Cullen sister

Capítulo 14: Revelações


Capítulo 14: Revelações

Carlisle ligou de tarde para o hospital e tirou uma semana de licença dizendo que precisava acompanhar sua irmã doente. Ele não gostava de ter de mentir, mas era preciso ter um argumento para se afastar do trabalho por alguns dias. E de certa forma Esme era como sua irmã por enquanto, é claro que ele sentia por ela muito mais do que afeto fraternal. O colega médico desejou melhoras para Carole, mas não era ela que estava passando mal, foi um engano. Carlise agradeceu e desligou.

Ele diz olhando para a cama:

— Eu não vou sair do seu lado nem por um segundo Esme. – diz se aproximando em velocidade de vampiro. – Me perdoe querida! Eu sei o quanto doi, me perdoe por ter feito isso, mas não havia outra maneira de salvá-la. Você sabe que se houvesse outra forma, alguma coisa que eu pudesse fazer como médico eu faria. Te tratei há dez anos e cuidaria de você novamente se precisasse, se pudesse. Infelizmente não havia outra solução. Eu não queria perdê-la. Eu não posso viver em mundo sem você. Se você deixasse de existir eu não teria mais razão para continuar aqui nessa terra.

‘ Eu sei o que sou. Eu não deveria estar vivo. Sou uma aberração. Sei que sou bom e isso me faz continuar a servir aos seres humanos e me sentir feliz, mas só isso não bastaria sem você. Me perdoe por tê-la proibido de morrer, você queria se matar e eu tornei isso mais difícil agora, mas eu não podia deixá-la sabendo que eu poderia salvá-la. Agi por egoísmo, me desculpe. Eu, nós vampiros somos criaturas egoístas, acho que os humanos também são em certa medida. Já conheci pessoas muito egocêntricas que só pensavam em si e os outros nem importava.

‘Eu preciso saber o que aconteceu com você, meu amor. Por que você fez isso consigo mesma? Eu não entendo o que levaria alguém como você a agir dessa forma. Não é fácil para uma pessoa se matar, primeiro tem de superar o instinto de autopreservação. O que a fez passar por isso? Eu não tenho o direito de exigir isso, mas eu preciso que me explique.

‘Eu prometo que isso vai passar e nunca mais você vai sofrer. Eu te dou uma nova chance de viver sem pesar. Esqueça o passado e viva a partir de agora, quer dizer, do momento que você acordar.’

...XXX...

Um dia depois Esme acorda:

— Esme! – chama Carlisle.

Ela se lembra dessa voz; faz tempo que não ouve, mas se recorda. É o médico que cuidou dela em 1911. Mas o que ele está fazendo aqui?

— Dr. Cullen – ela abre os olhos e encara o vampiro que olha para si com carinho.

— Oh Esme você está bem! Meu nome é Carlisle. Eu sei que é incomum, mas na Inglaterra de onde eu vim...

A transformação dela foi mais rápida que a dos outros talvez devido ao fato de ter mordido duas vezes seu pescoço. Mas as lesões poderiam ter deixado maior o prazo, o que não ocorreu.

— Oh! – ela se ergue em um rompante. – Onde eu estou? A última coisa que me lembro é do vento em meu cabelo. Meu filho?

— Você tinha um filho Esme? – agora ele fica surpreso.

— Sim, infelizmente ele morreu dois dias depois de nascer, o coitadinho. Isso me destrui. Foi por isso que eu pulei.

— E o pai?

— Morreu na guerra – Lembra-se que tirou a aliança do dedo e por algum motivo continua a mentir. Sabe que pode confiar em Carlisle, mas primeiro conta a história que inventou para os outros. Eles pareciam aceitar a versão, mas o vampiro não.

— A guerra acabou há dois anos quase, não é possível que seu marido tenha ido para a guerra e deixado você grávida antes.

— Ele morreu pouco depois de voltar – ela inventa rápido – Pouco depois descobri que estava esperando um filho. Então como estava sozinha vim para o Oeste trabalhar como professora enquanto esperava meu bebê nascer – Ela queria que isso fosse verdade, mas não foi bem por isso que ela fugiu.

— Esme, confie em mim. Não sou um desses humanos que acreditam facilmente em tudo que dizem – é exatamente disso que ele se aproveita para conviver com as pessoas fingido ser um deles. Os vampiros tem um senso para perceber mentiras, alguns mais outros menos e além disso ela não é uma boa atriz.

