Buraco do coelho


Sempre tranquila é assim que me sinto. E eu não posso adormecer sem um pouco de ajuda, leva um tempo para se acalmar.


Até o pânico me define. Define porque o pesadelo toma conta, o medo...


Tenho medo de cair em um buraco sem fundo, como um poço. Dormi e não acordar mais, presa em um pesadelo esse é o verdadeiro pânico.


Mas eu não vou, me agarro em uma esperança sem fim, seguindo um coelho até sua toca, que segundo ele é o paraíso no fim do poço, com um pouco de lama ele diz. Mas o que é um pouco de lama quando se tem o infinito.


Segui-lo era tudo que eu tinha que fazer, com os meus pés descalços tocando na terra molhada, era reconfortante.


Uma voz que seria à consciência perguntou-me se iria segui-lo e eu disse que sim, indo para um caminho sem volta, desconhecido, mas eu sabia aonde ia, iria até o buraco do coelho, o acolhedor espaço de lama. Onde me perdia na tranquilidade.