Sexto Capítulo - Crônica: Entre Parênteses

(Entre parênteses)

Oh vícios de linguagem! O que seria de vocês sem nós e nós sem vocês.

Confesso, meu maior vício são os parênteses, não vivo sem!

Um dia, observando minhas conversas eletrônicas, percebi algo em comum, todas elas tinham um (entre parêntese). Fiquei abismada com a minha habilidade de encaixar coerentemente os ( ) em minhas conversas.

Tendo isso mente, em uma conversa, com uma amiga muito próxima, tentei me policiar em não usar os parênteses e foi estranho, parecia que não era eu digitando, até minha amiga percebeu e logo em seguida disse (ou melhor, digitou) uma frase que marcou até hoje “Você não é você sem seus parênteses”.

Com a curiosidade aflorada, fui tentar achar os vícios de outras pessoas e foi engraçado e estranho ao mesmo tempo (mais para o lado do estranho, pois me sentir uma stalker, de um jeito bizarro em vez de investigar a vida e as fotos do dito cujo, fiquei analisando sua escrita, como disse bizarro, porém engraçado).

Há quem diga “Quem ver cara não ver coração”, (esquisito, porque sempre tento puxar para o sentido literal). Pensando nisso, fui logo ler os vícios dos “amiguinhos”, mas para não julgar logo de cara (confesso que sou um pouco critica) fui lendo, mas sem saber de quem era, encurtando o lado da história, foi que no final me surpreendi. (De um tudo: De surpresas boas à vergonha alheia).

E eis que fui fazer uma lista dos vícios dos meus contatos virtuais (Uma coisa que reparei: A maioria que estava lá virou literalmente meu amigo virtual, pois anos e anos sem se ver pessoalmente).

E eis a lista:

1 – Emoji

2 – Tipo, tipo assim

3 – Aí... aí isso, aí aquilo (e por ai vai)

4- Velho (Confesso que é o meu segundo vício de linguagem)

5 – Caraca (Não gosto dessa palavra!)

6 – pô, e pô isso, pô aquilo...

E etc...

(E teve vícios que eu nem sabia que eram vícios)

Enfim... Em um mundo infinito de pessoas e suas diversidades, tenho quase certeza (quase) de que não sou a única que já despertou esse desejo único de saber mais sobre algo.

Depois de tudo isso (essa epifania durou menos que uma semana). Fico me perguntando as curiosidades únicas das outras pessoas.

E para finalizar

(De um assunto que começou com os ( ), tornou-se uma busca por pessoas curiosas e o que as aguça).