Capítulo 25: Os Denali

Década de 1960

Agora os Cullen estão morando em Anchorage no Alasca e saem todos juntos para caçar. Algo raro, pois ou Carlisle está trabalhando ou os jovens estão estudando. Eles podem capturar um urso polar ou leão marinho ou foca ou morsa se encontrarem e isso é uma variação na dieta sempre composta por cervos ou lobos ou leões da montanha ou ursos pardos.

Durante a incursão eles perceberam que não estão sozinhos e outros cinco vampiros se aproximarem deles:

— Estão vindo para cá! – diz Alice.

— Como você não previu isso?! – questiona Rosalie.

— Foi uma decisão repentina – justifica a vidente.

— Tudo bem – diz Carlisle para por fim a discussão que não adianta nada. – Quem e quantos?

Para todos os outros menos ele parece um pouco um déjà vu com quando Alice e Jasper chegaram.

— Não sei quem, mas são cinco.

— Amigos ou não?

— Estão apenas curiosos com nosso grupo tão grande. Não há razão para temer.

— Sim, sabemos que somos muitos, mas você disse cinco? Nossa espécie anda em pares, geralmente não em numero maior e ímpar.

— Sim, eles vem ver. Mas estão preocupados como nós, eles não tem nenhum dom extra que os ajude.

— Então eu vou dar o primeiro passo. Não tenham medo – diz Carlisle alto para ser ouvido longe.

A audição deles vai permitir que o ouçam mesmo a centenas de metros.

Pouco depois um homem aparece com quatro mulheres atrás dele, obviamente ele as está protegendo. Uma delas é morena e tem os cabelos escuros e as outras três são brancas e loiras.

— Olá – diz Carlisle avançando ao encontro do outro vampiro de mão estendida. – Somos os Cullen.

Rosalie protesta baixinho. Ela não gosta de cer chamada de Cullen, ela é Rosalie Lilliam Hale McCarty, no máximo.

Esme suspira apavorada. Ele não sabe como são os outros porque se arrisca?

O homem moreno vem ao encontro de Carlisle também com a mão estendida e os dois homens se cumprimentam com um aperto de mãos.

— Nós somos os Denali, moramos aqui perto. Muito prazer em conhecê-los. Nunca encontramos alguém como nós, você sabe que por aqui só passam nômades e às vezes.

— Eu sei sim. Nosso estilo de vida não é muito popular.

— Eu me chamo Eleazar; esta é minha esposa Carmen; e as irmãs Kate, Tanya e Irina – cada uma faz um gesto com a cabeça ao ser mencionada. - Elas nos aceitaram no grupo delas.

Pensa Carole: ‘Assim como nós aceitamos Jasper e Alice.’

— Vocês também são vegetarianos! – comenta Carlisle eufórico. E explica ao ver a expressão dos Denali. - Quer dizer, só ingerem sangue animal para sobreviver, como nós. Meu nome é Carlisle, esta é minha esposa Esme – ela sorri e vai ao lado do marido, pois sente-se segura e ele também. – Nossos filhos, Edward, Rosalie, Emmett, Alice, Jasper e minha irmã, Carole. Nos mudamos a pouco tempo para o Alasca, moramos nos arredores de Anchorage.

— Sejam muito bem-vindos ao Alasca! – Carmen vai para perto do companheiro assim como fez Esme. – Parece que temos muito em comum, precisamos conversar, podem nos acompanhar até nossa casa?

— Obrigado. Aceitamos o convite – Carlisle olha para a esposa que assente, e para os filhos e para a irmã.

Os Cullen seguem os Denali. Assim começa uma amizade tão forte que se consideram parentes, como se fossem familiares. São o mais próximo que poderiam encontrar. Os dois grupos pensavam que estavam sozinhos, mas estavam mais perto do que imaginavam. Por terem o estilo de vida parecido, naturalmente convergiram.