— Você não é humano? É a pessoa mais gentil que jamais conheci.

— Eu perguntei primeiro, mas vou responder. Fisicamente, ou seja biologicamente não sou.

— Então o que é você.

— Bem, não se assuste, por favor, fique calma. Eu sou... eu sou um vampiro.

— Vampiro? – arregala os olhos de descrença. – Você me mordeu?

— Sim, você estava morrendo quando a levaram para o hospital...

— Você é médico, como isso é possível? – ela fica mais curiosa do que chocada.

— Eu levei muito tempo para superar o cheiro de sangue humano. O que é mais fácil porque me alimento de forma diferente dos outros vampiros tradicionais.

— Há mais de... nós?

— Não muitos, cerca de quinhentos.

— Você se alimenta como? – não consegue imaginar esse homem bom se alimentando mordendo uma pessoa.

— De sangue animal.

— Ah! – ela suspira aliviada. – Ainda bem que eu não vou machucar ninguém, não quero fazer isso.

— Tudo bem Esme, nós vamos ajudá-la.

— Você tem uma família? – é como ela pensava, a essa altura ele deve ter se casado e ter filhos.

Carole entra no quarto:

— Oh vejo que a nossa hóspede acordou!

— Ela é sua esposa? – estranho porque já percebeu que ele não tem aliança no dedo.

— Não Esme deixe-me explicar...

Edward chega da escola:

— Oba!

— Esse é seu filho?

Carlisle abraça Carole dizendo:

— Esta é minha irmã.

— Ah! - diz Esme, por isso ele na tinha anel de casamento!

Se ele fosse casado partiria seu coração! Mas e Edward é marido dela?

— Edward é... namorado da minha irmã.

— Como assim?

— Não estão bem resolvidos ainda. Mas e sua história, agora você pode me contar?

— Eu queria saber mais sobre você...

— Teremos tempo mais tarde Esme, mas eu vou contar mais um pouco sobre mim. Eu tenho 23 anos e nasci em Londres na Inglaterra.

— Há muito tempo?

— Desde 1663.

— Uau!

— Não quero parecer grosso, mas você é jovem ainda. Tem quantos anos? Lembro que tinha dezesseis quando cuidei de você há dez anos.

— Tenho 26, completei há pouco tempo. Minha história... - ela olha ao redor e se sente constrangida de falar com plateia presente. Mal sabe que Edward já sabe, pois ouviu tudo em sua mente. – Eu ainda não estou pronta para contar.

— Certo, respeito seu tempo. Sua garganta deve estar ardendo, querida. Vamos caçar?

Até ele mencionar o fato Esme não havia se dado conta que sua garganta estava mesmo pegando fogo. Outra parte de sua cabeça estava mantendo isso afastado do centro das atenções até agora. Sua mão afaga o pescoço e ela se surpreende com a textura de sua pele ao seu toque. Parece pêssego ou veludo ou seda tudo ao mesmo tempo.

— O quê? – quando menina ela montava a cavalo, mas seu pai nunca a deixou ver uma caçada.

Carlisle lhe estende a mão:

— Vou ensinar. Você verá como é fácil para nós.

— Tem certeza que pode ir sozinho com ela? - Edward pergunta.

— Sim, está tudo bem.

Ela aperta a mão dele, mas Carlisle não faz nenhum gesto de dor.

— Esme tenha cuidado, você é mais forte do que ele – diz o garoto.

— Como? – ela olha para o rapaz.

— Vampiros recém-criados são um pouco mais fortes que os mais velhos por assim dizer.

— Não machuquei você, machuquei Carlisle?

— Não, é claro que não. Nós vampiros somos fortes, mas isso poderia machucar uma pessoa. Não se preocupe comigo, eu estou bem.

— Não quer que eu vá junto? – insiste Edward.

— Obrigado, mas não precisa se incomodar.

— Ou eu? – propõe Carole.

— Absolutamente não é necessário que nenhum de vocês dois nos acompanhe, obrigado pela preocupação. Aproveitem o momento sozinhos para conversar. Vamos Esme?

Eles aqui e os dois lá na floresta.

— Vamos!

Os dois saem pela porta da cozinha.

...XXX...