D&D- Réquiem para os Inocentes!

Capitulo Zero -Parte I- Acordar Sinuoso!


Acordava agora, aquele que outrora foi o maior de todos. Polarys levantava-se de seu torpor milenar, ainda confuso sobre o que viveu, e o que sonhara.

Com a visão ainda severamente afetada, ele aos poucos revia tudo aquilo, que um dia se perdeu em um nada infinito. Seu olhos esmeravam a parte interior de uma enorme abóboda imponente, ouro abundante e imagens de beleza catatônica. Aos poucos sentia novamente seu corpo reagir aos seus comandos, e levantava-se de seu leito... A pouca luz no local, logo revelou uma sombra. Polarys não estava sozinho em seu aposento de tempos colossais.

–Mestre! Eu não acredito! Não acredito que vivi para ver o Acordar da Estrela!

Polarys assustou-se com tanta euforia. Seu auspício ainda lhe deixava confuso, mas notou rapidamente naquele que estava impressionado com seu acordar! Tal aparência revelava um velho, com cabelos e barbas longas, descoloridas em um Branco natural. Seu traje era um robe de coloração vermelha, e adornos em ouro. Vermelho também eram os olhos de tal Ancião! Logo as runas no robe, começaram a dançar nas memórias pouco claras de Polarys, trazendo-lhe uma urgência em perguntar.

–Quem é você?

–Chamo-me Leone, vossa majestade. Leone D'Vermilion. - Respondia enquanto reverenciava.

–Hum? Leone, D'Vermilion? - Polarys gargalhou, como que de uma piada muito bem elaborada. Bem, ele tinha motivo.- A nobre e soberba família lhe abençoou com o nome do mais notório inimigo da casa? Isso é hilário.

Neste momento, Leone demonstrava certo desconforto. A risada de Polarys era incongruente com a imagem de alguém que acabava de acordar depois de dormir por mais de um milênio e meio. Mas passado um brevíssimo instante, Leone se via, contagiado por tal humor. Ele também via a Ironia.

–Eu sou o atual encarregado por seu bem estar senhor. Humildemente aqui, para lhe guiar pelas veias da História.

Polarys, já terminara de se levantar, e aparentemente não se importava muito com as palavras proferidas pelo outro. Se movia em direção a porta, estava curioso sobre sua Genesi¹. Sentia uma energia diferente pairando por todo o lugar. Logo se deparou com um ambiente diferente do que esperava.

Os limites de sua Genesi deveriam mostrar a Terra, porém, tudo o que se via, era a Remanescência de um desolado deserto, onde corpos pútridos, se misturavam ao horizonte. Ele se mostrava ineditamente surpreso.

–Pois bem senhor. Sua previsão estava indubitavelmente correta! - Leone falou, e logo fez uma pequena pausa, enquanto seu senhor admirava o mundo a sua frente- Mas devo é claro, lhe mostrar a nuance de tudo que levou todos os seres viventes a este ponto. Não posso deixar de ressaltar também que seu acordar é mais que providencial! Momento melhor, seria provavelmente impossível!

–Hum. Estou realmente bastante curioso, porém não mais que faminto.

Leone, sem delongas se dirigiu até uma pequena mesa lateral, que tocava um dos cantos do ambiente. Nessa mesa, havia uma bandeja tampada, que logo foi aberta, revelando um pequeno banquete, como se acabara de ser preparado. Polarys sorriu, e logo se sentou.

Enquanto comia. Leone movia-se de canto a canto no local, como quem preparava algo. E de fato o fazia. Preparava um ritual, que mostraria o que era necessário mostrar.

–Bem senhor. Demorará anos, até que eu possa lhe mostrar toda a conspiração divina. Em resumo, lhe falarei daquilo que é imprescindível neste momento!

Polarys degustava o sabor do vinho, e sua linguagem corporal, indicava que Leone deveria continuar, e assim o fez.

–Vários eventos importantes se desenrolaram. As tropas infernais se preparam para marchar em direçao ao Plano Material, acreditando serem os Orquestradores dessa serenata. Não fazem ideia de que são marionetes. O mundo sofreu varias mudanças Geográficas, existindo apenas dois aglomerados que podem ser chamados de continente agora, e veja senhor! - Empolgava-se Leone- Como você previu, metade da terra encontra-se sem o contato da luz solar... um inverno sobrenatural repousou sobre um dos continentes!

Polarys riu, parecia regojizado pela confirmação de suas suspeitas.

–As familias Aldebaran, Sirius e Bellatrix ja não existem mais em glória como haviam um dia! A primeira foi massacrada numa revolta popular! Cada pequeno amaldiçoado pela sangue familiar, sentiu a dor do impalamento em praça pública. A Familia Sirius perdeu toda sua majestade durante o tempo, hoje ninguém, reconheceria um herdeiro puro sangue! E a Familia Bellatrix... bem... -Leone começou a rir, e logo voltou a sua narrativa- Recorreram a incestos e sacramentos negros na tentativa de manter a pureza, porém só conseguiram formar uma Geração de mentecaptos, motivos de chacota por todos os planos de existência!

Polarys gargalhou. As famílias mais ricas, influentes e consequentemente poderosas do mundo haviam caído.

Leone se preparava para continuar seu resumo, quando abruptamente, foi interrompido por um forte estrondo que vinha do lado de fora! Que logo se seguiu de um grito Imponente, que parecia nascer na mente do ouvinte!

–Polarys! Covarde imundo! Apareça!!!- O som desta voz era distorcido.- Venha ver o resultado de suas ações! E da sua apatia!

Polarys então se moveu então até a porta. Desejava ver quem o afrontara. Enquanto se perguntava como alguém poderia ter entrado em sua morada, ou como ao menos poderiam saber que ele havia acabado de acordar.

Vislumbrando a pessoa em questão, logo teve suas questões respondidas. Ao longe, caminhava um homem, alto, sem cabelos, ou pelos aparentes. Lhe faltava tanto a Barba, quanto a Sobrancelha! Enquanto tal pessoa se aproximava, imagens pareciam se formar no ar. Mostravam castelos a desmoronar, crianças a implorar, velhos a serem escravizados, mulheres a serem violadas, homens a serem brutalizados.

Fazendo um pouco mais de esforço, Polarys reconheceu aquele que nao deveria estar ali! Neste momento ele realmente tentou, mas não foi capaz de evitar que sua boca anunciasse.

–Apheiron?!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.