Crônicas de um eu lírico Palavras de uma Poetisa

Capítulo 68 - Texto_Narrativo: Camas de Hospital


Camas de hospital

Em uma época onde as doenças se tornavam pragas e a cura era imaginária, as enfermeiras passeiam em seus vestidos brancos tentando sem sucesso salvar os infectados, os poucos que se salvam é uma curta vitória para as senhoras e senhoritas do recinto.


Uma vida que se salva deixa certa enfermeira de cabelos loiros e olhos azul feliz, o soldado quase morto em combate olha para o seu anjo salvador e agradece mentalmente pelos cuidados e o carinho, se expressando com um aperto suave na mão da bela loira.

— Você irá ficar bem querido! – Disse gentilmente a enfermeira de olhos azuis, enquanto ajeitava o travesseiro do soldado pele oliva. O soldado que tinha uma bandagem cobrindo a sua cabeça olhou para o seu e deu pequeno sorriso, sem forças para falar, os únicos movimentos de comunicação que conseguia desenvolver eram os seus olhos e o seu sorriso.

— Levo esse sorriso como um movimento positivo – Disse novamente a enfermeira de cabelos dourados e ondulados – Volto em uma hora para a medicação e trocar seus curativos – disse saindo da ala dos feridos. O soldado esguio revelou um sorriso leve, a espera de seu lindo anjo.

Como prometido, uma hora depois a enfermeira com um vestido totalmente branco voltou para o seu mais novo paciente favorito. Seu sonho desde pequena era ser enfermeira para cuidar dos próximos e ajudar a amenizar as dores sentidas; tantos físicas quanto emocionais. E era isso que ela estava fazendo com o seu mais novo paciente – O soldado de pele de oliva com o qual tivera um ferimento na cabeça, do qual o impossibilitava de gesticular – Quando se aproximou de seu leito percebeu que estava dormindo e com cuidado refez seus curativos e isso durou por uns quinze minutos, a doce enfermeira com mãos delicadas lentamente limpava seus ferimentos.

Continua...