu não queria nada disso! Não queria.

Dandara saiu correndo apavorada, embora não quisesse admitir ao prestar atenção no que Dakar disse se lembrou de ver seu pai sendo cercado e ferido no momento que olhou Dakar ao fundo lembrou-se de ter desejado que tudo àquilo acaba-se de uma vez.

— Mas eu não pedi para que ele fizesse nada, eu só... eu só... Não, não...

Dandara saiu correndo e embrenhou-se na floresta, estava completamente desorientada, não se incomodou com seus ferimentos se agravando a cada galho que ali rapava, seu braço estava sangrando e completamente inchado. Dandara parou diante da arvore em que conheceu Felipe pela primeira vez sem saber ao certo quem ele era. Dandara passou o resto do dia, e até mesmo a noite ali, passou todo o tempo pensando no que fez, nas mortes que causou e em tudo que Dakar tinha lhe dito.

Ao sentir os raios de sol em sua pele em seu rosto ergueu sua cabeça, seus olhos não tinham vida alguma, levantou-se e começou a caminhar rumo a uma cachoeira que tinha ali perto. Ao cegar na beirada do barranco olhou a queda d’água que caia ferozmente. A mesma deu um sorriso de canto estava prestes a pular quando ouviu um grito.

— DANDARA! — Dandara deu um sorriso largo e então sussurrou pulando na cachoeira.

— Eu estou indo encontrar com você Felipe.

Continua....