Se Carlisle tivesse feito buscas na América como as fez na Europa talvez teria encontrado os Denali antes, talvez se juntado a eles antes e talvez os Cullen não seriam tantos; talvez, ele, Esme e Edward. Ou talvez não. Eles teriam encontrado Rosalie e Emmett e depois Alice e Jasper teriam os encontrado. Talvez o destino os reuniu e teria de qualquer forma. Mas agora não vai lamentar o tempo perdido, nem adianta, nem é racional, e sim aproveitar que se encontraram.

...XXX...

Os doze vampiros chegam até a habitação que fica afastada da cidade entre as montanhas cobertas de neve:

— Que casa aconchegante! – diz Esme, sentindo-se mais a vontade.

— Obrigada! – dizem as irmãs.

— Sei que não precisamos, mas sentem-se – diz Carmen indicando os sofás. – Acho que não vai ter lugar para todos...

— Não se preocupem, estamos bem, vamos nos acomodar.

Alice, Esme e Rosalie sentam no sofá de três lugares e seus companheiros ficam atrás delas. Edward de fica em pé ao lado de Carlisle, perto de Carole.

Carmen senta na poltrona ao lado de Eleazar que fica em pé. As irmãs sentam as três no sofá de dois lugares.

...Enquanto conversam surge o tema da profissão:

— Então você é médico? – Eleazar fica maravilhado. Ele jamais cogitou interagir com humanos, ainda mais nessa intensidade.

— Sim, eu sou – admite Carlisle sem se orgulhar tanto quanto poderia.

— Isso é extraordinário! – comenta Carmen.

— Além de não caçar as pessoas, como nós, você cuida delas! Salva suas vidas duas vezes! – diz Tanta.

— Sim, mas não é fácil como parece. É preciso muita força de vontade. Eu sempre quis ajudar as pessoas, talvez devido ao modo como fui educado, e me sentia muito mal por ter me tornado um vampiro. Não queria aceitar que só havia um jeito de ser para nós que envolvia matar os seres humanos. Eu passei alguns anos com os Volturi...

— Eu também – diz Eleazar num aparte e deixa Carlisle continuar.

— ...eles queriam me curar da minha aversão por nossa bebida natural, como Aro dizia que era o sangue humano, mas eu não estava doente para ser curado. Não era enfermidade e sim convicção.

— Você também esteve com os Volturi? – pede Eleazar.

— Sim por algum tempo, pouco depois que eu acordei para essa nova vida. Eles eram e são muito mais refinados que os vampiros que moravam nos esgotos de Londres.

— Quando cada um de vocês nasceu? – indaga Carmen.

— Eu nasci em Londres, na Inglaterra por volta de 1640 – responde Carlisle.

— E eu em Columbus, Ohio, Estados Unidos da América em 1895 – diz Esme.

— Londres, Inglaterra, 12 de outubro de 1661 – diz Carole.

— Eu sou de Chicago, Illinois, USA e nasci em 1901 – responde Edward.

— Rochester, New York 1915 – diz Rosalie.

— Gatlinburg, Tennessee, 1915 – responde Emmett.

— Eu também acho que sou do começo do século, acordei em Biloxi, Mississippi – diz Alice.

— Eu sou de Houston, Texas e nasci em 1844 – finaliza Jasper.

— Quantos anos cada um tinha quando se tornou imortal? – Kate quer saber.

— Eu tinha 23 anos – responde Carlisle.

— Eu tinha 26 – diz Esme,

— Dezoito – informa Carole.

— Dezessete – afirma Edward.

— Dezoito – diz Rosalie.

— Vinte – Emmett anuncia.

— Eu acho que eu tinha dezoito. Não me lembro muito bem da minha vida humana – proclama Alice.

— Dezenove – arremata Jasper.

— Quem mudou vocês? – pergunta Irina.

— Um vampiro que morava nos esgotos da cidade de Londres; e fui eu quem transformou Carole, Edward, Esme, Rosalie e Emmett – responde Carlisle.

— Eu não me lembro quem fez isso comigo, acordei assim – diz Alice.

— Fui atacado por uma vampira – responde Jasper simplesmente.

— Como cada um de vocês acabou sua vida humana? – questiona Carmen.

