Crônicas de um eu lírico Palavras de uma Poetisa

Capítulo 84 - Historia_Narrativa: Camas de Hospital - Final -


Camas de hospital

Recapitulando:

Em uma época onde as doenças se tornavam pragas e a cura era imaginária, as enfermeiras passeiam em seus vestidos brancos tentando sem sucesso salvar os infectados, os poucos que se salvam é uma curta vitória para as senhoras e senhoritas do recinto.


Uma vida que se salva deixa certa enfermeira de cabelos loiros e olhos azul feliz, o soldado quase morto em combate olha para o seu anjo salvador e agradece mentalmente pelos cuidados e o carinho, se expressando com um aperto suave na mão da bela loira.

— Você irá ficar bem querido! – Disse gentilmente a enfermeira de olhos azuis, enquanto ajeitava o travesseiro do soldado pele oliva. O soldado que tinha uma bandagem cobrindo a sua cabeça olhou para o seu e deu pequeno sorriso, sem forças para falar, os únicos movimentos de comunicação que conseguia desenvolver eram os seus olhos e o seu sorriso.

— Levo esse sorriso como um movimento positivo – Disse novamente a enfermeira de cabelos dourados e ondulados – Volto em uma hora para a medicação e trocar seus curativos – disse saindo da ala dos feridos. O soldado esguio revelou um sorriso leve, a espera de seu lindo anjo.

Como prometido, uma hora depois a enfermeira com um vestido totalmente branco voltou para o seu mais novo paciente favorito. Seu sonho desde pequena era ser enfermeira para cuidar dos próximos e ajudar a amenizar as dores sentidas; tantos físicas quanto emocionais. E era isso que ela estava fazendo com o seu mais novo paciente – O soldado de pele de oliva com o qual tivera um ferimento na cabeça, do qual o impossibilitava de gesticular – Quando se aproximou de seu leito percebeu que estava dormindo e com cuidado refez seus curativos e isso durou por uns quinze minutos, a doce enfermeira com mãos delicadas lentamente limpava seus ferimentos.

Part. Final

A situação do jovem soldado estava piorando a cada segundo. A doce enfermeira fazia o possível e o impossível para aliviar sua dor. Os medicamentos introduzidos na veia não surtiam tanto efeito como a voz da enfermeira angelical.

Seus ferimentos continha inflamação e a cada hora a jovem enfermeira de olhos azuis estancava o sangramento e gerava novos curativos. A cada gemido de dor do soldado a enfermeira de cabelos loiros sentia sua dor e os cristais de seus olhos enchiam de lágrimas.

Em uma noite fria, o soldado de pele oliva tossia sem parar, seus dentes batiam aclamando por um calor. Nesta noite em questão era o plantão da jovem enfermeira, sentada ao lado de seu paciente, tomou-lhe a mão e a segurou bem forte. Um pedido de que o calor emanado seja tão forte que afague sua dor.

Por volta da madrugada o torrencial continuara e o anjo da guarda em seu posto ficara guardando a vida do soldado quase morto em combate. Às 03h45min o soldado sofreu mais uma combustão, o suor frio grudara em sua testa, seus olhos iam e viam, até que em exata hora ficara abertos à procura de seu anjo salvador ou seria um anjo ceifador? Em busca de um azul que lhe transmitia paz, o soldado dera seu último suspiro e um sorriso em agradecimento a jovem mulher pairando ao seu lado.

Marcando em seu relógio de pulseira de couro o anjo caído de olhos azuis, pele clara, cabelos ondulado e loiro. O horário do falecimento do soldado de olhos castanhos escuros como a noite, 03h45min.

Uma respiração longa levou o cobertor até o alto de sua cabeça o cobrindo por completo, a espera da manhã para levar seu corpo ao necrotério. Contemplando mais uma que levaram o anjo dera um sorriso maligno e saiu à procura de sua nova vitima.

Fim.