— Eu fui atacado pelo vampiro que perseguia, como fazia sendo filho de um pastor anglicano que queria livrar o mundo do mal caçando monstros. Não esperava que encontraria um vampiro de verdade, mas aconteceu – diz Carlisle.

— Pulei de um penhasco depois que meu primeiro e único bebê morreu alguns dias após seu nascimento, coitadinho, isso me destruiu. Perdi qualquer motivo para continuar vivendo. Eu não esperava ver Carlisle, mas por sorte ou destino ele estava trabalhando no pequeno hospital da vila e me encontrou morrendo no necrotério.

— Os enfermeiros a levaram direto ao necrotério, pois não havia mais nada a fazer para salvá-la. Não humanamente.

— Parece que essa não foi a primeira vez que vocês dois se encontraram não é?

— É verdade; – admite Esme. – a primeira vez que nos conhecemos foi em 1911 quando eu tinha dezesseis anos e meu marido cuidou de mim por causa de uma perna quebrada provocada por uma queda de árvore.

— Foi cerca de dez anos antes quando eu trabalhava em Columbus naquela noite.

— Então foi um reencontro feliz! – diz Carmen empolgada. – Que sorte!

— É mesmo – diz Esme encantada que mais alguém veja sua história assim desse jeito além dela e Carole. – Foi maravilhoso!

— Fascinante! – diz Eleazar.

— Eu estava morrendo de gripe ‘espanhola’ quando Carlisle me encontrou em 1918. Meus pais já haviam morrido e eu estava sozinho no mundo - diz Edward.

— Eu não queria chamar a atenção sobre isso... fui atacada e assassinada pelos Volturi, mais exatamente por Caius - relata Carole.

— Oh! – Kate, Tanya e Carmem ficam admiradas. Eleazar e Irina não tanto.

— Se Aro não tivesse me segurado eu não permitiria que Caius a machucasse – diz Carlisle.

— Não se preocupe irmão. Não fiquem assim, agora eu estou bem, graças a você, meu bom irmão – tranquiliza Carole.

— Mesmo apesar do trauma você é tão calma e feliz – comenta Carmen.

— Sou grata ao meu irmão por ter me salvado - afirma a jovem.

— Eu não podia abandoná-la minha Irma, eles só fizeram isso com você por minha culpa. Eu poderia ter te transformado antes quando você me pediu.

— Não fique assim Carlisle, eu não o culpo por nada do que aconteceu. Eu escolhi ficar com você, se eu tivesse ido embora eu poderia ter morrido. Não teria nenhuma chance - reconhece.

— Sua família é muito interessante – diz Carmen olhando para Esme.

— Agora é minha vez de falar sobre a minha tragédia... Eu não gosto muito de lembrar disso – intervém Rosalie. – Fui estuprada e assassinada por meu ex-noivo e seus amigos bêbados; depois que terminaram, assim eles pensaram, me deixaram largada na rua para morrer. Carlisle me encontrou e levou para sua casa e me transformou em imortal.

— Fui muito machucado por causa de um ataque de urso, eu estava na floresta quando tudo aconteceu, Rosalie me salvou e levou até Carlisle – diz Emmett.

— Durante a Guerra de Secessão eu era major do exército Confederado e havia evacuado a cidade quando vi três mulheres e resolvi parar para oferecer ajuda, pois pensei que estivessem perdidas vendo a cidade vazia. Não era o caso. Uma delas me transformou no que sou hoje - diz Jasper.

— E as suas cicatrizes, como você as conseguiu? Nossa pele não fica marcada a não ser por mordida de vampiros. - Irina não se aguenta de curiosidade.

— Sabia que não deixariam de perceber, eu as adquiri em meus primeiro anos nessa nova vida cuidando dos exércitos de vampiros recém-criados no sul. Até que me cansei de tanta matança e resolvi mudar para o norte - conta.

— Eu não me lembro porque me tornei vampira, acho que corria perigo - diz Alice.

— E sobre vocês o que nos dizem? Aposto que suas histórias de vida são tão interessantes quanto as nossas – diz Esme.

— Eu tenho... – começa Eleazar.

Os vampiros vegetarianos ficam conversando a noite toda para se conhecer melhor.

...XXX...